quarta-feira, junho 28, 2006


Traição

Ao som de “Shine on your Crazy Diamond” dos Pink Floyd, Arthur tentava acalmar. Não é fácil ser traído, após variadas juras de fidelidade. Palavras vazias, ocas, de sentido oposto, tinham sucessivamente sido proferidas. Arthur acreditara nas palavras. Construíra sua vida com base nessas palavras. Agora tudo ruíra. Os laços foram quebrados. O futuro de promissor e luzidio, foi superado por uma sombra de desilusão e incerteza.
Quando se fala em traição, invariavelmente ocorre ao pensamento, os relacionamentos humanos, como o amor, ou a amizade. Não deixando de partir duma relação humana, esta traição não se encaixa nesses moldes. Arthur era uma das duas mil vítimas da traição da Opel da Azambuja. Tinha como em muitas famílias assumido compromissos, com casa, carro, educação. De um momento para o outro estava desempregado. Deixava de ser útil à sociedade. Futuro? Na Azambuja a Opel era um oásis que alimentava toda a economia. Com o seu fim, toda a estrutura económica desabava num deserto completo. Tudo isto por via de um tal de capitalismo de empresas globalizadas, sem ética ou sentimentos. Agora Arthur não sabia o que fazer. Imigrar talvez fosse o "Breaking The Wall".

António Cipriano



domingo, junho 25, 2006

VIVA A SELECÇÃO NACIONAL

Ganhamos num jogo contra uma selecção da Holanda que mostrou que nada sabe de Fair Play e contra (digo contra por razões óbvias) um árbitro que faz o Paulo Costa parecer o Pier Luigi Colina! Será insano pensar que podemos ir ainda mais longe neste campeonato do mundo? Eu acredito na nossa Selecção! Força PORTUGAL, venha a Inglaterra à vontade porque não temos nada a temer de ninguém!

Uma coisa é certa, já entramos para a história dos mundiais, porque este jogo bateu o recorde de mais cartões mostrados em jogos de campeonatos do mundo! Tudo graças ao desprezível trabalho de Valentin Ivanov. Ainda bem que os árbitros portugueses não foram a este mundial, para não se misturarem com estes cromos, que vêem mostrando que afinal há árbiros bem piores que os portugueses!

António Manuel Guimarães

sábado, junho 24, 2006


Patriotismo

O mundial de futebol, é nos tempos actuais, um dos últimos refúgios para o conceito de estado nação, e um catalisador para o sentimento interior de patriotismo. Portugueses, holandeses, italianos, brasileiros, todos vibram, agitando bandeiras, e vestindo as cores nacionais. No entanto, uma questão me vem inquietando. Qual dos povos é o mais patriótico de todos? Os nossos Portugueses, com as suas bandeiras nas janelas? Os holandeses e as suas montanhas de t-shirts laranja? Os brasileiros e o seu samba endémico?

Não. Se de facto existe um povo patriótico, e é o povo da China. E estes, não são apenas patrióticos do seu país. São adeptos de todos os 32 países do mundial. Afinal não são eles que produzem as milhares de bandeiras, cachecóis e T-shirts das diferentes selecções!!. Mas vão mais além, incorporando no patriotismo externo, sinais do seu mundo. Veja-se o caso de muitos portugueses, que orgulhosamente agitam bandeiras nacionais com pagodes em vez de castelos!!!
António Cipriano

quarta-feira, junho 21, 2006

10.000 Visitas

E assim 3 anos 8 meses e 20 dias depois chegámos finalmente às 10.000 visitas, um marco importante para todos nós na Cumplicidade da Alma. Quero por isso agradecer a todos que nos visitam e que têm a “paciência” de ler os nossos “pensamentos duvidosos” e agradecer particularmente aqueles que comentam os nossos posts e que por isso nos ajudam a melhorar A Cumplicidade da Alma. Um abraço aos meus cúmplices deste blog e amigos de sempre, António Cipriano, Paulo Pinheiro e João Pedro, que dão vida à A Cumplicidade da Alma.
Agora venham as 20.000 visitas!

António Manuel Guimarães

terça-feira, junho 20, 2006

Gato por lebre!

