quinta-feira, abril 28, 2005

Festival da Eurovisão

Já houve tempo em que o país parava para assistir ao Festival da Eurovisão. Este, há semelhança do Festival da Canção, era um acontecimento com prestigio, em que os participantes lusos, apesar das suas crónicos maus resultados, eram motivo de orgulho por parte do publico. De há algum tempo para cá, de acontecimentos mediato, quer o Festival da Canção quer o Festival da Eurovisão, passaram a acontecimentos marginais em que a qualidade artística tem vindo a regredir de ano para ano.
Mas este ano o Festival da Eurovisão bateu no fundo. Inacreditavelmente a canção que vai representar Portugal será cantada não em Português, mas sim em Inglês. A nossa identidade, assente numa língua que deve ser o orgulho de todos é simplesmente deitada ao lixo.
Ainda há pouco o Presidente Sampaio na sua ultima visita a Paris, falava da importância do Português, da necessidade de criação de medidas de defesa e promoção do Português no mundo
A RTP instituição responsável pela participação de Portugal no referido festival, esquece assim a sua missão de serviço publico, deitando no lixo o legado de Camões, Pessoa e de todos os que em oitocentos anos contribuíram para a identidade de Portugal.
António Cipriano





terça-feira, abril 26, 2005

Que dia foi ontem?

Para mim, ontem pareceu um apêndice de Domingo e não um feriado tão importante quanto deveria de ser. Parece que de ano para ano, os feriados têm um menor significado, em que já nem damos o valor às pessoas que lutaram para que a nossa indiferença ou indignação fosse possível. 25 de Abril é Revolução? É Evolução? Qualquer dia estará reduzido à última letra, o "o" que mais simbolizará um zero, a ausência de importância deste feriado para a sociedade portuguesa. Qualquer dia, fazendo "flash-interviews" na rua, a juventude portuguesa possivelmente nem saberá o que se comemora nessa data, apenas saberá dizer que sabe bem não ter aulas.
PP
25 de Abril Sempre

Não pretendo com este post dar uma lição de história, nem dizer tudo aquilo que já foi dito, nem utilizar frases daquelas cantigas revolucionárias, como é costume nesta data. Pretendo apenas referir que o 25 de Abril significa um marco importante para todos os portugueses que acreditam na democracia, porque simboliza a vontade de um povo de por fim a uma situação de opressão e de falta de liberdade que a ditadura impunha. A vontade de um povo de seguir no caminho da democracia, mesmo sabendo de todos os obstáculos que teria que ultrapassar para a atingir. E apenas por isso, por eu acreditar na democracia eu digo 25 de Abril Sempre.


António Manuel Pinto S. Guimarães
O Hino

Contaram-me que ontem na TVI, um indivíduo vencedor de um concurso para cantores, ficou encarregue de cantar o hino nacional, para as comemorações do 25 de Abril. E lá foi o jovem mostrar os seus dons vocais. Infelizmente segundo consta, o trovador não sabe o hino nacional e conseguiu dar mais uma machadada na credibilidade da TVI. Quem viu diz que ele se enganou várias vezes, sendo o engano mais flagrante quando o canário palrou “ contra a pátria marchar, marchar”. Eu pessoalmente acho isto muito infeliz, e triste, porque não saber o hino já é mau, mas mostrar a todo o país que não sabe é ainda pior, ao menos tinha treinado antes de ir para a TV(I) fazer aquela triste figura.

