domingo, outubro 31, 2004

45 anos de Asterix

Na passada sexta feira comemorou-se os 45 anos da criação da Banda Desenhada Asterix pelos Belgas Urdezo e Goscinny.
Asterix e Obelix, ao longo das suas aventura desventuras, num registo simples, cómico veiculam um conjunto de valores sociais, fundamentais para a construção da identidade de qualquer jovem. Os Valores da amizade, da autodeterminação cultural, da importância da solidariedade, da necessidade da luta contra os poderosos, da importância da união em volta de causas comuns, estão sempre presentes. Por tudo isto, Asterix, Obelix, e todos os outros irredutíveis gauleses fazem parte do meu imaginário.

A verdade é que Asterix e Obelix estão cada vez mais actuais. Num mundo cada vez mais homogéneo, cheio de injustiças, de ausência de valores morais, de ignorância cultural, de atropelo dos direitos fundamentais, faz cada vez mais sentido, existirem pequenas aldeias de irredutíveis cidadãos que lutem contra este estado de coisas. Que com a “Porção Magica” da cultura e do solidariedade individual, dêem um pouco de esperança, e combatam o imobilismo, e o individualismo extremo das sociedades ocidentais.

António Cipriano

sábado, outubro 30, 2004

Alien Vs Predator


Qual o realizador mais anti-Bush da actualidade? Se responderam Michael Moore, até têm uma certa razão. Mas existe outro realizador que vai mais longe e detesta as próprias eleições americanas, esse realizador é Paul W. S. Anderson, realizador do filme Alien Vs Predator. Ele bem tenta esconder subtilmente, mas sinceramente, quem não vê as semelhanças físicas entre Alien e Bush e entre Predator e Kerry? Tal como os Alien esperam as raças incautas para as matarem, Bush esperou usar o seu pai para atingir um cargo importante, já os Predator vão à guerra, assim como Kerry, que é veterano do Vietname. Nem é preciso ver o filme para ver as evidências, pois a frase do cartaz a anunciar o filme é já deveras revelador: Qualquer um que ganhe... Nós perdemos.
PP
Jonh Kerry

Não escondo que não tenho uma opinião muito formada sobre Kerry. No fundo sou acima de tudo, Anti-Bush.
Nos 2 dos 3 debates que tive oportunidade de ver, Kerry demonstrou para além de um elevado conhecimento dos diferentes temas, um discurso com principio meio e fim, assente em ideias correctas para a América e para o Mundo. No entanto, Kerry tem uma postura demasiado seria, pouco sorridente, pouco popular, talvez até mesmo elitista.
Ao contrario, de Bush autentico “Macaco Adriano”, Kerry é mais sisudo, mais intelectual, o que num mundo de populismo é um handicap.
O importante é a mensagem, e ai Kerry ganha em consistência, competência e credibilidade. Só me resta esperar que 2 de Novembro seja o dia de Kerry, e como tal, o fim das trevas

António Cipriano

sexta-feira, outubro 29, 2004

Caldas Sport Clube


O Caldas Sport Clube, clube de Futebol da nossa cidade encontra-se a passar uma grave crise desportiva. Principal culpado, sobre o meu prisma, um antigo jogador do clube e actual presidente da Junta de Freguesia de Nossa Senhora do Pópulo, pois pôs lá uma empresária da região que cometeu demasiados erros, próprios de quem está envolvida em algo de que não percebe. Indico esse senhor como o principal culpado e não os sócios por o ter eleito por uma simples razão, essa assembleia do clube se não foi a mais concorrida de sempre, foi segurante uma das maiores, pois os sócios encheram o Pavilhão da Mata. Muitos deles tinham-se tornado sócios poucos dias antes, apenas para contribuirem para a vitória, não sendo vistos depois dessa assembleia quer nas mesmas, quer nos jogos do Caldas. Por falta de pessoas que pegassem no clube, este está actualmente a ser gerido por uma Comissão de Gestão, o que deixa o clube sem rumo, não por incompetências das pessoas que formam a Comissão e do qual não tenho nada contra mas, pelo facto de não sendo direcção do clube as preocupações é para o quotidiano do clube, projectos futuros não existem pois uma Comissão de Gestão não me parece que tenha legitimidade para decidir o futuro de um clube como o tem uma direcção.
No entanto, não era sobre isto que eu queria escrever. Para mim, o cerne da questão é o facto de o Caldas ocupar o último lugar da 2ª Divisão B – Zona Centro, depois da razia quase total do plantel do ano passado. Esta Comissão juntou um grupo de jovens jogadores da região, uma grande maioria de ex-juniores e quatro atletas do ano passado. Não vou acusar esta Comissão de nada, em quatro dias reuniu o plantel possível ou talvez não, não sei. O que sei é que esta fase do Caldas é muito importante. Todos os anos, os pais dos jogadores juniores acham que os seus filhos tinham lugar nos seniores. A maioria pensa que têm craques como filhos, pois estes jogadores foram campeões distritais de juniores. Este último lugar mostra o quanto os pais estão errados. Olham os filhos de forma emotiva e não racional. Não vêem que jogadores ex-juniores do Benfica e Sporting muitos deles campeões nacionais de juniores não evitaram a descida das equipas B à 3ª Divisão e acham o seus filhos bons o suficiente para manterem uma equipa na 2ª Divisão B. Sinceramente não percebo a emotividade irracional destes pais que não percebem que só existem 36 equipas profissionais, com planteis limitados a cerca de 25/26 atletas. Estas equipas é que têm de apresentar garantias bancárias que possam ser accionadas caso não paguei os salários e que mesmo assim a maior parte esta em dívida para os seus atletas. É para ter salários em atraso, instabilidade na vida que os pais querem para os filhos? Estamos numa má fase económica, muito desemprego, excesso de pessoal qualificado para uma área e escassez noutra, etc., tudo certo, mas o futebol, neste momento, é futuro para muitos poucos. O que deveriam-se preocupar sim, era com a continuação destes jovens na escola, enquanto jogam pelo seu clube, recebendo o ordenado quase simbólico, pois todo o futebol está assim. Ainda hoje nos jornais desportivos referem-se ao passivo de 420 milhões de euros do Sporting, não faço ideia de qual será o passivo de Benfica e Porto, mas devem andar lá por perto. Infelizmente nestas coisas, o que eu não percebo é como SAD’s de clubes pequenos, com poucos sócios e poucas receitas apresentam balanços positivos.
PP
Bush e Kerry

