quinta-feira, março 30, 2006

Anti-natural

Não me considero machista, nem de perto nem de longe. Tendo dito isto, posso também dizer que não concordo minimamente com a proposta do PS (e apoiada pelo Bloco de Esquerda) que vai no sentido de impor quotas mínimas de participação de mulheres nas listas políticas.
"Afinal és machista!"
Não posso concordar porque, na política como em tudo na vida (pronto, talvez não seja em tudo, mas vocês percebem a ideia), os melhores devem ocupar os melhores lugares. Por um lado, temos discriminação positiva para as mulheres; mas as mulheres não são uma minoria (até pelo contrário), então qual a justificação para uma medida deste género? Por outro lado, acaba por haver discriminação (negativa) em relação aos homens. Concorrem em plano de igualdade com as mulheres, mas só até certo ponto, porque estas têm "vagas garantidas". As mulheres da política portuguesa passam a ser como a senhora grávida que não tem que ficar na fila para poder entrar na Expo 98 (ou então colocam uma almofada para fingir que estão grávidas, mas isso seria uma outra história).
Os governos de Guterres e de Durão Barroso (o Santana Lopes não teve tempo para isso, mas todos sabemos que ele gosta de mulheres) também tiveram este mesmo discurso, em que é preciso mais mulheres (grávidas ou não, tanto faz) na política portuguesa. E, em relação ao actual governo, o mais interessante é que tem muito poucas mulheres!

João Pedro

quarta-feira, março 29, 2006


Colisão

Tive esta semana a oportunidade de ver em DVD o filme Colisão, vencedor do óscar na categoria de melhor filme de 2005. Colisão, um filme de Paul Haggis procura ser um retracto das relações raciais e sociais de Los Angeles. A película, segue o esquema de cruzamentos de estórias aparentemente estanques, desenvolvido por Paul Thomas Anderson em Magnolia. Tudo gira em volta de doze personagens, tendo sempre como pano de fundo o racismo. Apesar do filme estar bem orquestrado, considero contudo, que este abusa em excesso do estigma do racismo. Acho mesmo, que por dar tanta ênfase à questão, esta ganha um ar artificial. Contudo não deixa de ser um filme interessante, que merece a pena ser visto.
António Cipriano

domingo, março 26, 2006



Nova Liderança

Na sequências das declarações de Pires de Lima de que o CDS/PP necessita de uma liderança mais sexy, o núcleo portista encontra-se em negociações com Soraia Chaves para a liderança do CDS/PP. Pretende-se que as propostas de fundo do CDS passem a ser publicadas mensalmente na revista maxmen, juntamente com as fotos da líder.
António Cipriano

quinta-feira, março 23, 2006


Energia Nuclear

O nuclear é um processo físico que visa a produção de energia através da manipulação do núcleo atómico do Urânio 235 (combustível) por via de um de dois processos: a fissão e a fusão. Na fissão um átomo de um elemento é dividido, produzindo dois átomos de menores dimensões de elementos diferentes. Na fusão dois átomos de pequenas dimensões combinam-se originando um átomo de maiores dimensões, constituindo um elemento diferente. Em ambos os processos, a massa dos elementos finais é inferior à massa dos elementos iniciais, sendo a diferença convertida em energia
Nas centrais nucleares procura-se controlar as reacções nucleares de maneira que a energia seja libertada gradualmente sob a forma de calor. Assim como nas centrais que funcionam com combustíveis fosseis, o calor gerado, é usado para ferver água de modo a produzir vapor, que por sua vez faz funcionar turbogeradores convencionais. Consegue-se assim obter energia eléctrica. O sucesso da operação implica o arrefecimento do reactor nuclear da central, (algo que não aconteceu em Chernobyl) utilizando-se agua para esse efeito, sob pena de trágicas consequências. No entanto e como não há bela sem senão, as centrais nucleares para além de energia, produzem resíduos radioactivos. Estes serão perigosos durante muitos milhares de anos, sendo geralmente armazenados em cemitérios nucleares em grandes profundidades, no subsolo.
Já identificamos dois problemas. O risco de acidente, por muito baixo que seja a sua probabilidade, as suas consequências são devastadoras (Sellafield, 1957 – Reino Unido; Three Mile Island, 1979 – EUA; Chernobyl, 1986 – Ucrânia). E o problema dos resíduos. Mas não ficamos por ai. A vida útil de uma central nuclear é cerca de 30 anos. Após este período há a necessidade de desmantelar a central. A limpeza do local, com o consequente tratamento ecológico é um processo moroso e economicamente dispendioso. Como agravante as centrais nucleares apenas produzem energia eléctrica, não resolvendo o problema central – a locomoção automóvel.
Os defensores da energia nuclear argumentam que esta produz energia a baixo custo. Confesso que não sei se será verdade, sobretudo se tivermos em conta os custos da desmantelação da central. Mas mesmo que seja economicamente favorável, tendo em conta os riscos e os perigos, será que compensa? Acho que não, muito menos para um pequeno país como Portugal. Ainda mais, num momento em que a energia nuclear já caí em desuso no mundo ocidental.
O futuro são as energias renováveis, o hidrogénio e nunca o nuclear!!!
António Cipriano