António Manuel Pinto S. Guimarães

domingo, abril 24, 2005

Telescópio Hubble

Desde muito pequeno, que tal como a generalidade das crianças tenho um fascínio especial pelos céus. Este fascínio advém por um lado, da beleza singular e única deste, e por outro, pela dose de mistério e desconhecimento que este encerra. E se este fascínio há muito persegue o homem, este tem sido alimentado por projectos como o Telescópio Hubble, que no dia de hoje, 24 de Abril faz 15 anos de vida. Pela primeira vez era possível ver mais longe do que as estrelas da nossa própria galáxia e estudar estruturas do universo até então desconhecidos ou pouco observadas. O "Hubble" de uma forma geral, deu à civilização humana uma nova visão do universo e um salto equivalente ao dado pela luneta de Galileo Galilei no século XVII. Hoje nos seus quinze anos, o meu obrigado a todos os que possibilitaram este conquista. Fica aqui o convite a visitarem o site http://www.spacetelescope.org/ e verem algumas das fotos tiradas pelo Hubble
António Cipriano

sexta-feira, abril 22, 2005

Vidas

Ultimamente a minha rotina diária tem passado pelo acompanhamento e vigilância de obras. Confesso que não existe nada pior do que obras. Pelo lixo, poeira, barulho,e claro pelo que custam monetariamente, são insuportáveis, mas necessárias, úteis e no caso inevitáveis.
Alguns trabalhadores, pedreiros e serventes e restante pessoal são cidadãos de Leste, Moldavos e Ucranianos. Muitas vezes não damos o real valor a esta gente. Gente que abandona as suas casas, famílias rumo a um desconhecido apenas adocicado por o sonho de uns Euros, sujeitando-se a trabalhos pesados e difíceis.
Num destes dias um jovens nos seus vinte e poucos, moldavo, de cabelos alourados, falando um português péssimo, me surpreendeu pelo sua cruz diária. Este referido jovem nesse dia, alias como em quase todos os dias, começa a jornada diária logo pelas 6h30m terminado o trabalho regular por volta das 20h. Nesse dia, assim como em muitos, o trabalho não ficou por aqui. Às 20h30, ainda sem jantar, sozinho e até às 23h, carregou um camioneta de lixo e entulho, enchendo sucessivamente, e com muita rapidez, carros e carros de mão de entulho, num trabalho duro e difícil.

Muitas vezes quantos de nós, no nosso individualismo efémero, nos queixamos da nossa vida, dos nossos problemas. Eu não sou excepção. Mas ao ver o quotidiano deste jovem, não posso deixar de me considerar um privilegiado, em que os meus problemas são um nada face aos seus.

António Cipriano

quarta-feira, abril 20, 2005

"Habemus Papam"


Foi ontem eleito o Papa que sucede ao grande João Paulo II. Pessoalmente acho que foi um boa escolha pois é um Papa idoso (78 anos), um Papa com passado no exército nazi na Segunda Guerra Mundial, conhecido pela sua rígidez e conservadorismo e prefeito da Doutrina da Fé (sucessora da Santa Inquisição). Estas são as razões que aponto para a boa escolha. Este é um Papa que se espera não durar muito anos, mas os suficientes para suportar o fantasma de João Paulo II e impedir que este se propague para o próximo Papa. Da mesma forma, como neste momento não é um Papa muito bem aceite, tudo o que fizer dificilmente provocará uma pior imagem, ou seja, praticamente a opinião das pessoas só poderá melhorar. Isto facilitará a vida ao seu sucessor, pois não deverá ser uma "herança muito pesada". Mesmo assim, discordo do nome assumido. O XVI está bem mas, deveria ser antes Gregório XVI, pois será com certeza um digno sucessor do há já muito finado Gregório IX.

PP

domingo, abril 17, 2005

Antes do Conclave

Afinal, quais são as reais chances de ser eleito um Papa português? É uma eleição sem sondagens e na qual, ser favorito, pode significar pouco ou nada.

As chances de D. José Policarpo podem ser sintetizadas em português, em inglês e em italiano. Não que seja a minha especialidade, mas acho altamente improvável que seja eleito um Papa fumador. E daí, posso estar enganado.

