sábado, julho 30, 2005

Desaparecimento

Desaparecem hoje da bancas dois históricos do jornalismo em Portugal: “O Comércio do Porto” e a “Capital”. Confesso que nunca folheei o “Comércio do Porto”. De qualquer modo, um jornal com 151 anos, desaparecer é motivo de tristeza.
Já a “Capital”, me acompanhou muitos dias, nomeadamente nos anos 90, em que todas as sextas feiras por virtude do seu caderno de informática, era um leitor fiel. Na segunda metade da década de 90, deixei de ler a "Capital". Perdi mesmo o contacto com o diário. Só no ultimo ano, já sob a direcção de Luís Osório é que voltei a acompanhar a “Capital”. Luís Osório, deu um novo gás ao Jornal, fazendo desde, um periódico de leitura interessante, com bons cronistas com Jacinto Lucas Pires e Daniel Sampaio. É certo que a linha editorial do jornal passou a ser marcadamente de esquerda, evidenciando-se mesmo, em alguns momentos, como o jornal oficial do PS. Apesar deste facto, a “Capital” era um jornal interessante, face ao panorama nacional, que vai deixar alguma nostalgia e saudade.
António Cipriano
Quarteto Fantástico

Aguardo que chegue a um cinema perto de mim, o filme do Quarteto Fantástico. Na minha infância, era fã deste grupo da Marvel, lembrando-me ainda de algumas estórias deste grupo, escritas por um dos melhores escritores de quadradinhos da altura (não sei se ainda será) John Byrne. No entanto (como sempre não há bela sem senão), apesar de gostar da inteligência de Reed Richards (o Senhor Fantástico, uma espécie de McGyver que se estica), nunca percebi como alguém tão inteligente podia ter um poder tão ridículo e ainda por cima chamar-se fantástico. O que têm de fantástico poder esticar-se? Parece ser um bom poder para envolver um automóvel e oferecê-lo como prenda de anos à sua esposa com laço e tudo, agora para liderar um grupo de super-heróis, como a Mulher Invisível, o Tocha Humana e o Coisa? Que frase emblemática é que ele pode gritar e que inspire terror no coração dos criminosos: Vou-te envolver?? Hmm, não me parece...

PP

sexta-feira, julho 29, 2005

O regresso de Mário Soares (mas... outra vez?!?!?!?!?)

