segunda-feira, fevereiro 28, 2005

O Regresso

Após um interregno de alguns meses, devido à política de censura do Menino Guerreiro, saúdo o regresso aos ecrã, dos comentários do professor Marcelo Rebelo de Sousa.
Talvez quem não esteja muito feliz com este regresso seja o Partido Socialista, visto saber que desde já, tem aqui um analista duro, que não deixará passar em branco os futuros erros de Socrates e da sua equipa.
António Cipriano

sábado, fevereiro 26, 2005

PSD – Que Futuro?

O funcionamento eficaz do sistema democrático radica de uma equação de duas variáveis, cada uma com o seu papel e importância no objectivo central do sistema – a procura do desenvolvimento económico e social num clima de liberdades, buscando a igualdade e a justiça social. Essas variáveis são o governo e a oposição. Do governo espera-se responsabilidade, sentido de estado, credibilidade, postura reformista, estabilidade, trabalho e mais trabalho.

Mas o real funcionamento do Sistema Democrático não será efectivo sem uma oposição responsável, atenta, acutilante, de modo a chamar à atenção do governo para os seus erros, e proteger os cidadãos de excessos ou abusos de poder por parte das maiorias governativas. Obviamente que as oposições na sua heterogeneidade, representam papeis diferentes, consoante a sua natureza ideológica.

O Partido Social Democrata é uma instituição política com uma história rica, cheia de exemplos de combatividade, e de importância vital no combate pela democracia e pelo desenvolvimento do país. O PSD é o partido da luta pela democracia e da consolidação da mesma. É o Partido dos governos de Cavaco Silva, e do período pós revolução de maior estabilidade e crescimento económico. O presente, apesar de não ser o desejado, é em muito superior às expectativas de 1974. E tal é assim, o PSD teve um papel fundamental para esse sucesso.

Com os resultados eleitorais de 20 de Fevereiro, e com a enorme derrota do PSD, é o momento do partido e todos os militantes e simpatizantes reflectirem acerca dessa queda abrupta. A verdade é que o PSD, nos últimos tempos enveredou por um caminho estranho, errático, não totalmente ajustado com a sua história, o qual desaguou na derrota de 20 de Fevereiro. O PSD de um partido de estado, democrático, de centro, responsável, representante de todo o Portugal, foi progressivamente acantonando-se à direita, praticando um estratégia populista sem ideologia e sem verdadeiras causas.
Agora na posição e altura de mudar, de se reestruturar, de se libertar de um fato que não lhe serve. Deve voltar a ser o partido transversal que sempre correspondeu à ideia de partido mais português de Portugal O PSD tem de voltar a reafirmar-se com um partido ganhador, de causas, de ideias, de lutas, com sentido de estado que procure representar todo o centro e mesmo parte da esquerda mais moderada. O PSD deve ser a oposição atenta, construtiva, que caiba criticar o PS, mas também apresente projectos e ideias mobilizadoras. Não deve esquecer a economia, mas deve voltar a centrar o seu discurso não apenas no défice, nos números, mas sobretudo nas pessoas. Deve falar de desemprego, de crescimento económico, de justiça social, da educação, da saúde. Tem de ser um partido aberto a sociedade, capaz de conquistar as novas gerações
Assim é urgente uma nova liderança forte, acutilante capaz de rupturas com o passado recente, com novas caras, com uma nova atitude, apto para romper com o “amiguismo” do aparelho.
O PSD precisa de um tempo novo, que o reafirme aos olhos do país, como um partido de poder, representante de uma alternativa democrática, credível e responsável.
A bem de Portugal essa mudança irá ocorrer. O PSD apesar de consciente da necessária “travessia do deserto”, estará mais cedo do que muitos esperam, forte, pronto para os combates do futuro, procurando acima de tudo, o progresso e o desenvolvimento do país.

António Cipriano

quarta-feira, fevereiro 23, 2005

Menino Guerreiro

Há muito muito tempo, numa época distante, um Menino Guerreiro herdeiro ilegítimo do trono, reinava sobre um pequeno reino de planícies e vales.
Durante meses e meses o Menino Guerreiro, no seu narcisismo genético acreditava que era idolatrado pelo povo e amado por todas as damas do reino. Com a ajuda da sua corte de intrépidos nobres, dos quais se destacava o Conde Negro Rui Gomes da Silva, e afastando a rainha mãe Manuela Ferreira Leite, conduzia uma política de afrontamento aos reinos vizinhos, assente num despesismo sem mediadas, em bens de luxo, festas, meretrizes e sonhos de gloria.
Aos poucos o povo começou a descobrir no até então amado Menino Guerreiro, a sua inconstância, a sua insensatez e a ausência de sentido de estado. O Menino Guerreio continuava as suas festas intermináveis em mares de orgias de prazeres carnais e espirituais, enquanto o povo num vendável de pobreza, desemprego e desanimo sofria. Dentro da corte o Mago Rebelo de Sousa personagem respeitada, do qual o povo imensamente confiava, consciente do caminho errático que o reino levava, iniciou juntamente com outras figuras de nomeada um movimento de ruptura com o Menino Guerreiro. No entanto, o perigoso Conde Negro Rui Gomes da Silva, numa jogada inesperada, encerrou nas masmorras do reino todos os opositores, entre os quais o mago Rebelo de Sousa. Somente o Cardeal Cavaco, com o seu séquito de seguidores mais próximos em plena noite, conseguiu fugir, exilando-se no reino vizinho.
Mas nas Montanhas em redor da capital do reino, um antigo nobre, condenado ainda nos tempos do Rei Barroso por negócios escuros, conhecido pelo seu oportunismo e total desconhecimento das questões do reino, de nome Socrates, coadjuvado pelo Monge Protestante Louça, aproveitando o clima de desassossego e vontade de mudança do povo, lideraram um movimento popular que no dia 20 de Fevereiro derrubou o Menino Guerreiro.
Este refugiou-se nos claustros no mosteiro resistindo por 48 horas. No entanto, e ao contrario do que seria de esperar, não foi Nobre Socrates que descerrou o golpe final no Menino Guerreiro. Foi o seu antigo camarada de armas, o Marques Marques Mendes que de espada em punho decapitou o Menino Guerreiro.
Agora novos tempos se vivem no reino. O novo rei, prometeu ao povo mundo e fundos, a felicidade eterna. No entanto muitos dos nobres laranja desconfiam. Afinal todos conhecem os traços genéticos da família guterrista de Socrates, e sua tentação para o suicídio e destruição do reino. Deus queira que estejam errados!!!
António Cipriano

