sexta-feira, dezembro 31, 2004

Retrospectivar 2004 e abraçar 2005

Este ano foi um ano mais longo. Teve mais 24 horas do que a grande maioria dos anos do calendário gregoriano. Nem tudo correu bem, ainda não foram avaliados todos os aconteciemntos mas há algumas figuras e acontecimentos que gostaria de destacar, tanto pela positiva como pela negativa. Em Janeiro, ficou a marca da morte do futebolista Fehér, numa estúpida morte em directo, em Fevereiro foram perto de 300 mortos na peregrinação a Meca. Março foi o mês dos atentados em Madrid. Foi o ano do inferno de Beslan e do maremoto do Sudeste asiático. Foi o fim da linha para algumas personalidade portuguesas e estrangeiras: Fialho Gouveia, Henrique Mendes, Ronald Reagan, Christopher Reeve e Ray Charles. Nem tudo foi mau, foi o ano do Euro-2004 e dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos. Foi o ano em que Yasser Arafat e o sheik Hamed Hassin também faleceram. O que esperar agora de 2005? Para já as eleições antecipadas marcadas para Fevereiro, o resto se verá, o que de si já é grave. Eleições em que os principais candidatos são Santana Lopes e o seu "clone" José Sócrates é como ter dois George W. Bush a concorrerem ao mesmo lugar e isso é uma coisa assustadora.

PP
Adeus, 2004!

Faltam algumas horas para nos despedirmos de 2004, embora falte bastante menos tempo na Austrália, Tonga, Nova Zelândia, Vanuatu, Ilhas Fiji, entre outros países. 2004 foi o ano da consolidação do nosso blog, passando de uma brincadeira de dois amigos para continuar a ser uma brincadeira de quatro amigos. Ao invés do declínio de alguns blogs que infelizmente deixaram de ser escritos regularmente, conseguimos postar sempre com uma certa regularidade, o que nos deixa muito satisfeitos. Aproveito a ocasião para publicitar que neste fim de ano passei a escrever artigos de opinião para o Noticaldas , que espero que venha a ser uma experiência engraçada. A toda a minha família (numerosa e espalhada pelo planeta) e especialmente aos meus pais queria desejar tudo de bom para 2005, assim como aos restantes três cúmplices: António Cipriano, António Guimarães e João Pedro. Para quem nos lê e gosta, para quem nos lê e não gosta, para todos os que lêem e não deixam comentários (que eu sinto-me triste quando não deixam comentários) e aqueles que deixaram comentários, a todos desejo um grande ano de 2005, Bem hajam!

PP

quinta-feira, dezembro 30, 2004

Beleza

Em qualquer dicionário, beleza ocorre como sinónimo de perfeição adorável pelos sentidos.
No entanto Beleza é um adjectivo mais lato, que se identifica com um conjunto de qualidades em proporção harmoniosa, naturais e humanas que despertam sentimentos elevados, um prazer especial de admiração que apraz ao coração e à inteligência.
Belo é o raiar do Sol, o luar de inverno, o despertar da primavera, o canto dos rouxinóis, os Jerónimos, um quadro de Renoir, um sorriso inocente de uma criança.

Nos ser humanos o conceito de beleza é bem mais complexo.
Muito erradamente muitos pensam que é uma qualidade somente presente na juventude, visível exteriormente nuns olhos verdes, num rosto inócuo de rugas ou nos seios bem feitos. Mas a Beleza tendo esta face visível é um conceito bem mais profundo, que vem do interior da alma. Beleza é na sua essência, uma simbiose de características iminentemente interiores do foro psicológico. Beleza identifica-se com a generosidade, simplicidade, capacidade para amar, aptidão para sonhar, capacidade para encontrar na vida sempre algo de positivo.

Em 2004, na minha jornada pelas vielas do destino, conheci muitas pessoas. No entanto duas mulheres apenas preencheram por completo os parâmetros da Beleza Humana. A elas, um especial, obrigado por me terem trazido um pouco de luz.
António Cipriano

terça-feira, dezembro 28, 2004

Tsunami

Pela quadra natalícia parece que existe sempre lugar para a tragédia, ou são aviões que caíem ou qualquer outra tragédia. Este ano dava ideia que a época ia ser mais alegre, infelizmente, sem aviso uma enorme falange de morto, devido a um maremoto inesperado. De repente, os telejornais que estavam sem notícias dignas desse novo, mostram imagens da destruição do paraíso, ou melhor dos paraísos, pois foram afectados diversos países como Tailândia, Ilhas Maldivas, Sri Lanka, Índia, Indonésia. Segundo alguns cientistas, a tragédia humana poderia ser mais reduzida, bastava que a Índia tivesse aderido a um programa internacional de prevenção, ao qual não quis pertencer. Se tivermos em crer que as ondas demoraram cerca de duas horas a chegar às regiões costeiras vemos que os mortes não ascenderiam a cerca de 55 mil. Assim ficamos pela lamentação. Paz a todas as almas de quem perdeu a vida.
PP
Revolta da Natureza

Bem sei que nas ultimas cinco década a humanidade tem maltratado os ecossistemas, a biodiversidade, o mares, no fundo o Planeta Terra num todo. Sei também que é natural que as forças da natureza não fiquem quietas perante tantas atrocidades. Se olharmos os factos, o mundo tem vindo a ser afectado sistematicamente e com uma periodicidade crescente de catástrofes de origem natural. Tufões, tempestades tropicais, secas, chuvas diluvianas, que nos deviam deixar que pensar.
Como presente de Natal a mãe natureza deixou no sapatinho, tal como no ano passado um grande terramoto acompanhado de um maremoto. Destruição, morte sofrimento, marcaram a quadra.
Não será o momento de toda a humanidade repensar o modelo de desenvolvimento?
António Cipriano

sexta-feira, dezembro 24, 2004

Feliz Natal
Há 2004 anos, três Reis do Oriente distante, amados e respeitados pelos seus súbitos, como soberanos poderosos mas humildes, sábios mas humanos, largaram num ápice todos os seus titulos, castelos e honras, seguindo um chamamento de um astro celeste luminoso, quente e inspirador, que lhe indicava um caminho para um tesouro secreto, oferta de deus aos homens. Os quatro Reis, por trilhos sinuosos, desertos, pântanos, patifes, e perigos variados, não esmoreceram um único minuto na senda da estrela luminosa. Depois de uma longa jornada os três chegaram à Judeia, mais concretamente as terras de Belém. Os Reis, Gaspar, Belchior e Baltazar, não sabiam o que iriam encontrar. Apenas sentiam nos seus corações que iriam testemunhar algo de extraordinário. Por fim, a estrelas fixou-se como uma lâmpada magica, luminosa e transparente, irradiando luz e energia em torno de uma pequena caverna em que numa manjedoira repousava um menino. Esta criança filha de Deus representava para a humanidade o amor de Deus aos homens, a certeza que o homem é um ser amado merecedor da esperança e vida eterna.
Três Reis abandonaram tudo por uma luz interior, uma busca de fé ausente de materialismo ou ânsias de poder.

Nos, no nosso quotidiano somos vassalos constantes de ambições de poder, dinheiro, famas efémeras e procuras de consumismo vazios de sentido. Agora, que vivemos o Natal que este não seja apenas uma época oca de emoções, símbolo de vã consumismo, ausente de sentimentos.
Que este natal nos reencontremos com o nosso intimo e com os outros. Que pelo menos um dia nos libertemos das correntes opressoras da Sociedade.
Que procuremos o Amor, a Amizade, A Solidariedade, em Comunhão com os nossos familiares, amigos, vizinhos.
Que sem medo nos abracemos ao mundo
Votos de um Feliz Natal são os meus desejos, do João Pedro, do António Guimarães e do Paulo Pinheiro a todos os nossos leitores
António Cipriano

quinta-feira, dezembro 23, 2004

Os Heróis

O meu amigo e companheiro de blog António Cipriano alertou-me para o facto de que José Sócrates escolheu, para música de campanha, o título principal da banda sonora do filme "O Gladiador".
Hoje descobri que Santana Lopes resolveu escolher a música emblemática do filme "Alexandre" (Magno), de Vangelis, que assim resolve regressar à política nacional.
Temos dois candidatos que são uma espécie de heróis épicos, portanto. Afinal, estas eleições são um campo de batalha.
Espero (e aguardo ansiosamente) que as restantes candidaturas também escolham temas de campanha igualmente "interessantes". Para Paulo Portas, talvez um "In the Navy", para Jerónimo de Sousa algo... algo que o permita dançar em cima das mesas (algo a que ele já está bem habituado), e para Louçã talvez "Até Quando" de Gabriel o Pensador (acho que é uma música com um tom suficientemente revolucionário e anarquista para o Bloco de Esquerda).
Feliz Natal!
João Pedro

Informação sobre o O. E.


Torna-se sempre perversamente divertido ouvir as declarações dos nossos governantes, quando questionados sobre a informação distribuída hoje sobre o Orçamento de Estado. Penso que muitos portugueses acham que foi mais uma atitude infeliz, mas os nossos governantes largam algumas “bardas” que demonstram que foi mesmo um disparate desnecessário sem qualquer sentido. Registei como "a pérola do dia", uma declaração de Paulo Portas tentado justificar a medida, dizendo que são gastos necessários, que têm que ser feitos, claro que a seguir a esta afirmação, torna-se necessária uma questão e o jornalista não se esqueceu de a fazer perguntado: “sabe quanto custou esta medida?”. Paulo Portas, numa resposta que, na minha opinião, espelha toda a atitude do governo nestes últimos quatro meses, disse: “não sei, nem estou particularmente interessado”. Acredite senhor ministro da defesa, ninguém em Portugal está interessado em receber mais informações sobre o Orçamento de Estado, porque todos sabem que de uma forma muito simplista, diz que: Portugal está em crise, que o dinheiro não abunda e certamente não pode ser aplicado em disparates, e esta asneira em particular que deve ter dado mais um pequeno golpe nos já pobrezinhos cofres do estado é sem dúvida nenhuma um disparate que poderia e deveria ser evitado.


António Manuel P. S. Guimarães

quarta-feira, dezembro 22, 2004

Menino Jesus VS Pai Natal

Durante séculos e séculos, O Menino Jesus ora sentado, ora deitado nas palhinhas, reinou sem adversários no Natal.
Em medos do século XX, a multinacional Coca-Cola, criou uma nova personagem, que ofuscou por completo o Menino Jesus – O Pai Natal. Ao Contrário do menino Jesus, esta figura de barbas brancas, simpática, não se limita a estar ora sentada, ora deitada nas palhinhas. O Pai Natal, viaja pelo mundo distribuindo prendas e presentes. O Pai Natal representa os novos tempos - o Consumismo; a Globalização; o Materialismo; a busca errática da felicidade, via bens e não sentimentos.
O Menino Jesus representa em oposição, o sagrado, a essência do Natal, a família, o amor fraternal, tendo sido progressivamente ostracizado, até mesmo por aqueles do qual menos se esperava. Por estranho que pareça até na igreja da minha paroquia, já não há presépio!!! Até da igreja o Menino Jesus foi despejado!!!!
Anúncios televisivos, cartazes, estádios, ruas são invadidos pela figura do Pai Natal.
Ao Menino Jesus resta apenas alguns corações, que ainda acreditam no verdadeiro Natal. Não no Natal do consumismo, mas sim no Natal da solidariedade, da amizade, da família e do amor ao próximo.
António Cipriano
A antecipação da Taça

Como benfiquista, venho congratular os dirigentes do Sporting pela até agora tentativa mas possivelmente, mais que provável antecipação do jogo da Taça de Portugal com o Pampilhosa, de forma a despenalisar o Liedson. Como adepto de futebol, acho que os melhores jogadores devem jogar e, sabendo de antemão que um Sporting – Benfica ou vice-versa é o jogo mais apetececido do futebol português, precisa dos bons executantes, num campeonato que de super têm o nivelamento por baixo, ou seja supernivelado pela mediocridade. Em duas equipas “sombras” do que forma outrora Liedson, Rochemback, Simão e Manuel Fernandes são verdadeiros óasis, ou melhor serão no dia 8 de Janeiro. Por defenderam a vossa instituição (que é um dever e um previlégio, sendo sportinguistas) e por defenderem o maior clássico do futebol em Portugal, só temos de agradecer.
PP
Bagão VS Ferreira Leite, Bagão VS Eurostat

Segundo números apontados pelo telejornal de hoje da SIC, o défice real (ou seja, descontando os efeitos das medidas extraordinárias) foi de:
2001 - 4,4% (e é preciso lembrar que foi ano de eleições autárquicas, veja-se os documentos do Banco de Portugal referentes a tal situação e seu impacto sobre o défice)
2002 - 4,1%
2003 - 5,3%
2004 (previsão) - 5,2%
Hoje, Bagão Félix resolveu arranjar dois responsáveis pela embaraçosa situação:
- Manuela Ferreira Leite - Bagão vem agora dizer que nunca pensou que a herança deixada pela anterior ministra das finanças fosse tão pesada;
- Eurostat - o chumbo, o chumbo. Se eles não tivessem chumbado a estratégia do governo, estaria tudo bem. Como tal, são culpados pela situação orçamental portuguesa. O sarcasmo, o sarcasmo.
João Pedro
Começou a época da caça.........ao voto!

