sábado, setembro 30, 2006

Deixamos o medo vencer?

No nosso mundo vive-se neste momento uma situação no mínimo estranha! Existe no mundo uma comunidade censória, que tem a capacidade de decidir o que se deve e pode dizer e o que não se pode dizer. Uma comunidade que é supra tudo, com grande poder, que condena à morte supra-nacionalmente, que não aceita a diferença, que ou se é a favor deles, ou então não tem sequer o direito à vida. Falo da comunidade islâmica e desta vez sinto vontade de ser um bocadinho radical e partir para o geral, porque a verdade é que começo a deixar de perceber onde estão os moderados islâmicos, se é que afinal eles existem, porque cada vez vou acreditando menos nisso. Vejo indivíduos a falar em entrevistas em documentários a dizer que se deve respeitar as outras religiões e depois vejo nos mesmos documentários, os mesmos indivíduos a proclamar “Intifadas”( Intifada é o correspondente a cruzada no mundo ocidental) em comícios e em mesquitas. Bem sei que os documentários podem ser mais ou menos tendenciosos, mas a verdade é que cada vez mais é essa imagem que passa. Outro ponto é que não vejo nenhum islâmico em Portugal ou em qualquer outro lado do mundo a condenar os abusos, os actos de violência e as mortes de missionários , de cada vez que alguém diz algo de que eles não gostam e este ponto é outro que me começa a levar a crer que já não existem moderados naquela fé, ou se existem têm medo e estão escondidos.
Sempre fui a favor do bom senso, disse na altura que os jornais não deviam ter publicado aqueles desenhos e condenei acima de tudo a republicação em jornais franceses, porque na altura me pareceu provocação típica da arrogância francesa. Condenei também o aproveitamento de alguns líderes islâmicos que usaram as imagens como mote para actos de barbárie como resposta aos Cartoons.
Ouvi, como todos, as declarações do Papa e sinceramente no princípio achei que ele, mais uma vez, não tinha sido feliz. Mais parecia o George Bush nas suas bacoradas mal pensadas. Mas entretanto, acabei por tomar conhecimento de toda a declaração e não apenas daquela parte que os telejornais teimava em mostrar e percebi que aquilo foi uma frase no meio de um texto mais vasto e embora continue a achar que não foi muito feliz, percebo que muita da interpretação foi retirada do seu contexto, porque ao fim e ao cabo é uma frase, uma simples frase de um texto medieval mais vasto de que não se fala. Acho muito bem que o Papa lamente a má interpretação e o facto de ter sido “mal entendido”, mas também acho bem que ele não peça desculpa, porque nada tem porque pedir perdão. Mas continuando, parece-me a mim que cada vez mais o terrorismo poderá ter vencido, porque agora cada vez que se diz algo de que eles não gostam, eles fazem barulho e ameaças e todos nós deste lado ocidental, achamos que é melhor pedir desculpa, não vá cair para ai uma bomba, numa atitude “de baixar as calças” citando Clara Ferreira Alves. Mas não nos esqueçamos que em Espanha já fizeram um partido perder eleições, influência que foi uma vitória, remarcada com a saída dos militares espanhóis do Iraque.
Tal é a visão das coisas, que hoje em dia há pessoas que confundem todas as matérias neste caso, acontecendo vários factos curiosos, por exemplo, o número de pessoas que se converteram ao Islão desde o 11 de Setembro é recorde, acredito que alguns encontraram uma fé em que realmente acreditam, mas muitos converteram-se apenas por um motivo, porque são anti-americanos e esta é a forma de poderem mostrar a sua distorcida faceta de rebeldes.
O meu conhecimento do Islão é basicamente aquele que aprendi no segundo ano de universidade e posso dizer que é uma religião que acredita na paz e no respeito pelas outras religiões, em especial as outras duas religiões do livro, entenda-se que falo da religião Católica e a religião Judaica. Infelizmente quem lê o Alcorão, pode-lhe dar a interpretação que lhes convém (o mesmo também pode e foi feito com a Bíblia), dizendo que ele admite a guerra para impor a religião, quando ele diz que a violência deve ser apenas usada para a defender, e que apenas se converte quem quiser. São homens perversos, instruídos, com sonhos de grandeza e vingança, mal intencionados que levam muitos menos instruídos, humildes e que muitas vezes vivem na miséria, que não se importam de perder o seu bem mais precioso, a sua “miserável” vida, a cometer actos de loucura, por acreditarem na recompensa no além. Mas é curioso como nunca são Imans e outros lideres a encomendar a alma ao seu criador em busca da tal recompensa. Das duas uma, ou não gostam de mulheres e 70 virgens não lhes diz nada, ou então se calhar não acreditam na religião que apenas serve para convencerem e se justificarem aos olhos de incautos.
Falando agora mais a sério (mas este último aparte deu-me gosto), eles contam com a nossa tolerância para nos atacar, esse é um facto. Fazendo da nossa tolerância a nossa fraqueza. Até quando é que nós conseguiremos aguentar a nossa liberdade? Será que ainda somos livres? Será que quem vive condicionado pelo medo consegue ser livre?