terça-feira, fevereiro 22, 2005

A Derrota de Santana


E por fim, o país foi a votos e aconteceu aquilo que todos esperavam, Santana Lopes perdeu, não digo de forma nenhuma que o PPD/PSD perdeu, porque não foi isso que aconteceu. Os votos no Partido Socialista foram a demonstração de que a grande maioria dos portugueses queriam por um fim a este governo miserável, liderado por Pedro Santana Lopes, que segundo alguns analistas terá sido o pior governo desde os tempos idos de D. Maria II. Agora dois depois das eleições Santana Lopes fez aquilo que deveria ter feito no Domingo, apresentou a sua demissão de presidente do partido, ou seja, assumiu as responsabilidades, percebendo que não vale a pena por as culpas nos outros. Acredito agora que os militantes do partido vão eleger um líder realmente capaz, vão eleger alguém que tenha o perfil necessário para liderar um partido com a grandeza e responsabilidade que o PPD/PSD tem, em resumo vão eleger alguém. Porque mesmo estando agora no papel ingrato de liderar a oposição a um governo de maioria absoluta, têm que ser sérios e capazes de demonstrar aos portugueses os eventuais erros que o governo socialista vai cometer.
Uma palavra sobre a maioria absoluta do PS, espero que cumpram a sua posição e que consigam fazer aquilo que se espera de um governo de maioria absoluta, que é governar com responsabilidade e sentido de estado e que não se limitem (por tudo quanto é sagrado) a políticas de esquerda, apliquem aquelas que são melhores para Portugal, independentemente do “lado do rio”, e que consigam demonstrar que eu estava errado quando previa que Sócrates não era o primeiro ministro que Portugal precisava.


António Manuel Pinto S. Guimarães
Traumatismo Craniano

Pelas 23 horas do dia 20 de Fevereiro entrou nas urgências do Hospital de Santa Maria em Lisboa, o Presidente da Nova Democracia vitima de um duplo traumatismo craniano. Segundo foi possível apurar, Manuel Monteiro ao compreender, que o seu partido não sai da cepa torta, e ao ouvir a declaração de demissão de Paulo Portas, tomou consciência que perdeu a oportunidade de se candidatar a liderança do CCD/PP e assim voltar a ribalta da política, resolvendo assim, num golpe de raiva bater incessantemente com a sua cabeça na parede.

António Cipriano

segunda-feira, fevereiro 21, 2005

Vencedores e Vencidos

O primeiro e maior vencedor da noite de 20 de Fevereiro foi o Presidente Jorge Sampaio. A vitória retumbante do PS, demostrou que o país desejava a mudança, e que o presidente com a sua decisão em dissolver a assembleia, se encontrava em sintonia com os Portugueses.

O segundo e grande vencedor da noite eleitoral foi o partido socialista. Partido socialista apesar de não ter trazido para a campanha um ideia inovador, um projecto real para o país, um visão de futuro, limitando-se a um discurso arcaico, vago, banal, sob a liderança de Socrates capitalizou o descontentamento geral que existia na sociedade face ao governo caótico de Santana Lopes. Não se tratou tanto de uma vitória do PS, mas acima de tudo uma derrota de Santana Lopes. Mas qualquer que seja a verdadeira causa da vitória do PS, tratou-se de uma vitoria esmagadora e histórica.
Agora o primeiro passo é a formação de um governo credível sem a tralha do guterrismo, sob pena de este governo, mesmo com maioria não sobreviver os quatro anos da legislatura.
E o futuro? Bem, as responsabilidades agora são muitas. Com um Presidente, um governo, uma maioria, não existem desculpas para o PS não resolver os problemas do país. Os portugueses esperam o tão prometido crescimento económico, o combate incessante ao desemprego e as reformas que o país tanto precisa.

Outro dos grandes vencedores da noite foi o Bloco de esquerda. De 3 deputados passou para 8 deputados. Francisco louça tem razões para pular de felicidade. Somente um senão, o facto do PS não necessitar da bengala do BE.
Estas eleições foi delegado de um partido a uma mesa de voto de leitores maioritariamente jovens. Nessa mesa de voto o BE foi a terceira força, com bem mais votos que o CDS e a quilómetros de distância da CDU. O BE com a sua mensagem agressiva, jovem, esta a conquistar no meu entender perigosamente muitas faixas do eleitorado jovem.

Quanto à CDU, aguentou-se bem. Conseguiu pela primeira vez em muito tempo não perder votos. Jerónimo de Sousa esta de parabéns. A estratégia de não falar no debate e dessa maneira não dizer baboseiras, deu resultado.


Quanto ao CDS, ao diminuir dos 8,7 % para os 7,3%, teve uma derrota. Mas não uma derrota por ai além. O CDS apesar da magnifica campanha que fez, foi penalizado pela presença no governo de Santana Lopes. O erro de Portas foi elevar em demasiado a fasquia. Parece-me a mim que o CSD sem Portas ficará órfão. Compete aos militantes fazerem compreender a necessidade de Portas se recandidatar. Afinal não estou a ver ninguém no PP com pedalada para carregar o partido.