Boas noticias para os utentes dos transportes públicos em Lisboa, o governo após rever os aumentos do preço do petróleo decidiu suspender o aumento dos preços dos bilhetes dos autocarros, que aliás tinham aumentado devido a uma decisão governamental da à cerca de um mês e meio. Uma utente, quando questionada pelos jornalistas, diz que é bom mas que desconfia, porque o governo prevê outra reavaliação para Março e segundo esta utente esta reavaliação significa que o governo está a prever algo ainda pior que levará a um maior aumento depois. Ora quanto a tudo isto eu penso que sei qual foi a avaliação que a coligação fez, o governo decidiu suspender o aumento porque de facto reavaliou a situação, ou melhor, a SUA situação que passa pelas eleições de Fevereiro e que por isso necessita de votos. Ou seja, esta medida parte da avaliação do governo depois de neste fim de semana ter sido mais uma vez literalmente arrasado nas sondagens, (pessoalmente não acredito em sondagens mas os politicos têm-lhes um medo de morte) e que por isso necessita de medidas populistas, de pura e simples caça ao voto. Depois ainda há outro problema, porque dizem que a situação será revista em Março, ora então, um mês depois das eleições, ou seja muito provavelmente depois de outro governo ter sido eleito e que assim ficará com mais esta batata quente atirada deliberadamente pela coligação.


António Manuel Pinto Silvério Guimarães

segunda-feira, dezembro 20, 2004

Morrer

Este é o título do último livro que li e que agora deixo um post a comentá-lo. Começando pelo autor, de seu nome Albert Schnitzler, era austríaco e amigo de Freud. Este não é um autor muito conhecido, apesar de ter tido outro romance adaptado ao cinema em anos recentes, chamado “A história de um sonho”, embora no grande ecrã, com interpretações de Tom Cruise e Nicole Kidman, tivesse recebido outro nome, De olhos bem fechados (Eyes wide shut). Este Morrer é o drama psicológico de um homem, Felix, que sabe que tem um máximo de um ano de vida, aceita que vai morrer, temendo no entanto morrer sozinho querendo que sua mulher o acompanhe na morte. É um livro pequeno (100 pág.) que se lê em pouco tempo e com uma intensidade que nos faz pensar o que andamos a fazer na nossa vida terrena.
PP

domingo, dezembro 19, 2004

A Lebre e a Tartaruga

O PS numa lógica de sobranceria e autismo, de quem pensa que já ganhou, antes mesmo de cortar a meta, faz-me lembrar a fabula da Lebre e da Tartaruga de La Fontaine. O PS nesta pré-campanha ainda nada de novo ofereceu ao eleitorado. Ideias? Projectos? Desígnios nacionais? Até agora, nada de nada. Socrátes, imagem a papel quimico de Santana Lopes, mas como todas as imitações pior que o original, tenta com os truques e ilusões da comunicação social e do mediatismo via teleponto, convencer os eleitores com um discurso vazio, balofo, cheio de banalidades e sofismas.
Não mude o PS, não apresente ideias e projectos mobilizadores, e tal como na fabula de La Fontaine, a Tartaruga “PSD” ultrapassará em cima da recta a Tartaruga PS.
Pena mesmo, não existir uma raposa como Cavaco Silva, que coma a lebre, afaste a tartaruga e coloque o país nos eixos.
António Cipriano

quinta-feira, dezembro 16, 2004

O estado da Economia Portuguesa com eleições à vista

Importa analisar o mandato de Durão Barroso e o mini-mandato de Santana Lopes, também sob o ponto de vista económico (e não foi a economia o principal cavalo de batalha do PSD nas últimas eleições?).Numa altura em que os economistas dos mais variados quadrantes políticos (incluindo nomes sonantes do PSD como Catroga e Cadilhe) alertam para a preocupante desorçamentação de despesas (principalmente na área da saúde) que popula o orçamento de estado apresentado pela coligação PSD/PP, é importante analisar os últimos números que revelam a performance económica destes últimos anos:
- O relatório do Banco Central Europeu revela que Portugal foi o único membro da zona euro cujo PIB decresceu no último trimestre. Se todos os outros países recuperaram e se o mesmo não se verificou em Portugal, a desculpa recorrente que envolve a "situação internacional" deixa de fazer qualquer sentido;
- Tanta importância deu o governo à consolidação das contas públicas. A dívida pública de Portugal foi, em percentagem do PIB, de 58% em 2002, de 60% em 2003, de 61% em 2004 (em violação de um dos princípios do Pacto de Estabilidade e Crescimento). Estes são números revelados pelo INE. Onde está a consolidação orçamental?
- O governo vinha prometendo uma diminuição do IRS para 2005. Ora, se a dívida pública aumenta, como é que um governo consegue prometer uma descida do IRS? Será eleitoralismo demagógico? Ou então já inventaram os famosos almoços grátis;
- Para além disso, o INE revela também uma descida nos valores da Formação Bruta de Capital Fixo.
Por detrás de uma fachada de rigor encontramos uma performance medíocre que os números vêm agora revelar.
João Pedro

Indiferença

Sei que não faz parte dos sete pecados mortais, sei que Dante na descrição dos infernos da Divina Comédia não faz referência à Indiferença, mas de todos os castigos humanos é aquele que mais me atemoriza. Por via da Indiferença somos apagados do mundo, mortos da existência apesar de continuarmos vivos. No fundo a indiferença sujeita-nos a um presente e futuro de mortos vivos, criaturas ainda que vivas, apagadas da memória. Mas é claro, que em certos casos a indiferença é um sentença e castigo derivado de um mutuo acordo entre duas pessoas, e neste caso pode ser reconfortante, permitindo esquecer, apagar da nossa história alguém que não encaixava no nosso puzzle.

Quando não resulta de um entendimento tácito das partes, pode ser muito cruel e doloroso para um dos indivíduos. De um momento para o outro ficamos invisíveis, inexistentes, meramente habitantes de uma realidade paralela, divergente e nefasta.
António Cipriano

quarta-feira, dezembro 15, 2004

Vamos lá ver se percebi...


Ontem, dia 13 de Dezembro, vi na televisão a declaração conjunta de Santana Lopes e de Paulo Portas, uma declaração que dizia que os dois partidos iam concorrer para as eleições com listas separadas e que depois dos resultados se iriam juntar para formar oposição, ou em caso de juntos terem maioria, formar governo. Ora então lendo nas entrelinhas, o que eu entendi é que eles vão separados para eleições mas que no fim seja qual for o desfecho das eleições vão acabar por voltar a reunir a coligação. Resumindo, estes dois lideres acham que todos os portugueses são uma cambada de otários e que não percebem que esta separação é apenas aparente, para que as pessoas não percebam que estando a votar num ou noutro partido é estar a votar efectivamente na coligação que (des)governou Portugal nos últimos 4 meses e meio?
Concluo dizendo que, ou eu muito me engano ou estes dois lideres vão ter a maior desilusão de sempre, pelo menos, no que diz respeito à sua vida política, porque com estas “estranhas jogadas” só perdem ainda mais crédito e arriscam-se a ver essa perda de crédito traduzida em votos.

António Manuel P. S. Guimarães
Estranho prazer


Entre as várias coisas que eu não consigo perceber é o facto dos portugueses terem o estranho prazer de serem roubados, sentido ainda uma especial atracção por serem roubados por empresas nacionais. Custa saber que uma botija de gás é mais barata em Espanha do que em Portugal, fazendo com que muitos portugueses atravessem diariamente a fronteira para comprarem gás, aliás o mesmo já se passava com a gasolina. Mas o estranho está, que se nós tivermos um pouco de atenção podemos ver que a agência de combustíveis, que aparece nas noticias da TV, é a GALP, que tanto quanto sei é portuguesa e aqui vem o grande problema, como é possível uma empresa portuguesa vender gás pelo dobro do preço no seu país de origem do que no país vizinho. Uma disparidade que poderia ser explicada se em Portugal o rendimento médio fosse superior ao rendimento médio Espanhol, o que como infelizmente todos sabemos não é verdade. Eu já não digo que o preço deva ser mais baixo em Portugal do que em Espanha mas acho que seria normal ter, pelo menos, o mesmo preço, mas pagar o dobro do que se paga em Espanha é muito estranho e torna-se legitimo desconfiar.


António Manuel P. S. Guimarães
Desenlace


Depois de um longo noivado e quando todos os convidados esperavam o casamento, entre a angelical noiva CDS/PP e o noivo PSL/PSD, o inesperado aconteceu.
Quebrando a tradição e os costumes de famílias tão caras aos valores da família e do sagrado matrimonio, optaram os noivos, não pelo casamento, mas sim, por uma União de Facto a consumar no leito eleitoral de 20 de Fevereiro. Espera-se apenas que o destruidor de lares e paixões José Socrátes, em 20 de Fevereiro, não interrompa este amor longo de 4 meses.

António Cipriano

segunda-feira, dezembro 13, 2004

Entrevista

No Público de hoje, saiu uma grande entrevista com o socialista Jorge Coelho. Grande no tamanho, pois era uma míngua de conteúdos, a roçar o zero. Não aponta uma única ideia para o país, assume como defeito do governo de Guterres, o facto de não terem tentado conquistar a maioria absoluta. Peço perdão antecipadamente pela minha ignorância mas as eleições tiveram de ocorrer antes de Guterres tomar posse, certo? Sócrates deverá ser o próximo Primeiro-Ministro eleito. Não por ser melhor que Santana, pois não o é, pelo contrário, ele é um aprendiz de Santana Lopes no que toca às questões de imagem, no resto em tudo são semelhantes, um oásis de ideias e de competências. Não me parece que Jorge Sampaio tenha dissolvido o parlamento por achar que Sócrates está em alta, pensou foi que Santana Lopes é o alvo a abater e que o ex-ministro do Ambiente ainda não tem a imagem “queimada” como antigos Secretário-Gerais do PS. Possivelmente se esperasse mais tempo, as eleições corriam o risco de serem mais disputadas do que serão. Pena é que Portugal não tenha uma única alternativa credível para Primeiro Ministro, seja ela de que cor política fôr.
PP
A Partitura

Na minha memória, tu apareces-me. Junto pouco a pouco as notas com o que me lembro de ti, os teus gestos, o teu olhar, o teu sorriso, algo em ti me encanta e eu não sei o que é. As emoções tocam a partir da partitura composta, de pequenos fragmentos de ti, não de ti mesma, pois isso é difícil de seria ser-te, saber o que sentes, o que pensas, como sentes, como pensas. Vives na casa onze, mas bem que poderias viver mais abaixo. A tua casa já é demasiado pequena para o espaço que necessitas e ocupas. Toco nas teclas, formo palavras mas jamais poderei dar alma a elas, a alma que me falta colocar na partitura da minha memória para a tocar como um grande músico.