João Pedro
Limitação de Mandatos

O real e eficaz funcionamento da democracia, depende intrinsecamente da participação activa dos cidadãos na vida cívica e política. Esta participação só será plena mediante a formação educativa e cívica dos cidadãos, de modo a que estes, esclarecidamente possam compreender o alcance e os caminhos propostos pelos órgãos de soberania. O artigo n.º 108 da Constituição da Republica Portuguesa estabelece que o poder político pertence ao povo. No entanto, devido a imperfeições e impurezas do sistema político, a vontade do povo choca muitas vezes com barreiras políticas ou sociais limitativas da vontade real dos cidadãos. Exemplo dessas impurezas do nosso sistema político, temos o caso dos chamados dinossauros políticos, que repetidamente vão perpetuando o seu poder em órgãos de soberania. È certo que baseiam o seu poder na vontade popular expressa em eleições. Mas não é menos verdade, que o exercício do poder é propicio à criação de redes de interesses e de clientelas políticas dependentes desse poder que se perpetua, e que condiciona ainda que de forma indirecta, a escolha e a real vontade dos cidadãos.
Neste contexto, a limitação de mandados para cargos executivos é uma medida vital para à saúde da democracia, enquanto medida preventiva dos abusos de poder, favorecendo a renovação da classe política, permitindo o acesso aos cargos executivos de novas gerações, com novas ideias consonante com os novos tempos.
A ultima revisão constitucional de 2004, instituiu com o acréscimo de uma alínea ao artigo n.º 118, a possibilidade de limitação dos mandatos dos titulares de cargos políticos executivos. O artigo n.º 118 da CRP estabelece:
1. Ninguém pode exercer a título vitalício qualquer cargo político de âmbito nacional, regional ou local.
2. A lei pode determinar limites à renovação sucessiva de mandatos dos titulares de cargos políticos executivos.

No entanto a aprovação de tal lei implica a anuência de dois terços dos deputados da Assembleia da Republica, ou seja um acordo entre o PSD e o PS. Confesso que apesar de não ser um defensor do governo de Socrates, considero que a apresentação desta reforma um medida corajosa. Afinal no PS também existe muito caciquismo e interesses instalados. Basta ter em conta as demonstrações de desagrado dos presidentes das distritais socialistas de Lisboa e Aveiro, também eles autarcas. Mas o projecto lei socialista ainda tem mais um ponto positivo, ao limitar todos aqueles que já tem mais de 12 anos de exercício do poder, a só poderem concorrer mais uma vez.
A questão da limitação dos mandatos trata-se do primeiro grande teste à liderança de Marques Mendes. Afinal no PSD, caciques, aparelho, dinossauros autárquicos, Alberto João Jardim já vieram ao terreno, colocar entraves e dificuldades. Marques Mendes apesar de ser um líder fraco, pela curta vitória no congresso, não pode, nem deve ceder. Se quer mudar o Partido como afirmou, se quer fazer do PSD um partido solido, capaz de ser alternativa ao PS, não pode ceder aos interesses instalados.
Marques Mendes apesar de sua baixa estatura, deve demonstrar ser grande, em atitude e na defesa da democracia.

Como Democrata, espero que a limitação de mandados não volte a ficar na gaveta. Trata-se de uma matéria essencial à renovação da política, e indispensável para a credebilização de todos os agentes políticos.

António Cipriano

quinta-feira, abril 14, 2005

Casa da Musica

Ocorreu hoje mais uma iniciativa do Porto 2001 (Capital Europeia da Cultura). Falo da inauguração da Casa da Musica. Em Portugal, fruto do gosto pela cultura, as iniciativas culturais como o Porto 2001, prolongam-se no tempo, no caso mais de quatro anos. Igualmente, na senda da preservação dos costumes e tradições mais portuguesas, a Casa da Musica não deixou de se preocupar com a defesa da cultura do atraso e do buraco financeiro monstruoso. Alias, o antigo Presidente da Câmara do Porto, Nuno Cardoso já se encontra a coordenar um grupo de trabalho com vista ao reconhecimento da obra da Casa da Musica como mais um dos Recorde do Guinness em descalabro financeiro e desvio orçamental.