quarta-feira, março 22, 2006

Problema Energético

Neste momento Portugal vive uma difícil questão, uma questão que se torna fundamental, porque quer nós queiramos quer não, irá afectar o nosso futuro mais próximo. O mundo vive um clima de instabilidade, que resulta de questões directa ou indirectamente relacionadas com o petróleo, que é a “grande droga” do mundo ocidental. Seja devido aos problemas do médio oriente, seja devido às constantes intrujices e mentiras das grandes companhias petrolíferas, que fazem os preços do barril de petróleo disparar e tudo isto leva a que países como Portugal, com extrema dependência energética, vivam ao sabor de todas estas variações. De qualquer forma já demos um pequeno passo, e tomamos consciência de que o petróleo afinal não vai estar sempre ai e que nos temos que libertar dos seus grilhões. Agora o problema está no grande passo a seguir e qual a solução e aqui começam os problemas. Na minha opinião o nuclear é fundamental para resolver este problema. As razões são muito simples, se não vejamos, em primeiro lugar o facto de sermos o 5º maior exportador de urânio do MUNDO, demonstra a quantidade de urânio que temos, ou seja uma quantidade que nos aumenta sobremaneira a independência energética. Depois devido às grandes quantidades de energia que uma central nuclear de 3ª geração consegue produzir, porque para igual massa utilizada, o urânio produz cerca de 2500000 vezes mais energia por fissão que o carbono por combustão, o que faz com que apenas uma central nuclear desse para alimenta todo o nosso grande “cluster” industrial do norte. Podemos sempre falar do problema ambiental, mas o facto é que neste momento uma central termoeléctrica constitui um problema ambiental que é pelo menos, tão grave como o nuclear, e nós usamos e abusamos da energia em Portugal sem sequer termos consciência da gravidade da poluição libertada, efeito de estufa, problemas respiratórios devido à existência de hidrocarbonetos na atmosfera, etc…. Infelizmente esta falta de consciência encontra-se noutro ponto, pois Portugal importa 80% da energia que consome e grande parte dessa energia vem de Espanha e é produzida nas centrais nucleares da Iberdrola. Podemos sempre dizer hipocritamente que o problema “não é nosso”, mas não sei até que ponto é que não será nosso quando uma das 3 centrais espanholas está a poucos kilometros da fronteira. Além de que acho curioso, as pessoas evocarem razões ambientais, quando nunca se questionaram sobre os caminhos que o Urânio faz para sair do nosso país, algo inevitável para quem exporta.
Podemos falar dos acidentes como Chernobyl em 1986, um acidente que ensina tudo o que não se deve fazer, ao contrário do que aconteceu em Idaho Falls nos EUA em1961 que foi resolvido com sucesso e que talvez por isso não se fale dele. Embora para cada um destes desastres à dezenas de acidentes com o petróleo que os ultrapassam e se dúvidas há, então 30 milhões de toneladas de crude despejados nos oceanos todos os anos devem ajudar a dissipar.
Deixemos de ser “velhos do Restelo”, com medo de avançar de dar este passo decisivo e fazer aquilo que os nossos parceiros Europeus já começaram a fazer à muitos anos, porque se algo mais objectivo for preciso então estabeleçamos a comparação com os grandes centros industriais Europeus e vejamos que energia é que eles consomem. Acho estranho eles estarem todos tão equivocados à tanto tempo e nós pobrezinhos e ultra dependentes é que estamos certos, especialmente quando a nossa razão principal para negar o nuclear passa por questões sentimentais e de orgulho, mas não por razões objectivas e concretas
Não ponho de lado a utilização das energias renováveis, embora tenhamos que reconhecer que o conhecimento do seu aproveitamento é muito escasso ou seja, necessita de mais investigação e tempo não é factor de que disponhamos neste momento, sim porque o relógio de Quioto está a andar. A única alternativa que se apresenta como mais praticável é a energia eólica, mas sinceramente não me parece que ver o país atravancado com milhões de ventoinhas seja a solução, porque era necessário uma grande quantidade de moinhos para tornar este meio uma alternativa adequada.
Concluo dizendo que a energia nuclear é hoje considerada como uma energia limpa e económica e não perigosa desde que usada com cuidado. E talvez por isso, a sua utilização não é condenada por nenhuma organização internacional desde que seja utilizada para fins pacíficos, ou por nenhum tratado sobre poluição, como o de Quioto por exemplo. E a menos que os detractores da utilização do nuclear não acreditem que em Portugal existem pessoas competentes, capazes de fazer uma central nuclear funcionar em segurança, não vejo que razões podem ser evocadas para negar a sua prática.
António Manuel Guimarães