PP

sábado, dezembro 11, 2004

"Grave Crise de Credibilidade"

Enfim, dez dias depois de anunciar a dissolução da Assembleia da Republica, o Presidente da Republica , depois de reunir o Conselho de Estado, explicou ao País as razões para a dissolução da Assembleia da Republica. Não houve novidades, ele apenas disse o óbvio, o que já se esperava, afirmando que desde que o governo tomou posse a 16 de Julho de 2004 "o país assistiu a uma série de episódios que ensombrou decisivamente a credibilidade do Governo". Justificando ainda com uma serie de acontecimentos que seria demasiado demorado enumerar, enfim nada mais do que o esperado e também nenhuma novidade em relação ao que as pessoas consideram como as razões que levaram à queda do XVI Governo. Agora espero que o PSD escolha uma campanha pela credibilidade, uma campanha, como disse Victor Cruz, que tenha como adversários o PS, o PCP e o Bloco de Esquerda e não o Presidente da Republica. Embora tenha receio que Santana Lopes não consiga passar sem ataques ao presidente, aliás, algo que ele disse que ia fazer à alguns dias atras, espero bem que ele tenha ponderado sobre esta situação e que ela não tenha passado de uma infeliz afirmação de quem estava com a cabeça quente e demasiado baralhado.


António Manuel P. S. Guimarães

quinta-feira, dezembro 09, 2004

Coincidências

No inicio da década de oitenta um atentado vitimou, sobre a localidade de Camarate o Primeiro ministro Sá carneiro Líder do PPD/PSD e Adelino Amaro da Costa, ministro da defesa e Líder do CDS. O atentado marcou igualmente, o principio do fim da Coligação - Aliança Democrática.
Fins de 2004, Santana Lopes primeiro ministro e líder do PPD/PSD e Paulo Portas ministro da defesa e líder do CDS/PP foram vitimas de um “atentado” que colocou a bem de todos, a coligação fora do poder. Coincidência ou não o relatório da oitava comissão de inquérito ao caso Camarate saiu em pela crise política.
Pena mesmo é que os actuais lideres da coligação não tenham um decimo da qualidade e competência de Sá Carneiro e Adelino Amaro da Costa.

António Cipriano

quarta-feira, dezembro 08, 2004

PSD
O PSD é um dos partidos basilares da democracia portuguesa, sendo responsável por uma boa parte do desenvolvimento do país.
Com Sá Carneiro lutou e teve um papel crucial na conquista da liberdade, e na afirmação do estado de direito democrático.
Com Cavaco Silva, o PSD trouxe o país para a modernidade dos carris da Europa. Foram os anos da democratização e universalização dos sistema de ensino, da construção das infra-estruturas rodoviárias fulcrais para ligar Portugal aos mercados europeus, do crescimento do poder de compra, da integração plena de Portugal na Europa. Com Cavaco, Portugal transfigurou-se para melhor.
Já o PSD de Durão Barroso e Manuela Ferreira Leite, cumpriu a tarefa ingrata, mas patriótica, do controlo do défice e da despesa do “pesadelo guterrista”. Mas com o pecado original da ambição, Durão Barroso abandonou o país e o PSD, nas mãos de Pilatos, com nome actual de Santana Lopes.
Em 4 meses, um vendaval assolou o país e o PSD. Trapalhadas, confusões, tentativas de manipulação da impressa, episódios caricatos, etc.
O PSD passou de um partido serio com sentido de estado, para um partido populista, de uma nomenclatura de irresponsáveis, sob a batuta de um ilusionista de vãs glorias.
Agora o PSD deve reagir, expulsar a criança diabólica da “incubadora” e voltar ao rumo de sempre.
Cabe a Marcelo, Rui Rio, António Borges, Marques Mendes e o comum dos militantes revoltarem-se e expulsarem a peste do partido.
António Cipriano

segunda-feira, dezembro 06, 2004

A (não tão lenta quanto isso) morte anunciada

Quando deu a chance a Santana Lopes para formar governo, o nosso Presidente da República disse que iria estar atento ao trabalho do governo. Confesso que, na altura, achei que as intenções dele não iriam passar disso mesmo, de meras intenções. Mas como é necessário que os políticos competentes afastem os políticos incompetentes (hmm, onde é que já vimos isto, mesmo?), e como "Santana é incompetente" (Belmiro de Azevedo, no jornal Expresso de 16 de Outubro), não havia outra solução. Tudo o resto seria o prolongar de uma incompetência política sem antecedentes na democracia portuguesa, o prolongar de uma agonia.
Ficamos sem perceber porque é que o primeiro-ministro cessante não utilizou a sua táctica preferida enquanto presidente da Câmara de Lisboa: inundar as ruas de cartazes a publicitar a "obra feita" (Carmona Rodrigues aprendeu essa lição com o mestre e agora faz o mesmo, basta ir a Lisboa para observar). Ah, talvez seja porque realmente não existe obra feita...
As sondagens mostram que a esmagadora maioria da população portuguesa concorda com a decisão de Sampaio. Para os restantes entusiastas, resta relembrar algumas das razões para tal decisão. Saliente-se que, como é óbvio, por nunca ter sido eleito, a margem de manobra política de Santana Lopes para errar era reduzida:
- Deslocalização de ministérios (uma fachada que acabou por ser uma miragem, dado que apenas foram transferidas algumas secretarias de Estado);
- A tomada de posse (as trapalhadas serviam de aperitivo ao que estava para vir);
- Barco do aborto (tanta agitação ideológica!);
- GALP (4 letrinhas apenas colocaram Luís Nobre Guedes, Álvaro Barreto e Santana Lopes a falar cada um para seu lado);
- Anúncio da demolição de casas ilegais no parque natural da Arrábida (o ministro, descobriu-se depois, também lá tem uma casa);
- Professores a assessorar juízes?;
- Mira Amaral reformado da CGD com 18 mil euros mensais. Celeste Cardona administradora da mesma empresa;
- Incompetência no processo de colocação dos professores;
- O caso Marcelo (e a "cabala inconsciente" de Rui Gomes da Silva, claro);
- Os discursos de Morais Sarmento sobre a RTP (a direcção da RTP demitiu-se);
- Morais Sarmento ameaça demitir-se. Arnaut ameaça demitir Cadilhe (mais uma vez, a falta de capacidade para conviver com as críticas). Santana fala em demitir Arnaut e Luís Nobre Guedes;
- Denúncias da Alta Autoridade: pressões do governo sobre a comunicação social;
- Tentativa de criar uma central de informação (órgão de propaganda do governo, composto por dezenas de funcionários);
- Henrique Chaves (ministro por 4 dias, não deu para aquecer a cadeira);
- Para acabar (last but certainly not least), Santana Lopes resolve fazer um verdadeiro comício no meio de uma cerimónia de estado relativa a uma inauguração (o discurso do bébé na incubadora).
Há mais, muito mais. Perante isto, Santana Lopes diz estar a ser uma vítima do capital (os mesmos empresários que não quiseram eleições antecipadas aquando da saída de Durão Barroso para Bruxelas, vinham agora protestar contra a manifesta inabilidade política de Santana Lopes). Por isso, resta perguntar: íamos continuar com esta situação?É tudo bem resumido por Nicolau Santos, jornalista do Expresso, no dia 6 de Novembro: "Em três meses o Governo deu cabo de um trabalho de 13 anos. É obra."
João Pedro
Durão Barroso

Durão Barroso afirmou hoje à imprensa portuguesa que se encontra preocupado com a actual crise política. Tal afirmação é no mínimo estranha e motivo de estupefacção. Afinal, se existe culpado para a actual instabilidade política, esse culpado é Barroso. Barroso, envés de honrar a confiança dos portugueses que nele depositaram esperanças, nas legislativas de 2001, preferiu abandonar o país, numa atitude egoísta de procura do efémero protagonismo internacional. Enquanto isto, o país ficou entregue aos devaneios de Santana Lopes.
António Cipriano

domingo, dezembro 05, 2004

Presidente Sampaio

O Presidente Sampaio ao decidir pela dissolução do parlamento e consequente queda do governo tomou uma sábia decisão de que Portugal agradece.
No entanto, o comportamento de Sampaio não esta isento de erros ou omissões. O Silencio do Presidente da Republica, sobre a actual crise política é preocupante, demostrando uma falta de timimg político, bem como uma falta de respeito pelo povo que ele representa, enquanto presidente. Afinal até ao momento somente o demitido, se pronunciou sobre a dissolução. Sampaio deveria o quanto antes, dirigir-se aos portugueses, e explicar o porque da sua decisão, apelando à serenidade e confiança de todos.
Outra das gafes de Sampaio prende-se com a aprovação do orçamento para 2005. Certamente que entre as argumentos e motivos para a demissão de Santana Lopes, a contestação por parte de empresários, sindicatos e oposição ao orçamento foi importante, para a decisão da dissolução. Então se este orçamento não presta porque aprova-lo? Afinal a lógica, e a coerência diria que se o governo é dispensável então o orçamento enquanto peça central da política desse mesmo governo também o é.

António Cipriano

sexta-feira, dezembro 03, 2004

Quem tem telhados de vidro...

É interessante ler as declarações dadas por Alberto João Jardim ao Expresso, ontem quinta-feira dia 2 de Dezembro. É engraçado ler que ele considera que alguém teve um comportamento inqualificável, falando de Aníbal Cavaco Silva, diz também que o Presidente da Republica tem que ser criticado, considera ainda que Mário Soares não é uma boa influencia, depois, umas linhas à frente faz também uma comparação que é no mínimo bizarra, comparando Santana Lopes a Sá Carneiro e por fim diz que tudo isto que se está a passar são atitudes provincianas . Achei também estranho que Alberto João tenha dito palavras como, “democracia”, “eleições” e “sistema político”, porque nunca pensei que ele fosse capaz de as dizer, quanto mais dize-las na mesma argumentação.
Senhor doutor Alberto João, ganhe juízo e tenha cuidado, porque quem tem telhados de vidro não deve atirar pedras. Quando chegar a casa, ponha a mão na consciência, lembre-se da forma como qualificou estas pessoas e pense quem é que merecia efectivamente estas criticas.


António Manuel Pinto Silvério Guimarães
Fim do Mundo

Depois da queda do governo Santanista, querem agora prender o Santo PAPA Pinto da Costa !!!!! Só pode o Apocalipse estar a aproximar-se, o fim do mundo está para breve!!!! Agora só falta, que queiram banir as salutares tradições portuguesas da cunha e das luvas por baixo da mesa.
Que os deuses tenham misericórdia !!!!!
António Cipriano

quinta-feira, dezembro 02, 2004

Vamos a votos

E pronto, finalmente aconteceu, o Governo caiu. Santana Lopes acabou por ser vitima da sua própria incompetência. Um homem que nunca conseguiu dar uma imagem de ser um verdadeiro primeiro-ministro. Que nunca demonstrou ter pulso para suportar um governo, que vivia da sua conversa, mas que morria devido à sua inacção. Muitas situações levaram a este desfecho, Santana cometeu demasiados erros, sendo o principal o facto de pensar que se pode enganar toda a gente por muito tempo.
E se dúvidas há de que o Presidente da Republica fez bem em dissolver a Assembleia da Republica, basta ler as ultimas declarações de Alberto João Jardim, que veio dizer que a acção do Presidente da Republica foi irresponsável e como todos sabemos se Jardim critica é porque muito provavelmente está bem feito.