Muito já se falou neste blog sobre as eleições americanas da próxima terça-feira. Pensei em escrever este post no próprio dia mas, receio não ter disponibilidade de tempo, então fica escrito hoje. Gostava que Kerry vencesse. Não por achar que ele seja muito bom político, que apresente ideias ou que transmita credibilidade, antes por achar que Bush é patético e triste, lembrando em menor escala um político do nosso país que só chegou onde chegou pelo pai que tem. Por mim, o candidato que teria apoiado era John Edwards.
Esta terça-feira não vou votar. Teria direito a isso, ao invés, exerço o direito de não votar. Por várias razões, das quais deixo duas:
a) tendo dupla nacionalidade, não me sinto minimamente americano o suficiente para votar, isto apesar de desde os meus dezoito anos ter votado em todas as eleições e referendos que digam respeito a Portugal;
b) não me revejo no sistema de eleição americano. Um país que se auto-intitula a maior democracia do Mundo, não respeita o voto singular dos americanos. Se respeitasse, George W. Bush, que espero, a História se encarregará de o tornar conhecido como o pior presidente americano de todos os tempos, não teria sido eleito presidente dos USA e seria neste momento Al Gore a disputar as eleições com outro candidato qualquer. Desde a saída de Bill Clinton que os USA atravessam uma fase negra. É o que acontece quando o pior presidente de sempre sucede ao melhor presidente dos últimos 20, 30 ou 40 anos.
PP

quinta-feira, outubro 28, 2004

A história repete-se

Estou neste momento a ver o canal Record Internacional. Mais uma vez um jogador de Futebol morre em campo. Nestes casos, o jogador de futebol é o que menos importa. Importante foi a perda de um homem, pai de família (filho com 4 anos). O jogador Serginho de 30 anos ia abandonar a alta competição no dia 19 de Dezembro. Infelizmente o destino foi duro com ele. Pode-se ver que as semelhanças com o caso (de má memória) de Fehér são mais que muitas. Problemas com os acessos das ambulâncias, inexistência de um desfibrilhador, trocas de acusações. Mas no final tudo se resumo a uma família que fica desfeita.
PP

quarta-feira, outubro 27, 2004

George Bush

George Bush, actual Presidente dos EUA e candidato à renovação de mandato, representa o pior da América. Bush é sinónimo de intolerância, falta de civismo, falta de cultura, oportunismo, desrespeito pelos direitos individuais, desapego pelos valores sociais, etc

Mas Bush poderia ter sido um Presidente diferente, isto é claro, se fosse uma pessoa inteligente, e não um bimbo ignorante com manias de grandeza.
Bush começou o seu mandato com o 11 de Setembro. Com a tragédia, reuniu em si, um capital de confiança, de solidariedade, de união de todos os americanos, democratas ou republicanos, bem como toda a comunidade internacional. Mas Bush preferiu lançar no charco este sentimento mundial de compaixão e de feroz luta contra o terrorismo. Bush preferiu em vez de uma guerra sem trégua ao terrorismo, começar uma guerra errada, somente para proceder a um ajuste de contas familiar.
Passado 4 anos, Bush deixa como saldo:
Ø Um guerra no Iraque sem justificação, com elevadíssimos custos humanos para os próprios americanos
Ø Um Médio Oriente cada vez mais caótico, sem equilíbrios geo-politicos
Ø Uma opinião publica mundial de costa viradas para a América, em que os sentimentos Anti-America quadruplicaram
Ø Um elevado défice orçamental
Ø Um aumento das taxas de pobreza e desemprego na população americana
Ø Uma não política ambiental, de subalternizarão às grandes empresas químicas e petrolíferas que lhe financiaram a campanha.
Ø O rasgar do Acordo de Quito
Ø O reavivar do programa militar, maníaco depressivo da “Guerra das Estrelas”
Ø Um não sistema de saúde. Saúde somente para os ricos
Ø Um aumento do fosso entre os ricos e os pobres
Ø Um mundo mais inseguro, mais caótico, mais turbulento e deprimido

Esta é a herança de Bush. Espero que os americanos saibam pensar, raciocinar e nos livrem de vez, desta coisa chamada Bush, já no dia 2 de Novembro

António Cipriano


terça-feira, outubro 26, 2004

Eleições Americanas

No estado americano de Ohio, segundo o noticiado no Telejornal da RTP, o Partido Democrata, esta a contratar um batalhão de advogados para estarem presentes em cada secção de voto. Todo isto, porque os responsáveis do Partido Democrata suspeitam da possibilidade fraude ou manipulação eleitoral por parte dos partidários de Bush.
Pensava eu, que apesar de tudo, os EUA eram uma democracia já consolidada. Mas afinal, talvez não esteja muito distante de uma Ucrânia ou mesmo um Zimbabwe.
Pena é, que os EUA sejam somente a principal potencia mundial.

António Cipriano

segunda-feira, outubro 25, 2004

Surpresa


Hoje de manhã cedo, quando todas as pessoas guiam enlouquecidas pelo trânsito intenso de Lisboa, qual não foi o meu espanto e o delas de, em pleno Campo Grande, terem de parar o seu veículo para deixar atravessar a rua um belíssimo e altivo pavão que passava do jardim do Campo Grande para o passeio ao pé da Faculdade de Ciências. Ia ter com a (o) sua (seu) companheira (o) que já estava deitada num pedaço de relva. Quando saí das aulas, lá estavam outra vez no jardim do Campo Grande não dois mas sim três pavões. Nenhum deles se feriu pelos vistos e toda a cena deixou um sorriso na minha cara e proporcionou uma ocorrência fora do vulgar aos automobilistas. Foi a surpresa do inesperado. E a surpresa para mim é algo importante, pois muitas vezes perdemos a capacidade de nos surpreendermos.
PP
2 de Novembro aproxima-se