Por fim o grande derrotado da noite. Não falo do PSD, mas sim em Santana Lopes.
Santana Lopes demonstrou ser um primeiro ministro incompetente, sem sentido de estado, demagogo, que acantonou o partido à direita populista. Para agravar, Santana não mostrou ser homem. Em vez de se demitir, agarrou-se à cadeira preparando-se para mais uma derrota no congresso. No PSD o slogan tem de ser “Santana - NUNCA MAIS”
António Cipriano
Estórias da eleição

Ontem nas eleições legislativas, uma senhora de 66 anos foi votar pela primeira vez na vida. Na sua juventude, o Estado Novo estava instalado, após isso esteve algumas décadas emigrada mas esta estória mostra que nunca é tarde para ser um cidadão no pleno direito de votar.
PP
O regresso dos piores

Temos então de volta quase todos os protagonistas do pior governo português após a Revolução dos cravos. Mas se até aí as notícias são más, saber que têm uma maioria absoluta, deixando-os a governar (?) o país e um Presidente da República do mesmo partido não augura um futuro nada brilhante para o país mas, como é costume dizer cada um tem o que merece e se calhar o povo português não merece melhor do que Sócrates para Primeiro-Ministro.
PP
Fragmentos de 20 de Fevereiro

A campanha irritou-me. O discurso dos "colos", os boatos, os cartazes, enfim... toda a campanha negativa do PSD irritou-me. Por outro lado, ainda bem, porque assim a vitória sabe melhor. As campanhas negativas são sempre penalizadas, ou "o crime não compensa". Os números finais superaram largamente o que eu esperava, revelou-se uma maioria absoluta confortável. Algumas considerações a título avulso:
- "Santana Lopes e Paulo Portas foram despedidos com justa causa" - genial, esta frase de Manuel Monteiro (que, saliente-se, mais uma vez conseguiu ter menos votos que o PCTP-MRPP);
- Viseu - até aqui o PS ganhou, o Cavaquistão já não é o que era;
- Quem perde as eleições, na minha óptica, nem é tanto o PSD, é mesmo Santana Lopes. O PSD, amanhã, tem outros nomes, melhores, para ocuparem o cargo de presidente do partido; agora, para Santana, o mito da invencibilidade acabou e, muito provavelmente, também a sua carreira política. Foi uma campanha muito centrada na sua figura e, como tal, também a derrota é muito associada à sua figura;
- Pensei que o PP fosse ter mais votos. Fizeram uma campanha séria, apelaram a um engraçado "voto útil" e nunca pensei ver o dia em que Paulo Portas sairia assim da liderança do partido. Fez um discurso digno, desabafou e a verdade é que ele fez crescer o partido, esse é o legado que deixa aos populares;
- A roçar o patético foi o discurso de Santana Lopes. Criticou os antigos líderes do partido mas resolveu não se demitir, apesar de assinalar que o desaire eleitoral é responsabilidade dele. Deve estar à espera para ser humilhado no congresso extraordinário do PSD;
- Os eleitores não são míopes nem têm memória curta, como alguns comentadores querem fazer ver. Viram o que foi a governação da coligação e viram o que foi a campanha do PSD. Juntamente com o projecto do PS, essas foram as três razões fulcrais para o resultado histórico que o PS conseguiu alcançar;
- Um dado interessante: em 2002, quando o PS sai após 6 anos de governação, consegue obter 37,84% dos votos; em 2005, quando o PSD sai após 3 anos de governação, fica-se pelos 28,7%. Acho que isto diz muito;
- Para os críticos do Presidente da República, está aí a resposta. Afinal, Portugal não queria mesmo aquele governo cujo primeiro-ministro não chegou a ser eleito;
- Aquele cartaz da JSD, que dizia, entre outras coisas "Que vitórias obteve?" (Sócrates) agora devia-se tornar peça de colecção;
- Será que Santana Lopes ainda vai processar as empresas de sondagens?
O país está de parabéns, mas era só uma questão de tempo.

João Pedro

sexta-feira, fevereiro 18, 2005

Em que votamos no Domingo

Todos os partidos interiorizaram uma cassete a escassos dias das eleições, de forma reforçada. Para Sócrates é a "necessidade da maioria absoluta", para Santana é "o regresso daqueles que fugiram", para Portas é "a fasquia dos 10% para evitar maiorias absolutas", para Louçã será "a vitória da esquerda sobre a direita", enquanto que Jerónimo anda com problemas de voz.
A 48 horas, julgo útil reflectir sobre 3 pontos:
1 - Francisco Louçã costuma insurgir-se contra uma suposta tendência de direita que o PS apresenta assim que forma governo; são as "políticas neo-liberais" que, na óptica do Bloco, o Partido Socialista vai ajudando a promover. No entanto, quando é para comparar a votação de toda uma esquerda contra a votação de toda uma direita, o BE cola-se rapidamente ao PS. Isto parece-me, no mínimo, incoerente;
2 - Durante esta campanha, o PSD aludiu à fuga de Guterres. O PS optou por, nem por isso, devolver o "mimo". É que Durão Barroso também fugiu, fugiu depois de uma enorme derrota eleitoral. Fugiu por "tachismo" e deixou o país no marasmo que todos nós agora conhecemos. O próprio Santana Lopes já disse que, para além de Sampaio, um dos principais culpados pela actual situação é o próprio Durão (um pouco à imagem do que Bagão Félix tem feito em relação a Manuela Ferreira Leite). Tal situação nem admira; afinal, foi Durão Barroso que, um dia, disse que Santana Lopes "é um misto de Zandinga com Gabriel Alves";
3 - Pode ter o valor que lhe quisermos dar, mas a verdade é que não é o Engenheiro Guterres que se está a candidatar contra Santana Lopes. Mas, e se fosse? Se formos ao site do Eurostat (organismo oficial da União Europeia) podemos comparar o estado da economia agora e em 2001. Aqui temos os valores do crescimento do país; por razões de ciclo económico, torna-se honesto comparar o nosso crescimento, não em termos absolutos, mas comparativamente ao resto da europa. Como é possível ver, por estes valores, Portugal, durante os governos de Guterres, convergiu com o resto da europa (crescimentos anuais do PIB acima da média europeia, excepto em 2000, que se cifrou ligeiramente abaixo). Para que não haja queixas acerca da "herança", vamos ignorar o ano de 2002. E em 2003 e 2004? Em 2003, Portugal DECRESCEU e teve mesmo a pior taxa de crescimento dos 25 países da actual UE; em 2004, Portugal apenas cresceu mais que Malta (e divergiu em relação à média europeia). Outra situação fulcral é a das finanças públicas, e os valores oficiais da dívida pública podem ser consultados aqui. Como se sabe, um dos princípios do PEC estipula que a dívida pública de um país da zona euro não pode exceder os 60% do PIB. Em 95, quando o PS forma governo, a dívida pública herdada foi de 64,3% do PIB. Em 97, ano da convergência nominal, a dívida pública era já de 59,1% do PIB. A partir daí baixou e, em 2001, era de 55,8% (e foi ano de eleições autárquicas, é importante salientar). Esta foi a herança para o governo Durão/Santana. Em 2003, a dívida pública foi de 60,3% e em 2004 ultrapassou mesmo esse valor, segundo dados provisórios.
Não houve crescimento com o PSD. Não houve saneamento das finanças públicas com o PSD. A europa atravessou um ciclo de contracção, é verdade, mas isso não valida que Portugal tenha sido, durante estes anos, o último do pelotão.