António Manuel Pinto Silvério Guimarães
Uma desgraça nunca vem só


Depois da horripilante derrota do Benfica em Leiria no fim de semana, mais uma desgraça assolou o país - A Queda do Governo Santanista

E claro que existem sempre umas ovelha negras, como eu, que apreciaram por demais a derrota do benfica e jubilaram por completo com o par de patins que o presidente deu ao Santana.

António Cipriano
Brincar ao faz de conta

Ocorreu hoje a cerimonia de tomada de posse dos secretários de estado da juventude e do desporto presidida pelo Presidente Sampaio. Os secretários de estado empossados hoje, vão fazer o que?? Um governo de gestão limita-se a deixar andar, a fazer de conta que ainda governa. O novo secretário de estado do desporto já nem tem poderes para ver o DVD do benfica!!
António Cipriano

quarta-feira, dezembro 01, 2004

Fim da Palhaçada

Após quatro meses de atropelos à inteligência dos portugueses, de trapalhadas constantes, de falta de maturidade política, de falta de sentido de estado, de abusos de poder, de falta de tacto político, de tiques de autismo e totalitarismo subjacente na tentativa patética de manipulação da comunicação social, o inevitável aconteceu.

O Presidente Jorge Sampaio, consciente que Santana Lopes era foco de instabilidade e não de estabilidade, fez o que devia. Demitiu um primeiro ministro incompetente

Bem haja Jorge Sampaio

António Cipriano

terça-feira, novembro 30, 2004

Santana Lopes errou em grande

Hoje o Presidente da República Portuguesa actuou como o ponta-de-lança de um clube que decide um jogo a favor da sua equipa nos descontos. Daqui a pouco tempo, Jorge Sampaio já não poderia convocar eleições antecipadas, sendo mais um foco de instabilidade no elenco de Santana Lopes, aproveitou a liderança de José Sócrates na oposição para convocar as eleições antecipadas. Em relação a Jorge Sampaio só posso dizer uma coisa, foi o único membro do PS a ter a cabeça no lugar durante todo o processo e a agir muito inteligentemente.
Ao contrário, Santana Lopes errou logo de início, não tendo ido para eleições antecipadas contra uma oposição sem rosto visível, visto que Ferro Rodrigues estava de saída. Concerteza que nessa altura, Santana Lopes arriscaria-se a uma maioria absoluta sem necessidade de nenhuma coligação que quanto a mim, pareceu sempre precária. Teve medo e decidiu ser o pneu suplente de um carro, nunca lhe passou pela cabeça que lhe iria acontecer o que acontece ao pneu, assim que se muda de pneu, o novo é estreado e o outro volta a suplente.
PP
Morte num estádio remodelado para o Euro-2004


No jornal a Bola vem o artigo que abaixo transcrevo na totalidade:


Adepto morre em Leiria
Germano Pereira Saraiva, 45 anos, de Lisboa, adepto do Benfica, morreu ontem à noite vítima de uma queda de 10 metros do sector 5 do piso 2 do Municipal Dr. Magalhães Pessoa, em Leiria. Tudo aconteceu ao minuto 8 do jogo U. Leiria-Benfica.
Bruno Aguiar cabeceou ao poste direito de Helton e o indivíduo, que «já tinha sido advertido pelo comportamento exuberante que estava a ter durante o jogo, a ponto de ter-lhe sido recomendado que se sentasse», segundo informou o comandante da PSP de Leiria, Rafael Marques, «correu novamente e escorregou», resultando numa queda de aproximadamente 10 metros. Como facilmente se deduz, as lesões internas terão sido gravíssimas. De acordo com as informações disponibilizadas pelo comandante dos Bombeiros Voluntários de Leiria e responsável pelo dispositivo de segurança do estádio, Almeida Lopes, o adepto «foi socorrido de imediato e transportado para o Hospital de Leiria, onde chegou às 20.05 horas com sinais vitais». Pouco depois das 20.40 horas Germano Pereira Saraiva falecia, segundo informou a A BOLA o director clínico da unidade hospitalar, Miguel Coelho, devido a «graves lesões da caixa torácica».

Condições de segurança questionadas

A questão põe-se de imediato: não estarão aqui em causa as condições de segurança do estádio? Como pode ter um adepto escorregado e cair para o anel inferior? Almeida Lopes preferiu dar uma resposta no mínimo pragmática: «Neste momento não estou preocupado com isso. A mim cabe-me apenas gerir o sistema de segurança e de incêndios existente.» O responsável pela Polícia de Segurança Pública também não podia acrescentar muito: «Foi-lhe aconselhado a sentar-se. Não existiam razões para o retirar das bancadas.»

Esta transcrição é feita para que o contexto em que escrevo não possa ser deturpado por mim e para se calhar perceber melhor o que foi dito no artigo. Poderá dar-se o facto do senhor referido no texto, de nome Almeida Lopes não ter dito exactamente aquelas palavras mas, um artigo sobre o mesmo acidente noutro jornal desportivo, mostra que dois jornalistas diferentes citaram o referido senhor pelas mesmas palavras o que me leva a crer que estas foram mesmo proferidas. Volto a deixar a pergunta feita, com um acrescento: Como pode um espectador escorregar e cair para o anel inferior dum estádio remodelado para receber um evento tão importante quanto um Europeu de Futebol?
Segunda questão que me ficou na mente é que resposta foi esta de que cabe apenas ao senhor gerir o sistema de segurança e de incêndios existentes... Afinal quando se fala de segurança não estamos a falar da segurança das pessoas? Os acidentes ou incidentes que eventualmente possam acontecer num estádio não se relacionam com a segurança? O que faz esse senhor então? Gere os sistemas de segurança apenas na ausência de multidões? Se este senhor está a frente da segurança, tudo o que possa acontecer naquele estádio que seja acidental é da sua inteira responsabilidade, afinal é para isso que lhe pagam, para exercer a sua profissão. Se a vítima tivesse sido empurrada, caísse em actos de violência gratuita, o chefe da segurança seria ilibado, agora a desculpa esfarrapada do escorregou e caiu parece ter mais a ver com o foro criminal, por nigligência é certo, mas mesmo assim pertencente à barra dos tribunais. Que a culpa não morra solteira em mais um triste episódio passado nos estádios portugueses e que, a serem verdadeiras estas declarações, as quais têm de ser dado o benefício da dúvida, que a punição seja justa.
PP

segunda-feira, novembro 29, 2004

Ucrânia

O muro de Berlim caiu, a URSS caiu logo depois, e quase 13 anos depois, a Rússia apresenta-se como um País supostamente democrático, digo supostamente porque continua a utilizar as medidas de influência da antiga União Soviética. Um exemplo foram as últimas eleições na Ucrânia, onde o candidato do governo pró-russo venceu, mas uma vitória à moda antiga, ou seja, através da fraude e da intimidação, enfim, eleições livres iguais aquelas que aconteciam dentro da antiga esfera do Pacto de Varsóvia. E por fim, para por a “cereja no topo do bolo”, a Rússia é o único País a reconhecer a vitória deste candidato. No meio de tudo isto, quem vai sofrendo são os ucranianos, que com o não adiantar de soluções, vão extremando as posições, havendo já inclusivamente províncias que ameaçam proclamar a independência se o Supremo Tribunal confirmar a vitória do candidato do governo. As manifestações sucedem-se e os antigos espectros de guerras recentes reacendem-se.
Outro problema no meio de toda este caos, está relacionado com as posições dos grandes grupos políticos do presente. Os E.U.A já mostraram o seu desagrado com esta situação, tal como a União Europeia, piorando assim as já por si difíceis relações com a Federação Russa. De qualquer forma a pergunta impõem-se, será que o muro caiu mesmo? Pois se sim, não parece, porque os sistemas continuam a funcionar como antigamente na URSS, embora desta vez sem a capa do comunismo.


António Manuel P. S. Guimarães
Crise Governamental

Depois da demissão do Ministro Henrique Chaves, Jorge Sampaio pediu uma reunião de emergência com o primeiro-ministro Santana Lopes. Depois da reunião Santana não prestou declarações, ficando a sensação que a manutenção do governo fica “suspensa” por 48 horas, período em que o primeiro-ministro tem que voltar a reunir com o Presidente da República com a condição de apresentar uma proposta que garanta estabilidade. Esta palavra estabilidade parece estar cada vez mais afastada das características do governo. Depois das “broncas” que este governo tem tido com o parceiro de coligação, que vai dando sensações de mal-estar, depois de uma remodelação após quatro meses de governação que foi no mínimo estranha, e agora demite-se um ministro e neste caso particular, um dos ministros da maior confiança do primeiro-ministro, considerado como um “braço direito”. Henrique Chaves, que na sua carta (aberta) de demissão, declara que não pode exercer funções num governo que não funciona sobe princípios de estabilidade, onde o primeiro-ministro falta à verdade e que não tem capacidades de coordenação. A ideia que fica é que este governo se está a desfazer, desfazer lentamente, sendo cada vez mais necessário tomar medidas para acabar com esta palhaçada, porque mais uma vez quem sofre é Portugal.
António Manuel P. S. Guimarães

domingo, novembro 28, 2004

Crónica de uma Morte Anunciada

Era uma vez um partido português já bem velhinho, de cabelos brancos, marcado por uma história de anos e anos, de luta ora nas sombras da clandestinidade, ora no saudosismo de um passado sem presente. Era um partido de convicções fortes, baseadas nas barbas das ideologias de Marx e Lenine, que procurava provar ao povo, aos oprimidos da sociedades ocidentais capitalistas, que existia a esperança numa sociedade igualitária, sem fome, sem medo, com cultura, com conhecimento, capaz de dar ao homem uma felicidade eterna.
Com o passar dos anos e com o desenrolar dos acontecimentos, a mascara de sociedade ideal ruiu. Afinal o mundo de sonho, não passava de um pesadelo infernal, em que apenas uns eram mais iguais. Os outros, que ousavam discutir a suposta igualdade, marchavam para “colónias de ferias” na Sibéria para tratamentos ideológicos.
Mas como a mentira, a opressão, por mais vil tem sempre um fim, em 1989 primeiro na RDA e depois em todo o leste, o dito paraíso infernal terminou não por imposição do ocidente, mas pela vontade das suas gentes.

Em Portugal esse partido em vez de enfrentar a realidade, preferiu simplesmente enterrar a cabeça na areia, negar a realidade, como um doente mental. Como sintoma da sua patologia, muitos obreiros do partido partiram procurando novos rumos.

Hoje, finais de 2004, o partido tomou a derradeira opção pela morte. Prefere o fim a viver a realidade. Esta opção passa pela escolha como cangalheiro de elevada estatura, cabelos grisalhos, olhar fundo sombrio e melancólico, sorriso maquiavélico, discurso sisudo, confuso, ultrapassado, rijo, sob o perfil de operário popular.
António Cipriano

sábado, novembro 27, 2004

Adeus Lenine

O Congresso do PCP faz lembrar o magnifico filme alemão “Adeus Lenine”
Na película, uma das personagens centrais como que adormecida num estado de letargia, não se apercebe, ou não deseja perceber que o mundo mudou radicalmente. A dita sociedade ideal socialista-comunista ruíra por completo, sem magoa ou tristeza dos seus filhos.
Apesar das evidencias, seus filhos fazem tudo para que esta personagem saudosista de um país comunista, de glorias construídas sob castelos de areia e prisões políticas, viva até ao ultimo dos minutos a ilusão que o mundo não mudou. Que o Marxismo-Leninismo continua a ser uma filosofia valida para o caminho da felicidade humana.
Por cá o nosso PCP, num comportamento delirante, psicologicamente próprio de quem nega a realidade, insiste com Jeronimo de Sousa num mundo que à muito desapareceu. Num Marxismo-Leninismo que apenas resiste nas “democracias” da Coreia do Norte e em Cuba .

