sexta-feira, dezembro 31, 2004

Retrospectivar 2004 e abraçar 2005

Este ano foi um ano mais longo. Teve mais 24 horas do que a grande maioria dos anos do calendário gregoriano. Nem tudo correu bem, ainda não foram avaliados todos os aconteciemntos mas há algumas figuras e acontecimentos que gostaria de destacar, tanto pela positiva como pela negativa. Em Janeiro, ficou a marca da morte do futebolista Fehér, numa estúpida morte em directo, em Fevereiro foram perto de 300 mortos na peregrinação a Meca. Março foi o mês dos atentados em Madrid. Foi o ano do inferno de Beslan e do maremoto do Sudeste asiático. Foi o fim da linha para algumas personalidade portuguesas e estrangeiras: Fialho Gouveia, Henrique Mendes, Ronald Reagan, Christopher Reeve e Ray Charles. Nem tudo foi mau, foi o ano do Euro-2004 e dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos. Foi o ano em que Yasser Arafat e o sheik Hamed Hassin também faleceram. O que esperar agora de 2005? Para já as eleições antecipadas marcadas para Fevereiro, o resto se verá, o que de si já é grave. Eleições em que os principais candidatos são Santana Lopes e o seu "clone" José Sócrates é como ter dois George W. Bush a concorrerem ao mesmo lugar e isso é uma coisa assustadora.

PP
Adeus, 2004!

Faltam algumas horas para nos despedirmos de 2004, embora falte bastante menos tempo na Austrália, Tonga, Nova Zelândia, Vanuatu, Ilhas Fiji, entre outros países. 2004 foi o ano da consolidação do nosso blog, passando de uma brincadeira de dois amigos para continuar a ser uma brincadeira de quatro amigos. Ao invés do declínio de alguns blogs que infelizmente deixaram de ser escritos regularmente, conseguimos postar sempre com uma certa regularidade, o que nos deixa muito satisfeitos. Aproveito a ocasião para publicitar que neste fim de ano passei a escrever artigos de opinião para o Noticaldas , que espero que venha a ser uma experiência engraçada. A toda a minha família (numerosa e espalhada pelo planeta) e especialmente aos meus pais queria desejar tudo de bom para 2005, assim como aos restantes três cúmplices: António Cipriano, António Guimarães e João Pedro. Para quem nos lê e gosta, para quem nos lê e não gosta, para todos os que lêem e não deixam comentários (que eu sinto-me triste quando não deixam comentários) e aqueles que deixaram comentários, a todos desejo um grande ano de 2005, Bem hajam!

PP

quinta-feira, dezembro 30, 2004

Beleza

Em qualquer dicionário, beleza ocorre como sinónimo de perfeição adorável pelos sentidos.
No entanto Beleza é um adjectivo mais lato, que se identifica com um conjunto de qualidades em proporção harmoniosa, naturais e humanas que despertam sentimentos elevados, um prazer especial de admiração que apraz ao coração e à inteligência.
Belo é o raiar do Sol, o luar de inverno, o despertar da primavera, o canto dos rouxinóis, os Jerónimos, um quadro de Renoir, um sorriso inocente de uma criança.

Nos ser humanos o conceito de beleza é bem mais complexo.
Muito erradamente muitos pensam que é uma qualidade somente presente na juventude, visível exteriormente nuns olhos verdes, num rosto inócuo de rugas ou nos seios bem feitos. Mas a Beleza tendo esta face visível é um conceito bem mais profundo, que vem do interior da alma. Beleza é na sua essência, uma simbiose de características iminentemente interiores do foro psicológico. Beleza identifica-se com a generosidade, simplicidade, capacidade para amar, aptidão para sonhar, capacidade para encontrar na vida sempre algo de positivo.

Em 2004, na minha jornada pelas vielas do destino, conheci muitas pessoas. No entanto duas mulheres apenas preencheram por completo os parâmetros da Beleza Humana. A elas, um especial, obrigado por me terem trazido um pouco de luz.
António Cipriano

terça-feira, dezembro 28, 2004

Tsunami

Pela quadra natalícia parece que existe sempre lugar para a tragédia, ou são aviões que caíem ou qualquer outra tragédia. Este ano dava ideia que a época ia ser mais alegre, infelizmente, sem aviso uma enorme falange de morto, devido a um maremoto inesperado. De repente, os telejornais que estavam sem notícias dignas desse novo, mostram imagens da destruição do paraíso, ou melhor dos paraísos, pois foram afectados diversos países como Tailândia, Ilhas Maldivas, Sri Lanka, Índia, Indonésia. Segundo alguns cientistas, a tragédia humana poderia ser mais reduzida, bastava que a Índia tivesse aderido a um programa internacional de prevenção, ao qual não quis pertencer. Se tivermos em crer que as ondas demoraram cerca de duas horas a chegar às regiões costeiras vemos que os mortes não ascenderiam a cerca de 55 mil. Assim ficamos pela lamentação. Paz a todas as almas de quem perdeu a vida.
PP
Revolta da Natureza