António Cipriano

quarta-feira, abril 13, 2005

O Tipo é Um Iluminado

Luís Delgado, o fabuloso comentador político da SIC Noticias, vai passar agora a apresentar um programa na SIC Radical, ele vai apresentar o Perfeito Anormal. Mas com novos moldes, o programa vai consistir em apresentar diariamente todas as coisas que Luís Delgado diz, em especial aquelas coisas que apenas ele vê e apregoa como verdades absolutas. Sairá também um livro, que será utilizado por psiquiatras e psicólogos para curar pessoas que sofrem de depressão, esse livro terá o titulo de “A Nova Teoria Política, por Luís Delgado”. Disse-me um certo passarinho do mundo editorial, que esse livro é de partir a rir, é o nonsence puro, um misto de Mr. Bean com Monty Python.

António Manuel Pinto Silvério Guimarães

terça-feira, abril 12, 2005

Feita Justiça
Finalmente foi feita justiça dentro do PPD/PSD. O partido regressou à normalidade com um congresso honesto, que terminou com a eleição de Luís Marques Mendes para presidente. Um congresso cheio de ideias novas e de novos rumos, um congresso com uma disputa de dois candidatos à liderança. Um congresso que contou com propostas de outras moções o que demonstrou que o partido está vivo, unido e capaz para disputar as lutas que se avizinham. O PSD reaparece agora com uma nova imagem, uma imagem muito diferente daquela que teve até à um mês atrás e que todos os sociais-democratas não devem esquecer para que não se repita. Sempre salutar é ver que todos os partidos com assento parlamentar estiveram presentes, ou melhor, todos os partidos democráticos com assento parlamentar estiveram presentes, visto que outros se acham demasiado importantes com os seus oito deputados para irem a um congresso democrático, visto que a única democracia em que eles acreditam era aquela praticada por Pol Pot.
Espero agora que o PSD faça uma boa oposição dentro da medida do possível que as maiorias deixam, mas espero de qualquer forma uma oposição construtiva e como disse um observador, “uma oposição com rumo”, para o bem de Portugal.

António Manuel Pinto Silvério Guimarães

domingo, abril 10, 2005

Pacote de Ferias de Outono

Na passada semana , o antigo presidente da Guiné Bissau, João Bernardes Vieira, mais conhecido como Nino Vieira, retornou ao seu país após seis anos de exílio em Portugal, numa tentativa do governo da Guiné Bissau, incrementar as receitas do turismo no ano de 2005.

Efectivamente prepara-se com rapidez e afinco o principal cartaz turístico da Guiné – “A Revolta Militar de Outono”. Nino Vieira e os seus aguentas do Senegal, conjuntamente com o homem do barrete encarnado - Kumba Ialá, bem como o espirito do Brigadeiro Assumane Mané serão as grandes atracções do cartaz deste ano.
Portugal, no âmbito da CPLP, já disponibilizou para o cartaz turístico do presente ano, a fragata “Vasco da Gama” e o Ministro Freitas do Amaral.
Informam-se todos, que a Agência de Viagem Abreu, já tem nas suas lojas um pacote turístico da “revolta Militar de Outono”, a bons preços, incluindo no seu produto, a possibilidade do turista poder participar no já celebre “cortejo das pilhagens” e uma visita guiada ao Paiol Militar de Brá.
Faça já a sua reserva antes que esgote!!!
António Cipriano

sábado, abril 09, 2005

Campanha Secreta


Depois da morte do Papa, todos fomos bombardeados diariamente com noticias do que se passava em Roma. Fomos vendo a passo e passo, todos os preparativos para o funeral e depois vimos o respectivo funeral. Entretanto fomos vendo também, o que se passava no Brasil e a forma como eles viam o momento. Ora isto parece um pouco abusivo, o que nos importa a nós portugueses ver como os brasileiros vivem este momento. Honestamente não tenho nada contra os brasileiros. Mas parece estranho ver as nossas televisões preocupadas em mostrar a tristeza dos brasileiros, porque das duas uma, ou andam a apostar que o próximo Papa é brasileiro e andam a tentar vender essa imagem, ou então estão a jogar com a tradição que diz que os cardeais apontados para Papa nunca são eleitos e estão a fazer uma campanha secreta para a eleição de um Papa português eliminando a concorrência, através da mediatização dos brasileiros e do seu cardeal.