Aproxima-se "perigosamente" o dia de 2 de Novembro, dia das eleições norte-americanas. É um dia importante para a américa (as sondagens de opinião mostram que os americanos olham para esta eleição como sendo uma das mais importantes das últimas décadas), mas também para o resto do mundo (e nós somos humilde parte desse "resto do mundo").
Os últimos dias têm sido mais ríspidos, nos discursos públicos e também nos anúncios na televisão (veja-se o anúncio dos lobos, por parte do Partido Republicano). Os ataques multiplicam-se mas os candidatos visitam apenas um número restrito de estados. Porquê? Simplesmente porque, graças ao (antiquado) sistema eleitoral norte-americano, só alguns estados é que realmente interessam para esta eleição. Ganhar um estado por um voto ou por um milhão deles é exactamente o mesmo e significa uma vitória absoluta nesse estado. Assim, e como existem verdadeiros feudos eleitorais (casos da Califórnia e Nova Iorque para Kerry ou Texas e Indiana para Bush), apenas interessam, em termos de estratégia eleitoral, os "swing" states, ou seja, aqueles nos quais as votações serão, previsivelmente, renhidas. São estes que vão decidir a eleição, é sempre assim de quatro em quatro anos, com a diferença de que, desta vez, são vários os estados nesta situação (mais do que normalmente).
Na longa (isso é um dado adquirido) noite de 2 de Novembro, as atenções vão estar centradas em: Pennsylvania (21 votos, Philadelphia é território de Kerry mas Pittsburgh, cidade na qual viveu a mulher de Kerry, parece ser território pró-Bush), Ohio (20 votos, é este o estado que vai decidir tudo, segundo a maior parte dos analistas e jornalistas), Wisconsin (10 votos, Gore, Clinton e Dukakis ganharam aqui, mas desta vez as sondagens até dão uma ligeiríssima vantagem a Bush), Minnesota (10 votos, é outro estado tradicionalmente democrata mas que desta vez se apresenta renhido; o antigo wrestler e governador independente Jesse Ventura decidiu, recentemente, apoiar Kerry), Iowa (7 votos, é mais um estado que costuma ser democrata, estão a ver a ideia?), Missouri (11 votos, trivia: o vencedor deste estado costuma ser o vencedor nacional, apenas com uma única excepção em 1956), Arkansas (6 votos, território forte para os Republicanos, mas Clinton mostrou que é possível os Democratas ganharem lá), Colorado (9 votos, Kerry parece estar a desistir deste estado e a virar-se estrategicamente para outros), New Mexico (5 votos, aqui os votos hispânicos vão ser decisivos), Nevada (5 votos, a terra dos casinos!) e, finalmente, a Flórida (27 votos, e onde é que já vimos isto?).
Se repararem, estes são os estados que têm sido visitados pelos candidatos. Os outros já não lhes interessam, o que não deixa de ser uma maneira de fazer e estar na política bastante inusitada.
João Pedro

domingo, outubro 24, 2004

Política Energética

Cada dia que passa, alegadamente pela instabilidade do Iraque ou da Nigéria, pela diminuição da produção das plataformas do Golfo do México, pela estratégia de Putin de aniquilação do gigante YUKOS, o peço do Crude sobe sem parar, estando já nos 54 USD. Tais preços do Crude são indutores de enormes consequências para uma economia mundial já em recessão a algum tempo, extremamente dependente do Crude.
E se o Crude a 54 USD é problemático para países de primeiro plano como o Reino Unido, Canada ou Itália, mais gravoso é para economias pequenas, como Portugal.

Portugal é um pequeno país no extremo ocidental da Europa, sem poderes de influencia sobre o mercado petrolífero. Razão mais do que suficiente, para se ter desde à muito, uma política Energética devidamente planificada que reduzisse a dependência nacional do petróleo.
Portugal é o país da Europa com maior numero de horas de sol, tem uma imensa costa marítima propicia à exploração da energia das marés e das ondas, óptimas condições para a instalação de parques eólicos. No entanto, apesar dos deuses nos terem agraciado com tais benesses, preferimos enterrar a cabeça na areia !!!! Preferimos continuar a lapidar os escassos recursos financeiros em energias fosseis, exteriores e muito mais poluentes.

A nossa comunidade política preocupa-se em discutir as sestas do Primeiro Ministro, os últimos faît divers, esquecendo-se da realidade do país.
Quando é que o país acorda??

António Cipriano

sábado, outubro 23, 2004

Queda de um Dinossauro

Na ultima quinta feira, foi agradavelmente surpreendido com a notícia que Fidel Castro tinha caído, durante um discurso. No entanto, com muita pena minha, e de milhões de cubanos tratou-se apenas de um queda sem mal maior, limitando-se somente a uma fractura do joelho e a uma ferida no braço.
Com 78 anos, Fidel Castro o ultimo dos dinossauros ditadores comunistas, já não estará muito longe da queda final.
Pode ser que seja amanhã !!!

António Cipriano

sexta-feira, outubro 22, 2004

Namoradas de Portugal

O Imaginário dos portugueses nestes últimos 30 anos foi preenchido por variados rostos femininos, que simbolizavam os ideais de mulher, sob o titulo de “namorada de Portugal”.
Devido aos meus 26 anos, Catarina Furtado nos anos 90 foi o meu primeiro rosto de Portugal. Catarina Furtado, ora na Chuva de Estrelas, ora saltando de desafio em desafio, no “Caça ao Tesouro”, sob o pano de um sorriso angelical e um sinal diabolicamente sexy, encantava as famílias.
Já os finais dos anos 90, foram os anos de Barbara Guimarães. Mas à medida que se foi aculturando, enquanto discípula matrimonial de Carrilho, os seus encantos foram desvanecendo aos olhos dos portugueses.
Com a fronteira do ano 2000 3 mulheres se destacaram.
Fernanda Serrano ora Sex Bom, mulher fatal, ora menina de couro, ingénua, boazinha à medida das novelas da TVI. E se alguns ainda resistiam aos seus encantos, ou pelo seu alegado desempenho num filme veiculado na net, ou pela jogada do corte de cabelo e do matrimonio com Pedro Miguel Ramos, convenceram os mais difíceis.
Mas não podia faltar nesta lista uma loira explosiva, diabólica, destruidora de lares, meretriz dos seios grandes, ícone da Luxuria. Seu nome Marisa Cruz - ai Jesus !!!

Mas de longe aquela que no meu caso pessoal mais me encanta e fascina é Silvia Alberto. Dona de um beleza invulgar, um olhar doce com um misto de perigo, um sorriso confiante e terno, uma irreverência própria da idade, uma voz adocicada e um sinal provocante, é provavelmente no efémero, a actual namorada de Portugal. Quem será a próxima? Aceitam-se apostas !!!