António Manuel Guimarães

quarta-feira, setembro 27, 2006


Incongruências Americanas


No último ano a administração americana tem sistematicamente chamado a atenção da comunidade internacional para o programa nuclear iraniano. De facto, a argumentação iraniana de que o seu programa nuclear se destina exclusivamente a fins civis, é no mínimo ridícula, quando o Irão dispõe de uma das maiores reservas mundiais de crude. O regime iraniano, precisa do nuclear como instrumento de afirmação regional. Os ayatolas acreditam que a arma nuclear será uma mecanismo de dissuasão contra eventuais tentações americanas, bem como um meio necessário e importante para o aumento do poder, e influencia do irão no quadro geopolítico do médio oriente.
Os EUA e Europa, tem procurado controlar, o regime iraniano. Esta não tem sido uma tarefa fácil, podendo mesmo num futuro próximo levar à imposição de sanções económicas e mesmo militares ao Irão.
Mas se controlar as ambições nucleares do Irão não é tarefa fácil, os EUA não podem abrir brechas na sua argumentação. No final da semana passada a administração Bush afirmou apoiar a concretização de um programa nuclear para “fins civis” no Egipto.
Confesso que não compreendo!!! Com que cara o EUA ficam!!! O Egipto, governado à uma vintena de anos pelo “democrático” Mubarak, pode ter energia nuclear, e o Irão não?
Querem maior tiro no pé do que este? O Irão agradece tamanha falta de inteligência política dos EUA!!!

António Cipriano

sexta-feira, setembro 22, 2006

O teatro de Hugo Chavez

O presidente venezuelano, anda a procura de um novo actor para interpretar o ex-papel de George W. Bush. O Presidente dos EUA, anteriormente interpretava o papel de "Señor Dunky", passando a fazer agora o papel de Diabo, na peça "O Diabo e o Burro". Com a iminente saída de Tony Blair do governo inglês, fica a pergunta quem é o novo burro. Eddie Murphy foi contactado, mas preteriu o convite em prol do Shrek 3...
PP

quinta-feira, setembro 21, 2006

Traição do Estado Novo

A guerra colonial foi um período conturbado, que deixou marcas profundas, físicas e psicológicas na sociedade portuguesa. Talvez por isso continua envolta em silêncios, como que um trauma nacional que se insiste em esquecer, mas que continua bem vivo na mente de muitos portugueses. A verdade é que muitos milhares de portugueses foram mobilizados para um guerra que não compreendiam nem desejavam. Ainda que por uma ideia errada de um Portugal “de Trás-os-Montes a Timor”, milhares de portugueses abdicaram das suas vidas para lutaram pelos valores do Estado Novo. De Portugal, dos governantes do Estado Novo em especial, esperava-se o respeito por aqueles que tombaram pelas suas ideias. Ontem no programa da RTP1 – “Em Reportagem”, ficou-se a saber que muitos dos soldados que faleceram nas colonias, não tiveram direito a uma última morada respeitável e merecida. O governo da metrópole exigia a quantia de 11 contas às famílias para realizar a transladação dos corpos. Obviamente que para a maioria das famílias, pobres de um Portugal rural, atrasado, sem recursos, 11 contos eram uma fortuna. Como resultado os corpos ficaram espalhados por África, abandonados. Que Portugal era este, que não respeita aqueles que davam o sangue por si?
Trinta anos passados, devemos honrar ao contrário do Estado Novo esses soldados. Pelo menos o estado português deve cuidar, limpar, arranjar os cemitérios militares portugueses em África, de modo a que esses portugueses tenham o descanso e a dignidade, que todos lhe devemos.

