terça-feira, novembro 29, 2005

Dever Cívico
Não sei se a maioria dos cidadãos europeus já se deu conta, mas a Europa caminha a passos largos para um problema bicudo, com graves consequências. Estou a falar da quebra demográfica. De alguns anos para cá, os europeus talvez devido a excesso de televisão, jogos de vídeo, ou modernices como o “sexo virtual” têm se vindo a esquecer de fazer filhos. Com este esquecimento caminhamos para a ruptura do Sistema de Segurança Social, para o aumento dramático das despesas de saúde via envelhecimento da população, e para uma diminuição drástica da população activa, deixando a Europa dependente da imigração.
Nos dias de hoje nada mais patriótico do que fazer um filho. O leitor deixe a net, e vá é cumprir o seu dever cívico!!
António Cipriano

domingo, novembro 27, 2005


Nova China
Bem certo que a verdade de ontem é mentira hoje. Foi noticiado esta semana que a republica popular da China pátria mãe de Mao Tse-Tung, e da ideologia comunista radical do Maoismo, enviou recentemente 18 camiões de armas e munições para equipar o exercito do Nepal na sua luta contra a guerrilha Maoista.
António Cipriano

quinta-feira, novembro 24, 2005


O crime do Padre Amaro

Vi hoje, com dois dias de atraso (cheguei na segunda-feira ao cinema e qual não é o meu espanto estar a sala esgotada) o filme português, O Crime do Padre Amaro, uma adaptação muito livre da obra de Eça de Queiroz. Primeiro que tudo era bom que no futuro as salas de cinema se enchessem para filmes portugueses, visto que filmes de Hollywood podem ser "sacados" da net vários meses antes de serem lançados, mas vamos ao filme. O crime do Padre Amaro tem 3 coisas muito boas:
1º- Soraia Chaves;
2º- Soraia Chaves e
3º- Soraia Chaves.
A actriz faz um bom papel, sendo capaz de arrebitar o nabo do ser mais homossexual do universo. Sem brincadeiras, o filme tem duas características que muitas vezes não é visto no cinema feito em Portugal que é o ritmo e a continuidade da acção, mesmo sendo uma adaptação muito livre da obra com a devida adaptação aos tempos modernos. Ao cinema português falta muitas vezes estas características assumindo um ritmo lento, perdendo tempo com diversas fases do filme e depois um ritmo mais acelerado rumo ao fim do filme, quiçá por questões orçamentais, criando descontinuidade na acção. Enfim, no geral, um filme de que os portugueses se podem orgulhar de ter sido feito por nós, sentimento reprimido muitas vezes por um sentido de inferioridade nacional exagerado quando comparado ao que se faz no estrangeiro. Que muitas salas de cinema se encham para ver este filme (e não apenas a Soraia Chaves) por todo este país.
PP

terça-feira, novembro 22, 2005


Presidênciais

Por Portugal passar presentemente por um período conjuntural de crise económica, social, e por ser atormentado por uma excessiva dose de anemia colectiva subjacente numa falta de confiança dos agentes sociais, a questão presidencial ganhou importância suplementar. A verdade é que nos últimos meses muitas linhas se escreveram sobre o perfil de presidente que necessitamos. Muitos opinam que Portugal necessita de um presidente intervertido, disciplinador, com um âmbito de actuação que ultrapasse em muito, os limites constitucionais, visando a presidencialização do sistema. Estes advogam que o actual modelo constitucional parlamentar assente na partidização, está esgotado, na medida que os partidos políticos nas últimos anos tem vindo gradualmente a perder qualidade. Advogam mesmo, que a causa principal do adiamento sucessivo das reformas estruturais é a partidocracia do país. Para estes os partidos visam somente responder às necessidades das suas clientelas, esquecendo os deveres ao país. Cumulativamente apontam a instabilidade política endógena como uma das causas do atraso do país ( em Portugal em 30 de democracia já tivemos um sem numero de governos, enquanto Espanha no mesmo período histórico teve menos de metade dos governos), sendo este, mais uma vez, resultado em muito da mesquinhez partidária.
Apesar de reconhecer as falhas e vícios dos partidos não tenho um visão tão negra. Neste sentido considero totalmente descabido a presidencialização do sistema. Acho que o nosso regime semi-presidecialista tem funcionado bem, sendo flexível a interpretações presidenciais minimalistas ou mais intervencionistas, mantendo sempre a esfera da governação no órgão competente – o governo. Isto não quer dizer que em situações extremas o PR não tenha de actuar com medidas extraordinárias. A constituição no artigo n.º 195 n.º 2 estabelece que o PR pode demitir o governo e dissolver a assembleia da republica para assegurar o regular funcionamento das instituições democráticas. Alias, o Presidente Sampaio, de actuação minimalista não se inibiu de utilizar esta prerrogativa para demitir e bem, o governo de Santana Lopes.