Bem sei que nas ultimas cinco década a humanidade tem maltratado os ecossistemas, a biodiversidade, o mares, no fundo o Planeta Terra num todo. Sei também que é natural que as forças da natureza não fiquem quietas perante tantas atrocidades. Se olharmos os factos, o mundo tem vindo a ser afectado sistematicamente e com uma periodicidade crescente de catástrofes de origem natural. Tufões, tempestades tropicais, secas, chuvas diluvianas, que nos deviam deixar que pensar.
Como presente de Natal a mãe natureza deixou no sapatinho, tal como no ano passado um grande terramoto acompanhado de um maremoto. Destruição, morte sofrimento, marcaram a quadra.
Não será o momento de toda a humanidade repensar o modelo de desenvolvimento?
António Cipriano

sexta-feira, dezembro 24, 2004

Feliz Natal
Há 2004 anos, três Reis do Oriente distante, amados e respeitados pelos seus súbitos, como soberanos poderosos mas humildes, sábios mas humanos, largaram num ápice todos os seus titulos, castelos e honras, seguindo um chamamento de um astro celeste luminoso, quente e inspirador, que lhe indicava um caminho para um tesouro secreto, oferta de deus aos homens. Os quatro Reis, por trilhos sinuosos, desertos, pântanos, patifes, e perigos variados, não esmoreceram um único minuto na senda da estrela luminosa. Depois de uma longa jornada os três chegaram à Judeia, mais concretamente as terras de Belém. Os Reis, Gaspar, Belchior e Baltazar, não sabiam o que iriam encontrar. Apenas sentiam nos seus corações que iriam testemunhar algo de extraordinário. Por fim, a estrelas fixou-se como uma lâmpada magica, luminosa e transparente, irradiando luz e energia em torno de uma pequena caverna em que numa manjedoira repousava um menino. Esta criança filha de Deus representava para a humanidade o amor de Deus aos homens, a certeza que o homem é um ser amado merecedor da esperança e vida eterna.
Três Reis abandonaram tudo por uma luz interior, uma busca de fé ausente de materialismo ou ânsias de poder.

Nos, no nosso quotidiano somos vassalos constantes de ambições de poder, dinheiro, famas efémeras e procuras de consumismo vazios de sentido. Agora, que vivemos o Natal que este não seja apenas uma época oca de emoções, símbolo de vã consumismo, ausente de sentimentos.
Que este natal nos reencontremos com o nosso intimo e com os outros. Que pelo menos um dia nos libertemos das correntes opressoras da Sociedade.
Que procuremos o Amor, a Amizade, A Solidariedade, em Comunhão com os nossos familiares, amigos, vizinhos.
Que sem medo nos abracemos ao mundo
Votos de um Feliz Natal são os meus desejos, do João Pedro, do António Guimarães e do Paulo Pinheiro a todos os nossos leitores
António Cipriano

quinta-feira, dezembro 23, 2004

Os Heróis

O meu amigo e companheiro de blog António Cipriano alertou-me para o facto de que José Sócrates escolheu, para música de campanha, o título principal da banda sonora do filme "O Gladiador".
Hoje descobri que Santana Lopes resolveu escolher a música emblemática do filme "Alexandre" (Magno), de Vangelis, que assim resolve regressar à política nacional.
Temos dois candidatos que são uma espécie de heróis épicos, portanto. Afinal, estas eleições são um campo de batalha.
Espero (e aguardo ansiosamente) que as restantes candidaturas também escolham temas de campanha igualmente "interessantes". Para Paulo Portas, talvez um "In the Navy", para Jerónimo de Sousa algo... algo que o permita dançar em cima das mesas (algo a que ele já está bem habituado), e para Louçã talvez "Até Quando" de Gabriel o Pensador (acho que é uma música com um tom suficientemente revolucionário e anarquista para o Bloco de Esquerda).
Feliz Natal!
João Pedro

Informação sobre o O. E.