António Cipriano

segunda-feira, outubro 18, 2004

Comentário aos Resultados das Eleições Regionais

Primeiro, gostava antes de mais referir que, para se fazerem sondagens assim, não vale a pena, porque apenas demonstra incompetência e talvez alguma falta de isenção. Digo isto porque, andarem a dizer durante 3 semanas que a coligação se estava a aproximar do P.S., afirmando inclusivamente na última semana, que havia a possibilidade de vitória da coligação e que certamente o vencedor nunca seria com maioria absoluta, demonstra duas coisas, primeiro que as sondagens têm a validade que têm, depois que a incompetência nas sondagens no que diz respeito aos Açores foram por demais evidentes, demonstrando talvez a vontade dos inquiridores em vez da vontade dos eleitores.
Uma esmagadora vitória do P.S., nos Açores, quase igualando o melhor resultado de sempre do P.S.D. nos tempos de Mota Amaral, uma vitoria que deu a maioria absoluta ao P.S. e um sinal claro do que pensam os Açorianos da coligação governamental. Quanto à coligação perdeu desta forma por isso mesmo, porque penso que se os partidos que formam a coligação tivessem ido para eleições separados talvez a derrota não tivesse sido tão grande, pelo menos no que diz respeito ao P.S.D..
Na Madeira, pelo que vi na televisão, Alberto João Jardim sem surpresa ganhou, mas desta vez com uma menor diferença no número de deputados em relação ao P.S., mas mesmo assim com uma vitoria clara de Alberto João Jardim (não digo vitória do P.S.D. porque.....), e assim lá teremos mais 4 anos de Alberto João Jardim, ou seja se tudo correr normalmente, vai conseguir chegar ao 30 anos de governação, ficando então só a faltar 18 anos para conseguir bater o recorde da outra ditadura que tivemos no país.
Vi também na televisão o discurso de Santana Lopes, foi um discurso académico, bem preparado, de forma a que não se reforce a ideia de derrota, o discurso do P.S., além do discurso de vitória, foi um discurso que bateu na tecla do costume, que estas eleições são uma lição e que o governo deve tirar as devidas ilações. O discurso do P.P., foi um discurso realista, dizendo que as eleições não foram boas para o partido, que foram uma derrota e um retrocesso. Mas eu preferia ver o Paulo Portas a dizer isto em vez do número dois do partido, porque começo a ficar com a impressão que Paulo Portas só dá a cara quando as coisas correm bem ao partido, ou para anunciar medidas demagógicas (mas pode muito bem ser só mau feitio da minha parte).
Para terminar apenas quero deixar uma nota, para uma asneira do costume na nossa comunicação social do continente, a certa altura na apresentação do perfil de Carlos César feito pela RTP, diz a narradora a certa altura: “ Carlos César, nasceu em Ponta Delgada e viveu nessa Ilha até...”, pessoal Ponta Delgada não é nenhuma Ilha, Ponta Delgada é uma cidade que fica na Ilha de São Miguel.


António Manuel Pinto Silvério Guimarães

domingo, outubro 17, 2004

Olegário Benquerença



O que dizer de um árbitro que resolve um jogo? Que não assinala três penalties claros? (puxam a Karadas; tentativa de agressão de Pepe e depois puxão do mesmo jogador a Karadas e por fim mão de Ricardo Costa) O que dizer do seu colega fiscal de linha, perdão arbítro auxiliar que não vê um golo que entrou meio metro dentro da baliza e ainda bate no poste, na parte de dentro do poste? O que dizer deste mesmo anormal que não vê um puxão de Areias sobre Geovanni? Pessoalmente acho que só existe uma solução possível, a irradiação deste árbitro e da sua equipa de arbitragem. Isto que se viu hoje no Estádio da Luz é o inverter vergonhoso do rumo dos acontecimentos e mal empregado o dinheiro que os árbitros recebem e que não sendo profissionais não é assim tão pouco pois a grande maioria dos portugueses não ganham nos seus trabalhos tanto quanto um árbitro ganha por jogo de noventa minutos e se verificarmos que podem arbitrar quatro jogos da SuperLiga por mês, imaginemos o dinheiro dado a este cultivo da mediocridade. Quando um jogador falha disciplinarmente é punido. Os árbitros, a bem da transparência também têm de ser. Um comentador da rádio referiu que nunca tinha dado um ZERO a um árbitro mas que este tinha de receber. Tenho dito.

PP

sábado, outubro 16, 2004

Primeiro Assalto

Não no Madison Square Garden de Nova Iorque, mas sim no recinto da Assembleia da Republica, na passada quinta feira assistimos ao primeiro assalto pelo titulo nacional de primeiro ministro.

Do lado direito do ringue, Pedro Santana Lopes, campeão em titulo via jogada dos bastidores. Detentor igualmente, dos títulos de pesos pesados da Figueira da Foz, do Túnel do Marquês, do Sporting, e de comentador desportivo.
Santana Lopes conhecido pelos seus golpes arriscados, pela sua popularidade na classe feminina, e pela sua teia de relações no mundo do futebol.

Do lado esquerdo do ringue, José Socrates, recente campeão socialista. É a sua primeira luta pelo titulo nacional. No seu palmares tem um conjunto de vitórias por KO sobre Manuel Alegre, João Soares e Elisa Ferreira, e os títulos regionais de campeão da co-incineração e do Discurso Vazio. Conhecido pelo seu grito mortal “Esquerda Moderna” , pelos seu golpes ultra-tecnologicos – “Teleponto e Novas Fronteiras”, e pelos fatos Armani.

O primeiro assalto foi equilibrado, embora com um pequena vantagem para Santana Lopes ao conseguiu evitar de Socrates o temível golpe “Marcelo Rebelo de Sousa”. Igualmente, Socrates foi prejudicado pela Liga não ter permitido, neste primeiro assalto o uso do master-golpe - Teleponto
Aguardarmos com expectativa os próximos assaltos.
António Cipriano
John Kerry


Os quatro temos clubes diferentes, assuntos de interesse diferentes, mas numa coisa concordamos, John Kerry para presidente dos USA.