Primeiro foi cabeça de lista do PS às europeias, mesmo apresentando já uma idade avançada. Na altura serviu para o PS ganhar. Mas também já lá vão uns anos fortes.
Depois disse que iria abandonar a política activa (se bem que Freitas do Amaral e Cavaco Silva também já disseram o mesmo, num passado recente), e até que nos sentimos inclinados a acreditar. Afinal, a idade não retrocede.
Agora resolveu tentar, novamente, ser Presidente da República. A única boa notícia que eu vejo nisto é que, pelo menos, não é o filho dele a candidatar-se (o mais incrível é que as sondagens estão a dar a vitória a João Soares em Sintra, mas isso é uma outra longa e macabra história).
De saúde física deve estar bem, pelo menos aparenta. Mas e daqui a um ano? E daqui a dois? E mentalmente, como estará ele?
Por altura das legislativas, Mário Soares elogiou o programa de governo proposto pelo Bloco de Esquerda (ainda bem que não passou de "proposto"). Agora, o Bloco de Esquerda decide apoiá-lo. Costuma-se dizer que, em política, tudo o que parece... é.
Na realidade, se Mário Soares for o candidato da esquerda (a dividir o espaço com o camarada Carlos Carvalhas?) é porque candidatos mais novos e com outras condições não quiseram avançar (o nome de Vitorino vem-me assim, de repente, à cabeça).
Mas ainda há aqui mais qualquer coisa que me está a escapar, um plano qualquer, um negócio qualquer. Seja o que for, não é boa notícia.
E Cavaco? Acho que o único político que lhe poderia ganhar, nesta altura, e caso a legislação assim o permitisse, seria o próprio Sampaio. Mas Cavaco ainda não avançou, estar-se-á a guardar para depois das autárquicas. Eu pagava para saber o que lhe vai dentro da cabeça, depois deste avanço de Mário Soares.
Com um bocado de sorte, João Soares não fará campanha pelo pai. Com mais sorte ainda, a candidatura de Mário Soares nem sequer se chega a concretizar.
João Pedro
OTA, TGV
A demissão do anterior Ministro das Finanças esteve relacionada com as iniciais "OTA" e "TGV". Esta semana, um grupo de economistas (uma boa parte dos quais participou no Novas Fronteiras do PS de Sócrates, saliente-se) tornou público uma espécie de manifesto (mas não do Partido Comunista, para bom entendedor) no qual criticam os futuros investimentos na OTA e no TGV.
Ambos estes projectos estavam no programa de governo de Durão Barroso (se ele não tivesse ido para Bruxelas, talvez esta questão já estivesse ultrapassada), o que eu sempre achei muito positivo. Não que o Durão Barroso esteja propriamente interessado em saber o que eu penso, claro.
Este novo governo do PS também apresentou ambos os projectos como pilares estruturantes do desenvolvimento económico de Portugal para as próximas décadas. Espero que passem das palavras e das linhas escritas para as obras propriamente ditas.
O problema prende-se com a despesa pública, e este foi o cerne da crítica do tal grupo de economistas. Li o documento em causa e, humildemente, permito-me discordar de praticamente tudo o que escreveram.
Primeiro porque foi feita uma mini-revisão do Pacto de Estabilidade e Crescimento em Março, que veio permitir que determinados investimentos, desde que interessantes sob o ponto de vista do crescimento económico (e esta é a parte altamente subjectiva da questão), não sejam contabilizados nem no défice orçamental nem na dívida pública. Se bem negociado, pelo menos o investimento no TGV cairia facilmente nesta categoria. E, sejamos sérios, não estamos a falar da construção de estádios de futebol. Esta mini-revisão foi ao encontro dos desejos dos responsáveis pela política económica dos países da zona euro.
Segundo porque, como diz o Nicolau Santos, um dos colunista do Expresso, "O mundo não pára. E nós não podemos ficar para trás". Acho que o tal documento possui rigor contabilístico a nível de finanças públicas mas não possui visão estratégica a nível de desenvolvimento económico.
Não é por se reduzir a despesa pública que o país vai crescer no curto-prazo. Existe evidentemente despesa pública que se deve cortar, mas não aquela que se destina a investimentos que irão certamente propiciar crescimento económico de longo prazo em Portugal. E com crescimento económico, qualquer governo arrecada mais receitas e reduz as suas despesas (desaparece a necessidade de estabilizadores económicos automáticos como sejam o subsídio de desemprego e os impostos indirectos).
João Pedro
Dias difíceis

O jogador do Real Madrid, Luís Figo, a quem ainda considero o melhor jogador nacional, não querendo cair na Ronaldomania que se instalou, apesar de ser um jogador de nível planetário, não joga tão bem com as palavras como com as bolas de futebol. Partindo do princípio que as leis da natureza não podem ser subvertidas pelo dinheiro, Figo não pode ter dias difíceis com têm todas as mulheres, logo quando diz que está a passar dias difíceis só pode ser "justificado" pelo impasse do seu futuro clubístico, saí do Real e vai para o Inter é a sua dúvida existencial. Que seja, agora dizer que está a viver dias difíceis e a receber seis milhões de euros por ano é totalmente injustificado pelos milhões de pessoas que vivem na miséria por este mundo fora. Que Figo continue a ser o jogador que sempre foi, que eu continuarei a ser fã mas, um pouco de tino pois um dia difícil desses é o que todas as pessoas desejam.
PP

quarta-feira, julho 27, 2005


Chuva

Finalmente temos chuva em Portugal !!!! Após meses de seca e condições climatéricas atípicas, mais próximas de um país como Cabo Verde, choveu. Ainda que pouco, o suficiente para acalmar a tragédia dos incêndios e dar um pouco de esperança, aos poucos agricultores que ainda restam.