Torna-se sempre perversamente divertido ouvir as declarações dos nossos governantes, quando questionados sobre a informação distribuída hoje sobre o Orçamento de Estado. Penso que muitos portugueses acham que foi mais uma atitude infeliz, mas os nossos governantes largam algumas “bardas” que demonstram que foi mesmo um disparate desnecessário sem qualquer sentido. Registei como "a pérola do dia", uma declaração de Paulo Portas tentado justificar a medida, dizendo que são gastos necessários, que têm que ser feitos, claro que a seguir a esta afirmação, torna-se necessária uma questão e o jornalista não se esqueceu de a fazer perguntado: “sabe quanto custou esta medida?”. Paulo Portas, numa resposta que, na minha opinião, espelha toda a atitude do governo nestes últimos quatro meses, disse: “não sei, nem estou particularmente interessado”. Acredite senhor ministro da defesa, ninguém em Portugal está interessado em receber mais informações sobre o Orçamento de Estado, porque todos sabem que de uma forma muito simplista, diz que: Portugal está em crise, que o dinheiro não abunda e certamente não pode ser aplicado em disparates, e esta asneira em particular que deve ter dado mais um pequeno golpe nos já pobrezinhos cofres do estado é sem dúvida nenhuma um disparate que poderia e deveria ser evitado.


António Manuel P. S. Guimarães

quarta-feira, dezembro 22, 2004

Menino Jesus VS Pai Natal

Durante séculos e séculos, O Menino Jesus ora sentado, ora deitado nas palhinhas, reinou sem adversários no Natal.
Em medos do século XX, a multinacional Coca-Cola, criou uma nova personagem, que ofuscou por completo o Menino Jesus – O Pai Natal. Ao Contrário do menino Jesus, esta figura de barbas brancas, simpática, não se limita a estar ora sentada, ora deitada nas palhinhas. O Pai Natal, viaja pelo mundo distribuindo prendas e presentes. O Pai Natal representa os novos tempos - o Consumismo; a Globalização; o Materialismo; a busca errática da felicidade, via bens e não sentimentos.
O Menino Jesus representa em oposição, o sagrado, a essência do Natal, a família, o amor fraternal, tendo sido progressivamente ostracizado, até mesmo por aqueles do qual menos se esperava. Por estranho que pareça até na igreja da minha paroquia, já não há presépio!!! Até da igreja o Menino Jesus foi despejado!!!!
Anúncios televisivos, cartazes, estádios, ruas são invadidos pela figura do Pai Natal.
Ao Menino Jesus resta apenas alguns corações, que ainda acreditam no verdadeiro Natal. Não no Natal do consumismo, mas sim no Natal da solidariedade, da amizade, da família e do amor ao próximo.
António Cipriano
A antecipação da Taça

Como benfiquista, venho congratular os dirigentes do Sporting pela até agora tentativa mas possivelmente, mais que provável antecipação do jogo da Taça de Portugal com o Pampilhosa, de forma a despenalisar o Liedson. Como adepto de futebol, acho que os melhores jogadores devem jogar e, sabendo de antemão que um Sporting – Benfica ou vice-versa é o jogo mais apetececido do futebol português, precisa dos bons executantes, num campeonato que de super têm o nivelamento por baixo, ou seja supernivelado pela mediocridade. Em duas equipas “sombras” do que forma outrora Liedson, Rochemback, Simão e Manuel Fernandes são verdadeiros óasis, ou melhor serão no dia 8 de Janeiro. Por defenderam a vossa instituição (que é um dever e um previlégio, sendo sportinguistas) e por defenderem o maior clássico do futebol em Portugal, só temos de agradecer.
PP
Bagão VS Ferreira Leite, Bagão VS Eurostat

Segundo números apontados pelo telejornal de hoje da SIC, o défice real (ou seja, descontando os efeitos das medidas extraordinárias) foi de:
2001 - 4,4% (e é preciso lembrar que foi ano de eleições autárquicas, veja-se os documentos do Banco de Portugal referentes a tal situação e seu impacto sobre o défice)
2002 - 4,1%
2003 - 5,3%
2004 (previsão) - 5,2%
Hoje, Bagão Félix resolveu arranjar dois responsáveis pela embaraçosa situação:
- Manuela Ferreira Leite - Bagão vem agora dizer que nunca pensou que a herança deixada pela anterior ministra das finanças fosse tão pesada;
- Eurostat - o chumbo, o chumbo. Se eles não tivessem chumbado a estratégia do governo, estaria tudo bem. Como tal, são culpados pela situação orçamental portuguesa. O sarcasmo, o sarcasmo.
João Pedro
Começou a época da caça.........ao voto!