António Cipriano

quinta-feira, novembro 25, 2004

Coisas nojentas

Acabo de chegar de um sítio onde nem costumo ir muito, ao Lidl, mas para comprar umas garrafas de água e outros bens comestíveis lá fui eu. E o que encontrei? Um parque de estacionamento meio-vazio ou meio-cheio conforme a perspectiva, mas dos quatro lugares reservados a deficientes, três estavam ocupados, nenhum deles exibindo o exigido autocolante de condutor portador de deficiência. Poderia dar-se o caso de algum dos donos ou condutores poderia ter uma incapacidade temporária, mas não, quando eu ia a entrar vi umas das condutoras, à saída vi as outras duas senhoras que estacionaram ali, não querendo saber se existiriam porventura pessoas com mais necessidades do que elas. Eu vejo por mim, após ter tirado o gesso no passado mês de Março tive de andar de muletas e ao conduzir o meu automóvel nunca estacionei num lugar reservado. São estas as coisas que acho nojentas nas pessoas, a falta de civismo.
PP
Coisas de putos

Mais uma vez, fica patente a qualidade dos ministros em Portugal. Depois do jogo contra o F.C. Porto, os dirigentes do Benfica tiveram a infeliz ideia de levar a questão da arbitragem do jogo ao ministério da Juventude e do Desporto. Nesta altura do post, até eu me arrependo do título e deveria mudá-lo para episódios muito tristes praticados por adultos. Continuando, o actual ministro da Juventude e do Deporto Henrique Chaves, não teve coragem de negar a visita aos dirigentes encarnados, sabendo de antemão que o assunto seria as arbitragens mas, pelo contrário, teve a coragem de tecer comentários pouco abonatórios aos dirigentes de um clube do qual até foi dirigente. Parece assim que teve medo do peso institucional do clube pelo número de adeptos, esquecendo-se disso logo a seguir com os comentários infelizes.
Da parte do Benfica, é uma tristeza imensa a figurinha que fizeram. Querem credibilizar o futebol, tudo bem, é o que devem fazer mas sinceramente, ir ao Ministério da Juventude e do Desporto fazer queixinhas? O futebol profissional é uma indústria que tem a obrigação de contribuir para a sua própria transparência. Continuo na minha, se o Benfica quiser fazer pressão no sentido de melhorar o futebol, deve juntar-se a outros clubes e lutar para que existam meios audiovisuais ou até outros meios que ajudem a evitar erros como o segundo golo do Benfica este fim-de-semana que foi feito em situação irregular, como o jogo Porto – Boavista, em que o resultado foi escrito direito por linhas tortas, pois foi anulado um golo limpo ao Boavista e assinaldo um golo irregular, assim como o penalty não marcado contra o Sporting. O alvo de todos os clubes deve ser o maior organismo dentro do futebol, ou seja, a FIFA. Ao nível de arbitragens e alterações de regras de jogo, diria que a FIFA está ao nível de todos os nossos ministros e dirigentes. Além de serem coisas de putos, parece que a incompetência não é só nacional, estende-se a todos os cantos do globo.
PP
A Coligação

“A estabilidade está garantida no seio da coligação”, frase de Santana Lopes em declarações feitas à RTP, numa entrevista, em que era abordado o tema do momento, que é o futuro da coligação. Na mesma entrevista em que afirmou também que, “o que é normal acontecer é os partidos concorrerem sozinhos às eleições e depois decidirem se fazem ou não coligações”, ou seja, uma afirmação onde deixa bem claro o que pretende fazer quanto à coligação. Paulo Portas garantiu logo no dia seguinte à Visão Online que, o CDS/PP está preparado para concorrer sozinho ás eleições, assegurando que: “estamos obviamente preparados para esse cenário”, considerando ainda, “normais” as declarações de Santana Lopes, eu acrescento ele deve ter também achado que estas declarações foram oportunas e saudáveis para a coligação, especialmente depois do acordo que o PSD pretende fazer com o PCP, no que diz respeito à lei do aborto.
Resumindo, Pedro Santana Lopes afirmou, em meu entender que, a coligação vai acabar, quanto mais não seja, quando forem as eleições, dizendo que anunciará isto mesmo na Primavera de 2006 e Paulo Portas logo no dia seguinte dá a resposta na Visão, declarando que o seu partido está pronto para este cenário, ou seja, os “dois pombinhos”, já vão trocando mensagens pela comunicação social. Sim acho que toda a gente acredita que “a estabilidade está garantida no seio da coligação”, tal como acreditam que a crise já lá vai, ou no pai natal, na fada dos dentes, no bicho papão, etc....


António Manuel Pinto Silvério Guimarães
Volta ao Passado

Em 30 anos de Democracia. Muito aconteceu, existindo hoje um Portugal político substancialmente diferente. De um projecto de Constituição originária que propunha a transição para o Socialismo Democrático, temos hoje, um Estado de Direito Democrático em consonância com os valores da Europa livre e solidária. Os Partidos também mudaram. O PSD apesar dos revivalismos de Santana Lopes do PPD/PSD, nada tem a ver com o partido de Sá Carneiro; O PS liberal, de onda populista de Socrates, é bem diferente do PS de Soares carregado de ideologia e combatividade; o CDS de Freitas, passou da democracia-cristã para o radicalismo de direita populista e demagógica do PP de Portas.

Só mesmo o PCP continua igual, como se o tempo não tivesse passado. Apesar do desmembramento do mundo comunista, do esvaziamento das ideologias, da fuga de quadros, do afastamento dos jovens do partido, das purgas internas, do envelhecimento das estruturas, da perda de influencia na sociedade, o PCP continua imutável, fiel aos dogmas da dialéctica do Marxismo-Leninismo e do centralismo democrático. Hoje o PCP, apesar de conhecedor da mudança no mundo e consciente da necessidade imperiosa de mudança, se quiser sobreviver e lutar contra movimentos novos e atractivos como o Bloco de Esquerda, optou pelo suicido doloroso e lento.

A escolha de Jeronimo de Sousa, representa um aliar da realidade, um autismo de quem não quer ver, que prefere a tradição à modernidade, o passado ao futuro, a morte lenta fiel à história, do que à mudança.

Pena assim ser. Mas se essa a sua decisão, só me resta respeita-la e de desejar paz e descanso a sua Alma.
António Cipriano

segunda-feira, novembro 22, 2004

Percursos

Em determinados momentos da vida somos confrontados com bifurcações que apontam, para sentidos literalmente opostos. A escolha de um dos sentidos, ainda que no momento presente não tenhamos a consciência da importância da decisão, condiciona todo o nosso percurso.

Acontece porém, que muitos de nos, muitos quilómetros à frente, tomamos a consciência que afinal não era este o caminho certo, que devíamos sim, ter optado pelo outro percurso. Concluímos que os nossas ambições, os nossos sonhos não se coadunam com este percurso.
Ingenuamente pensamos que podemos voltar atrás, que podemos voltar à bifurcação e tomar o outro percurso. Mas esquecemo-nos que o tempo passou, que nos próprios mudamos, que a envolvente, as pessoas, as circunstancias são bem diferentes.
E se apesar das evidencias, teimosamente voltarmos à bifurcação e tomarmos o outro percurso, rapidamente descemos à terra. Tristemente descobrimos que os sonhos, as ambições estão agora desfocadas no tempo, fazendo já pouco sentido.

Mas tal não é motivo para derrotismo ou tristezas. Uma porta pode-se ter fechado, mas bem à nossa frente estão variadas janelas, com novos desafios e ambições. Devemos, sim, seguir em frente, e agarrar os desafios do agora.

António Cipriano

sábado, novembro 20, 2004

Neo-nazismo, Nacionalismo em Portugal

No passado dia 20 de Abril (data de nascimento de Adolf Hitler, o que não é, obviamente, uma mera coincidência), surgiu um fórum na Internet, auto-intitulado “Fórum Nacional”, alojado num servidor norte-americano. Trata-se de um fórum que mistura vários movimentos, vários sentimentos, com um determinado denomidador comum. Neste fórum, o nacionalismo português (referências nostálgicas a figuras históricas como D. Afonso Henriques e Viriato, para além da exaltação da memória nacional e de um dado elogio do “orgulhosamente sós”) mistura-se com o fascismo e o neo-nazismo (referência a pseudo-teorias raciais, a membros e “feitos” do Terceiro Reich, etc), sendo o resultado final um “melting pot” explosivo.
Este fórum (e todo o movimento que lhe dá substância) tornou-se mais conhecido a partir do momento em que foi organizado um concerto algures na zona de Loures, com presença de quatro bandas de índole neo-nazi. As autoridades asseguram que estão atentas a todas estas movimentações. De qualquer forma, há cerca de três semanas a revista Visão publicou uma reportagem sobre este fórum, sendo que o telejornal da Sic deu destaque a esta mesma situação, numa sua edição de Sábado, há 15 dias atrás. Não querendo colocar em causa o mérito jornalístico de tais reportagens (necessárias, a meu ver), a verdade é que os responsáveis por este fórum agradecem a publicidade gratuita: o número de participantes aumentou e contabilizam-se já mais de 1600 utilizadores registados.
As ligações ao mundo do futebol são evidentes, mas existe também um espaço político (o apoio ao PNR) e até intelectual associado. Como entretanto se veio a desenvolver uma suspeita moda de criticar o sistema democrático português por não ser, supostamente, suficientemente flexível para incluir este tipo de movimentos, importa recordar uma passagem do Artigo 46º da Constituição Portuguesa, referente à Liberdade de Associação: “Não são consentidas associações armadas nem de tipo militar, militarizadas ou paramilitares, nem organizações racistas ou que perfilhem a ideologia fascista”.
João Pedro
A Exportação da Nossa Politiquice


Eu sempre achei que o deputado europeu António Costa era um indivíduo que politicamente não merecia respeito nenhum. Foi um péssimo deputado, com intervenções infelizes, terá sido muito provavelmente o pior ministro da justiça de sempre em Portugal e para concluir foi um dos intervenientes, com Ferro Rodrigues, daquela famosa conversa telefónica em que antigo secretário geral do Partido Socialista tece uma curiosa opinião sobre o segredo de justiça. Mas quarta-feira (dia 17) conseguiu voltar a demonstrar que é um asno político, quando levou para o Parlamento Europeu a oposição que fazia enquanto oposição ao governo de José Manuel Barroso. Afirmando que este tinha perdido as condições para continuar como presidente da Comissão Europeia e que a sua comissão estava comprometida devido à anterior reprovação. Pessoas do calibre de António Costa são o melhor exemplo da fraca qualidade dos nossos políticos, porque se nem no estrangeiro se unem para o melhor de Portugal, se até longe fazem politiquice nojenta preocupando-se apenas com questões partidárias, se não pessoais, funcionando no Parlamento Europeu como na Assembleia da Republica Portuguesa, com lutinhas ridículas que apenas nos levam cada vez mais para a cauda da Europa.
Assim já vi o suficiente de António Costa no Parlamento Europeu, para perceber que ele vai continuar igual a si próprio e que Portugal não sairá a ganhar nada com a sua presença, antes pelo contrário.