Segundo o governo português, a partir do próximo ano, o imposto automóvel passará a ser pago via internet, medida que posteriormente será alargada a todos os serviços de pagamento ao estado. Medidas bastante “interessantes” e que vêm no seguimento do tão badalado plano tecnológico que o governo pretende implementar.
Como eu disse no parágrafo anterior estas são medidas muito “interessantes”, talvez por serem medidas que não se justificam a não ser para tapar o Sol com a peneira e que apenas demonstram que o nosso governo tenta vender uma imagem de modernidade de um país que é tudo menos moderno, ou pelo menos grande parte do país. Porque enquanto ainda existir em Portugal povoamentos que não têm nem rede eléctrica, saneamento básico ou telefone, parece-me a mim que é por aqui que deve passar a batalha tecnológica do governo, dotar os portugueses do mínimo dos mínimos. E para isto deve começar por pensar que Portugal também existe para lá de Lisboa. O nosso governo deve começar a olhar para o interior e não só para encerrar maternidades e mandar bebés nascer em Espanha, mas para verem as condições a que certas povoações estão condenadas e por conseguinte demonstram o quão hipócrita este plano tecnológico é.

António Manuel Guimarães

quinta-feira, junho 15, 2006

Caixotes abandonados

No quartel, foi recebida a notícia, que iria existir uma visita de um governante, munido da respectiva comunicação social. O Coronel, que há muito ansiava passar a Tenente-coronel, num ápice, colocou todos os soldados, sargentos e magalas, em agitação. Entre as tarefas agendadas estava a limpeza e arrumação dos armazéns contíguos à esquadra dos F-16. Os F-16, que consumiam 1000 litros ao 100Km, eram o brinquedo preferido dos tenentes. Não havia um, que não tivesse na carteira uma foto tirada junto a um F-16. Era uma arma infalível na conquista de qualquer mulher.
Aquando da chegada do ministro e da sua comitiva, as tropas aprumadas, alinhadas, em sentido, munidas de fardas novas, junto aos luzidios F-16, componham o quadro de forças militares modernas. Para o quadro ficar perfeito só faltava retirar da gare uns caixotes, com umas letras escritas em inglês e com uns símbolos americanos. Os jornalistas, figuras sempre com vontade de meter o nariz onde não são chamados, lá foram bisbilhotar o que eram essas caixas. Para grande bronca, nesses caixotes estavam uma esquadra de F-16 desmontada. De facto o Tenente-coronel tinha a impressão que deveriam existir mais umas tantas avionetas. Mas ao que parece, a rapaziada não era dada a Puzzles, mais à sueca, e os caixotes foram ficando a ganhar poeira no armazém.
O ministro, politico profissional, não se deixou atrapalhar. Informou de imediato a comunicação social, que o verdadeiro objectivo desta visita não era dar a conhecer as capacidades da nossa força área, mas sim, anunciar que esta, no espírito de sacrifício nacional, que a pátria exigia, no combate ao deficit tinha resolvido desmontar uma esquadra de F-16, de modo a que o governo da república pudesse vender os ditos aviões.

Por que raio esta estória não é apenas ficção?
António Cipriano

quarta-feira, junho 14, 2006

Borat's guide to wine tasting

Reparem que os senhores do Mississipi acham que o outro senhor (o Ali G, na realidade) é mesmo um empresário vinhateiro do Cazaquistão:

http://www.youtube.com/watch?v=q1gczVUBjec&search=borat%20wine%20

João Pedro
Concerto para a juventude

Alguém me consegue explicar como/porquê é que a Câmara Municipal das Caldas da Rainha permitiu que uma "banda musical" (reparem nas aspas) chamada Ódio tenha actuado no Centro de Juventude, à porta fechada? Não é pelo nome da banda em si, obviamente, é mais pelo facto de ser uma banda cujas letras são proibidas pela constituição portuguesa. Algumas das pérolas musicais deles intitulam-se "Nazi Skin", "Mein Führer", "The Horrible Jew", "Skinhead Violence", "Criança Branca", e por aí fora.
O mais ridículo é que esta situação foi exposta numa reportagem da RTP, em que se explicou que a Câmara das Caldas acabou por permitir uma situação que a generalidade das outras câmaras municipais deste país não permitem (sejam de que cor política forem). Foi um belo destaque televisivo à Câmara das Caldas.
E, claro, já não falemos no "merchandising" que foi vendido dentro do Centro de Juventude, após o concerto. Digamos apenas que estes senhores dizem que o Holocausto é uma mentira.