Boas noticias para os utentes dos transportes públicos em Lisboa, o governo após rever os aumentos do preço do petróleo decidiu suspender o aumento dos preços dos bilhetes dos autocarros, que aliás tinham aumentado devido a uma decisão governamental da à cerca de um mês e meio. Uma utente, quando questionada pelos jornalistas, diz que é bom mas que desconfia, porque o governo prevê outra reavaliação para Março e segundo esta utente esta reavaliação significa que o governo está a prever algo ainda pior que levará a um maior aumento depois. Ora quanto a tudo isto eu penso que sei qual foi a avaliação que a coligação fez, o governo decidiu suspender o aumento porque de facto reavaliou a situação, ou melhor, a SUA situação que passa pelas eleições de Fevereiro e que por isso necessita de votos. Ou seja, esta medida parte da avaliação do governo depois de neste fim de semana ter sido mais uma vez literalmente arrasado nas sondagens, (pessoalmente não acredito em sondagens mas os politicos têm-lhes um medo de morte) e que por isso necessita de medidas populistas, de pura e simples caça ao voto. Depois ainda há outro problema, porque dizem que a situação será revista em Março, ora então, um mês depois das eleições, ou seja muito provavelmente depois de outro governo ter sido eleito e que assim ficará com mais esta batata quente atirada deliberadamente pela coligação.


António Manuel Pinto Silvério Guimarães

segunda-feira, dezembro 20, 2004

Morrer

Este é o título do último livro que li e que agora deixo um post a comentá-lo. Começando pelo autor, de seu nome Albert Schnitzler, era austríaco e amigo de Freud. Este não é um autor muito conhecido, apesar de ter tido outro romance adaptado ao cinema em anos recentes, chamado “A história de um sonho”, embora no grande ecrã, com interpretações de Tom Cruise e Nicole Kidman, tivesse recebido outro nome, De olhos bem fechados (Eyes wide shut). Este Morrer é o drama psicológico de um homem, Felix, que sabe que tem um máximo de um ano de vida, aceita que vai morrer, temendo no entanto morrer sozinho querendo que sua mulher o acompanhe na morte. É um livro pequeno (100 pág.) que se lê em pouco tempo e com uma intensidade que nos faz pensar o que andamos a fazer na nossa vida terrena.
PP

domingo, dezembro 19, 2004

A Lebre e a Tartaruga

O PS numa lógica de sobranceria e autismo, de quem pensa que já ganhou, antes mesmo de cortar a meta, faz-me lembrar a fabula da Lebre e da Tartaruga de La Fontaine. O PS nesta pré-campanha ainda nada de novo ofereceu ao eleitorado. Ideias? Projectos? Desígnios nacionais? Até agora, nada de nada. Socrátes, imagem a papel quimico de Santana Lopes, mas como todas as imitações pior que o original, tenta com os truques e ilusões da comunicação social e do mediatismo via teleponto, convencer os eleitores com um discurso vazio, balofo, cheio de banalidades e sofismas.
Não mude o PS, não apresente ideias e projectos mobilizadores, e tal como na fabula de La Fontaine, a Tartaruga “PSD” ultrapassará em cima da recta a Tartaruga PS.
Pena mesmo, não existir uma raposa como Cavaco Silva, que coma a lebre, afaste a tartaruga e coloque o país nos eixos.
António Cipriano

quinta-feira, dezembro 16, 2004

O estado da Economia Portuguesa com eleições à vista

Importa analisar o mandato de Durão Barroso e o mini-mandato de Santana Lopes, também sob o ponto de vista económico (e não foi a economia o principal cavalo de batalha do PSD nas últimas eleições?).Numa altura em que os economistas dos mais variados quadrantes políticos (incluindo nomes sonantes do PSD como Catroga e Cadilhe) alertam para a preocupante desorçamentação de despesas (principalmente na área da saúde) que popula o orçamento de estado apresentado pela coligação PSD/PP, é importante analisar os últimos números que revelam a performance económica destes últimos anos:
- O relatório do Banco Central Europeu revela que Portugal foi o único membro da zona euro cujo PIB decresceu no último trimestre. Se todos os outros países recuperaram e se o mesmo não se verificou em Portugal, a desculpa recorrente que envolve a "situação internacional" deixa de fazer qualquer sentido;
- Tanta importância deu o governo à consolidação das contas públicas. A dívida pública de Portugal foi, em percentagem do PIB, de 58% em 2002, de 60% em 2003, de 61% em 2004 (em violação de um dos princípios do Pacto de Estabilidade e Crescimento). Estes são números revelados pelo INE. Onde está a consolidação orçamental?
- O governo vinha prometendo uma diminuição do IRS para 2005. Ora, se a dívida pública aumenta, como é que um governo consegue prometer uma descida do IRS? Será eleitoralismo demagógico? Ou então já inventaram os famosos almoços grátis;
- Para além disso, o INE revela também uma descida nos valores da Formação Bruta de Capital Fixo.
Por detrás de uma fachada de rigor encontramos uma performance medíocre que os números vêm agora revelar.
João Pedro

Indiferença

Sei que não faz parte dos sete pecados mortais, sei que Dante na descrição dos infernos da Divina Comédia não faz referência à Indiferença, mas de todos os castigos humanos é aquele que mais me atemoriza. Por via da Indiferença somos apagados do mundo, mortos da existência apesar de continuarmos vivos. No fundo a indiferença sujeita-nos a um presente e futuro de mortos vivos, criaturas ainda que vivas, apagadas da memória. Mas é claro, que em certos casos a indiferença é um sentença e castigo derivado de um mutuo acordo entre duas pessoas, e neste caso pode ser reconfortante, permitindo esquecer, apagar da nossa história alguém que não encaixava no nosso puzzle.