João Pedro

quinta-feira, fevereiro 17, 2005

Os Pequeninos

O PCTP/MRPP, o maior dos pequenos partidos (36.000 votos nas europeias), parte para a campanha sob o slogan – “Ousar lutar, Ousar vencer”. Curiosamente trata-se do titulo dos ultimo livro de Garcia Pereira, com prefácio dessa grande figura da esquerda, Freitas do Amaral. Garcia Pereira, figura carismática do marxismo revolucionário, dono de um pequeno iate, no qual na companhia de um porto velho, reflecte sob os problemas do proletariado oprimido, já prometeu que em caso de eleição “vira o parlamento do avesso”. Confesso que Garcia Pereira é um cromo engraçado, que decerto no parlamento seria personagem central em muitos momentos hilariantes.

O PND (33.968 votos nas europeias de 2004), partido da andorinha, que nada mais é, do que o resultado de uma birra de Manuel Monteiro, apresenta-se aos eleitores como o partido da família e da política limpa, livre de qualquer pecado. Apresenta como proposta inovadora, o enclausurar, as mulheres em casa, como domesticas, mães, submissas, estupidificadas de modo a agradar aos maridos, honestos trabalhadores, mediante a concessão de um salário atribuído pelo estado
O POUS, partido da grande Carmelinda Pereira (com um enorme currículo de assaltante de Bancos no PREC), com sede num vão de escada de um bairro na Cova da Moura, procura como objectivo primordial duplicar o numero de votantes. Passar dos 10, para os 20 votos.

PNR (8106 votos nas europeias), partido defensor do Portugal antes de 74, do Portugal rural analfabeto mas feliz. Defende um Portugal sem estrangeiros, fora Europa, num orgulhosamente só. Um Portugal da família, de donas de casa em que os seus maridos após o salutar convívio com as sua amantes, retornam à alegria do lar Mas o PNR também trouxe algo de positivo. Afinal qual o país da Europa desenvolvida que não tem o seu partido de extrema direita, radical, racista, reaccionário e nacionalista? A França, O Reino Unido, a Suíça, a Holanda , a Alemanha já há muito que tem o seu partido nacionalista. Portugal também não quis ficar a trás!!!

PH( Partido Humanista - 13.200 votos nas europeias de 2004). Confesso que ainda não entendi o que é o PH. Nos seus tempos de antena, debitam um conjunto de banalidades, lugares comuns em que todos estão de acordo. Liderança, ideias inovadoras, ideologia, não existem. Talvez seja o partido daqueles que não sabem o que querem!!
António Cipriano

quarta-feira, fevereiro 16, 2005

Debate - Vitória do Centro Direita

Assistimos ontem a um debate vivo, interessante, em que ficou perceptível as capacidades de cada candidato. Os vencedores da noite foram em primeiro lugar Paulo Portas, seguindo de Santana Lopes.

Portas, aproveitou, muito bem o seu tempo, focando os pontos fortes da sua governação, utilizando gráficos esclarecedores e bem feitos. Falou de emprego, apresentando as suas conquistas e desmontando por completo o argumento 150.000 empregos de Socrates. Novamente com um postura de estado e de responsabilidade, conseguiu demonstrar que era o elo mais forte do governo. Alias para completar o ramalhete, até deu a impressão que fez parte de um outro governo. De um governo que nada teve a ver com as confusões que existiram.
Pontuação: Teve claramente um Bom Mais.

Santana Lopes, igual a si próprio, com um discurso fácil, solto, debitando constantemente números, passou a imagem de conhecedor dos dossiers; de homem de estado, justicando os seus insucesso ora com a conjuntura internacional, ora com a pântano da governação guterrista. Trouxe gráficos, dados económicos, comparações, indicadores. Até parecia um verdadeiro primeiro ministro. Como ponto negativo somente alguma dificuldade inicial em se desenvencilhar do caso TOTTA levantado por Louça.
Pontuação: Bom
.
Já o candidato socialista, José Socrates teve uma prestação fraca, inconsistente, não demostrado capacidades para primeiro ministro. Socrates voltou a ladainha habitual. As mesmas ideias, mas mais grave, os mesmo argumentos, as mesmas palavras. Repetitivo, maçador, chato mesmo. Quando questionado sobre os sacrifícios que os portugueses terão de suportar, fugiu como o diabo da cruz, da resposta. Sobre a segurança social, nada disse, a não ser a necessidade de mais um estudo. Para agravar, numa estratégia concertada, Santana e Portas deferiram ataques sem piedade contra Socrates, tendo este demonstrado muita fragilidade, e mesmo incapacidade para desmontar os ataques dos opositores. Com este debate ficou claro o falhanço da maioria absoluta por parte do PS. A Socrates valeu mesmo, foi a ajuda de Louça.
Pontuação: Medíocre