João Pedro

terça-feira, junho 13, 2006

Duvida?

Se Santana Lopes tivesse ganho as eleições, ou durante o seu mandato tivesse feito metade das coisas que Sócrates já fez, o que será que lhe chamariam? Certamente fascista, inimigo do povo, opressor e ditador.
Infelizmente em Portugal parece que há certos totalitarismos que só se aceitam à esquerda, mesmo que seja uma esquerda falsa!

António Manuel Guimarães

segunda-feira, junho 12, 2006


O 25 de Abril de Saramago

José Saramago numa cerimonia de homenagem ao falecido antigo primeiro-ministro “Companheiro Vasco Gonçalves”, referiu em tom amargo que “que nada sobra do 25 de Abril”. Realmente, do 25 de Abril, das nacionalizações, da reforma agrária, da destruição da economia privada, que procurava a construção de uma sociedade socialista, nada restou. Para nosso bem, o projecto político de Otelo, Saramago e outros, que advogava a substituição do estado novo, por uma nova ditadura de esquerda, em tom cubano ou estalinista ,não vingou. A estes usurpadores da palavra democracia, apenas se espera que continuem amargurados, e vivam as suas fantasias delirantes numa qualquer ilha rochosa do atlântico.
António Cipriano

sexta-feira, junho 09, 2006

A morte de um terrorista conhecido

Al-Zarqawi, conhecido terrorista, líder da Al-Qaeda foi morto. Para todos aqueles que acham com razão que a vida humana é um bem precioso, deve ser um dia de celebrar, sem esquecer de que ele não representa pro si só o fim do terrorismo e que um outro líder irá tomar o seu lugar. Representa apenas a morte de mais um terrorista conhecido.
PP

segunda-feira, junho 05, 2006


Outros campeões

Numa altura em que o futebol domina todas as atenções, não devemos contudo, deixar de prestar a atenção a outras modalidades, e personagens desportivas, que tanto tem feito pelo nome de Portugal. Vanessa Fernandes no Triatlo, é o caso paradigmático. Este fim-de-semana, Vanessa Fernandes após 1500 metros de natação, seguindos por 40 km de bicicleta e 10km de corrida, venceu mais um prova, no caso, a etapa mundial de Triatlo em Madrid, passando a ocupar o patamar mais alto no ranking do Triatlo mundial.
António Cipriano

sexta-feira, junho 02, 2006

Será Ditadura?

A atitude do nosso Ministério da Educação e do nosso Governo, reflecte-se na reacção ao documentário apresentado pela RTP, na Terça-feira passada, que tinha como tema a violência nas escolas. Na peça ficou patente a violência de que alguns professores são vítimas no nosso país, tal como ficou demonstrado que o Secretário de Estado Adjunto e da Educação Jorge Pedreira, não conhece esta realidade e tem uma capacidade invulgar de fugir a questões “incómodas”. O Ministério da Educação ao invés de ficar sensibilizado com a situação, para de alguma forma acabar com este flagelo, está agora segundo a agência Lusa, a procurar “irregularidades” no documentário. Procurando ilegalidades da forma como foi conduzida a peça, pensando inclusivamente em possíveis processos. Até o conselho executivo e professores que autorizaram as gravações, correm o sério risco de verem ser instaurados processos disciplinares. Ou seja, mostra-se alguma coisa que o Ministério da Educação pretende manter na “sombra” e logo vêm tentar calar e fazer pressões ao estilo da PIDE-DGS, sobre quem tem razões reais para não se remeter ao silêncio. Se dúvidas havia, agora ficaram esclarecidas, este é o governo mais autoritário que temos desde o 25 de Abril. Um governo com tiques ditatoriais, que não aguenta a critica e não suporta quem os contraria. A continuar assim não demorará muito até vermos o infame carimbo de “visado” nos jornais!

António Manuel Guimarães
Lei da paridade vetada

O nosso presidente, até agora um pouco apagado, acaba de fazer o seu primeiro veto presidencial. Um veto inteiramente justo a uma lei inqualificável, uma lista de partido, seja ele qual for, não deve ser feito (até porque é sempre assim feito) com base em sexo, idade, amizades ou factor C e sim na capacidade que cada elemento proposto possuí, independentemente de todo o resto.
PP