António Cipriano

terça-feira, julho 26, 2005


Regresso ao Passado

Mário Soares é uma das personagens incontornáveis do século XX português, que pessoalmente tenho respeito e admiração. O seu longo percurso como animal politico, foi marcado por erros, alguns graves, mas os quais foram apagadas da memoria colectiva, face ao seu papel crucial na defesa, e implantação da democracia no país no pós 25 de Abril. Mas se país tinha uma divida com Soares, esta já foi paga com dois mandatos presidenciais. Soares foi um bom presidente, efectivamente o presidente de todos os portugueses.
Mas Soares é passado. É uma figura do século XX, alguém que já faz parte dos manuais escolares de história. Que raio de futuro procura o país num homem de oitenta anos?

Apesar de se falar de uma eventual candidatura de Soares, eu era daqueles que nunca tinha acreditado nesse cenário. Talvez por respeitar e admirar Soares, nunca pensei ser possível, este deixar o Olimpo de Senador da Republica, figura indelével da sociedade portuguesa, para voltar ao pântano da policia activa. Confesso que a única explicação que plausível é que Mário Soares fruto da idade, esta a ficar senil, ou mesmo gagá.
Quanto ao PS, é o desespero total. Que espécie de partido é o PS que o único candidato capaz é um ancião de 80 anos?
António Cipriano
Saber sair

Lance Armstrong fez o que nenhum outro homem no mundo fez, que foi vencer sete Tours consecutivos e apresta-se a abandonar o ciclismo em glória. Por este mesmo tempo, Mário Soares quer regressar à vida política activa já numa idade avançada. Se há coisa que não aprecio na família Soares, é o seu apego pelo tacho, independentemente de outras coisas que não me levam a ter a consideração por eles que a maioria dos portugueses têm. A maneira como Maria Barroso ficou irritada com a eleição de outro presidente da Cruz Vermelha Portuguesa mostra como são agarrados ao poder vitalício. Espero que Sócrates mostre que é mais que uma marioneta e não permita que Soares avance, para bem dele e para bem do povo português. Houve verdadeiros vencedores no passado que não souberam sair a tempo, Soares ainda é visto como tal, não caía na armadilha de voltar e ser humilhado.
PP

domingo, julho 24, 2005


Mais pérolas de Alberto. J.J.

E mais uma vez, importadas directamente da Madeira, voltámos a ouvir
as baboseiras do costume de Alberto J.J.. Mas desta vez reparei em dois pequenos detalhes, no fim do seu chorrilho de disparates Alberto J.J. começou a gritar a palavra “liberdade”, a que os madeirenses que assistiam brindaram com um coro de assobios. Agora não sei se assobiaram por Alberto J.J. falar duma palavra que ele desconhece o seu sentido prático, ou por perceberem a onde ele queria chegar e os assobios serem a resposta a uma ideia tão estapafúrdia que só podia ter saído daquela mente distorcida. Reparei também que o fim da reportagem acontece de uma forma um tanto quanto súbita, ficando eu a pensar que os serviços de censura de J.J. estão mais activos que nunca.
Concluo explicando a Alberto J.J. o significado da palavra "colonialismo"que é: "forma de domínio económico, político e social, exercido por um país colonizador sobre populações indígenas de territórios separados geograficamente da metrópole desse país" in Diciopédia 2004, em suma, aquilo que Alberto J.J. faz relativamente à ilha de Porto Santo.
António Manuel Pinto S. Guimarães

O Homem que um dia disse “Basta”