António Manuel Pinto Silvério Guimarães
FAP

Hermínio Loureiro suspendeu o estatuto de utilidade pública à Federação Portuguesa de Andebol e, quanto a mim esteve mal. Para quem não sabe, o estatuto de utilidade Pública Desportiva está definido na Lei de Bases do Sistema Desportivo como “o instrumento por que é atribuída a uma federação desportiva a competência para o exercício, dentro do respectivo âmbito, de poderes regulamentares, disciplinares e outros de natureza pública”. A suspensão deste estatuto refere-se então ao período em que a Federação de Andebol de Portugal vai deixar de receber as receitas governamentais, no entanto, assim que levantarem a suspensão do Estatuto de Utilidade Pública Desportiva, receberá todas as verbas a que tinha direito durante a suspensão, ou seja, corre-se o risco de no futuro Luís Santos continuar a ser presidente da FAP e continuar a fazer os tiros no pé que tem feito ao longo dos últimos anos. Para mim, Hermínio Loureiro, face aos anos de arrasto do Andebol português deveria tomar a decisão de cancelar a UPD, assim quando fosse dada novamente, não teria direito a verbas em atraso e isso sim seria um bom sinal para obrigar a mudanças. A suspensão, em comparação, não passa de um até já. É um convite a uma resolução frágil para rapidamente terem acesso a dinheiro público, voltando em breve o mesmo problema, que recordo já dura e continua a ter contornos cada vez mais complexos, desde há alguns anos.
PP
Estudo sobre a qualidade de vida

Esta semana foi dado a conhecer o resultado de um estudo realizado em 111 países e que deu o décimo nono posto a Portugal, sendo o país com melhor qualidade de vida a Irlanda e em segundo lugar a Noruega. Um estudo em que coloca Portugal tão bem que credibilidade pode ter? De certeza que o erro-padrão de estimativa deve ser muito mais elevado do que os 5% permitidos para dar credibilidade ao estudo.

PP

sexta-feira, novembro 19, 2004

Propinas

Mais uma vez por todo o país assistimos a uma sucessão de manifestações estudantis anti-propinas. Vejamos rapidamente o perfil de alguns dos contestatários:

João Albuquerque – 28 anos, 4º ano de Direito, filho de professores do ensino secundário. Não quer pagar propinas, pois necessita desse dinheiro para pagar as propinas da Discoteca Lux

Isabel Sores – 21 anos, 2º ano de Comunicação Social, filha de médicos – “Propinas, que horror – Nunca.” “Como ficavam os meus vestidos Channel?”

Pedro Coelho – 22 anos, 3º ano Sociologia, activista do Bloco de Esquerda. “O Estado tem a obrigação de pagar o ensino, de me dar um emprego, de me dar uma casa, de me arranjar um carro, de me pagar as ferias nas antigas estâncias da STASI, de financiar a minha união de facto, ...................”

Patrícia Tavares – 19 anos, 1º ano de Economia. É contra as propinas apesar de não saber bem porque. O importante é a diversão, as amizades, os copos ,os gajos que se conhecem nas Manif, e as reuniões na docas com bar aberto.


Álvaro Silva – 20 anos, Gostava de Pagar Propinas, Filho de uma empregada têxtil com vencimento de 450 Euros e de um desempregado. Álvaro não vi atribuído um bolsa de estudo pela câmara municipal, pois esta foi destinada a Manuel Bernardo, filho de advogados de sucesso que declaram 350 Euros mensais. Álvaro ingressou no curso IBM (Introdução ao Balde de Massa) o com o objectivo de poder juntar uns trocos para no futuro ingressar em Informática de Gestão. Observa com tristeza a Manifestação
António Cipriano

quarta-feira, novembro 17, 2004

A Regra de Quatro

A partir de hoje, sempre que acabar de ler um livro vou deixar um post a comentá-lo. Vou então fazer um pequeno post sobre o livro que acabei ontem: A Regra de Quatro. O livro fala de quatro amigos, estudantes de Princeton, que tentam ajudar um dos membros do grupo a acabar a sua tese de licenciatura, sobre um livro renascentista, escrito em diversas línguas, um romance que fala de tudo um pouco desde a arquitectura à zoologia, tendo um autor desconhecido – a Hypnerotomachia Poliphili. Até aqui tem todos os ingredientes para um bom romance, bem ao estilo do Código Da Vinci. Puro engano. O livro, segundo os autores Ian Caldwell e Dustin Thomanson demorou seis anos a escrever. Para demorar todo esse tempo, o resultado final deveria ter sido muito melhor. Não sendo mau de ler, está longe de ser uma obra-prima.

PP
O Congresso do PPD/PSD

Balanço do congresso do PPD/PSD neste último fim-de-semana, uma data de conversa de conveniência, o que é normal nestas situações, momentos de exaltação, muito comum no ambiente normal nestas ocasiões, alguns (poucos) ataques à oposição, mas o que seria de um congresso de um partido sem este cliché que mesmo tendo sido menos do que o normal não deixaram de existir e como resultado final, um dia depois do congresso o fim anunciado da coligação entre o PSD e o PP.
Quando se pôs a possibilidade de Santana Lopes ser “nomeado” para o cargo de Primeiro Ministro, eu disse que a coligação muito provavelmente estaria a prazo, em especial, devido ao facto de Santana ter sido sempre contra a coligação, tendo sido sempre critico quanto à inclusão de Paulo Portas no Governo de José Manuel Barroso. Depois fiquei um pouco surpreendido por afinal a coligação com Santana como líder do maior partido ter sobrevivido, dando inclusivamente uma imagem de que estava para durar. Depois veio este congresso e afinal eu não estava enganado, a coligação ficou ferida de morte.
Paulo Portas ameaçou mesmo abandonar o governo este fim de semana e Pires de Lima afirma que é provável que devido ao congresso dos Sociais Democratas, o PP antecipe a realização do seu próprio congresso. Isto porque os Populares esperavam um apoio claro de Santana Lopes durante o congresso e o facto deste não ter feito nenhuma referencia à continuidade da coligação nas próximas eleições, fez os populares reflectirem sobre a referida coligação. Com tudo isto a desconfiança está instalada, (mesmo que andem depois aos beijinhos e abraços que não enganam ninguém), e agora só temos que esperar e ver como é que Santana vai “descalçar esta bota”. Será que a bem da estabilidade do governo, vai dizer que partirá para as próximas eleições coligado, pondo as bases do partido contra ele e sabendo que indo coligado o mais certo é perder as eleições, ou será que vai tentar esticar a corda para no fim recusar a coligação e provocar eleições antecipadas, embora me pareça que nesta altura e na forma como as coisas estão, a derrota nas eleições será inevitável.
Eu sempre pensei que o resultado deste congresso ia ser polémico, devido aos descontentes com a “nomeação” de Santana, e que não se cansaram de ameaçar veladamente expor a “golpe de estado” dentro do partido, personalidades como Marques Mendes e Marcelo Rebelo de Sousa, mas nenhum se pronunciou, talvez demonstrando falta de coragem, ou então que saber esperar é uma virtude. Mas Santana criou a polémica, não precisou de ninguém para criar uma crise, ele conseguiu criar uma que nesta altura já ninguém julgava possível.

António Manuel Pinto Silvério Guimarães

terça-feira, novembro 16, 2004

Golos não são coisas de ponta-de-lança

Pinilla fez um golo. Até aqui tudo normal, não fosse o facto de que o chileno não fazia um mísero golo há mais de 15 meses e nunca tinha marcado num relvado europeu! O jogador fez questão de dedicar o golo a muita gente: aos colegas, ao estádio, aos pais, tios, avós e restante família, à namorada, aos amigos, até abraçou o árbitro quando recebeu o cartão amarelo. Tanta alegria não é despropositada? Eu acho que não. Se demorou 15 meses a marcar este golo, ele não sabe quando conseguirá marcar o próximo. Afinal, marcar golos não é a especialidade de um ponta-de-lança...

PP
Comité Olímpico de Portugal

Poucos meses após o fim dos JO de Atenas, o COP apresentou o planeamento tendo em vista os JO de 2008 e 2012. Assim, com antecedência e profissionalismo é que se podem começar a exigir resultados no desporto de alto rendimento. Nestes próximos 8 anos, as Federações e os atletas já sabem com o que podem contar. Será que se poderá contar com eles?
PP
Congresso do PSD - Parte III

Sui generes no congresso do PSD foi a falta de criticas, de vaias, de apupos ao PS e ao seu secretário geral José Socrates. Num comportamento um quanto estranho, ou talvez não, os congressistas escolheram como alvo o parceiro de Casamento - o CDS/PP. Todas sabíamos que se trata de uma casamento de conveniências, que o noivo (PSD), não esconde a falta de amor pela noiva (CDS), procurando todas as oportunidades para planear um divorcio. Mas a noiva, apesar do seu comportamento submisso, começa a encaixar mal as insultos, mostrando as garras. Sei que o apego ao poder é muito, que o noivo que apesar da repugnância pela noiva é viciado em poder. Que a noiva quer a todo o custo manter o casamento, de modo a conseguir o maior numero de jóias e anéis.

Mas perante os ataques das famílias, da sociedade, dos media, durará este casamento?
António Cipriano

domingo, novembro 14, 2004

Conclave Laranja – Parte II

Os méritos a quem os merece. Santana Lopes numa jogada de mestre, conseguiu no congresso do PSD, reforçar a sua posição, mas mais importante do que isso, conseguiu que o partido, os media e a opinião publica se esquecessem das trapalhadas e dos problemas do País.
E tudo isto graças a uma argumento - Cavaco Silva.
Ainda à uns meses Cavaco, segundo palavras de Santana, era um candidato perdedor, que fracturava a coligação.
Hoje, Cavaco é o Cavaleiro Olímpico da Direita, capaz de alcançar o antes impossivel - "Um Governo uma Maioria, um Presidente".
São as voltas e voltas da Política
António Cipriano
Conclave Laranja - Parte I


O XXVI Congresso do PSD tem como Slogan: “Verdade”.
Mas então, Santana Lopes não costuma dizer a verdade, todos os dias? A verdade só aparece nos congressos?
António Cipriano

quinta-feira, novembro 11, 2004

Enfim a confirmação

Parece que desta vez, o sexto governante mais rico do Mundo faleceu mesmo. Não será de estranhar este anúncio da sua morte, quando os palestinianos já decidiram repartir por quatro dirigentes o Governo, neste futuro imediato pós-Arafat. Eu tenho a minha própria maneira de ver as coisas mas, possivelmente num futuro, Arafat será recordado como vencedor do Prémio Nobel da Paz de 1994, actos terroristas que terá cometido serão eternamente esquecidos. Longa vida aos terroristas! Com este texto, não quero ser mal interpretado. Não tenho nenhuma simpatia pelo povo palestiniano, como não tenho nada a favor do povo israelita. Toda a simpatia que o povo palestiniano poderia granjear, perde-a totalmente quando fazem os ataques suícidas e matam civis inocentes.
PP
My Prerogative

My Prerogative é o nome do novo álbum de Britney Spears, que contêm um tema homónimo. Realmente eu fiquei espantado. Com o álbum? Não, pois nem o ouvi, fiquei espantado de ver o clip desta música em que a menina repete my prerogative muitas vezes. Para quem pensava que ela mal tinha inteligência para falar conseguir dizer tal palavra a cantar é um espanto. É como imaginar João Soares a dizer palavras difíceis como otorrinolaringologista...
PP
Roque Santeiro

Com a actual euforia à volta de temas como os Templários, o Priorado de Sião, Leonardo Da Vinci e o culto de Maria Madalena, dei por mim a pensar numa novela com cerca de 20 anos e que parece estar cada vez mais actual: Roque Santeiro da autoria de Aguinaldo Silva. Um grande sucesso na altura, num país de costumes religiosos como o Brasil, quando a minha interpretação é de que é uma crítica muito bem contruída sobre o cristianismo. Não posso saber se tudo o que estou a escrever é o que o autor pretendeu fazer, apenas posso dar a minha interpretação. Na actualidade quando se fala em hipóteses como João Baptista ter sido o mestre de Jesus, sendo este um discípulo que criou o seu próprio movimento, rivalizando assim com o seu antigo mestre, acho engraçado a escolha de um santo degolado para o enredo. Roque Santeiro foi degolado como João Baptista e tal como este nunca se assumiu como o Messias. Seja como fôr, 20 anos depois, a novela não está desactualizada, pelo contrário, está mais actualizada que nunca com o século que ainda mal nasceu.