PP
Vicente Araújo


Para quem não conhece o nome, o que não é difícil de acontecer, este é o presidente da Federação Portuguesa de Voleibol, que hoje inicia o seu campeonato da Divisão A1, desfalcado de alguns internacionais portugueses, fruto do trabalho desenvolvido na selecção nacional., tendo sido contratados por equipas estrangeiras. Não conhecendo pessoalmente Vicente Araújo, tenho dele uma ideia de pessoa séria, amante da sua modalidade e inteligente com a contratação do melhor treinador de Voleibol do século XX, Juan Diaz. Infelizmente este último não pode permanecer em Portugal, mas tenho a certeza que deixou o seu legado. A “culpa” deste desenvolvimento da modalidade tem de ser atribuído ao seu presidente. Pena não existirem mais presidentes de federações e ligas ditas profissionais como Vicente Araújo.

PP
360 ou 180 º


Esta foi uma semana muito complicada para mim com o regresso aos tempos de estudante. De uma semana para a outra, vejo-me a ir e a vir todos os dias úteis da semana de Caldas para Lisboa e de Lisboa para as Caldas. Pode-se dizer que a minha vida deu uma volta de 180º. Mesmo assim, sempre que penso nisso, não me posso esquecer da estória daquele ex-futebolista português que afirmava que a sua vida tinha dado uma volta de 360º.


PP

sexta-feira, outubro 15, 2004

Campanha Regional Nos Açores

Tive ontem oportunidade de assistir a um discurso por parte do actual Presidente do Governo Regional dos Açores, Carlos César ao vivo e a cores (fui obrigado visto que o discurso foi a 50 metros da minha casa). Um discurso simples, fácil de escrever e ainda mais fácil de assimilar por parte dos eleitores. Dizendo tudo o que fez de bom, apostando na continuação do desenvolvimento do arquipélago com os actuais projectos, atirando farpas à campanha da coligação, fazendo as habituais promessas que soam sempre tão bem aos ouvidos dos eleitores, falando também nos pontos da “praxe” que são a cota leiteira e as pescas. De qualquer forma, pelo que tenho visto, parece-me que Carlos César tem um discurso um pouco mais coerente que o actual cabeça de lista da coligação, Victor Cruz, cujo discurso apenas tem como objectivo atacar o actual Presidente do Governo Regional e é aqui que ele perde, porque quanto a ideias e projectos para os Açores, ele não apresentou grande coisa, apenas algumas ideias “clichés” (cota leiteira e pescas) e alguns pontos pouco concretos sem grande consistência, ou seja, como referi antes prefere sempre os ataques directos a Carlos César e ao seu governo regional.
De qualquer forma parece que os dois principais lideres se estão a esquecer de referir algumas coisas que seriam interessantes, como o grave problema da toxicodependência, que era um ponto que o Victor Cruz poderia utilizar, algo que lhe daria bastantes votos, mas era algo que exigiria muito trabalho, uma grande vontade e os dois preferem tapar os olhos com a peneira do que a comprometerem-se com algo que depois seria tão difícil de cumprir.
Quanto aos outros partidos, fazem aqui o que fazem no continente, tentam ganhar alguns votos de forma a ter algum peso para qualquer eventual coligação, sendo que desta vez terá mais um partido visto que o Bloco de Esquerda vai pela primeira vez, concorrer ao Governo Regional dos Açores.
As sondagens dão uma ligeira vantagem ao P.S., de qualquer forma, ganhe quem ganhar, é quase certo que será com uma pequena margem o que depois poderá trazer problemas, porque não acredito que eles arranjem plataformas de concertação para a boa governação dos Açores, sendo muito mais provável que a Assembleia Regional sirva apenas como campo de batalha para a politiquice barata.
António Manuel P. S. Guimarães

quarta-feira, outubro 13, 2004

Guiné Bissau

Nas Agencias de Viagens, o inicio de Outono é marcado por um corrupio de clientes solicitando programas de turismo para a Guiné Bissau, de modo a poderem presenciar as já célebres revoltas militares de outono. Os militares da Guiné, no âmbito de uma política devidamente planeada e organizada em estreita cooperação como o ministério do turismo e as agencias de viagens internacionais, traçam com antecedência os planos para a revolta militar de cada ano.
Os turistas percorrem os circuito – Embaixada de Portugal – Paiol militar de Brá – Quartéis de Bissau – Visita aos feridos no hospital central de Bissau - Percurso radical, da troca de tiros na zona do mercado municipal e na sede do governo.

Este ano, mais uma vez a revolta militar foi um sucesso, com as tropas na ruas, a morte dos chefes militares do exercito, os receios dos estrangeiros.
Pena mesmo só, a não participação este ano de dois dos grandes animadores turísticos, Nino Vieira e o Homem do Barrete Vermelho, Kumba Alá
António Cipriano

segunda-feira, outubro 11, 2004

Eleições Regionais na Madeira


O PS numa tentativa desesperado de pelo menos não ter uma derrota humilhante como sempre, apostou forte.

Todos os comícios, para além do discurso do líder do PS Madeira que mem os militantes socialistas conhecem, apresenta como cabeça de cartaz, a musica de Quim Barreiros. Ao som de “Chupa Teresa”, “O mestre de Culinária”, “Quero cheirar teu Bacalhau”, lá se vão animando os populares, como que dizendo - o PS também é divertido, e pitoresco. No intervalo do concerto lá se dizem meia dúzias de verdades sobre o (des)governo de Alberto João Jardim.

Já o PSD Madeira, apostou na continuidade, ou seja no populismo extremo, com muitas ofensas, banalidades e cantorias. Como inovação só mesmo o Circo Cardinalli. Em cada comício do PSD Madeira, malabaristas, domadores de leões, trapezistas, adocicam a populaça para o grande momento da noite – A Actuação do grande palhaço, Alberto João Jardim.
António Cipriano

sábado, outubro 09, 2004

Ricardo



Depois do brilhante empate de Portugal no Liechtenstein, Ricardo foi o jogador mais em foco. Ele está prestes a assinar o contrato da sua vida. Não, não se trata de um clube de futebol que queira encher os cofres do clube de Alvalade, mas as marcas Planta, Flora, Becel, Matinal, Vaqueiro estão todas a procurar contratá-lo para os seus próximos contratos publicitários.