segunda-feira, março 20, 2006

30 anos de Não ao Nuclear

Comemoraram-se, ontem, 19 de março, os 30 anos do Não ao Nuclear em Portugal.
Em 1976, num projecto cheio de raízes do marcelismo, pretendia-se construir uma central nuclear em Ferrel, concelho de Peniche. Os defensores do projecto tal como hoje, falavam das maravilhas da energia nuclear. Argumentavam que a central nuclear iria contribuir para o aumento do turismo, visto por um lado, esta aquecer às aguas das praias das redondezas, trazendo assim mais visitantes, e por outro, por todos aqueles que se deslocariam para visitar a referida central.
Ao contrário do que alguns pesavam a população de Ferrel não era ignorante, e não foi em cantigas. No dia 19 de março de 1976, ao toca a reunir sob os sinos da igreja, a população munida de enxadas e paus destruíram os trabalhos preparatórios para a construção da central nuclear.
Deixo aqui a minha homenagem ao heróis de Ferrel.
António Cipriano

sábado, março 18, 2006


Déficit de Oposição

O governo apesar de longe de excepcional, brilha intensamente ao olhos dos eleitores, como única alternativa no universo político Isto em grande medida em virtude de um déficit de oposição. De um lado temos, Equivoco e Castro, cada vez mais isolado, trapalhão, ingénuo, ao ponto de se deixar levar nas sucessivas armadilhas da Banda Portistas. De outro lado, um Marques Mendes, pouco solto, vitima de uma apagamento estratégico, via presidenciais, não tem sido capaz de fazer uma oposição firme. Onde estão as propostas do PSD, para os problemas do desemprego, da justiça? Quanto o governo põe o pé na poça, onde está Marques Mendes para criticar, apontar a dedo as inconsistências governativas? Na verdade ninguém no PSD acredita que Marques Mendes dure até às legislativas de 2007. No entanto, os verdadeiros candidatos à liderança do PSD vão-se guardando, deixando a Marques Mendes a tarefa ingrata da travessia do deserto.

Enquanto a oposição vai se perdendo em guerras fratricidas, Socrates vai sorrindo...........
António Cipriano


Desafio aceite!

Primeiro que tudo, devo referir que ao aceitar o desafio em primeiro lugar, em vez do desafiante, acaba por me caber a tarefa mais fácil visto que nada ainda foi escrito no blog, pois de certeza absoluta que o que irei deixar referenciado não será certamente novidade para ninguém.
Portugal é um país pobre no que se refer à produção de energia própria, o que é algo inadmissível para um país com os recursos naturais que possuí como o vento e uma das maiores costas marítimas da Europa. Não sei precisar mas decerto não será exagerado dizer que 80% da energia em Portugal é importada e de origem fóssil, em alturas de crise económica como esta que está a acontecer na actualidade mundial, torna-se mais visível a falta de investimento feita ao nível de energias renováveis. Como disse não indiquei nada de novo deixo, no entanto, uma questão:
Qual a razão que levou os diversos governos que passaram pela cadeira do poder a negligenciar a produção de energias renováveis?
PP

sexta-feira, março 17, 2006

Desafio!