PP
Brasília e Rochemback

Num artigo de opinião de um diário desportivo, o autor acha que Brasília e Rochemback tiveram atitudes semelhantes para com os seus treinadores e a atitude de ambos os treinadores foram completamente opostas. O autor acha que Peseiro teve de engolir em seco, enquanto Carvalhal tratou logo de rescindir com Brasília, não se sujeitando a faltas de respeito. Primeiro que tudo, concordo que ambas as situações são semelhantes, existe claramente uma falha na formação desportiva e cívica de ambos os jogadores perante a autoridade maior na equipa, o que não posso concordar é que um treinador tenha engolido sapos, enquanto o outro não. As atitudes são semelhantes, a situação é de longe diferente. Brasília nunca se impôs na equipa e a rescisão pode ser vista como um alívio financeiro, já Rochemback é apenas o melhor jogador do Sporting e aquele que faz mexer com todo o futebol da equipa. Será que as atitudes dos treinadores não seriam inversas tivessem eles na situação inversa? O ter estômago ou não é uma questão de oportunidade da situação, rescindir com Rochemback era inflamar toda uma legião de adeptos leoninos, Carvalhal não tem esse problema perante os velhos do Restelo.
PP
Joseph Blatter


Serve este senhor para eu escrever um post sobre as minhas ideias acerca do futebol hoje em dia. Primeiro ponto não gosto da figura dele. Não o vejo como alguém capaz de liderar os destinos de um organismo como a FIFA. Aponto alguns aspectos: os comentários infelizes que este homem fez sobre as eliminações escandalosas da Itália e da Espanha no Mundial da Coreia/Japão, quando se verificou as piores arbitragens que algum Mundial de Futebol jamais deve ter visto. Um outro caso que deveria ter levado este senhor à demissão e não levou foi a falência da empresa que geria o Campeonato do Mundo de Clubes, levando ao seu adiamento. Este facto em si, pode parecer exagerado um pedido de demissão, no entanto, se tivermos em conta que é uma descrebilização da própria FIFA, até então vista como a entidade suprema do futebol, é arriscado continuar depois desta ocorrência. Mas, como dizem os antigos, isso são águas passadas que já não movem moinhos, não que hoje em dia ainda existam muitos moinhos por aí para se moverem. Este post prende-se com a notícia de um diário desportivo, em que Blatter quer mudar o actual modelo de qualificação sul-americano, tendo em vista a calendarização internacional unificada. Para mim, a calendarização é apena um sub-problema do problema geral do futebol, que é, o seu primitivismo. O futebol neste momento apresenta-se como um dos desportos mais primitivos, senão o mais primitivo, pois quem gere os destinos não percebe que tudo evoluí, recusando assim a ordem natural das coisas. Enquanto outros desportos tenham melhorar ao máximo as suspeições sobre os seus resultados, procurando diminuir o erro humano, relutantemente o futebol não quer ouvir ideias sobre a maneira de acabar com polémicas de foras de jogo mal assinalados, golos mal invalidados, entre outras questões, com o argumento (estúpido, ou não viesse ele deste senhor suiço) de que é essas discussões que geram as paixões do futebol. Quanto a mim, o futebol precisa de se modernizar como todas as outras modalidades que vemos alterarem as suas leis, de forma a corresponder às expectativas dos vários interessados (jogadores, treinadores, dirigentes e o que assume cada vez mais relevância, os patrocinadores). Pode-se argumentar, e com razão que o Voleibol, por exemplo, alterou o seu sistema de pontuação para se enquadrar com as transmissões televisivas, o que é certo mas, (e como tudo, existem sempre mas) estas mudanças podem ser benéficas para um maior interesse das pessoas num desporto que não move multidões como o futebol. E se, o futebol, por não se actualizar com os tempos, começar a decair? O que acontecerá? É fácil de ver, pois em Portugal desde à alguns anos que os estádios estão vazios e de algumas, poucas, épocas para cá os clubes europeus começam a estar em crise. Não será altura de ter um presidente da FIFA que reveja as questões verdadeiramente importantes, antes que matem a sua própria galinha dos ovos de ouro? Questões essenciais: Para quando mais árbitros no rectângulo de jogo? O basquetebol, o andebol, o hóquei em patins têm mais árbitros que o futebol em campos mais pequenos. Para quando, a bem do espectáculo e de quem paga bilhete, a hipótese de existir um “banco” rotativo em que os jogadores podem entrar sem limite de substituições, como o exemplo do basquetebol, do andebol, do futsal, etc. Além da previsível melhoria dos jogos, iria diminuir as injustiças que acontecem no terreno de jogo. Imaginemos que uma equipa fez as 3 substituições e estava a ganhar a 20 minutos do fim, de repente, um atleta dessa equipa é gravemente lesionado num lance com o adversário. Esse adversário leva o cartão amarelo, mas o atleta lesionado tem de sair de maca. A sua equipa de repente vê-se limitada e acaba por perder o jogo, devido a uma regra que claramente beneficia o infractor. Quando se vão utilizar os meios audiovisuais para acabar com a suspeição como é o caso do futebol americano que têm câmaras colocadas estrategicamente e que em caso de dúvida podem ser utilizados pelo árbitro? Última sugestão: Para evitar o anti-jogo diminuir o tempo de jogo de uma partida de 45 minutos para 30 minutos, mas 30 minutos em que se pare o cronómetro a todas as paragens do jogo.

PP

quarta-feira, novembro 10, 2004

Noticia de Ultima Hora !!!!!

Arafat Morreu !!!!!!!!! Ondas de Choque invadem o mundo !!!!!

Não, afinal foi falso alarme !!!! Segundo a mulher de Arafat, Yasser Arafat já corre nos corredores do hospital!!

Bem a sucessão de noticias, de comunicados das agências noticiosas é imensa. France Press Noticia que Arafat após o seu joging pelos corredores do Hospital, voltou ao estado de coma. Lembramos que na Palestina está uma equipa de coveiros, 24 Horas em Alerta Máximo, caso seja necessário a sua intervenção.

Aguardamos novos desenvolvimentos
António Cipriano

terça-feira, novembro 09, 2004

Yasser Arafat

Podemos não concordar com os seus métodos, com algumas das suas posições, como o fechar dos olhos à corrupção existente na Autoridade Palestiniana, com o aprovamento tácito dos atentados suicidas, mas não é possível lhe tirar o mérito, de ter lutado uma vida inteira, por uma causa justa, de uma ideal de liberdade e autodeterminação.

Hoje, apesar das conquistas, a Palestina continua a ser um território de sofrimento, de dor, de injustiça, de opressão sistemática, de desrespeito por um povo e uma cultura. Yasser Arafat, apesar de pecador é símbolo da esperança por uma Palestina livre, independente e feliz, em que o futuro dos seus filhos, não seja as ruas de casas destruídas pelos israelitas.
António Cipriano

sábado, novembro 06, 2004

Silêncios

Apesar da efervescência da vida moderna, da multiplicidade de contactos diários com pessoas de diversas classes, religiões e raças, os silêncios societários estão cada vez mais presentes. Enclausurados em jaulas de carreiras, relações frágeis e cinzentas, o monstro da angustia da solidão vai crescendo. Quantas vezes nos deparamos com salas cheias de gente, mas vazias de sentimentos, meros palcos para os individualismos modernos. Muitos, não aguentando a competitividade da vitória a qualquer preço, ou não entendendo as novas realidades, vão progressivamente sendo afastados, ostracisados para as margens da sociedade. Como preço para a falta de solidariedade, a própria sociedade paga com comportamentos deviantes, tais como toxicodepência e marginalidade.
Mas mesmo os mais “normais” também sofrem. Sofrem de uma angustia, de uma pressa em viver, sem saber porque, nem para quê.
Enfim, é o preço para a suposta felicidade, do materialismo das sociedades modernas.

António Cipriano

sexta-feira, novembro 05, 2004

Ó Trappatoni vai pró...


Em três jogos europeus, duas derrotas por 3-0, com clubes perfeitamente ao alcance do Benfica. Principal culpado na minha opinião, o treinador italinao do Benfica, de quem nunca apreciei a sua contratação, quer pela idade, o que o torna obsoleto, como o facto de ser italiano e, penso eu, treinadores italianos que não sejam o Fabio Capello só servem para consumo interno transalpino. O futebol italiano é possivelmente aquele que menos evoluiu no panorama europeu, o sistema anti-futebol de Herrera mantêm-se passadas tantas décadas e é o futebol menos espectacular e mais de contenção que existe.
Neste caso, não é apenas a forma de ver o futebol quem me leva a estar em desacordo, é também os jogadores e substituições que ele faz noutros jogos e que fez neste jogo com o Estugarda. Quando Ricardo Rocha teve que sair lesionado, meteu em jogo o Argel e foi o que se viu, culpas no segundo golo. Isto quando possuía dentro do onze titular jogadores que preencheriam a vaga de Ricardo Rocha. No meu entender, quando este se lesionou a opção correcta era colocar Karadas em campo, afinal estavamos a perder e Amoreirinha é central de raíz, colocava-o no centro da defesa com Luisão, recuava João Pereira para lateral-direito, Geovanni para médio-direito e recusava Nuno Gomes e poupava uma substituição ao entrar Karadas a seguir...
O que faz Paulo Almeida a titular e a jogar os noventa minutos, quando é mais lento que o Fidel Castro com um joelho partido em oito sítios? Quando entrou Bruno Aguiar, este fez mais em 30 segundos do que o dito em 90!!!
Espero que LFV reflicta e chegue à conclusão que esta época com Trappatoni à frente do Benfica e apesar de um sub-Porto, o Benfica não vencerá nada. E a solução pode ser tão fácil. Tem lá Álvaro Magalhães esse sim um benfiquista ferrenho que vibra como ninguém naquele banco de suplentes. Vejam o seu descarregar de emoções quando saltou do banco no empate com o Gil Vicente, perante a passividade de Trap, para quem o vencer, empatar ou perder é a mesma coisa, pois o Benfica contribuí-lhe com uma reforma dourada.

PP
Yasser Arafat


Depois de mais de vinte declarações de óbito, não há a certeza absoluta sobre a morte ou não de Yasser Arafat. Parece que os médicos se recusam a aceitar as evidências. Parece que existe interesse em manter o único palestiniano vivo que conheceu figuras bíblicas ímpares como Adão, Abraão, Moisés, João Baptista e Jesus Cristo. A razão prende-se com a teimosia dos médicos quererem saber se o Código Da Vinci é verdadeiro e se os Merovíngios são descendentes de Cristo ou não. Essa informação é importante para França, pois a ser um facto verídico, existe matéria de facto para eles serem chauvinistas.
PP

quinta-feira, novembro 04, 2004

Volte-face


Quem tem tudo para sorrir com a reeleição de George W. Bush é Michael Moore. À primeira vista, o realizador mais anti-Bush queria que Kerry ganhasse as eleiões mas, num volte-face, veio dar a sua (grande) cara por Bush. Moore justificou-se dizendo: “Falei com o meu contabilista e ele garantiu-me que se Bush vencesse as eleições, eu teria mais quatro anos para fazer documentários extremamente parciais e facciosos, o que me acabou por convencer a votar Bush...” Para já, fica a promessa de que está a trabalhar na sequela de Fahrenheit 9/11, que terá o título Fahrenheit 11/2.