Quando não resulta de um entendimento tácito das partes, pode ser muito cruel e doloroso para um dos indivíduos. De um momento para o outro ficamos invisíveis, inexistentes, meramente habitantes de uma realidade paralela, divergente e nefasta.
António Cipriano

quarta-feira, dezembro 15, 2004

Vamos lá ver se percebi...


Ontem, dia 13 de Dezembro, vi na televisão a declaração conjunta de Santana Lopes e de Paulo Portas, uma declaração que dizia que os dois partidos iam concorrer para as eleições com listas separadas e que depois dos resultados se iriam juntar para formar oposição, ou em caso de juntos terem maioria, formar governo. Ora então lendo nas entrelinhas, o que eu entendi é que eles vão separados para eleições mas que no fim seja qual for o desfecho das eleições vão acabar por voltar a reunir a coligação. Resumindo, estes dois lideres acham que todos os portugueses são uma cambada de otários e que não percebem que esta separação é apenas aparente, para que as pessoas não percebam que estando a votar num ou noutro partido é estar a votar efectivamente na coligação que (des)governou Portugal nos últimos 4 meses e meio?
Concluo dizendo que, ou eu muito me engano ou estes dois lideres vão ter a maior desilusão de sempre, pelo menos, no que diz respeito à sua vida política, porque com estas “estranhas jogadas” só perdem ainda mais crédito e arriscam-se a ver essa perda de crédito traduzida em votos.

António Manuel P. S. Guimarães
Estranho prazer


Entre as várias coisas que eu não consigo perceber é o facto dos portugueses terem o estranho prazer de serem roubados, sentido ainda uma especial atracção por serem roubados por empresas nacionais. Custa saber que uma botija de gás é mais barata em Espanha do que em Portugal, fazendo com que muitos portugueses atravessem diariamente a fronteira para comprarem gás, aliás o mesmo já se passava com a gasolina. Mas o estranho está, que se nós tivermos um pouco de atenção podemos ver que a agência de combustíveis, que aparece nas noticias da TV, é a GALP, que tanto quanto sei é portuguesa e aqui vem o grande problema, como é possível uma empresa portuguesa vender gás pelo dobro do preço no seu país de origem do que no país vizinho. Uma disparidade que poderia ser explicada se em Portugal o rendimento médio fosse superior ao rendimento médio Espanhol, o que como infelizmente todos sabemos não é verdade. Eu já não digo que o preço deva ser mais baixo em Portugal do que em Espanha mas acho que seria normal ter, pelo menos, o mesmo preço, mas pagar o dobro do que se paga em Espanha é muito estranho e torna-se legitimo desconfiar.


António Manuel P. S. Guimarães
Desenlace


Depois de um longo noivado e quando todos os convidados esperavam o casamento, entre a angelical noiva CDS/PP e o noivo PSL/PSD, o inesperado aconteceu.
Quebrando a tradição e os costumes de famílias tão caras aos valores da família e do sagrado matrimonio, optaram os noivos, não pelo casamento, mas sim, por uma União de Facto a consumar no leito eleitoral de 20 de Fevereiro. Espera-se apenas que o destruidor de lares e paixões José Socrátes, em 20 de Fevereiro, não interrompa este amor longo de 4 meses.

António Cipriano

segunda-feira, dezembro 13, 2004

Entrevista

No Público de hoje, saiu uma grande entrevista com o socialista Jorge Coelho. Grande no tamanho, pois era uma míngua de conteúdos, a roçar o zero. Não aponta uma única ideia para o país, assume como defeito do governo de Guterres, o facto de não terem tentado conquistar a maioria absoluta. Peço perdão antecipadamente pela minha ignorância mas as eleições tiveram de ocorrer antes de Guterres tomar posse, certo? Sócrates deverá ser o próximo Primeiro-Ministro eleito. Não por ser melhor que Santana, pois não o é, pelo contrário, ele é um aprendiz de Santana Lopes no que toca às questões de imagem, no resto em tudo são semelhantes, um oásis de ideias e de competências. Não me parece que Jorge Sampaio tenha dissolvido o parlamento por achar que Sócrates está em alta, pensou foi que Santana Lopes é o alvo a abater e que o ex-ministro do Ambiente ainda não tem a imagem “queimada” como antigos Secretário-Gerais do PS. Possivelmente se esperasse mais tempo, as eleições corriam o risco de serem mais disputadas do que serão. Pena é que Portugal não tenha uma única alternativa credível para Primeiro Ministro, seja ela de que cor política fôr.
PP
A Partitura