O País nos últimos dias tem assistido a uma discussão que todos certamente consideramos. Falo da discussão sobre a questão energética e em particular da utilização ou não, da energia nuclear no nosso país. Penso que estas matérias devem ser debatidas para todos poderem avaliar os prós e os contras, para todos poderemos ajudar o nosso país nesta decisão que tão importante é. Com este post venho lançar o desafio a todos os quatro colaboradores deste blog, para que digam o que pensam sobre este tema, e a todos os leitores que comentem, para fazermos desta discussão o mais geral possível!

António Manuel Guimarães

quinta-feira, março 16, 2006

Congresso


Com todas as coisas que nos últimos têm sido ditas, sobre o congresso extraordinário do PSD e sobre a atitude a tomar pelo Presidente do partido, caso a sua moção seja chumbada, eu apenas posso chegar à triste conclusão que existem pessoas no PSD, que sofrem de uma grave obsessão pelo poder. Luís Filipe Menezes que foi derrotado no último congresso, parece andar a mexer os cordelinhos para subverter a razão de ser deste congresso, que é a alteração dos estatutos para permitir a eleição directa do líder. Uma decisão que peca por tardia, algo que já deveria estar feito e que é essencial para o partido, e este senhor arrisca-se a fazer perigar algo tão importante por motivos pessoais de ambição desmedida, de obsessão pelo poder, que não passam de uma tentativa de retorno ao passado recente, em que Santana tanto prejudicou a imagem e razão de ser do partido.
Espero sinceramente que a moção de Marques Mendes vença e se apaguem de vez os últimos restos dos tiques santanistas, que tão prejudiciais são para o partido e por conseguinte para Portugal.

António Manuel Guimarães

segunda-feira, março 13, 2006

Um ano de governo

O governo de José Socrates, completou ontem, um ano em funções. Não sendo este o meu governo, também não sou adepto da política do “bota abaixo”. Houve muita coisa negativa, mas também alguma coisa de bom
Comecemos pelo positivo. Antes de mais, este é um governo mais credível e francamente melhor do que o de Santana Lopes, o que diga-se de passagem, não seria difícil. Destaco como positivo três pontos. Em primeiro, aliás o que mais gostei, foi a capacidade, a coragem, e mesmo a teimosia, apesar de algumas inconsistências, em agitar os interesses instalados. Ao nível da função publica, este governo soube terminar como muitos regimes de excepção, incompreensíveis ao olhos do mundo actual. Soube afrontar alguns lobbys como a industria farmacêutica, os sindicatos, os juizes, etc. Apesar de francamente positivo, muito falta fazer ao nível da reforma da administração publica. Em Segundo lugar, destaco o esforço feito na desburocratização. O processo da empresa na hora, o fim dos livros comerciais obrigatórios, o fim de um sem numero de escrituras publicas obrigatórias, são medidas importantes para a competitividade nacional. Como terceiro aspecto positivo, o facto de Socrates ter dado razão a Manuela Ferreira Leite. Apesar do discurso minimalista eleitoral, o governo tem de uma forma geral, dado a atenção correcta para o problema orçamental.

Como aspecto negativo, obviamente o desemprego. Apesar dos 150.000 empregos prometidos o desemprego está bem próximo dos 500.000. Se é verdade que programas como o de estágios para licenciados na função publica foram benéficos, tal não chega para colmatar as falências sucessivas e quotidianas de empresas têxteis, e as deslocalizações de multinacionais. Estagnação económica (crescimento económico de 0,3% em 2005), envés das taxas de 3 % prometidas em campanha, mancham a imagem do governo. Pode-se sempre dizer, que outro governo em termos económicos não faria melhor. É correcto, mas quem manda prometer crescimentos de 3% em campanha?
Por fim, como aspecto negativo realço a propaganda. De alguns meses para cá o governo passeia em colóquios, conferências, anunciando investimentos e mais investimentos. Estou cá para ver. Mas o teor do cerimonial envolvido e da pompa, dá um ar oco, falso, de vendedor de “ banha da cobra”, que retira muita da confiança e credibilidade que tais anúncios possam vir a ter.
Já me a esquecer - a Justiça. O sistema de Justiça bateu no fundo. Essa é um dos cancros da nossa democracia. O ministro também não ajudou. Mas é urgente que no próximo ano algo de novo aconteça.