Mário Soares foi um homem que ocupa indiscutivelmente o seu lugar na história nacional, foi um dos aclamados na revolução, considerado como um líder natural ao lado de Álvaro Cunhal, foi o pai da desastrosa descolonização portuguesa, muito devido ao facto de decidir fazer tudo depressa e sozinho, foi por três vezes primeiro-ministro conduzindo o país em períodos particularmente difíceis, fosse devido à instabilidade do PREC, fosse devido à sua oposição às tentativas de implantação de medidas de democracia popular tentadas pelo PCP. E foi o Presidente da República Portuguesa entre 1986 e 1996 sendo aqui o Presidente que se impunha, pois foi Presidente numa altura em que o nosso país vivia a sua primeira maioria absoluta no parlamento, sendo assim um “travão” ao governo, umas vezes bem e algumas vezes mal, mas a única segurança contra possíveis e felizmente infundados exageros do governo. Na generalidade foi o político por excelência durante três décadas, relembro as suas palavras no fim do seu último mandato como Presidente da República, quando fez a sua última comunicação ao país ele disse: “quanto à minha participação na vida política, devo dizer basta, meus amigos!”. Foram sem dúvida nenhuma sábias palavras, todos concordaram e todos compreenderam gostassem ou não de Soares, três décadas de vida política activa desgastam qualquer um e depois de ter passado dez anos na presidência da república era de facto tempo de dizer “basta”. Era sem dúvida uma forma de obter a reforma em glória, terminar a sua vida política no cargo de mais alto magistrado da nação. Mas agora com o discurso de Sócrates ganhou força a possibilidade de Soares com 81 anos entrar na corrida para Belém, lembrando “a brigada do reumático” de Carmona e Norton de Matos em 1948 (na altura contavam 79 e 81 anos respectivamente), um grande erro a todos os níveis, pois Soares é um homem com bastante e respeitosa idade e já não tem o vigor que seria necessário para levar esta empresa a bom porto, depois apenas poderia jogar com o seu passado, ou seja, com tempos que já lá vão e se em 1986 ele era o homem necessário, agora seria o dinossauro desactualizado e o regresso ao passado. Por fim, correria o sério risco de ser comparado com a pessoa contra quem ele lutou e que o obrigou ao exílio, refiro-me claro está a Salazar, um político que não soube sair em tempo útil. Concluo dizendo que a confirmar-se a candidatura, será certamente o homem que não sabe o significado das suas próprias palavras “basta”!

António Manuel Pinto Silvério Guimarães

quinta-feira, julho 21, 2005

A Demissão de Campos e Cunha

Quando falamos do caso especifico do ministro das finanças é preciso ter muitas cautelas, pois este é “apenas” o ministro que coordena todos os fundos para cada ministério, é ele que diz o que pode e o que não pode ser feito e se existem fundos ou não para agir. Portanto este ministro deverá sempre ser visto como o número dois de qualquer governo, logo a seguir ao primeiro ministro. Quando assim não é, um governo corre sérios riscos de começar a perder o rumo e estabilidade. Espero portanto que as razões evocadas por Campos e Cunha, para a sua demissão sejam reais e não sejam, como eu sinceramente temo devido às evidências, razões de choque e incompatibilidade com quem lhe deveria dar todo o apoio, ou seja, José Sócrates. É de conhecimento geral que Campos e Cunha estava reticente quanto aos projectos do aeroporto da Ota e do TGV, e que mesmo após os comentários terem sido tornados públicos, José Sócrates tenha mantido sempre a sua ideia, o que demonstra algum desacordo. Assim espero que esta demissão não tenha sido o culminar do desacordo, pois a ser assim, Sócrates cometeu o seu primeiro grande erro político, pois nunca se demite um ministro das finanças por este achar que não existe dinheiro para obras que não vão ter impacto positivo na economia nacional, porque quando isto acontece abre-se a porta à incompetência. A ser assim fiquemos todos prontos, porque lá virá um destes dias um Pina Moura. Concluo dizendo que espero que este não tenha sido o início do fim dos independentes neste governo.

António Manuel Pinto Silvério Guimarães
Demissão

A demissão de Campos e Cunha apesar de inesperada e um tanto surpreendente, não deixa de ser lógica e coerente.
No domingo passado, Campos e Cunha assinava um artigo no Público, admitindo que, face à deterioração das perspectivas económicas seria necessário adoptar mais medidas de contenção da despesa, possivelmente já para 2006. O ministro aparentou também nos últimos dias algum distanciamento em relação aos projectos da Ota e do comboio de alta velocidade, bandeiras do programa de investimentos com que o Governo quer relançar a economia nacional. Ou seja Campos e Cunha, não era homem de se deixar levar na onda socialista dos projectos faraónicos e nos desejos da polvo socialista, que em vez de se preocupar com o país esta bem mais intranquilo com as autárquicas.
De Socrates esperava-se o apoio incondicional a Campos e Cunha nas políticas difíceis, mas necessárias ao país. Em vez disso Socrates cedeu ao populismo, ao aparelho e aos caciques do PS.
António Cipriano
Novo Ministro das Finanças

Campos e Cunha deixou o governo e já tomou hoje posse o novo ministro Fernando Teixeira dos Santos. Isto poderia ser uma boa notícia, não afirmasse o recém-empossado que as medidas do antigo ministro eram para continuar. Era só o que faltava, outro ministro que não tem noção no que se vai meter.