António Manuel Pinto S. Guimarães
Crise anunciada

Em breve o mercado dos têxteis em Portugal, vai entrar numa grave crise. Muitos problemas podem ser apontados à nossa indústria têxtil, podemos falar de escândalos que aconteceram no passado, podemos dizer que não aproveitou a possibilidade de investir aquando da entrada de dinheiro através do dinheiro oferecido pela União Europeia, na altura CEE. Mas todos os erros cometidos não impedem que agora se aponte o dedo à União, pois Portugal não irá enfrentar uma crise devido ao crescimento da indústria têxtil de um país pertencente à União, mas sim de um país estrangeiro. Um país que se tem vindo a assumir como uma grande potência mundial, falo evidentemente da China. Um país extremamente industrializado, um país muito produtivo, um país onde todos trabalham, digo todos, pois as crianças trabalham bastante, um país que não respeita os direitos do homem, um país que tem uma ditadura. Em suma, um país que vai contra tudo o que a União Europeia defende, que viola tudo o que União Europeia acredita. Mas que devido à força do seu poder económico, muito devido à servidão e de alguma forma trabalho escravo, a União se vê forçada a deixar entrar, para não perder lugar na corrida, ao investimento no país dos mandarins. E Portugal um país da União Europeia desde 1 de Janeiro de 1986 (então CEE), vê mais uma crise a ser imposta sobre uma indústria sua para o bem da União, produtos feitos por industria muito antigas, que foram subsistindo, mas que de forma nenhuma podem competir com milhões de mãos chinesas e pior com milhões de mãozinhas de crianças chinesas. Sinceramente não me parece muito justo e sinceramente também não sei até que ponto é que esta iniciativa não viola as disposições comuns do tratado da União Europeia de 1991.

António Manuel P. Silvério Guimarães
Previsões

Ontem no jornal "O Público", na última página vem a crónica de Vasco Pulido Valente, que considera que o falecido Papa João Paulo II tinha um estatuto de herói, coisa que o seu sucessor não terá. É, de facto, notável que tenhamos um ser tão iluminado quanto às previsões que faz, assim sendo, está para breve a edição do seu livro de profecias, onde ele irá mostrar quais os próximos dez primeiros-ministros de Portugal, os próximos dez vencedores da SuperLiga, com a quantidade de pontos, vitória, empates, derrotas e goal-average, bem como o nome dos próximos dez presidentes dos Estados Unidos da América. Estará lá tudo o que se passa não deixando que um só acontecimento venha surpreender. Enfim, acaba por ser um pouco aborrecido estar à espera do futuro, visto que Pulido Valente já estragou a surpresa.
PP
Luís Felipe Menezes

Antes mesmo de existir um boneco alusivo a Luís Felipe Menezes, na Contra Informação sempre que este era referenciado, surgia sob o cognome de Luís Felipe Mentirezes.
Algum tempo depois, com a criação efectiva do seu boneco, foi rebatizado como Luís Felipe Ás Vezes. É certo que tudo não passa de uma simples sátira do Contra Informação. Mas não deixa de ser sintomático e relevante que aos olhos do Contra e da opinião publica, Luís Felipe Menezes seja conhecido como alguem instável nas suas opiniões e convicções.
O PSD, e os seus militantes sabem isso. Luís Felipe Menezes na presidência do partido era o continuar do percurso de Santana Lopes, mas em pior.
Obviamente que o PSD já entendeu que não será alternativa se optar pelo populismo, pela demagogia e emotividade de Luís Felipe Menezes. O PSD precisa de algo radicalmente diferente. De credibilidade, de competência, de serenidade e sentido de estado.
A Luís Felipe Menezes nada mais resta do que continuar a ser o dono do castelo de Vila Nova de Gaia, resistindo aos “sulistas elitistas e liberais”, que do partido e de fora dele anseiam pela sua queda.