PP
A noite longa em que o mundo susteve a respiração


Se há eleição num país cujo interesse extravasa em muito as fronteiras desse mesmo país, essa eleição foi esta presidencial nos Estados Unidos. Renhida nas sondagens, as primeiras urnas até davam sinais positivos para os democratas: alguns estados que são autênticos feudos para os republicanos, como North Carolina, davam sinais de votações renhidas e outros, como New Jersey, em que os republicanos queriam causar surpresa, confirmavam-se solidamente democratas. À medida que as horas foram passando, os estados azuis confirmaram-se azuis e os vermelhos confirmaram-se vermelhos. Perante uma profunda divisão na américa (veja-se o mapa azul e vermelho, que os jornalistas tanto apreciam), os democratas mostram uma confrangedora dificuldade em penetrar nos estados rurais dos EUA e também nas zonas rurais do estados mais urbanos.
Com Pennsylvania a cair para os democratas e a Flórida para os republicanos (o voto latino foi amigo de Bush, o que não deixa de ser algo surpreendente), todos os olhos se viraram para Ohio. De qualquer forma, era o já previsível "battleground state" por excelência para 2004. Quando, já pela madrugada em Portugal, se tornou claro que Ohio ia ficar a vermelho, as chances de Kerry esfumaram-se. A votação em Cleveland não conseguia compensar as perdas nas zonas rurais, uma amostra do resto do país.
Lições de democracia dos EUA para o resto do mundo: se há filas grandes para votar então vamos extender o período de votação nessa cidade (e não no estado todo), Pittsburgh neste caso, por mais uma hora; para entreter as pessoas que estão nessa fila (leia-se: para elas não fugirem) as estruturas locais dos dois partidos vão comprar pizzas e coca-cola e distribuem gratuitamente; anulam-se 30 mil votos na Flórida e reinicia-se o processo, por problemas com as máquinas (e pensar que tiveram 4 anos para resolver o problema); decidem, no próprio dia, se os votos no Colorado são distribuídos proporcionalmente ou nem por isso. Apenas uma amostra das pérolas democráticas que se passaram...
O resultado, afinal, é pior que o de Gore (ganhar New Hampshire, mas perder Iowa e New Mexico), até porque Gore ganhou o voto popular. Sim, se há coisa em relação à qual o Dubya pode respirar de alívio é por ter ganho o voto popular de forma convincente, o que lhe dá uma renovada legitimidade política.
Se a vitória de Barack Obama para o Senado, em Illinois e com 70% dos votos, foi o grande ponto positivo para os democratas, uma outra situação negra se passou, pouco referida fora dos EUA... o líder da minoria (a bancada do partido democrata) no senado, Tom Daschle, perdeu o seu lugar, na eleição em South Dakota. Isso já não acontecia, a qualquer dos partidos, desde 1952. Para aquele que detinha, até ontem, o título não-oficial de "homem mais poderoso e influente dentro do partido democrata", esta derrota humilhante torna-o politicamente moribundo, já para não dizer "desempregado", deixa a bancada democrata inesperadamente orfã e arreda um dos possíveis candidatos democratas para 2008. Este não foi um caso isolado, mas foi certamente o mais preocupante para os democratas.
George W. Bush? Já o conhecemos e aqui estaremos para ver o segundo mandato. Em relação a Kerry, que agora vai sair dos holofotes, não deixa de ser engraçado que hoje, no discurso de concessão, se tenha emocionado. Os seus maiores críticos apontaram-lhe uma falta de humanismo, bem como o facto de assumir uma pose demasiado formal em determinadas situações. Hoje emocionou-se ao rever os dias de campanha, o staff que trabalhou de forma incessante, os apoiantes pelo país todo, as horas de árduo esforço. Nunca conseguiu apagar a imagem de "liberal do Massachussetts", de "flip-flopper", mas agora também já sabemos que não irá haver investigação em termos das células estaminais, que a política externa dos eua vai continuar a ser o que tem sido, que a economia americana vai continuar a ser gerida de forma casuística, e de que vão continuar a ser neo-conservadores como Wolfowitz a ditar o dia-a-dia do povo americano. Oportunidade perdida? Daqui a 4 anos far-se-á o balanço.
João Pedro

quarta-feira, novembro 03, 2004

Dia negro

Pois é. Quando se pensava que o povo americano era burro, inculto, perdão, inculto não, pois possuí a cultura dos hamburgeres, e que não poderia haver maneira de mudar isso, nas eleições de hoje eles provaram... que realmente são ainda mais burros e incultos do que se pensava. Quem no seu perfeito juízo vota Bush? Como é possível votar naquele ser triste? Bom, pelos votos, diremos até que está bem a reeleição, afinal o que é George W. Bush senão o espelho do americano médio? Se Bush venceu estas eleições quem me garante que qualquer dia não vemos um chimpanzé a governar a Casa Branca? Bem... Altero o que disse, quem me garante que um orangotango não se torna presidente dos USA, porque Bush até tem umas certas parecenças com os chimpanzés, sem querer ofender esta espécie digna.
PP
A Vitoria de Bush

E não é que Bush ganhou mesmo e com a maioria dos votos dos americanos!!! Penso que isto demonstra que os Americanos não são inteligentes como alguns ainda pensavam e que preferem ter um presidente armado em Cow-boy, cujo pensamento assenta num misto de cristianismo ultra-religioso, (algo parecido com as cruzadas europeias da idade media), com um espirito de espaço vital (muito parecido com o espirito do III Reich, mas com um braço muito mais longo). Penso que os Norte Americanos vêem demais os seus próprios filmes e já confundem a ficção com a realidade, porque eleger um presidente com tantas incapacidades e ainda por cima pela segunda vez é demasiado Hollywoodesco para ser real. Apenas Osama Bin-Laden pode estar contente com esta eleição, porque sabe que pode dormir durante mais quatro anos descansado!


António Manuel P.S. Guimarães

domingo, outubro 31, 2004

45 anos de Asterix

Na passada sexta feira comemorou-se os 45 anos da criação da Banda Desenhada Asterix pelos Belgas Urdezo e Goscinny.
Asterix e Obelix, ao longo das suas aventura desventuras, num registo simples, cómico veiculam um conjunto de valores sociais, fundamentais para a construção da identidade de qualquer jovem. Os Valores da amizade, da autodeterminação cultural, da importância da solidariedade, da necessidade da luta contra os poderosos, da importância da união em volta de causas comuns, estão sempre presentes. Por tudo isto, Asterix, Obelix, e todos os outros irredutíveis gauleses fazem parte do meu imaginário.

A verdade é que Asterix e Obelix estão cada vez mais actuais. Num mundo cada vez mais homogéneo, cheio de injustiças, de ausência de valores morais, de ignorância cultural, de atropelo dos direitos fundamentais, faz cada vez mais sentido, existirem pequenas aldeias de irredutíveis cidadãos que lutem contra este estado de coisas. Que com a “Porção Magica” da cultura e do solidariedade individual, dêem um pouco de esperança, e combatam o imobilismo, e o individualismo extremo das sociedades ocidentais.

António Cipriano

sábado, outubro 30, 2004

Alien Vs Predator


Qual o realizador mais anti-Bush da actualidade? Se responderam Michael Moore, até têm uma certa razão. Mas existe outro realizador que vai mais longe e detesta as próprias eleições americanas, esse realizador é Paul W. S. Anderson, realizador do filme Alien Vs Predator. Ele bem tenta esconder subtilmente, mas sinceramente, quem não vê as semelhanças físicas entre Alien e Bush e entre Predator e Kerry? Tal como os Alien esperam as raças incautas para as matarem, Bush esperou usar o seu pai para atingir um cargo importante, já os Predator vão à guerra, assim como Kerry, que é veterano do Vietname. Nem é preciso ver o filme para ver as evidências, pois a frase do cartaz a anunciar o filme é já deveras revelador: Qualquer um que ganhe... Nós perdemos.
PP
Jonh Kerry

Não escondo que não tenho uma opinião muito formada sobre Kerry. No fundo sou acima de tudo, Anti-Bush.
Nos 2 dos 3 debates que tive oportunidade de ver, Kerry demonstrou para além de um elevado conhecimento dos diferentes temas, um discurso com principio meio e fim, assente em ideias correctas para a América e para o Mundo. No entanto, Kerry tem uma postura demasiado seria, pouco sorridente, pouco popular, talvez até mesmo elitista.
Ao contrario, de Bush autentico “Macaco Adriano”, Kerry é mais sisudo, mais intelectual, o que num mundo de populismo é um handicap.
O importante é a mensagem, e ai Kerry ganha em consistência, competência e credibilidade. Só me resta esperar que 2 de Novembro seja o dia de Kerry, e como tal, o fim das trevas

António Cipriano

sexta-feira, outubro 29, 2004

Caldas Sport Clube


O Caldas Sport Clube, clube de Futebol da nossa cidade encontra-se a passar uma grave crise desportiva. Principal culpado, sobre o meu prisma, um antigo jogador do clube e actual presidente da Junta de Freguesia de Nossa Senhora do Pópulo, pois pôs lá uma empresária da região que cometeu demasiados erros, próprios de quem está envolvida em algo de que não percebe. Indico esse senhor como o principal culpado e não os sócios por o ter eleito por uma simples razão, essa assembleia do clube se não foi a mais concorrida de sempre, foi segurante uma das maiores, pois os sócios encheram o Pavilhão da Mata. Muitos deles tinham-se tornado sócios poucos dias antes, apenas para contribuirem para a vitória, não sendo vistos depois dessa assembleia quer nas mesmas, quer nos jogos do Caldas. Por falta de pessoas que pegassem no clube, este está actualmente a ser gerido por uma Comissão de Gestão, o que deixa o clube sem rumo, não por incompetências das pessoas que formam a Comissão e do qual não tenho nada contra mas, pelo facto de não sendo direcção do clube as preocupações é para o quotidiano do clube, projectos futuros não existem pois uma Comissão de Gestão não me parece que tenha legitimidade para decidir o futuro de um clube como o tem uma direcção.
No entanto, não era sobre isto que eu queria escrever. Para mim, o cerne da questão é o facto de o Caldas ocupar o último lugar da 2ª Divisão B – Zona Centro, depois da razia quase total do plantel do ano passado. Esta Comissão juntou um grupo de jovens jogadores da região, uma grande maioria de ex-juniores e quatro atletas do ano passado. Não vou acusar esta Comissão de nada, em quatro dias reuniu o plantel possível ou talvez não, não sei. O que sei é que esta fase do Caldas é muito importante. Todos os anos, os pais dos jogadores juniores acham que os seus filhos tinham lugar nos seniores. A maioria pensa que têm craques como filhos, pois estes jogadores foram campeões distritais de juniores. Este último lugar mostra o quanto os pais estão errados. Olham os filhos de forma emotiva e não racional. Não vêem que jogadores ex-juniores do Benfica e Sporting muitos deles campeões nacionais de juniores não evitaram a descida das equipas B à 3ª Divisão e acham o seus filhos bons o suficiente para manterem uma equipa na 2ª Divisão B. Sinceramente não percebo a emotividade irracional destes pais que não percebem que só existem 36 equipas profissionais, com planteis limitados a cerca de 25/26 atletas. Estas equipas é que têm de apresentar garantias bancárias que possam ser accionadas caso não paguei os salários e que mesmo assim a maior parte esta em dívida para os seus atletas. É para ter salários em atraso, instabilidade na vida que os pais querem para os filhos? Estamos numa má fase económica, muito desemprego, excesso de pessoal qualificado para uma área e escassez noutra, etc., tudo certo, mas o futebol, neste momento, é futuro para muitos poucos. O que deveriam-se preocupar sim, era com a continuação destes jovens na escola, enquanto jogam pelo seu clube, recebendo o ordenado quase simbólico, pois todo o futebol está assim. Ainda hoje nos jornais desportivos referem-se ao passivo de 420 milhões de euros do Sporting, não faço ideia de qual será o passivo de Benfica e Porto, mas devem andar lá por perto. Infelizmente nestas coisas, o que eu não percebo é como SAD’s de clubes pequenos, com poucos sócios e poucas receitas apresentam balanços positivos.
PP