Comecei por dizer que este não é o meu governo. No entanto, desejo a bem de Portugal muitos sucessos e decisões sábias para os próximos três anos.
António Cipriano

sábado, março 11, 2006


O Inverno do Patriarca

E quando todos pensavam que era impossível ele descer mais baixo e ser mais descortês, eis que ele volta a surpreender. Mário Soares como que a reafirmar a péssima imagem que deixou durante a campanha, não cumprimentou Cavaco Silva, o Presidente da Republica na sua tomada de posse. Esta atitude de birra de Mário Soares foi o golpe de misericórdia sobre qualquer possibilidade de ser recordado no futuro como um politico triunfador e com prestígio.

António Manuel Guimarães

sexta-feira, março 10, 2006

Com que direito….

Li eu ontem no jornal “Público” que, os norte-americanos dotados da sua habitual lata descomunal, decidiram apresentar um documento sobre o respeito dos direitos humanos em diversos países. Um documento onde Portugal aparecia destacado. Curioso com sempre, decidi dar uma vista de olhos sobre o dito documento e descobri que os “senhores do mundo” fazem umas afirmações bastante pesadas sobre o nosso sistema prisional. Começam com paninhos quentes a dizer que temos um regime democrático, com um Presidente da Republica e um primeiro-ministro eleitos em eleições livres. Depois afirmam que o governo respeita geralmente os direitos humanos (e aqui começa a parte curiosa), quando eles dizem que foram detectados alguns problemas de direitos humanos. Problemas como: “A polícia e os guardas prisionais agridem e abusam dos detidos; as prisões não apresentam condições; a prisão preventiva é demasiado longa e no país existe tráfico de homens e mulheres estrangeiros para trabalho ilegal”. Partindo depois para uma vasta investigação sobre o nosso sistema politico, que demonstra um bom trabalho dos sistemas de informação dos Estados Unidos da América. Tudo isto é de uma hipocrisia do tamanho do mundo, mete nojo e apenas pode servir para piorar a fraca imagem que eu tinha dos americanos. Com que direito dizem os americanos que os nossos policias e guardas prisionais batem e abusam dos detidos, quando todos os dias nós vemos nas noticias perseguições e espancamentos perpetrados pelos policias americanos. Com que direito dizem que as nossas prisões não apresentam condições, quando eles apenas apresentam imagens das suas prisões em vídeo clipes bem preparados como “St. Anger” dos Metallica, onde apenas podemos apreciar o pátio de St. Quentin, uma prisão onde os presos desejam morrer e ir para o inferno, que certamente lhes parecerá o paraíso. Já para não falar das prisões militares como Abu-Ghraib e Guantanamo e isto porque não se pode falar das prisões que os EUA, não confirmam nem desmente a sua existência, como a “prisão negra de Kabul”. Com que direito falam da prisão preventiva demasiado longa, quando eles prendem pessoas sem formular acusação, sem presunção de inocência e com a utilização de tortura e abusos sistemáticos e se dúvidas existem, falemos mais uma vez nos casos anteriormente citados e que são do conhecimento publico. E por fim, com que direito falam do trabalho ilegal, quando são as suas grandes indústrias as principais beneficiarias de trabalho ilegal por esse mundo fora, utilizando o neocolonialismo como o meio de obter lucros à custa de trabalho quase escravo. Isto para não falar na utilização sistemática da pena de morte e de tantos outros casos descritos pela “Human Rights Watchhttp://hrw.org ou pela Amnistia Internacional (www.amnistia_internacional.pt). Curioso é também o facto de não ter encontrado referência a estudos feitos às prisões de Israel, da Arábia Saudita e do Kwait e outros países conhecidos por serem respeitadores dos direitos humanos e que por tanto não merecem que os seus amigos americanos percam tempo com eles.
Com este post não pretendo justificar os erros do nosso sistema por comparação com o sistema brutal praticado pelos EUA. Porque para estes abusos não existe desculpa possível, mas para dizer que este estudo é feito por gente sem capacidade para julgar quem quer que seja sobre este tema. Para mim este estudo tem tanta validade como se o Pinochet, o Idi-Amin, o Noriega ou qualquer outro ditador tivesse ordenado um estudo para condenar qualquer ditadura neste mundo. É a hipocrisia na sua forma mais perversa e infame, que só podia ter o carimbo “MADE IN USA”.