Quanto a Jerónimo de Sousa, o caricato aconteceu. Falta de voz a um comunista!!!! Este episódio demonstrou o nervosismo de Jerónimo, talvez por nunca ter andado nestas andanças. De qualquer das formas, aos olhos dos portugueses Jerónimo saiu como um coitadinho, e todos sabemos que os portugueses gostam de coitadinhos. Mas melhor ainda, Jerónimo, ao não falar, pelo menos não disse asneiras o que foi positivo.
Pontuação: por não ter falado – Suficiente +

Por fim Louça, igual a si mesmo, esteve bastante bem . Mais uma vez num registo de pregador puritano, daqueles que são donos da verdade e que nunca em tempo algum cometeram pecados, advogou, num comportamento inquisidor o queimar na fogueira dos “Bancos e Banqueiros”. A verdade é que o efeito surpresa da questão do TOTTA foi brilhante, marcando muitos pontos a Louça. Ao nível de políticas de governação Louça, qual apaixonado, deu os entenderes da sua abertura para um futuro casamento com Socrates.
Pontuação: Bom

António Cipriano
O Vencedor do Debate

Ontem assistimos a um fantástico debate televisivo. Os discursos do costume, as tretas de sempre, sem que nenhum tenha passado das acusações, soluções para os problemas do país é que ninguém ouviu. Partindo de uma analise de quem ganhou o debate apenas posso dizer, Santana e Sócrates empataram, conversas medíocres que apenas demonstram a incapacidade para liderar uma fabrica familiar de pastilhas elásticas, quanto mais de liderar um governo. Depois, um pouco acima, temos Paulo Portas, que deu exemplo do que fez, tem a vantagem de ter pertencido ao governo durante 3 anos, por isso era impossível não ter feito qualquer coisita, mas foi arrogante roçou a falta de educação deixando no ar o facto de ter feito tudo apenas com Bagão. Só falou na coligação a que pertencia quando a isso foi forçado. Francisco Louça, fez com que Santana se engasgasse, e foi ele que deu as dicas para Sócrates dizer qualquer coisa, mas com um discurso de acusação pura e dando apenas as propostas demagógicas, que soam sempre tão bem, logo esteve mal. O único candidato que numa escala hipotetica teria positiva foi, (e isto nunca esperei vir a dizer, mas demonstra como anda mal a nossa política), Jerónimo de Sousa, que ganhou por ter estado calado, forçado por questões de saúde é certo, mas assim não disse disparates e não se enterrou, coisa que aconteceria se ele tivesse vindo com a conversa marxista de à dois séculos atrás, aliás, quando consegui dizer alguma coisa perdeu alguns valores. Mas quem perdeu mais foi mesmo a paciência das pessoas que conseguiram ouvir o debate até ao fim!

António Manuel Pinto S. Guimarães

terça-feira, fevereiro 15, 2005

Fernando Pinto

Há alguns anos, se alguém afirma-se que a TAP iria ter um lucro de 15 milhões de Euros, essa pessoa seria no mínimo motivo de chacota, totalmente ridicularizada.
No entanto, no ano de 2004, o improvável sucedeu!!!! A TAP teve um lucro de 15 milhões de Euros.

Se tal ocorreu, deve-se em grande medida a Fernando Pinto. Fernando Pinto quando pegou na TAP, à semelhança da CP, esta era um sorvedouro de dinheiros públicos.
Noticia na comunicação social ora pelos seus prejuízos ora pelas suas greves. Com Fernando Pinto tudo mudou. Apesar de uma envolvente complexa e desfavorável, a TAP voltou a ser um empresa rentável.
Se em Portugal nunca nos esquecemos de criticar, também não nos devemos deixar de elogiar quem merece. Fernando Pinto, bem merece esse elogio, enquanto gestor e líder de uma equipa que revolucionou a TAP, trazendo-a para o rumo certo.

Oxalá que no futuro governo, existam vários “Fernandos Pintos”, que revolucionem a Economia Portuguesa.
António Cipriano
Votar ou não votar ?

Verónica, 19 anos, estudante de enfermagem, apesar de ainda não ter votado, não parece muito interessada nisso. O seu avó, Sr. Simão não quer acreditar na falta de interesse da neta.
Afinal para que ele e outros, tinham sofrido e lutado durante décadas e décadas.?

Verónica, perguntava-se, votar para quê? São todos uns maretas !!!

- Bem o Santana sempre é um tipo bacano, gosta da noite, dos copos, de curtir. Mas trabalhar, não é muito disso.

- o Socrates, parece um robot, cinzento, com uma conversa cheia de palavrões, de novas tecnologias. Não sei, mas não me parece um gajo muito confiavel. E depois dizem umas coisas dele...............

- Jerónimo, sempre é divertido, gosta de dançar. E claro e o organizador da festa do Avante. Mas por outro lado o PCP é um partido de cotas. Não me ficava bem votar num partido de cotas
- O Louça, esse é um gajo à maneira. É a favor das ganzas, das relações homossexuais, do aborto, e gosta de ferrar os ricos. Se votasse no Bloco, o meu pai nunca mais me perdoava!!!!