PP
Presidenciais

Em vez de optar pelo velhinho "Poeta Alegre", porque não opta Sócrates, numa decisão à laia daquele preconizada com Freitas do Amaral e, opta por Pacheco Pereira para candidato presidencial pelo PS? Tendo sido um dos maiores críticos de Santana Lopes, Pacheco Pereira foi um dos principais causadores da eleição de Sócrates. Qual a retribuição? O esquecimento e a ingratidão deste.

PP

quarta-feira, julho 20, 2005



Guerra dos Mundos


Fruto de uma boa promoção de marketing, a "Guerra dos Mundos" de H. G. Wells, adaptada ao cinema por Steven Spielberg, é claramente o filme do momento. Neste contexto não pode deixar de ir ver.
Confesso que foi uma desilusão em toda a linha. O Filme a “Guerra dos Mundos” é uma simbiose em negativo de “Signs” de Mel Gibson, do "Dia da Independência" de Will Smith, de “Marte Ataca” de Tim Burton, com um drama familiar de um pai (Tom Cruise) irreverente e pouco dado a responsabilidades, com uma relação problemática com dois filhos adolescentes. Toda enredo limita-se a contar a fuga dos humanos dos tenebrosos e sanguinários extraterrestres. Estranhamente e na continuidade dos outros filmes do género, os alienígenas aparentemente indestrutíveis, e apesar de programarem a invasão da Terra ao pormenor durante séculos, são destruídos por umas simples gotas de água!!! Caricato!!!
Por que será que os extraterrestres são sistematicamente apresentados cinematograficamente como seres feios, horrorosos, intelectualmente superiores mas absolutamente sanguinários? Triste visão esta do Universo!!!
Para compor o ramalhete, numa das cenas do Filme, a personagem que faz de filho de Tom Cruise a certa altura, pergunta se tais criaturas estranhas terão vindo da Europa?
Positivo o mesmo só a representação da jovem actriz Dakota Fanning, magnifica, com pormenores de realização a lembrar muito o AI (Inteligência Artificial) também de Spielberg.

António Cipriano

segunda-feira, julho 18, 2005

Independência quanto antes

De há umas semanas para cá, quase não dia que passe, sem existirem declarações sem nexo, brejeiras e sem razão de ser de Alberto João Jardim.
Pergunto para quando a independência da Madeira?
António Cipriano
Mais Greves

E lá aconteceu mais uma greve da função pública, mais uma greve daquelas que eu considerei como irresponsáveis num post passado. Reafirmo que a greve é um direito que assiste a todos mas que deve sempre ser utilizada com RESPONSABILIDADE, coisa que não tem acontecido. Se alguém tem dúvidas da irresponsabilidade desta última greve basta pensar um bocadinho e reparar nos factos curiosos desta greve. Para começar foi marcada para uma sexta-feira, ou seja, de forma a criar um fim-de-semana alargado, depois fez com que o patrão (estado) não pagasse um dia de ordenados, ou seja, um favor para o orçamento de estado que poupou um dia de salários para centenas, se não milhares, de funcionários, mas fazendo com que os utentes saíssem prejudicados nas suas vidas. Mais uma vez lembro que existe outros modelos de greve como a “greve de zelo”, que quanto mais não fosse, melhoraria a imagem que a opinião pública tem dos grevistas e das greves, um modelo onde todos têm a ganhar menos o patrão, ou seja, uma greve justa que prejudica que deve, mas que implica estar no local de trabalho em vez de ir até à praia.
Continuem assim e daqui a muitos anos talvez vejam o resultado nefasto a que esta atitude pode levar, e quando revivermos um período igual a 1926-1974 (que eu espero que não se repita)! é que vamos chorar por tanta irresponsabilidade.

