Era uma Vez
Era uma vez, um país distante, tropical, de planícies, vales e rios de tamanho sem igual, rico em recursos naturais e habitado por um povo multicultural. Todavia, o seu povo vivia na sua grande maioria, numa pobreza aflitiva, nomeadamente nas regiões do interior e nas periferias das grandes cidades, face uma burguesia de privilegiados que ostentavam riqueza sem igual.
Os governates, esquecendo os seus deveres de lealdade ao povo, viviam fechados no seu individualismo, procurando pela via da corrupção somente sugar às riquezas do país.
Até que num dia, dos campos do sertão, um torneiro mecânico, com nome de molusco, resolveu que os dias de desigualdade tinham forçosamente de mudar. Peões, camponeses, plebe, pequenos operários, sem terra, embrenhando-se nas palavras e ideias de igualdade e justiça social do torneiro mecânico, foram gradualmente criando um mar de desalinhados que acreditavam no sonho de um país novo. Empurrado por um oceano de esperança, o torneiro mecânico, como num conto de fadas, virou presidente.
Todos pensavam que um novo tempo iria começar. A esperança dos descamisados era muita. Todavia, em poucos meses a esperança foi perdendo fulgor. O Torneiro mecânico, com nome de molusco, enquanto presidente, não apresentava uma política social muito diferentes dos anteriores presidentes. Dizia-se que a culpa era dos lobbys, dos americanos, que não deixavam o presidente cumprir a sua missão
Até que o pesadelo surgiu!!! De repente, o governo do presidente com nome de molusco, é envolvido num terrível escândalo de corrupção, e trafico de influências. O descredito, a tristeza, o desespero, invadiram todos. Afinal o presidente com nome de molusco, e todos os seus colaboradores que apregoavam a justiça social, a honestidade, a igualdade, eram iguais aos outros. O dito partido dos trabalhadores, apenas se interessava em negociatas rentáveis e gordas.
O Presidente com nome de molusco, apregoa a sua inocência, argumentando ser somente uma vitima da sua ingenuidade. Pode até ser verdade. Mas o que também é verdade, é que o sonho, a utopia, de um presidente que veio do povo para lutar pelo povo, visando a igualdade e a justiça social, esse terminou.
E quando se acaba o sonho, nada resta.............
António Cipriano