PP
E o segundo debate não resolve nada


Em St. Louis, realizou-se esta noite o segundo debate nacional da campanha eleitoral nos EUA. No primeiro debate, Kerry surpreendeu pela positiva (esteve calmo, demonstrou conhecimento dos temas em debate, foi mais claro nas suas respostas) e Bush pela negativa (essencialmente por não conseguir esconder alguma frustração e irritação). O resultado foi imediato: a vantagem que o Partido Republicano herdou da sua Convenção esfumou-se e o "caos" caíu novamente sobre as sondagens.
Este segundo debate, de formato bastante diferente do primeiro (um formato mais informal, digamos), foi mais incisivo sobre determinados assuntos, mas menos claro em relação ao vencedor. Iraque, terrorismo, draft militar, saúde, política fiscal, foram os principais assuntos em debate. E foi um debate mais vivo que o primeiro, no sentido em que ambos os candidatos resolveram "tirar as luvas" e serem mais agressivos, particularmente o actual presidente. O primeiro debate teve em Kerry um vencedor claro e isso teve efeito sobre as sondagens, mas a sensação que fica em relação a este segundo debate é a de que, para além da necessária clarificação em termos de algumas posições, ele não irá alterar o rumo dos votos.
O pós-debate também é importante, muito por causa do hábito delicioso que existe na política americana de utilizar "spin doctors" conhecidos para darem as suas opiniões (leia-se defender a performance dos seus candidatos) junto das televisões. Hillary Clinton e George Pataki foram dois dos nomes mais omnipresentes esta noite junto das televisões norte-americanas. Não deixa de ser interessante: ambos são apontados como podendo concorrer à Casa Branca já em 2008, pelos seus respectivos partidos.
Um aparte: Barack Obama é um nome a observar, um jovem político inspirador de massas em rápida ascenção na política americana.
Esperemos então pelo terceiro e final debate. E, já agora, vejam os dois clips cómicos em http://www.jibjab.com/ ("This Land" e "Good to be in DC").
João Pedro

sexta-feira, outubro 08, 2004


Quanto à saída do Prof. Marcelo Rebelo de Sousa


Confesso que não era um telespectador assíduo dos comentários do Prof. Marcelo Rebelo de Sousa, não por não gostar de o ouvir, (porque ele é uma pessoa com uma capacidade intelectual genial, que tomara muitos políticos no activo terem), mas por não gostar da TVI. Mas de qualquer forma fiquei triste por saber que ele vai deixar de colaborar com a TVI, deixando um vazio muito grande nos comentários de opinião de qualidade na televisão nacional e eventualmente o único motivo de interesse que a TVI ainda tinha. Gostava de saber qual terá sido a conversa que ele teve com o director geral da média capital, para tomar esta posição, mas penso que a ser verdade “aquilo que se diz”, o director geral da média capital nunca devia ter cedido às pressões, correndo o risco de tirar ainda mais crédito ao seu canal de televisão. A causa de todo este problema está nos comentários infelizes de um responsável do governo, que demonstra que o governo não sabe aceitar criticas e sinceramente fica a ligeira impressão que tem o dedinho na saída do Prof. Marcelo Rebelo de Sousa da TVI, o que a ter acontecido poderá abrir um grave precedente no que diz respeito na liberdade de consciência em Portugal.
Gostava também de saber o resultado da conversa que houve entre o Prof. Marcelo Rebelo de Sousa e o Presidente da República no dia 7 de Outubro, visto que é mais que óbvio que o tema desta conversa foi sobre este estranho caso de "pseudo-censura".
António Manuel Pinto S. Guimarães
“Mais Respeito!”

Este foi o pedido feito pelo ministro da defesa e assuntos do mar, quando estava a comentar as criticas feitas ao subsidio que o seu ministério passou a dispor aos antigos combatentes da guerra do ultramar. Ele pede mais respeito pelo esforço feito pelo governo para conseguir criar este subsidio, dizendo que para quem vive com dificuldades, este subsidio será mais um cheque no fim do ano! Porque afinal é disso mesmo que se trata, de um cheque a mais no fim do ano, com um saldo que não chega nem pouco mais ou menos sequer a um ordenado mínimo nacional, ele pede mais respeito quando foi ele com este subsidio, que faltou ao respeito para com os antigos combatentes do ultramar, homens que foram para uma guerra, sem saberem para onde iam, sem que ninguém lhes tivesse perguntado se queriam ir, sabendo apenas que eram obrigados a lutar numa guerra cuja probabilidade de não regressarem vivos era elevada. Obrigados a lutar numa guerra porque o Estado Novo no meio da sua insanidade ditatorial assim o determinava, pois das colónias dependia a sobrevivência da ditadura. Escudados numa revolução e num novo regime, os governantes que vieram depois do 25 de Abril de 74, no seu processo de “fazer de conta que nunca houve guerra”, preferiram fechar os olhos e marginalizar os combatentes, porque isso era sempre mais fácil do que pagar aquilo que era devido, nem ao menos fizeram com que o tempo desperdiçado na guerra contasse como tempo de serviço para efeitos de reforma.
Já em 2002 quando estávamos na campanha eleitoral muitas vezes ouvimos Paulo Portas a dizer que ia criar este subsidio, depois de entrar no governo disse que ia lutar por este subsidio, e de facto conseguiu cria-lo, consegui um subsidio miserável, que apenas é mais uma achega na falta de respeito que os nossos governantes têm tido para com os nossos ex-combatentes do ultramar. Para isto senhor ministro mais valia a pena ter estado quieto e ignorar também os ex-combatentes, porque a serem ignorados já eles estão habituados, mas quanto a serem gozados penso que é novidade.



António Manuel Pinto Silvério Guimarães
Eleições Regionais nos Açores


Carlos César presidente em exercício do governo regional dos açores, e candidato do PS à reeleição, prometeu num comício eleitoral, criar no arquipélago uma rede de auto-estradas SCUT totalmente gratuitas.Trata-se de mais uma medida de Carlos César visando diminuir as distancias entre as ilhas. Estou já a ver, a SCUT A1, entre São Miguel e a Terceira, e a A2 entre o Corvo e as Flores.

Quanto ao PSD, o líder Regional Vítor Cruz vem apostando num “Franchising” de Alberto João Jardim, distribuindo beijos e mais beijos, e cantando nos comícios.
Assim vai a política insular.