Mas então que presidente necessita Portugal?

No meu entender, Portugal necessita de Presidente da Republica assente num perfil de idoneidade pessoal, postura Ética, de perfil humanista, que os cidadãos reconhecem credibilidade, honestidade intelectual, competência, conhecedor em profundidade do país e dos seus problemas, capaz de despertar confiança e entusiasmo aos cidadãos. Um Presidente que saiba actuar sempre que necessário. Que não governe, mas que saiba chamar a razão o governo sempre que for oportuno, que convoque a sociedade civil em torno de uma reflexão sobre desenvolvimento, que saiba dialogar e agregar a todos os homens e mulheres às causas nacionais.

De entre os cinco candidatos, no meu entender, claramente o único que encaixa neste perfil é Cavaco Silva. Os Portugueses sabem que podem confiar em Cavaco; na sua honestidade, na sua credibilidade e na cidadania em exigência, que este sempre professou.
António Cipriano

domingo, novembro 20, 2005

Diferentes Guerras

Esta semana, Portugal acordou com a notícia da morte de um soldado no Afeganistão.
Igualmente saiu a noticias de que até ao mês de outubro já faleceram 950 pessoas nas estradas nacionais. Infelizmente com esta guerra civil, ninguem se preocupa.
António Cipriano

quinta-feira, novembro 17, 2005


Parabéns Sub-21s !

Fizeram-me sofrer como o caraças, foi um jogo complicado contra um adversário que mostrou mais do que aquilo que muitos esperavam. Mas a nossa selecção de sub-21 está de parabéns, agora vamos jogar o europeu e vamos ver se os mais novos conseguem bater aquilo que os mais velhos conseguiram em 2004.
Uma nota final para dizer que estou obviamente a torcer para que o Europeu de sub-21 seja em Portugal, quanto mais não seja, porque ainda me recordo daquele mítico jogo para o mundial da categoria no estádio da Luz e daquele golo de penaltie de Rui Costa frente ao Brasil em 1991.

António Manuel P. S. Guimarães

quarta-feira, novembro 16, 2005

Prémio à Mediocridade

Há muito, que os arautos apregoam a necessidade incontornável da economia e da sociedade, incorporem nos seus genes os valores da exigência e do mérito. Efectivamente, o sucesso, a competitividade económica e a diminuição das desigualdades sociais só são possíveis, não pelo facilitismo, da visão do “chico espertismo nacional", mas somente com esforço, dedicação, mérito e exigência.