António Cipriano

segunda-feira, setembro 18, 2006

Equívocos Papais

Devo esclarecer que sou católico não praticante. Sendo-o mais por tradição familiar do que por convicção. Contudo, apesar das minhas desconfianças e diferenças de opinião face à fé católica, acredito profundamente em Deus. Da mesma forma, apesar de nem sempre defender as ideias de João Paulo II, este foi uma Papa pelo qual tive um enorme respeito e admiração.

Já por Joseph Ratzinger (já repararam que raramente é nomeado por Bento XVI), desde o primeiro minuto que uma desconfiança e alguma indiferença cresceram na minha alma.
Tudo isto a propósito da polémica em torno do discurso de Joseph Ratzinger na Alemanha. De facto, se analisarmos o discurso na sua totalidade, este apela à negação do uso da violência em nome da fé. Todavia, alguns trechos do discurso, nomadamente as citações do imperador bizantino podem levar polémica e crispação. Joseph Ratzinger que é um homem inteligente, sabe, que mais do que nunca, tem de ter muito cuidado e atenção nas palavras que pronuncia. O Papa, demonstrou impreparação, falta de sensibilidade, tendo sido vítima de um excessivo narcisismo que denota. Tenho a certeza que com João Paulo II, isto nunca tinha acontecido. Perante o cenário de celeuma religiosa, Joseph Ratzinger devia pedir desculpa de uma forma clara sem rodeios ou floreados, de modo a não dar armas ao fanatismo radical de alguns sectores do islão.
O cardeal Joseph Ratzinger se de facto quer assumir o papel de Papa Bento XVI tem de abdicar de alguma prepotência intelectual seguindo de perto o modelo de João Paulo II, assente na humildade, amor e no respeito pelo próximo.

António Cipriano

sábado, setembro 16, 2006


Procura-se
Procurador-Geral da Republica M/F

- Alguns conhecimentos de direito
- Boa audição
- Gosto por ouvir as conversas dos outros
- Experiência em cabalas, conspirações e afins
- Gosto pela polémica
- Personalidade mesquinha e pouco sentido de responsabilidade,
- Capacidade para alimentar uma relação conflituosa com a imprensa
- Subserviência genética
- Nunca ter participado em nenhum concurso televisivo apresentado por Carlos Cruz
- É factor preferencial ter experiência em alpinismo de processos judiciais
- Gostar de realizar tarefas calmamente, devagar, sem pressas.
- Experiência musical na execução de partituras musicais com apitos dourados
É necessário apresentar referências. É factor preferencial, referências no mundo da política ou do futebol.

Oferece-se contrato por sete anos, com salário compatível com o perfil do candidato, com possibilidade de progressão na carreia na UE, bem como a obtenção de reforma interessante.
Os interessados devem enviar as suas candidaturas para o Largo do Rato em Lisboa.

António Cipriano

segunda-feira, setembro 11, 2006


11 de Dezembro


Há exactamente 5 anos estava sossegadamente a almoçar, quando repentinamente o jornal da tarde da RTP anunciava o choque de um avião com o WTC. Toda a informação era confusa. O próprio Bush em curtas declarações à imprensa referia-se a um acidente. Pouco tempo depois dá-se a segunda colisão, em directo para o mundo inteiro. Fiquei perturbado, sem palavras, perplexo, com tamanho acto de terror e desumanidade. Na noite seguinte mal preguei olho. Não sabia o que esperar do futuro próximo. Temia uma escalada do terror, o fim do mundo tal como até então o conhecia.

Cinco anos passados, as imagens dos aviões a embaterem no WTC ainda me arrepiam. O mundo esse, esta diferente mais inseguro, mais instável, refém de um medo sem local ou hora marcada.