António Manuel Pinto S. Guimarães
Correios nas Caldas

Tinha combinado com dois amigalhaços ir até praia, ficou combinado o encontro em casa de um por volta das 14 e 30 e à dita hora lá estava eu! Enquanto nos dirigíamos para o carro, um dos meus amigos foi pôr uma carta no correio, mas como ele não tinha envelopes correio azul, lá tivemos que entrar no posto dos correios para comprar um. E aqui começa o pesadelo! Entramos nos correios e pronto, foi como entrar numa outra dimensão da cidade, um dimensão onde estava tanta gente que mais parecia um sitio onde estavam a distribui dinheiro, o que não era o caso pois estava tudo com umas “valentes trombas”. Passamos claro está pelo ritual cerimonial dos correios que é o retirar a senha, que tinha o número 511, um simples número de três algarismos que nos informava que à nossa frente estava quase tantas pessoas como aquelas que estavam dentro do posto. Toca de esperar, conversar sobre tudo e mais alguma coisa, ver o quão irritante consegue ser quando alguém fica horas no balcão o que faz com a máquina dos números não avance. É certo que o tempo ia avançando, mas não é menos certo que a fila não. Por fim chegou a nossa vez, entregou-se a maldita carta, pôs-se o maldito selo, pagou-se por este divertido momento e fomos embora. Já cá fora, alguém decidiu olhar para o relógio para nos dar a notícia de que tínhamos passado cerca de 4 horas nos correios. Bem, era certo que o dia de praia estava arruinado e nada como umas partidas de snooker para tentar esquecer esta tarde “tão bem passada”.
Isto é um conto que eu decidi escrever, baseia-se em alguns factos reais que ficaram até à linha 15, pois nós apanhamos um excelente dia de praia. Agora pensa o nosso leitor: e porque é que eu tive que ler esta valente seca? Uma pergunta razoável e que merece uma explicação que passo a dar a seguir. Embora não tenhamos passado quatro horas no posto dos correios, é certo que passamos muito tempo e que apanhamos uma valente estopada, tudo porque numa cidade com cerca de 50000 mil habitantes, algum carola decidiu que apenas um posto chegava. Achou também que dentro deste posto deveriam estar apenas três funcionários a trabalhar nos balcões, mas se o posto tivesse apenas três balcões, pois só assim era compreensível, mas visto que tem mais uns quantos balcões, a situação torna-se no mínimo irresponsável e anedótica. Para este cenário ficar ainda mais caricato devo lembrar o nosso paciente leitor que alguns postos das freguesias da cidade têm vindo a fechar, o que promete tornar a situação ainda mais caótica. Acho que quem toma estas decisões deveria um dia ir pôr a sua própria correspondência no correio e ter que utilizar os serviços no interior no posto, para saber como sofre o cidadão comum, porque se é certo que nós a seguir fomos à praia, muitos são aqueles que vão aos correios em serviço e que esta perda de tempo não abona nada a favor da produtividade que se anseia que aumente no nosso país.

António Manuel Pinto Silvério Guimarães

Telhados de Vidro (A Sequela)

E pronto, Alberto João Jardim voltou à carga! Aquele homem não consegue mesmo passar muito tempo sem dizer disparates e depois quando os diz, numa atitude de teimosia, vai defendendo as suas afirmações por mais idiotas e infelizes que elas tenham sido. Para defesa das ditas, Alberto João atirou em todas as direcções, disparou para o governo, disparou para os continentais, disparou para o Presidente da Republica e disparou, numa atitude inédita, para o líder do seu partido. Bem sei que Marques Mendes, não é o bem amado do Alberto João, pois é publico que ele tinha uma adoração especial pelo líder anterior, pois ele sabia bem que com Santana Lopes seria bem fácil extorquir tudo quanto queria. Sei também que os responsáveis máximos deste país preferem ignorar o Alberto João, não lhe dar muita importância, porque ele definitivamente é daquelas pessoas que cada vez que abre a boca, só se prejudica a si próprio. Agora espero que Alberto João decida voltar a ir a Lisboa para “partir a loiça”, tal como ele fez nos tempos de Mário Soares, em que disse que “ia fazer isto e aquilo”, que “todos iam ter medo dele” e não sei lá o que lhe disse o Presidente da Republica da altura, mas seja lá o que tenha sido pôs Alberto João num estado tal de mansidão, assim como um menino que se porta e mal e que recebe um valente “correctivo”. Quanto a Marques Mendes, bem sei que a dimensão de um presidente de um governo regional é bem maior do que a dum simples autarca e que essa jogada poderia ter consequências imprevisíveis e nefastas, mas parece-me que se ele quer mesmo dar mais credibilidade ao seu partido, deverá começar a pensar na “sucessão” deste indivíduo, que já leva quase tantos anos de governação como Salazar, ou seja, anos a mais!