António Cipriano
O Pêndulo de Foucault


Confesso que fui mais um dos muitos que leram o Código Da Vinci, um livro com um bom ritmo que prende um leitor, possivelmente até aqueles que não estão habituados a ler. Depois de o ter feito, por influência de amigos meus, li no mês passado O Pêndulo de Foucault de Umberto Eco, um livro editado em 1989, que aborda temas muito semelhantes ao Código Da Vinci. A Wikipedia refere-se inclusive ao Pêndulo de Foucault como o Código Da Vinci para o homem pensante. E, finda a leitura, é mesmo essa impressão que perdura. A ambiguidade do livro, as múltiplas referências bibliográficas em que qualquer leitor pode ir à procura desses livros e estudá-los, transforma o Pêndulo de Foucault em mais do que um romance. A ironia de Umberto Eco é deliciosa transformando um livro de quinhentas e sessenta páginas numa leitura agradável.


PP

quinta-feira, outubro 07, 2004

Censura

Ao longo de quatro anos e meio, Marcelo Rebelo de Sousa com a sua sessão dominical, diminiu o fosso entre a política e os portugueses, conseguindo de uma forma pedagógica, explicar com palavras simples, os problemas que ao país e o mundo se colocam.
Marcelo no seu estilo próprio, para além de esclarecer os portugueses, foi sistematicamente, e dando corpo ao principio constitucional da liberdade de expressão, elogiando personagens e instituições, bem como criticando todos aqueles que no seu ponto de vista mereciam ser repreendidos pelos seus actos.
Marcelo, criticando corrosivamente primeiro o governo socialista de Guterres, e depois os governos do PSD, em particular o de Santana Lopes foi criando inimizades, anticorpos que o fizeram uma personagem pouco querida dos círculos de poder, mesmo dentro do seu partido.
À verdade é que Marcelo, com os seus comentários criou junto da opinião publica uma áurea de credibilidade e respeito, mesmo quando exagerava em algum comentário.

Este governo, deste o inicio que demonstrou pouca tolerância à diferença de pontos de vistas, mas nunca se esperava que chegasse a este ponto. Rui Gomes da Silva, personagem sombria, tenebrosa, caricata, pouco inteligente, apalhaçada, cuja única virtude é ser amigo de sempre de Santana Lopes, utilizando um discurso salazarento, tentou “silenciar”, Marcelo. O PSD sempre foi um partido liberal, democrático, em que a profusão de opiniões é uma das suas riquezas. Hoje, pela mão de Santana Lopes e dos seus gorilas, está a tornar-se um partido de boys, com o qual não me reconheço. Sei que este caminho será breve. Santana Lopes ou ganha juízo, volta aos caminhos da credibilidade, do sentido de estado, que o PSD sempre habituou os portugueses, ou será recordado pelo partido como um erro de casting, como a ovelha negra da história do Partido. Santana ainda está tempo de mudar de comportamento.
Quanto Marcelo, saiu de vitima perante a opinião publica. Os portugueses não o esquecem. Marcelo com este episódio esta mais vivo politicamente que nunca.
António Cipriano

quarta-feira, outubro 06, 2004

Marcelo Rebelo de Sousa


É com tristeza que vejo ser anunciado o cessar imediato dos comentários do Professor Marcelo Rebelo de Sousa, depois de quatro anos e meios. E a minha pena é ainda maior pelo facto se ter sido durante a maior parte do tempo a única mais valia da TVI. Apenas recentemente com a passagem dos jogos da SuperLiga é que a TVI apresentou outra mais valia. Pelos vistos, duas mais valias era já muito para um canal como a TVI. Já agora, alguém sabe onde anda a liberdade de expressão por estes dias? Pelos vistos ela não anda com Santana Lopes.

PP
12 anos de Televisão Privada

Comemoramos hoje, 12 anos de Televisão Privada. Em 1992, as expectativas eram mais que muitas. Todos esperávamos, uma televisão diferente, mais abrangente, com informação credível, não manipulada pelo poder político, o reforço da ficção nacional e as grandes series internacionais.
A verdade é que 12 anos depois, o panorama televisivo em Portugal é bem pior. Cedendo ao populismo fácil, à brejeirice, à ignorância, temos hoje, com o contributo especial da TVI, uma televisão de terceiro mundo.
Quanto à RTP, depois de anos de travessia do deserto, do agudizar do défice, da copia do pior das privadas, tem vindo recentemente a trilhar melhores caminhos, apostando numa programação mais equilibrada, mais consentânea com o conceito de serviço publico.

Boa Televisão existe, mas no cabo. SIC Notícias, SIC, Radical são bons exemplos, infelizmente só acessíveis a uma minoria de privilegiados.

António Cipriano

terça-feira, outubro 05, 2004

Rússia e Quioto


Não deixou de ser um pouco inusitado ouvir a notícia de que o governo russo resolveu ratificar o protocolo de Quioto, após vários avanços e recuos (os conselheiros de Putin desaconselharam-no a tomar esta decisão, por questões conexas à competitividade económica). Embora eu não me considere especialmente sensível em relação às questões ambientais, a verdade é que se torna necessário ver este desenrolar de acontecimentos com optimismo.
A Rússia é responsável por cerca de 17% das emissões de dióxido de carbono a nível mundial e esta adesão significa, finalmente, o que parecia uma miragem: o protocolo tem agora as condições necessárias para entrar em vigor.
Mas não se trata só disso, trata-se também de uma forma de "pressão" sobre o governo americano. É largamente sabido que os EUA resolveram abandonar o protocolo em 2001, o que criou autênticas ondas de choque internacionais em protesto por tal decisão "egoísta" (atrevo-me a chamar-lhe isso). Agora os EUA ficam mais pressionados do que nunca, mais isolados, face a esta decisão russa; sabemos também que é costume que o governo americano decida agir de forma isolada, sem impedimentos ou remorsos. Mas estamos também em ano de eleições, e este tornou-se, de repente, um tópico que importa novamente trazer à discussão política nos EUA.
João Pedro

segunda-feira, outubro 04, 2004

País das Pontes

Portugal já tinha uma Ponte 25 de Abril, uma Ponte Vasco da Gama, uma Ponte da Arrábida, uma Ponte D. Maria. Hoje foi inaugurado a Ponte da Tolerância e Produtividade.

Efectivamente, em consonância com as palavras em tom de “Conversa em Família” de Bagão Felix, o país precisava de trabalhar com afinco, de lutar contra o desperdício, de incorporar o valor da Produtividade. Para a concretização destes objectivos, o Primeiro Ministro lançou hoje mais uma medida para a produtividade da função publica, em especial do subsector do ensino, com a promulgação da Tolerância de Ponto no dia de hoje.