A resposta a este medo colectivo por parte dos EUA consistiu em duas intervenções militares mal conduzidas e frustradas, em especial no Iraque, agravando ainda mais o clima de tensão internacional, e os ódios e ressentimentos face ao Ocidente. Em paralelo, os EUA apostaram numa política securitária, necessária, mas que em muitos pontos extravasou o aceitável, em prejuízo das liberdades individuais. Já a Europa também psicologicamente martirizada com o 11 de Setembro, vitima nos atentados de Londres e de Madrid, respondeu de modo diferente, não abdicando das liberdades individuais.

O terrorismo é uma doença crónica que não se cura, mas que é possível controlar e minorar os seus efeitos patológicos. O remédio a administrar pela comunidade internacional passa pelo não abdicar dos valores da democracia e do respeito pelos direitos do homem. Bin Laden será vencido pelos valores, pela ética, pela democracia e não tanto pelas armas. Há que abraçar os países árabes como irmãos no desenvolvimento económico, como parceiros e actores globais de pleno valor, respeitando a sua cultura milenar. Al-Queada será vencida não pelo ocidente mas sim pelo mundo islâmico, que na sua maioria repudia e ostraciza o terror e o fanatismo.

O futuro será conturbado, e turbulento, mas também o passado o foi. O 11 de Setembro marcou as nossas vidas. Não como monumento à derrota do ocidente, mas como princípio indestrutível da força da democracia e do homem.
António Cipriano

domingo, setembro 10, 2006


Encerramentos

Depois do encerramento da maternidade de Barcelos e do fim do “Gil Vicente”, a recente reforma da justiça preconiza o encerramento de diversas comarcas judiciais, esperando-se que a primeira a encerrar seja a comarca de Barcelos. Gilberto Madail e as forças ocultas da FIFA tem previsto para Barcelos mais alguns encerramentos, como sejam: o fim do concelho de Barcelos e o encerramento de Fiúza numa qualquer ilha deserta da polinésia francesa.

António Cipriano

quarta-feira, setembro 06, 2006


Liberalização do mercado eléctrico

A ciência económica nos ensina que a abertura à concorrência de um mercado, antes alvo de um monopólio, conduz a uma diminuição dos preços dos produtos ou serviços para o consumidor, por via do aumento da oferta, e da própria agressividade daqueles que agora entram no mercado.

Desde 4 de Setembro o mercado eléctrico nacional foi liberalizado, ou seja, o consumidor doméstico passa a poder escolher/mudar de fornecedor eléctrico.
Esperava-se que os preços da electricidade diminuíssem. Nada mais errado. Em Portugal, a concorrência no mercado eléctrico determina ao contrário do que seria lógico e academicamente correcto - um aumento das tarifas na casa dos 5% a 6% previsto para o início de 2007.

Para isso, mais valia deixar estar tudo como esta!!!

António Cipriano

segunda-feira, setembro 04, 2006

Paul Auster

A Trilogia de Nova Iorque... A noite do oráculo... O livro das ilusões... Leviathan... Inventar a solidão... Timbuktu...

Leiam qualquer um destes livros, o importante é mesmo conhecer este escritor...
PP

domingo, setembro 03, 2006


Providências Cautelares

Num momento em que as Providências Cautelares são o ultimo fenómeno de verão, já instrui o meu advogado no sentido de solicitar ao tribunal administrativo do circo mediático da endemol politica portuguesa, as seguintes providências cautelares:

Ø Providência cautelar de efeitos imediatos no sentido de proibir Alberto João Jardim de falar em público pelos próximos 100 anos
Ø Providência Cautelar sobre o governo de José Sócrates, suspendendo de imediato a suas funções
Ø Providência Cautelar sobre Marques Mendes por este não ter altura política mínima para poder ser líder de alguma coisa
Ø Providência Cautelar reforçada por uma petição de milhares de sportinguistas para garantir a permanência do treinador do Benfica Fernando Santos até ao fim da presente época
Ø Providência Cautelar solicitando que o Jornal 24 Horas passei a ser distribuído em exclusivo nas regiões inóspitas da deserto do Saara.

António Cipriano