António Manuel Pinto Silvério Guimarães

quinta-feira, julho 14, 2005



Anjos e Demónios


Com “Anjos e Demónios”, Dan Brown volta a desenvolver uma trama histórica-religiosa, explorando os mistérios da igreja que povoam o imaginário dos leitores.
Como no “Código Da Vinci”, temos um homicídio estranho, uma ordem antiga secreta que procura a destruição da igreja, mitos renascentistas, pintura clássica, adensado por uma dose de mistério, jogos de símbolos, perigos variados, mortes, que compõe um puzzle de um thriller não inovador mas interessante.
Ideal para uma leitura descontraída em tempo de ferias.
António Cipriano

terça-feira, julho 12, 2005

Sempre a subir

O Banco de Portugal anunciou hoje, a previsão para o crescimento da economia em 2005, sendo este o reflexo das altas taxas de crescimento prometidas pelo governo socialista.
O valor recorde de crescimento económico previsto para 2005 fixa-se no inacreditável numero de 0,5%. Que grande vitória esta do governo!!!!

António Cipriano

segunda-feira, julho 11, 2005



Sbrenica

Faz hoje exactamente dez anos, que a Europa testemunhava numa atitude quase indiferente, o maior massacre étnico desde a segunda guerra mundial.
Em 1995, cerca de 8000 pessoas inocentes foram executadas simplesmente porque eram muçulmanas . Os responsáveis pelo inferno de Sbrenica, o general servio Mladic e o político Karadzic, estranhamente continuam desaparecidos e livres das garras da justiça.
Mas mais estranho, é que passado dez anos ainda existem muitos na Bósnia e na Servia, que apoiam e justificam, incondicionalmente os actos de horror dos criminosos Mladic e Karadzic.

António Cipriano

sábado, julho 09, 2005

5000 Visitas

Esta semana ultrapassamos a barreira psicológica das cinco mil visitas.
Não sei se nas ciências ocultas o numero cinco mil tem algum significado particular. Se augura ventos de esperanças, ou caminhos sombrios.
Para a “Cumplicidade da Alma” só traz energias positivas, sendo mais um estimulo para continuar a compartilhar pensamentos duvidosos com todos vos.
Para o caminho que se segue, apenas prometemos ser iguais a nós próprios, fazendo deste espaço um ponto de livre reflexão, subjacente em opiniões criativas, mordazes, satíricas, feitas com muito prazer, sem esforço ou sentido de obrigação.
Uma palavras especial para os meus 3 cúmplices e amigos de sempre, Paulo Pinheiro, António Guimarães e João Pedro, sem os quais este blog não teria sentido.
E claro, um obrigado e um abraço forte para todos os leitores.

António Cipriano

sexta-feira, julho 08, 2005

Um Governo até 2009!!

Para quem pensa que votou num Governo sem nenhuma ideia de jeito e que todas as medidas que toma são absurdas desengane-se, este governo tem uma série de medidas para se manter no poder até 2009, a saber:
1- Esperar que na época 2005/06, o Benfica seja campeão para aumentar os impostos e a gasolina;
2- Esperar que na época 2006/07, o Benfica seja campeão para aumentar os impostos e a gasolina;
3- Esperar que na época 2007/08, o Benfica seja campeão para aumentar os impostos e a gasolina;
4- Esperar que na época 2008/09, o Benfica seja campeão para aumentar os impostos e a gasolina.
PP
O que eu fazia com os 69 milhões de jackpot?

Era fácil, comprava o Governo e depois mandava-os para a reciclagem, exceptuando o Sócrates, esse mandava para uma co-incineradora, assim podia constituir um Governo com pessoa competentes.