Afinal em quem Voto? - pergunta-se continuamente, Verónica?
António Cipriano

segunda-feira, fevereiro 14, 2005

Dia de S. Valentim

Por onde quer que passo sinto a tua presença. O teu olhar marca-me os sentidos. No entanto, insistes em te esconder nas sombras, deixando-me a mim, numa inquietação constante, de procurar no vazio um sorriso que não conheço, mas que sonho continuamente, noite a pós noite. Hoje, dia de São Valentim desespero num silencio barulhento pela tua vinda. Espero encontrar hoje mesmo, os teu olhos escuros e doces. Espero contemplar as tuas formas, os teus seios hirtos e formosos, de me enamorar pela tua graciosidade Não fugas mais, caminha em minha direcção, e juntos numa cumplicidade de sentimentos, viveremos num simbiose perfeita estes últimos minutos deste dia de São Valentim.
António Cipriano

domingo, fevereiro 13, 2005

Hinos Eleitorais

Estas eleições para além das polemicas habituais e das trocas de mimos tem igualmente sido interessante ao nível da sua componente musical. É verdade que o grande êxito musical é sem sobra de duvida “Menino Guerreiro” do PPD/PSD. No entanto há que realçar os êxitos da cantora lésbica Dina ao ser a autora e interprete dos hinos da Nova Democracia e do CDS/PP. Facto Curioso este!!!!

António Cipriano

sexta-feira, fevereiro 11, 2005

Não percebo!

Parte da recente estratégia eleitoral do PP é deveras inusitada. Por outras palavras, estou boquiaberto.
"Assim se vê a força do... PP!". O novo grito de guerra do PP soa a, soa a... pois...
Ontem, Paulo Portas proclamou o seu próprio partido como sendo o "partido revolucionário do séc. XXI".
Como se não bastasse, anteontem, o líder do PP foi apelidado de "Grande Timoneiro", pelo próprio partido. Será que isto soa um bocadinho maoísta?
Não percebo!

João Pedro
Casamento

Esta semana pelas ruas da cidade tenho encontrado em campanha algumas força partidárias. Em especial o Bloco de Esquerda e o CDS/PP. De qualquer das formas, achei interessante que na segunda feira a comitiva do Bloco de Esquerda, e a comitiva do Partido Socialista terem escolhido o mesmo local de campanha. Mas mais do que isso. Ambas comitivas conversavam alegremente em espirito jovial, naquilo que parecia aos olhos dos transeuntes um namoro, ou mesmo o preludio de um casamento eleitoral no curto prazo.

Mas quem sou eu para falar de casamento? Afinal, eu nestes 26 anos de vida ainda não sei o que é gerar um casamento; não sei o que é um sorriso de uma noiva, eu nunca me casei!!!
Por isso deixo a interpretação desta cenário de namoro aos entendidos.
António Cipriano
Estudante deslocado não vota!

Desde os meus 18 anos, sempre gostei de poder exercer o meu direito/dever de voto, contestando abertamente todos os abstencionistas, especialmente aqueles que não votavam por acharem que o seu voto não contava para nada e porque não ia decidir nada, ou então porque pensam que votar é perder tempo. Sempre lutei contra este pensamento, mas o meus governantes decidiram, não à muito tempo, que eu deveria ser mais um abstencionista, eu e todos quantos estão a estudar longe da sua area de residência e que não têm disponibilidade para gastarem cerca de 150€ para irem até às suas casas para votar. Ou seja todos os políticos falam que a abstenção é negativa e prejudicial para a democracia, mas acabam por legislar a favor da abstenção quando negam o direito de voto dos estudantes. Para tornar a situação ainda mais caricata parece que os estudantes são o grupo exclusivo, visto que policias, militares, presos, funcionários ferroviários, entre outros podem exercer o seu direito/dever de votar estando deslocados do seu local de residência. Assim só me resta ficar resignado e esperar que daqui a algum tempo ninguém me venha prender por eu manifestar a minha vontade de votar, porque assim não há democracia que resista.


António Manuel P. S. Guimarães

quinta-feira, fevereiro 10, 2005

Aposta de Cunhal

O Jornal Publico noticia que Álvaro Cunhal aposta numa maioria Absoluta do Partido Socialista. Segundo fonte segura (o primo da empregada de limpeza de Francisco Louça, cujo cunhado tem uma madrasta que é irmã do Jardineiro de Álvaro Cunhal), Alvaro Cunhal apostou 25 Euros na vitoria do PS com maioria absoluta.


António Cipriano

quarta-feira, fevereiro 09, 2005

Vamos a votos!

A pouco mais de dez dias das eleições, os principais candidatos continuam a tentar cativar a população, Sócrates com o crédito em boatos absurdos como é o de Cavaco Silva apoiar uma maioria PS. Falta de argumentos é o mínimo que se pode dizer. De tudo o que ele diz e faz, só numa lhe dou razão, no título dos cartazes: “Voltar a acreditar!” é preciso muita fé mesmo para acreditar nele e na sua equipa. Veja-se o caso de Fernando Gomes, ex-ministro que até ele mesmo foi vítima de um roubo enquanto estava a cumprir a sua agenda política, Jorge Coelho, o yes man, que se demitiu com o caso da ponte Heinze Ribeiro, que provou a mim que ele estava longe de ser um homem com H maiúsculo. Homem que se preze no seu caso, teria dado início às buscas e teria ido ao local prestar todo o apoio possível em vez de se demitir e refugiar, deixando a batata quente nas mãos de Guterres. Temos Maria de Belém que todos consideramos uma nulidade, a quem foi criado um Ministério sem sentido apenas para ela possivelmente fazer uns manjares, pois aquilo era mais que um tacho, aquilo era uma panela de pressão. Quem temos mais, deixa ver: Guilherme de Oliveira Martins, João Cravinho, Pina Moura, tudo apostar que levaram o país ao que Guterres chamou de pântano e claro para finalizar António Vitorino que não teve coragem de concorrer ao lugar de secretário-geral do partido e que infelizmente nem artes de ventríloquo tem pois quando fala, fala por si e não por Sócrates, mostrando o fosso que existe entre ambos. Há poucos meses, vimos que a população americana caiu no erro de reelegeu Bush, espero que os portugueses dia 20 deste mês não caíam no mesmo erro de eleger um candidato que só sabe dizer: “Os portugueses dia 20 vão julgar” e “ o senhor está confundido”. Obviamente que os meios de comunicação mais parciais quiseram considerar no mínimo um empate esse debate e no máximo uma vitória para Sócrates, o que parece ser retirado de toda e qualquer credibilidade. Num Portugal melhor ao nível de alternativas, Sócrates não tinha lugar numas eleições legislativas, quanto mais querer ser o novo PM. Esperemos que os portugueses sejam diferentes do povo americano e que não voltem a acreditar em pessoas que foram responsáveis pela pior governação de Portugal pós-25 de Abril, sendo todos indignos sucessores de Cavaco Silva e dos seus ministros.
PP