Na minha memória, tu apareces-me. Junto pouco a pouco as notas com o que me lembro de ti, os teus gestos, o teu olhar, o teu sorriso, algo em ti me encanta e eu não sei o que é. As emoções tocam a partir da partitura composta, de pequenos fragmentos de ti, não de ti mesma, pois isso é difícil de seria ser-te, saber o que sentes, o que pensas, como sentes, como pensas. Vives na casa onze, mas bem que poderias viver mais abaixo. A tua casa já é demasiado pequena para o espaço que necessitas e ocupas. Toco nas teclas, formo palavras mas jamais poderei dar alma a elas, a alma que me falta colocar na partitura da minha memória para a tocar como um grande músico.

PP

sábado, dezembro 11, 2004

"Grave Crise de Credibilidade"

Enfim, dez dias depois de anunciar a dissolução da Assembleia da Republica, o Presidente da Republica , depois de reunir o Conselho de Estado, explicou ao País as razões para a dissolução da Assembleia da Republica. Não houve novidades, ele apenas disse o óbvio, o que já se esperava, afirmando que desde que o governo tomou posse a 16 de Julho de 2004 "o país assistiu a uma série de episódios que ensombrou decisivamente a credibilidade do Governo". Justificando ainda com uma serie de acontecimentos que seria demasiado demorado enumerar, enfim nada mais do que o esperado e também nenhuma novidade em relação ao que as pessoas consideram como as razões que levaram à queda do XVI Governo. Agora espero que o PSD escolha uma campanha pela credibilidade, uma campanha, como disse Victor Cruz, que tenha como adversários o PS, o PCP e o Bloco de Esquerda e não o Presidente da Republica. Embora tenha receio que Santana Lopes não consiga passar sem ataques ao presidente, aliás, algo que ele disse que ia fazer à alguns dias atras, espero bem que ele tenha ponderado sobre esta situação e que ela não tenha passado de uma infeliz afirmação de quem estava com a cabeça quente e demasiado baralhado.


António Manuel P. S. Guimarães

quinta-feira, dezembro 09, 2004

Coincidências

No inicio da década de oitenta um atentado vitimou, sobre a localidade de Camarate o Primeiro ministro Sá carneiro Líder do PPD/PSD e Adelino Amaro da Costa, ministro da defesa e Líder do CDS. O atentado marcou igualmente, o principio do fim da Coligação - Aliança Democrática.
Fins de 2004, Santana Lopes primeiro ministro e líder do PPD/PSD e Paulo Portas ministro da defesa e líder do CDS/PP foram vitimas de um “atentado” que colocou a bem de todos, a coligação fora do poder. Coincidência ou não o relatório da oitava comissão de inquérito ao caso Camarate saiu em pela crise política.
Pena mesmo é que os actuais lideres da coligação não tenham um decimo da qualidade e competência de Sá Carneiro e Adelino Amaro da Costa.

António Cipriano

quarta-feira, dezembro 08, 2004

PSD
O PSD é um dos partidos basilares da democracia portuguesa, sendo responsável por uma boa parte do desenvolvimento do país.
Com Sá Carneiro lutou e teve um papel crucial na conquista da liberdade, e na afirmação do estado de direito democrático.
Com Cavaco Silva, o PSD trouxe o país para a modernidade dos carris da Europa. Foram os anos da democratização e universalização dos sistema de ensino, da construção das infra-estruturas rodoviárias fulcrais para ligar Portugal aos mercados europeus, do crescimento do poder de compra, da integração plena de Portugal na Europa. Com Cavaco, Portugal transfigurou-se para melhor.
Já o PSD de Durão Barroso e Manuela Ferreira Leite, cumpriu a tarefa ingrata, mas patriótica, do controlo do défice e da despesa do “pesadelo guterrista”. Mas com o pecado original da ambição, Durão Barroso abandonou o país e o PSD, nas mãos de Pilatos, com nome actual de Santana Lopes.
Em 4 meses, um vendaval assolou o país e o PSD. Trapalhadas, confusões, tentativas de manipulação da impressa, episódios caricatos, etc.
O PSD passou de um partido serio com sentido de estado, para um partido populista, de uma nomenclatura de irresponsáveis, sob a batuta de um ilusionista de vãs glorias.
Agora o PSD deve reagir, expulsar a criança diabólica da “incubadora” e voltar ao rumo de sempre.
Cabe a Marcelo, Rui Rio, António Borges, Marques Mendes e o comum dos militantes revoltarem-se e expulsarem a peste do partido.
António Cipriano