António Manuel Guimarães

quarta-feira, março 08, 2006



Dia Internacional da Mulher

No dia internacional da mulher, uma simples rosa, bela, sensivel e fascinante, mas tambem espinhosa, e quantas vezes dificil de colher, para representar a mistica feminina.

António Cipriano

Xanax

A farmacêutica alemã Merk anunciou esta semana um aumento exponencial nas encomendas do seu farmaco Xanax, para o mercado português. Ao que parece, este aumento fica a dever-se a dois novos clientes, ambos, com confessos problemas em dormir descansados, devido a uma “cavaquite”. Estes novos clientes são: a Fundação Mário Soares e a o operário deputado Jerónimo de Sousa.
António Cipriano

quinta-feira, março 02, 2006

Caixa Geral de Depósitos, não!

Ontem enquanto passeava pelas ruas das Caldas com um amigo, este teve de ir depositar um cheque na Caixa Geral de Depósitos, antes dele estava uma senhora que não conseguia fazer a operação que queria, pois a caixa recusava a caderneta dela, o meu amigo não teve tanta sorte e ao anular a operação, a caixa registou o depósito de um cheque no valor de zero euros e zero cêntimos, ficando com o cheque no seu interior. De pronto foi feita a reclamação junto das pessoas que trabalham do banco mas a resposta está longe de ser satisfatória, a manutenção das máquinas é feita por uma equipa que vem de Lisboa todos os dias, a reclamação segue, ficando o assunto sanado lá para o fim-de-semana, após o qual o cheque ainda ficará retido mais cinco dias. No meio daquilo tudo, dei por mim a sorrir e a pensar: "ainda bem que dei ouvidos ao meu pai quando me disse para nunca utilizar como banco a Caixa Geral de Depósitos!"
PP

Violência de última geração

Hoje enquanto bebia o meu café depois do almoço, falava com alguns colegas sobre filmes. Filmes que representam uma moda, que se tem vindo a alargar nos últimos tempos, são os filmes que mostram o expoente máximo da perversão humana. Filmes que retratam o fenómeno da psicopatia com todos os requintes de malvadez e sofrimento. Onde não basta sugerir o que se fez, o que se faz tem que ser visto e da forma mais explicita possível. Com este post eu gostava de lembrar aquilo que se dizia dos filmes dos anos 80 e 90 interpretados por Jean-Claude van Damme, Chuck Norris, Sylvester Stallone e Arnold Schwarzenegger, entre muitos outros. Em que a violência era o mote e a brutalidade uma constante e que todos diziam que eram demasiado brutais para sem vistos. O que é certo é que agora esses filmes são para crianças, porque têm o escalão mais baixo de violência que a televisão tem para “oferecer”. Vivemos numa triste sociedade onde os acontecimentos violentos já se tornaram de tal forma banais, que passámos a fazer histórias disso. Onde a malvadez máxima é vista como originalidade e não como o reflexo de uma mente perturbada de um realizador doente, que não consegue fazer um filme sem utilizar quantidades infinitas de sangue e imagens o mais perturbantes possíveis. Compreendo que cada um tem a liberdade de ver aquilo que quer e que dentro deste plano só quem quer é vê esses filmes. Mas penso que não faz mal a ninguém parar para reflectir um pouco e ver o caminho que as coisas levam e que diagnostico é que podemos tirar da nossa sociedade através da doença que a violência brutal gratuita que temos no acervo cinematográfico actual indicia.

António Manuel Guimarães