segunda-feira, fevereiro 07, 2005

Voltar a Acreditar

O Slogan de campanha do Partido Socialista é “Voltar a Acreditar”. Pretende o PS passar um imagem de credibilidade e competência. No entanto qualquer eleitor minimamente esclarecido tem dificuldade em entender este slogan.

Como é possível “voltar a acreditar” no PS, quando este apresenta como candidatos a deputados:

- Pina Moura (cabeça de lista pela Guarda); aquele que Prof. Sousa Franco considerou o pior Ministro das Finanças deste os tempos de D. Maria
- João Cravinho (cabeça de lista por Faro), o responsável pelo buraco financeiro das SCUTS
- Guilherme de Oliveira Martins (candidato pelo Porto), o Arquiduque do Défice e da Despesa Publica, conhecido como o Mister Bean das Finanças
- Fernando Gomes (candidato pelo Porto), o ministro demitido por Guterres, motivo de chacota de todo o Portugal pela sua irresponsabilidade genética e empregado de mesa de Pinto da Costa aos Fins de Semana.
- Maria de Belém (candidata por Lisboa), responsável pelo caos do sistema de saúde e personagem principal da anedota política do Ministério da Igualdade.
- Leonor Coutinho (candidata por Lisboa), figura mediatica pelo celebre caso que teve com um cidadão dos PALOP´s, que passeava alegremente pelas ruas de Lisboa com o Mercedes do Estado.

António Cipriano

sábado, fevereiro 05, 2005

Acidentes nas auto-estradas com condutores em contramão

Segundo estatísticas recentes o ano de 2004 teve menos acidentes provocados por pessoas a andar em contramão na auto-estrada. Relembro que isso se passou durante o governo PSD, da mesma forma que tivemos o Janeiro mais seco desde há cem anos, promovido pelo PM Santana Lopes. Estes são mais alguns factos a juntar áqueles que ele revelou no debate de quinta-feira.
PP

sexta-feira, fevereiro 04, 2005

Não é assim que alguém muda de ideias

Achei muito fraco o debate entre os dois principais candidatos. Não aqueceu nem arrefeceu, como se costuma dizer.
O editor executivo da revista Visão faz aqui a sua apreciação do debate. Não sei se concordo inteiramente, mas não deixa de ser uma apreciação interessante.
"Eu tenho um sonho" - Pedro Santana Lopes no seu "melhor".

João Pedro
Debate

Assistimos ontem a uma debate morno, demasiado morno, sem sal, sem picardias e não esclarecedor. O formato americano do debate em cada ajudou à vivacidade dos 90 minutos de discussão. Continuo a preferir os debates à antiga portuguesa, com troca de mimos, zaragatas, e muita emotividade. Nada melhor do que um discussãom como o debate dos anos 80 entre essas duas figuras de esquerda, Mário soares e Freitas do Amaral.
Podem dizer que estes são ainda menos esclarecedores. Mas desde quando um debate tem de ser esclarecedor? O que se procura determinar é a fibra dos candidatos.

Quanto a resultado tivemos um empate, com vantagem mesmo assim para Santana Lopes.
Socrates, numa postura rígida, imóvel, surgiu aos olhos dos eleitores mais uma vez como uma figura fria, pouco humana. Socrates parecia um robot, limitando-se a debitar um a cassete predefinida num qualquer software de discurso político. Não trouxe nada de novo, simplesmente a confirmação de que se trata de um candidato frágil, de plástico.

Santana Lopes apesar de todo, sempre mostrou uma postura humana, com emotividade, debitando números, para passar a imagem que conhece os dossiers. Santana toca mais aos leitores. Santana tem muitos e muitos defeitos, alguma virtudes, mas sempre é uma personagem de carne e osso, não um autómato como Socrates.
António Cipriano
O Debate de ontem


Para Francisco Louçã, Santana saiu um homem derrotado do debate de ontem. É caso para rir, pois Louçã nem viu o debate, pela mesma hora ele fazia um discurso salientando Sócrates e o governo socratiano. Afinal quem é o derrotado? Louçã a apoiar o candidato de outro partido, seu concorrente directo, mostrando-se parcial perante o testemunho de um amigo de uma irmã da cunhada do primo que lhe disse que Sócrates derrotou Santana no debate? Pois bem, senhor Louçã, eu vi o debate e não achei que Santana fosse um homem derrotado, conhecendo bem ambos os outros candidatos, onde Santana pode ser acusado de muitas coisas mas, nunca de não possuir o dom da palavra e outro candidato é um imitador do estilo de Santana e quem é visto como segunda escolha pelos militantes do seu próprio partido não é bom presságio. Durante a primeira parte, as frases chaves de Sócrates foi “Dia 20 os portugueses vão julgar!” (qual o espanto é o dia das eleições é óbvio que os portugueses vão votar) e “você está confundido!” (o que é normal, Sócrates meteu os pés pelas mãos). Um dos casos que mostram a incapacidade de Sócrates foi quando Santana pegou na promessa dele pôr o inglês no ensino básico e disse que o inglês já estava no ensino básico, pois o ensino básico é até ao 9º ano.
PP

quinta-feira, fevereiro 03, 2005

A Pré Campanha dos Horrores.