segunda-feira, dezembro 06, 2004

A (não tão lenta quanto isso) morte anunciada

Quando deu a chance a Santana Lopes para formar governo, o nosso Presidente da República disse que iria estar atento ao trabalho do governo. Confesso que, na altura, achei que as intenções dele não iriam passar disso mesmo, de meras intenções. Mas como é necessário que os políticos competentes afastem os políticos incompetentes (hmm, onde é que já vimos isto, mesmo?), e como "Santana é incompetente" (Belmiro de Azevedo, no jornal Expresso de 16 de Outubro), não havia outra solução. Tudo o resto seria o prolongar de uma incompetência política sem antecedentes na democracia portuguesa, o prolongar de uma agonia.
Ficamos sem perceber porque é que o primeiro-ministro cessante não utilizou a sua táctica preferida enquanto presidente da Câmara de Lisboa: inundar as ruas de cartazes a publicitar a "obra feita" (Carmona Rodrigues aprendeu essa lição com o mestre e agora faz o mesmo, basta ir a Lisboa para observar). Ah, talvez seja porque realmente não existe obra feita...
As sondagens mostram que a esmagadora maioria da população portuguesa concorda com a decisão de Sampaio. Para os restantes entusiastas, resta relembrar algumas das razões para tal decisão. Saliente-se que, como é óbvio, por nunca ter sido eleito, a margem de manobra política de Santana Lopes para errar era reduzida:
- Deslocalização de ministérios (uma fachada que acabou por ser uma miragem, dado que apenas foram transferidas algumas secretarias de Estado);
- A tomada de posse (as trapalhadas serviam de aperitivo ao que estava para vir);
- Barco do aborto (tanta agitação ideológica!);
- GALP (4 letrinhas apenas colocaram Luís Nobre Guedes, Álvaro Barreto e Santana Lopes a falar cada um para seu lado);
- Anúncio da demolição de casas ilegais no parque natural da Arrábida (o ministro, descobriu-se depois, também lá tem uma casa);
- Professores a assessorar juízes?;
- Mira Amaral reformado da CGD com 18 mil euros mensais. Celeste Cardona administradora da mesma empresa;
- Incompetência no processo de colocação dos professores;
- O caso Marcelo (e a "cabala inconsciente" de Rui Gomes da Silva, claro);
- Os discursos de Morais Sarmento sobre a RTP (a direcção da RTP demitiu-se);
- Morais Sarmento ameaça demitir-se. Arnaut ameaça demitir Cadilhe (mais uma vez, a falta de capacidade para conviver com as críticas). Santana fala em demitir Arnaut e Luís Nobre Guedes;
- Denúncias da Alta Autoridade: pressões do governo sobre a comunicação social;
- Tentativa de criar uma central de informação (órgão de propaganda do governo, composto por dezenas de funcionários);
- Henrique Chaves (ministro por 4 dias, não deu para aquecer a cadeira);
- Para acabar (last but certainly not least), Santana Lopes resolve fazer um verdadeiro comício no meio de uma cerimónia de estado relativa a uma inauguração (o discurso do bébé na incubadora).
Há mais, muito mais. Perante isto, Santana Lopes diz estar a ser uma vítima do capital (os mesmos empresários que não quiseram eleições antecipadas aquando da saída de Durão Barroso para Bruxelas, vinham agora protestar contra a manifesta inabilidade política de Santana Lopes). Por isso, resta perguntar: íamos continuar com esta situação?É tudo bem resumido por Nicolau Santos, jornalista do Expresso, no dia 6 de Novembro: "Em três meses o Governo deu cabo de um trabalho de 13 anos. É obra."
João Pedro
Durão Barroso

Durão Barroso afirmou hoje à imprensa portuguesa que se encontra preocupado com a actual crise política. Tal afirmação é no mínimo estranha e motivo de estupefacção. Afinal, se existe culpado para a actual instabilidade política, esse culpado é Barroso. Barroso, envés de honrar a confiança dos portugueses que nele depositaram esperanças, nas legislativas de 2001, preferiu abandonar o país, numa atitude egoísta de procura do efémero protagonismo internacional. Enquanto isto, o país ficou entregue aos devaneios de Santana Lopes.
António Cipriano