PP
A Indiferença

Após mais um terrível atentado, noticiado por todo o Mundo, é de realçar a indiferença com que as pessoas olham para este horror. Devido à presença ainda fresca na memória de atentados recentes, este acaba por ser encarado como algo quotidiano. Será esta a maneira de vencer o terrorismo? Sem medo e com uma grande aceitação como se fosse vulgar acontecer?
PP

quinta-feira, julho 07, 2005


Energia

Em termos energéticos, Portugal na UE é o país com a maior taxa de dependência energética do exterior, nomeadamente das energias fosseis. A dependência excessiva do petróleo produz consequências negativas no país, quer em termos ecológicos, quer em termos económicos, agravado em muito, a despesa nacional.
No entanto, Portugal, não está condenado a esta situação. Sol, vento e marés, são oportunidades energéticas desperdiçadas pelo país.
Numa das emissões do Telejornal da RTP foi noticiado esta semana, que um projecto de energia eólica, demorou sete anos a ser concretizado, sendo um ano gasto na construção, e seis anos em licenças e aspectos burocráticos !!!
Portugal é assim, queixa-se dos problemas, mas arranja todos obstáculos possíveis para as soluções não se concretizarem.
Dizem que é o fado nacional !!

António Cipriano

segunda-feira, julho 04, 2005

Contas e Enganos

Corre nos corredores do Palácio de Belém que por recomendação do Presidente da Republica o desempenho dos cargos de Ministro das Finanças e Governador do Banco de Portugal, passa a implicar a aprovação num exame de aferição de Matemática realizado aos candidatos aos referidos cargos.
Visto que a medida não é retroactiva, o Governador Vítor Constâncio e o Ministro Campos e Cunha, apenas têm de frequentar uma acção de reciclagem em raciocino matemático, em adição e subtracção, na escola primária Pedro Hispano na Amadora.

António Cipriano

sábado, julho 02, 2005

Dúvida existencial

Será que o visitante número 5000 do blog vai ter direito a prémio?

João Pedro

sexta-feira, julho 01, 2005

Gasolina

Lá para os lados de São Bento, a canção "sensação do momento" do elenco socialista é Gasolina de Daddy Yankee, embora numa versão mais adaptada à realidade governamental, é ouvir Sócrates a cantar e a dançar "Aumenta a gasolina! Aumenta a gasolina!" Desde hoje, que ao ritmo desta música acrescentaram uma letra diferente: "Aumentámos hoje o IVA! Aumentámos hoje o IVA!"

PP
Batman Begins


Sempre que vi um dos filmes da sequela Batman, jurei sempre de pés juntos, nunca mais voltar a ver qualquer novo filme da serie. Apesar disso, por razões variadas acabei sempre por os ver na grande tela, e desta vez não foi excepção. Confesso, que sempre achei um pouco incongruente e idiota, a ideia um homem vestido de morcego andar de telhado em telhado a combater o crime.
A verdade é que as adaptações ao cinema da história original de Bob Kane de 1926 não foram bem conseguidas. Com Tim Burton, apesar de uma Gotham City com ambientes ricos, sombrios e grandiosos, tivemos um Batman algo sisudo, fraco, com pouca alma, apagado face a personagens magnéticas e cheias de energia como o Joker de Jack Nicholson, e CatWoman.
Com Joel Schumacher - o descalabro. Joel Schumacher, limitou-se a realizar duas sequelas do Batman em estilo fast food, num deja vue, que nada trouxe de novo, a não ser, cenas de luzes e efeitos especiais berrantes cheios de gadjets, mero baile de mascaras, óptimo para um publico pouco preocupado com o enredo.

Com todo este historial esperava-se de Batman Begins, mais do mesmo. Ao contrário do esperado, fiquei agradavelmente surpreendido. Batman Begins, de Christopher Nolan retracta Batman como nunca foi tratado, num caracter freudiano. Ao contrário dos outros filmes, todo o enredo do filme é receentrado na personagem do Batman.
Batman é apresentado ao espectador como um homem normal, cheio de duvidas, de traumas, nervoso, frágil, numa Gotham neo-realista, sombria cheia de problemas e individualismos, similares às dimensões das metrópoles do mundo real Temos um Batman vulnerável, imensamente humano, utilizando as suas incapacidades e medos, como força para combater o mal e as falhas sociais do crime .

Se tiverem tempo vão ver. Batman Begins è um filme interessante.

António Cipriano