António Cipriano

quarta-feira, abril 06, 2005

Extinção de uma Utopia

No passado fim de semana a União democrática Popular (UDP), optou pela extinção enquanto partido político. Termina assim um percurso de mais de 20 anos, de um dos partidos mais relevantes da extrema esquerda nacional. A UDP, resultado de dissidências no interior do PCP, enquanto partido marxista-leninista puro, apresentou aquando da sua fundação, como objectivos, a liquidação do capitalismo e o estabelecimento de uma “democracia popular,” aceitando plenamente o uso da força como meio aceitável e mesmo recomendável. No seu primeiro grande comício em 75, um dos seus dirigentes afirmava orgulhosamente e cheio de exuberância típica do PREC que - “Não há via pacifica para a tomada do poder”; "As eleições são o momento em que o povo escolhe os homens que o vão oprimir por quatro anos”.
Na graça de Deus, e com a ajuda dos verdadeiros democratas, a UDP foi posta na ordem, reduzida ao seu real valor, residual e insignificante, isto apesar de nos anos 80 ainda ter elegido um deputado para a assembleia da republica.
Hoje os democratas da UDP, de cara lavada e camuflados como progressistas de uma esquerda moderna, defensores das liberdades, enquanto dirigentes do Bloco de Esquerda, continuam a sua caminhada demagógica de ilusão das massas.
A UDP, morreu este fim de semana. Mas o radicalismo demagógico, errático, utópico continua agora no Bloco de Esquerda.

António Cipriano

terça-feira, abril 05, 2005

Ironia

É irónico que o representante de Portugal no funeral do Papa João Paulo II, um homem de convicções fortes, seja Freitas do Amaral, um homem sem convicções.
PP
Tréguas!

Hoje estava eu entretido a ler as noticias no teletexto e nas noticias nacionais vi um titulo, que dizia que um movimento qualquer queria que durante este período que vai até à realização do referendo (que nem tem data marcada) para a despenalização do aborto, se deveria proceder a uma trégua e ninguém deferia ser preso por estar a violar esta lei. Ou seja, antes de haver consulta popular eles acham que não se deve cumprir a lei. Será que têm algum dom divino e já sabem qual será o resultado de hipotético e mais que provável referendo? Um ponto curioso sobre este movimento e que mostra bem o seu espirito democrático (democracia estilo Cuba claro está) é o facto de defenderem que não se deveria fazer nenhum referendo! O governo devia fazer a lei e pronto, não se falava mais nisso.


António Manuel Pinto Silvério Guimarães
A Esquerda Moderna (o titulo também poderia ser O Novo Fenómeno Político)

Surgiu vai para uns anos um novo conceito, que é o termo “esquerda moderna”. E este é um conceito que dá que pensar e por isso às vezes dou por mim a matutar sobre o que será este fenómeno da “esquerda moderna”, e sinceramente, cada vez que ouço os líderes do PS,(que passam a vida a arrogarem-se como paizinhos do termo), fico com a ideia de que deve ser outro nome para dar ao centro, ou crença no liberalismo, ou na economia de mercado, ou seja, em tudo menos esquerda, ou seja, hipocrisia pura e dura. Depois temos a “esquerda moderna”, do partido da moda, o BE (que reclama a paternidade do termo para si), e ai cada vez que eles explicam, fico com a ideia que a “esquerda moderna” é a anarquia total, do tudo ao molho e fé em...............deve ser Karl Marx, ou Mao Tsé-Tung porque os tipos não acreditam em Deus, ou seja uma teoria alucinada de quem andou a fumar umas coisas.