Todavia, apesar de todos estarem de acordo acerca da necessidade da promoção da cultura de exigência, o ministério da educação volta a dar mais um tiro no pé do futuro do país. Isto porque, o dito ministério emitiu um despacho segundo o qual os conselhos pedagógicos das escolas podem passar um qualquer aluno, independentemente do numero de negativas, num intitulado “sistema de avaliação extraordinária”.
Com esta solução administrativa, para permitir o dito ”sucesso escolar”, Portugal passa a ficar bem nas fotografias das estatísticas comunitárias.
No entanto, o país volta a enganar-se a si próprio. A viver uma realidade irreal, que apenas distorce o futuro das gerações vindouras.
António Cipriano

domingo, novembro 13, 2005


30 anos de Independência de Angola

Comemoraram-se sexta feira, 11 de Novembro, os 30 anos de independência de Angola. Mas será que existem verdadeiros motivos para festejar? Infelizmente, os 30 anos do estado angolano, poucos bons momentos têm. Após 13 anos de luta pela independência, seguiram-se 27 anos de guerra civil, cheia de atrocidades e desrespeitos pelos direitos humanos. Mas se é certo que existe paz à três anos, a democracia, o estado de direito e o desenvolvimento económico tardam a vir. Apesar dos seus imensos recursos naturais e de ser o país do globo com a maior taxa de crescimento anual, tal nem chega para alimentar a totalidade do povo angolano. Isto porque em muita medida, a grande parte dos lucros do petróleo, como por "golpe de magia" evaporam-se para as terras da Suíça ou das ilhas Caymam.
António Cipriano

sexta-feira, novembro 11, 2005

“Imprimatur – O Segredo do Papa”

Para os amantes do Romance Histórico, um livro a não perder será “Imprimatur – O Segredo do Papa” dos italianos Rita Monaldi e Francesco Sorti que chega a Portugal pela mão da editora “Editorial Presença”.
Imprimatur” trata-se de um Thrilher histórico de grande intensidade apimentado por crime, enigmas, conspirações e espionagem ao mais alto nível. A acção decorre em 1683, ano do cerco turco à cidade de Viena e do consequente perigo de uma hecatombe da fé cristã. E perante este cenário que oito personagens aparentemente simples vão percorrer mistérios históricos, envolvendo figuras como Luís XIV (O Rei Sol), o Papa Inocêncio XI, o ministros de Luís XIV Colbert e Fouquet, o cardeal Mazzarino, etc. Um livro a não perder pelos apaixonados da história e do século XVII em particular.
António Cipriano

terça-feira, novembro 08, 2005

Negocios enigmáticos
A Caixa Geral de Depósitos conjuntamente com a Sumolis compraram por cerca de 450 milhões de Euros a Compal. A CGD ficará com 80%, e a Sumolis com os restantes 20%. A verdade é que este negocio repentino e inesperado, me deixou um tanto confuso. A que propósito a CGD (um banco totalmente publico) faz uma aquisição num sector com o qual nunca nada teve a ver? E se o negocio era assim tão atractivo e rentável porque motivo nenhum banco privado mostrou interesse? Se a CGD tem lucros a mais, porque não aumenta os dividendos distribuídos ao seu único accionista (estado) contribuindo assim para este tapar alguns buracos das contas publicas?
Outra perplexidade é o parceiro escolhido. A Sumolis é realmente do sector da Compal, no entanto mais débil e pequena. No ano de 2004 teve um prejuízo de 2,4 milhões de Euros face a um lucro de 25,2 milhões de Euros da Compal. Com a viabilização da CGD o absurdo aconteceu!!!! Uma empresa em dificuldades adquire a sua concorrente que esta numa invejável situação económica.
Confesso não entender, mas deve ser problema meu.
António Cipriano

domingo, novembro 06, 2005

Casos de Sucesso
E, momentos como o actual de apatia, desalento e falta de confiança, nada melhor como tónico para o animo nacional do que exemplos de sucesso. A verdade é que felizmente casos de sucesso não faltam pelo país fora.
Recentemente foi divulgado que a revista Business Week considerou a microempresa tecnológica do Prof. Epifânio França ChipIdea como uma das 500 empresas com maior crescimento do mundo. Mas não é apenas no mundo dos negócios que chegam boas noticias.
Na passada quinta feita Portugal foi agraciado com mais um titulo, não no desporto, mas agora na beleza feminina nacional. Liliana Queiroz, foi a vencedora do concurso Miss Playboy Internacional. Também aqui temos um tónico de animo quer para a classe masculina, quer para a classe feminina, enquanto sinal que as mulheres nacional são das mais belas e sensuais do planeta
António Cipriano