Para completar o ramalhete, Carvalho da Silva, intrépido defensor dos trabalhadores, contra a exploração destes, pelo patronato, mostrou-se contra a tolerância de ponto

Às vezes penso que vivemos num país de esquizofrénicos !!!!

António Cipriano


domingo, outubro 03, 2004

Turquia na U.E
Uma das primeiras e mais difíceis deliberação de Durão Barroso na Presidência da Comissão Europeia, prende-se com a decisão, da possível adesão da Turquia à União Europeia, no Conselho Europeu de 17 de dezembro.

A Turquia é um monstro de 75 Milhões de Habitantes e de 800.000 km2, em que grande parte do seu território se situa na Ásia. O PIB per capita representa 26,5 % da media comunitária, 99% da população é muçulmana, e onde existem ainda graves falhas ao nível dos direitos humanos.
Numa analise simplista, e baseado-se no facto da Turquia ser um país de cultura Islâmica, tradicionalista, com um grau de desenvolvimento económico, social e educativo ainda muito rudimentar, a decisão a apontar seria um NÃO categórico.

No entanto, nas questões de geopolítica nada é tão fácil. Desde 1960 que a Europa Ocidental vem acenando, prometendo para um futuro próximo, a adesão da Turquia à U.E. De lá para cá, já passaram mais de 40 anos. A Turquia pacientemente e considerando a adesão à U.E um desígnio nacional, tem vindo a fazer um esforço progressivo de aproximação à Europa, no que diz respeito aos sistemas económico, legislativo e penal. Aliás, desde Atatürk a Turquia optou por ser um estado laico, com a consequente separação entre a religião e o estado. A Turquia é Membro da NATO, do Conselho da Europa, e até os seus clubes de futebol participam nas competições Europeias.
Obviamente que a Turquia ainda tem muitas mudanças a operar, nomeadamente na aproximação do código penal ao modelo europeu, no respeito dos direitos humanos, no respeito pelas minorias (população curda). No entanto, no meu entender a Europa não pode negar à Turquia a adesão a U.E, só porque é um país de religião diferente.
Deve estabelecer um conjunto de critérios. Se esses critérios forem cumpridos, cabe à Europa receber a Turquia de braços abertos com mais um irmão no projecto Europeu.

O Não à Turquia, seria um descalabro para a próxima Europa. Depois de tantas expectativas criadas, ao longo de tantos anos, a Turquia mergulharia mas mãos do Fundamentalismo Islâmico. A população viria que todos os sacrifícios não teriam valido apena. À Turquia só lhe restava enveredar pelo caminho da Síria, do Irão, da Arábia Saudita, tornar-se um Estado asiático e islâmico.
Ou seja a Europa passava a ter às suas portas um barril de pólvora, um ninho de terroristas, dispostos a aniquilar a Europa.
A Europa deve ver a Turquia como um grande desafio, como uma oportunidade de construir um projecto multicultural, multi-étnico, de fronteiras alargadas, democrático e tolerante, e economicamente poderoso. Só assim ,teremos uma Europa como uma potência mundial, forte, capaz de fazer frente, economicamente e politicamente aos E.U.A é à China.
António Cipriano


sábado, outubro 02, 2004

Companhias Duvidosas

Manuel Seabra e Narciso Miranda, em virtude dos acontecimentos na lota de Matosinhos que objectivamente foram indutores da morte do Professor Sousa Franco, foram impedidos de concorrer a cargos políticos pelo PS.

No entanto, quer Manuel Seabra, quer Narciso Miranda, marcaram presença no congresso do PS. Segundo noticiava a Sic Noticias, tudo leva a querer, que estes serão eleitos membros do Concelho Nacional do PS, com os votos dos correligionários do novo Secretário Geral

Onde está a moral do PS? É assim que se presta homenagem ao professor Sousa Franco? É com figuras ridículas, perigosas que representam o pior da política, nos órgãos nacional do PS, que o partido se apresenta aos olhos do portugueses como alternativa de Poder?
Por este caminho, cedendo à logica do poder pelo poder, ainda vamos ver Narciso ou Seabra candidato à Câmara de Matosinhos

António Cipriano

sexta-feira, outubro 01, 2004

Taça UEFA



Ontem foi dia de competições europeias para cinco equipas portuguesas. Benfica venceu de forma fácil o mais frágil opositor com uma equipa de reservas. O Nacional foi inexperiente, perdendo com um Sevilha superior. O Sporting de Braga foi uma desilusão. Perdeu com um clube escocês do meio da tabela e pode-se mesmo referir que é do meio da tabela visto que o campeonato escocês tem dez equipas. Apesar de ser superior, o Braga não conseguiu mais do que um empate. Não é de estranhar, afinal o seu treinador é um medroso Jesualdo Ferreira que não sabe jogar para ganhar, apenas para não perder. O Marítimo do meu ex-professor de Futebol na faculdade, Mariano Barreto está de parabéns. Perante um grande europeu fincou o pé e só caiu nos penalties.
O maior destaque no entanto tem de ir para o Sporting. Empatar fora sem golos e a jogar com o central Hugo é obra. No entanto nem tudo está bem no reino do leão, ou melhor, nada está bem. José Peseiro é um bom treinador para um pequeno clube, mas ainda nada tinha provado para ir treinar o Sporting, apesar deste ter mantido praticamente o mesmo plantel que na época transacta. Ele foi muito imfeliz ao dizer que achava o plantel à sua disposição o melhor do campeonato português por diversas razões que se podem enumerar algumas:
- esse plantel tinha ficado em terceiro lugar;
- o campeão português foi campeão europeu enquanto o Sporting perdeu com uns desconhecidos turcos;
- a inadequação da táctica de Fernando Santos, erro que continua a ser perpetrado por Peseiro;
- o desiquilibrio das alas, onde o Sporting não tem extremos, nem num lado nem no outro, apenas adaptações.
Não sei bem qual foi a intenção de Peseiro ao assumir que tinha o melhor plantel, talvez incentivar os jogadores, mas seja qual a intenção foi errada. Um plantel pertence a um clube e num clube desta envergadura não se podem dizer palavras que fiquem impunes, pois cria expectativas nos dirigentes de igual forma. Culpado para a crise do Sporting no campeonato português, nunca foi tão fácil culpar uma só pessoa, visto que a crise ainda não acabou, em cento e oitenta minutos o Sporting não marcou um único golo.

PP