António Manuel Pinto Silvério Guimarães

segunda-feira, abril 04, 2005

A morte de uma grande personalidade

Quase tudo já foi dito acerca de João Paulo II, sendo certo que foi o melhor político, não só nestes últimos 26 anos, como até antes e em muito tempo ainda vindouro. João Paulo II foi um Papa que tocou todo um Mundo, incluindo praticantes de outras religiões e agnósticos. Foi um homem de fé e esperança e que partilhou esses sentimentos abanando um pouco a retrógrada Igreja Católica, inflexível e intransigente hoje como nos dias da Inquisição. João Paulo II não quis ficar pela diferença de ser eleito numa entidade quase exclusiva a italianos e franceses, ele fez e deixa obra.
PP
Karol, Karol, Karol

As três palavras ditas no momento, em que se deu três leves toques, com um pequeno martelo na cabeça do Papa para confirmar a sua morte. O momento em que se confirmou oficialmente a morte do Papa João Paulo II. Neste momento a humanidade sentiu-se órfã, perdeu um Homem que todos estavam familiarizados ou não fosse o terceiro pontificado mais longo de todos os tempos, perderam aqueles independentemente, de acreditarem ou não em Deus, perderam todos aqueles que acreditam em Deus mas professam outro credo, e muito principalmente, perderam todos os Católicos Apostólicos Românicos, que perdem o seu sumo pontífice, mas todos perdem um grande Homem. Um Homem que procurou sempre a paz, a concórdia entre todos, inclusivamente dando o exemplo quando recebia ou era recebido por líderes de outras religiões. Muito poderia e deveria e vai ser dito sobre João Paulo II, mas não é essa a minha intenção neste post, apenas pretendo prestar uma breve homenagem a este grande Homem, que todos os que são pela paz vão recordar com saudade.
Hoje dois dias depois do falecimento alguém me disse que venha quem vier não será a mesma coisa, bem certamente não será, mas quem vier poderá ser pior, mas também poderá ser muito melhor. E pergunto se quando morreu o Papa João XXIII, as pessoas não terão pensado o mesmo? Certamente que sim! Não vale a pena temer o que vem, esperemos que os Cardeais reunidos agora em conclave decidam, com a ajuda de Deus, sem pressões de conjunturas internacionais o melhor entre eles, o melhor para a humanidade!


António Manuel Pinto Silvério Guimarães
Terri Schiavo

Grande parte da opinião pública mundial repudia a pena de morte nos E.U.A, todos criticam e surgem pedidos, para que os E.U.A (o grande defensor universal da moral e dos direitos do homem) acabe de vez com um sistema que apenas se mantém activo em países de terceiro mundo e em ditaduras. Mas os americanos não mostram nenhum sinal de terminar com este sistema de justiça, aliás, a tendência é para piorar o estado em que as coisas estão, pois acabaram por condenar uma mulher à morte, uma mulher inocente, cujo único crime era estar gravemente doente e incapacitada. E por estar incapacitada nunca pôde dizer se queria ou não morrer, cabendo essa decisão aos omnipotentes políticos americanos. Para cúmulo final decidiram por fim a vida retirando o tubo que alimentava Terri Schiavo, fazendo com que ela morresse de fome e de sede, ou seja, a menos que o sistema nervoso de Terri estive totalmente danificado, ela teve uma morte lenta e com grande sofrimento.

António Manuel P. S. Guimarães

domingo, abril 03, 2005

João Paulo II

Todos os dias milhares de vidas começam e terminam, cumprindo as inevitáveis leis da vida. No entanto, poucas vidas marcam tanto a história e o coração dos outros como Karol Wojtyla.
Karol Wojtyla, fica na história como um Papa carismático, fraterno, dono de uma enorme luz interior, e duma força inabalável, mesmo no sofrimento e na doença.
Enquanto Papa, Karol Wojtyla contribuiu ao longo de 26 anos de pontificado, para o colapso do ateísmo opressor do comunismo de leste, para o relançamento do dialogo ecuménico, promovendo os valores da vida, da paz e da existência em comunhão com o próximo.

É certo que não foi perfeito. Foi conservador, anacrónico, em matérias como a sexualidade ou a participação da mulher na igreja. Mas estes seus pecados são um nada, face à dimensão da sua universalidade e humanidade.
Crentes e não crentes, a todos a sua passagem pela vida não deixou indiferentes.
Por todo o seu percurso, aqui fica a minha homenagem.

António Cipriano