sexta-feira, novembro 04, 2005


Zorro
A razão principal pela qual foi ver a “A lenda de Zorro” não se tratou por este ser um dos heróis do imaginário da minha infância, mas somente devido à participação da Catherine Zeta Jones. Esta, encontra-se ainda mais bela e deslumbrante do que o habitual. Já o filme “A Lenda de Zorro”, nada é mais, do que o esperado. De novo só mesmo pelo preço de um bilhete, o espectador ter direito não a um herói, mas a dois, Zorro e Zorro Júnior. De resto, a película é mormente um festival de espadachins, apimentado por algum humor e um argumento fraquinho, mas suficiente para o género.
António Cipriano

quinta-feira, novembro 03, 2005


Performance

Ontem à noite a maioria dos portugueses entregou-se de corpo e alma, à pratica religiosa da fé Benfiquista. No entanto, por ser um “infiel sportinguista”, não me dediquei à oração na catedral da luz, preferindo ver a entrevista do dr. Mário Soares na TVI.
Esta foi mais uma desilusão, à semelhança daquilo que está a ser a sua pré campanha. O dr. Soares ao longo de 40 minutos penosos, procurou justificar a sua candidatura, caindo muitas vezes em contradição, perante uma jornalista bastante acutilante e agressiva. Do país nada falou. Nada disse do futuro!!! Como mobilizar os portugueses, nada disse? Como reconquistar a credibilidade do país e das instituições, nada referiu!!! Limitou-se a fazer considerações negativas sobre o Prof. Cavaco. Aliás, argumentos bem frágeis!!!!
Por ter admiração pelo dr. Soares, pelo seu papel no reafirmar da democracia, confesso que sinto pena e alguma tristeza por este se andar à arrastar penosamente dando uma imagem nada condizente com o seu percurso histórico.
António Cipriano

terça-feira, novembro 01, 2005


Paradoxos de uma candidatura

A candidatura presidencial de Mário Soares encontra-se num paradoxo existencial. Mário Soares nos últimos anos ao contrário de 74, tem vindo a fazer gradualmente um percurso do centro para a esquerda. Nas suas intervenções publicas ainda sob a capa senatorial, apelava à defesa intransigente do modelo social europeu, criticando asperamente a globalização, a economia de mercado, a guerra no Iraque, o papel dos EUA no mundo, etc. Em muitas situações como na guerra do Iraque ou no papel da Europa no mundo, também eu comunguei das suas posições, apesar de saber que muitas eram utópicas, descontextualizadas de um mundo que infelizmente já não é o mesmo. Soares ainda não percebeu isso. Ainda não compreendeu que o mundo é diferente, mais dinâmico e agressivo economicamente. Hoje, Portugal tem de se adaptar positivamente à globalização, as suas consequências e oportunidades, procurando é certo, a manutenção de um estado social, ainda que menos abrangente, que não quebre os laços de solidariedade intra-classes.
Socrates, líder socialista de um novo tempo, sabe que o mundo é bem diferente da realidade fantasiada de Soares. Sabe que o estado social dos anos 80, já não se coaduna com o novo século. Socrates, apesar algumas ambiguidades e alguns tiques socialistas, conhece que o único caminho possível para Portugal é o da racionalização de recursos, muitas vezes contrário a benefícios sociais anacrónicos. Socrates, perante uma inescapável realidade de crise utiliza medidas de direita. Este por imperativos políticos viu-se na necessidade de apoiar Soares, um candidato bem diferente do seu socialismo.
Como é que Soares pode acusar Cavaco de privilegiar políticas neo-liberais quando é o governo do PS, que as aplica? É este o paradoxo de Soares. Viver uma realidade que não existe, apoiado por um partido que sabe que esse mundo não existe, insistindo nessa negação, meramente por um imperativo de não ficar mal na fotografia presidencial.
António Cipriano