Portugal vive a pior pré-campanha eleitoral de sempre, não consigo perceber quais as ideias de cada um, ouço apenas fait-divers, conversas de treta, conversa de caça ao voto. Deparo-me com uma pré campanha vazia de ideais, em que todos se acusam, em que todos se culpam, uma pré campanha onde ninguém consegue dar razões palpáveis para ser eleito Os ideais de antigamente foram substituídos por teorias de marketing e de “vendedores de imagem”, que mais parecem vendedores de banha da cobra.
Para dar uma pequena ideia sobre o que se passa, vou dar o exemplo de um cabeça de lista, que ainda é ministro, a defender o levantamento popular em Coimbra para impedir a entrada de outro candidato na cidade, um incitamento puro à violência. E isto ainda é o início, não me atrevo sequer a imaginar o que irá acontecer na campanha oficial. Mas não posso deixar de sentir medo, muito medo, por apenas imaginar que o meu país vai ser governado por pessoas de tão baixo nível.

António Manuel Pinto Silvério Guimarães
Guerra Civil
Portugal apesar de não se aperceber vive um guerra interna que corrompe muitas e muitas famílias. Uma guerra que todos os dias faz vitimas inocentes. Essa guerra não se passa lá longe no Iraque, na Bósnia, no Kosovo, em Timor, mas bem no meio do país.
Todos os dias as estradas são manchadas de sangue, pela irresponsabilidade, pela insensatez dos condutores portugueses. Mas por estranho que pareça ninguém fala desta guerra.
Ainda esta semana, cinco jovens militares perderam a vida num acidente de viação no IP4. Tivessem morrido no Iraque em missões típicas da sua profissão e o país tinha virado do avesso. Manifestações, greves, revoltas, pressão jornalística agitariam o país num mar de revolta. Por muito menos já se fizeram revoluções. Governos, ministros seriam responsabilizados, julgados apedrejados pela opinião publica. Mas Portugal é um país de paradoxos, em que o que não é noticia na comunicação social não é nada de relevante. Ontem foram cinco militares, hoje quem será o premiado da roleta russa?
António Cipriano

quarta-feira, fevereiro 02, 2005

Menino Guerreiro

De há uns anos para cá que as campanhas eleitorais são dominadas por equipas de especialistas brasileiros de marketing político, que tentam quanto possível vender um candidato como se trata-se um sabonete, ou um detergente.
Mas às vezes esses pseudo especialistas brasileiros perdem totalmente o juízo ou a noção da realidade, optando por estratégias de marketing totalmente descabidas. Exemplo deste facto é a Musica Menino Guerreiro escolhida para abrilhantar a apresentação de Santana Lopes.
Na referida canção Santana é apresentado como “Menino Guerreiro” “ um homem que se humilha-se Se lhe castram os sonhos” Um homem que também chora” . No mínimo Patético e Brejeiro. Santana não mudes de especialistas de marketing não!!!!

Fica aqui abaixo a letra da brilhante musica. Mas se quiserem mesmo divertirem-se vão a www.psd.pt ( lado esquerdo do site - Campanha – Áudio - Menino Guerreiro)

Um homem também chora
Menina morena
Também deseja colo
Palavras amenas
Precisa de carinho
Precisa de ternura
Precisa de um abraço
Da própria candura
Guerreiros são pessoas
São fortes, são frágeis
Guerreiros são meninos
No fundo do peito
Precisam de um descanso
Precisam de um remanso
Precisam de um sonho
Que os tornem refeitos
É triste ver este homem
Guerreiro menino
Com a barra de seu tempo
Por sobre seus ombros
Eu vejo que ele berra
Eu vejo que ele sangra
A dor que traz no peito
Pois ama e ama
Um homem humilha-se
Se lhe castram os sonhos
Seu sonho é sua vida
E a vida é trabalho
E sem o seu trabalho
Um homem não tem honra
E sem a sua honra
Morre-se, mata-se
Não dá pra ser feliz
Não dá pra ser feliz
António Cipriano

terça-feira, fevereiro 01, 2005

Quem Copia Afinal?

Muito tenho lido e ouvido sobre as estratégias de campanha do P.S., em que alguns dizem que não passa de cópias das campanhas do P.S.D., falando inclusivamente sobre o facto de Sócrates ser um clone de Santana Lopes, mas a única coisa que eu consigo ver, ou aliás, ouvir é o novo “hino” do P.S.D. que é a música composta por Vangelis para o filme 1492. Se a memória não me falha essa era a música que Guterres utilizava nas suas campanhas para primeiro ministro, por isso fica a questão, afinal que copia quem?

António Manuel Pinto Silvério Guimarães
Modas

Na actualidade qualquer pessoa que pretenda esta in, tem necessariamente que cumprir dois critérios. Por um lado tem de estar com gripe, e por outro lado, tem de ser intimado a ser ouvido na Policia Judiciaria.

Pessoalmente como gosto de acompanhar a moda, já adquirir a referida gripe.
Agora só me resta esperar impacientemente pela intimação da Policia Judiciaria, para poder ser convidado para as festas da Discoteca Capital, e para ser alvo de uma reportagem na revista Caras.
António Cipriano
António Vitorino
Se alguém cai-se de paraquedas em Portugal e nada conhecesse da política nacional, e se tivesse a oportunidade de ver a entrevista de António Vitorino na 2: pensaria que este, com toda a certeza era o líder do PS e candidato a primeiro ministro. António Vitorino, com um discurso pensado estruturado, discorreu com elegância e firmeza de convicção sobre a generalidade dos problemas que afligem Portugal.

No entanto e sem que se perceba bem porque, o líder do PS não é Vitorino mas Socrates.
Socrates ao contrario de Vitorino é uma personagem sisuda, de plástico, sem convicções ou certezas. Um Sofista e não um Filosofo.
António Cipriano