domingo, dezembro 05, 2004

Presidente Sampaio

O Presidente Sampaio ao decidir pela dissolução do parlamento e consequente queda do governo tomou uma sábia decisão de que Portugal agradece.
No entanto, o comportamento de Sampaio não esta isento de erros ou omissões. O Silencio do Presidente da Republica, sobre a actual crise política é preocupante, demostrando uma falta de timimg político, bem como uma falta de respeito pelo povo que ele representa, enquanto presidente. Afinal até ao momento somente o demitido, se pronunciou sobre a dissolução. Sampaio deveria o quanto antes, dirigir-se aos portugueses, e explicar o porque da sua decisão, apelando à serenidade e confiança de todos.
Outra das gafes de Sampaio prende-se com a aprovação do orçamento para 2005. Certamente que entre as argumentos e motivos para a demissão de Santana Lopes, a contestação por parte de empresários, sindicatos e oposição ao orçamento foi importante, para a decisão da dissolução. Então se este orçamento não presta porque aprova-lo? Afinal a lógica, e a coerência diria que se o governo é dispensável então o orçamento enquanto peça central da política desse mesmo governo também o é.

António Cipriano

sexta-feira, dezembro 03, 2004

Quem tem telhados de vidro...

É interessante ler as declarações dadas por Alberto João Jardim ao Expresso, ontem quinta-feira dia 2 de Dezembro. É engraçado ler que ele considera que alguém teve um comportamento inqualificável, falando de Aníbal Cavaco Silva, diz também que o Presidente da Republica tem que ser criticado, considera ainda que Mário Soares não é uma boa influencia, depois, umas linhas à frente faz também uma comparação que é no mínimo bizarra, comparando Santana Lopes a Sá Carneiro e por fim diz que tudo isto que se está a passar são atitudes provincianas . Achei também estranho que Alberto João tenha dito palavras como, “democracia”, “eleições” e “sistema político”, porque nunca pensei que ele fosse capaz de as dizer, quanto mais dize-las na mesma argumentação.
Senhor doutor Alberto João, ganhe juízo e tenha cuidado, porque quem tem telhados de vidro não deve atirar pedras. Quando chegar a casa, ponha a mão na consciência, lembre-se da forma como qualificou estas pessoas e pense quem é que merecia efectivamente estas criticas.


António Manuel Pinto Silvério Guimarães
Fim do Mundo

Depois da queda do governo Santanista, querem agora prender o Santo PAPA Pinto da Costa !!!!! Só pode o Apocalipse estar a aproximar-se, o fim do mundo está para breve!!!! Agora só falta, que queiram banir as salutares tradições portuguesas da cunha e das luvas por baixo da mesa.
Que os deuses tenham misericórdia !!!!!
António Cipriano

quinta-feira, dezembro 02, 2004

Vamos a votos

E pronto, finalmente aconteceu, o Governo caiu. Santana Lopes acabou por ser vitima da sua própria incompetência. Um homem que nunca conseguiu dar uma imagem de ser um verdadeiro primeiro-ministro. Que nunca demonstrou ter pulso para suportar um governo, que vivia da sua conversa, mas que morria devido à sua inacção. Muitas situações levaram a este desfecho, Santana cometeu demasiados erros, sendo o principal o facto de pensar que se pode enganar toda a gente por muito tempo.
E se dúvidas há de que o Presidente da Republica fez bem em dissolver a Assembleia da Republica, basta ler as ultimas declarações de Alberto João Jardim, que veio dizer que a acção do Presidente da Republica foi irresponsável e como todos sabemos se Jardim critica é porque muito provavelmente está bem feito.

António Manuel Pinto Silvério Guimarães
Uma desgraça nunca vem só


Depois da horripilante derrota do Benfica em Leiria no fim de semana, mais uma desgraça assolou o país - A Queda do Governo Santanista

E claro que existem sempre umas ovelha negras, como eu, que apreciaram por demais a derrota do benfica e jubilaram por completo com o par de patins que o presidente deu ao Santana.

António Cipriano
Brincar ao faz de conta

Ocorreu hoje a cerimonia de tomada de posse dos secretários de estado da juventude e do desporto presidida pelo Presidente Sampaio. Os secretários de estado empossados hoje, vão fazer o que?? Um governo de gestão limita-se a deixar andar, a fazer de conta que ainda governa. O novo secretário de estado do desporto já nem tem poderes para ver o DVD do benfica!!
António Cipriano

quarta-feira, dezembro 01, 2004

Fim da Palhaçada

Após quatro meses de atropelos à inteligência dos portugueses, de trapalhadas constantes, de falta de maturidade política, de falta de sentido de estado, de abusos de poder, de falta de tacto político, de tiques de autismo e totalitarismo subjacente na tentativa patética de manipulação da comunicação social, o inevitável aconteceu.

O Presidente Jorge Sampaio, consciente que Santana Lopes era foco de instabilidade e não de estabilidade, fez o que devia. Demitiu um primeiro ministro incompetente

Bem haja Jorge Sampaio

António Cipriano