domingo, dezembro 30, 2007

Feliz 2008

Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial.

Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.

Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui para diante, vai ser diferente. "
Carlos Drummond de Andrade
Desejamos a todos um ano de 2008 excelente .
António Cipriano
António Guimarães
João Pedro
Paulo Pinheiro

quinta-feira, dezembro 27, 2007



Rio das Flores

Uma nota prévia; não só um entusiasta do Miguel Sousa Tavares, comentador.
Todavia, como escritor tenho uma opinião bastante favorável. Já algum tempo tive a oportunidade de ler “O Equador”, o qual no meu ponto de vista é um romance inegavelmente bem escrito e absolutamente inebriante, sendo sem qualquer ponta de dúvida, um dos melhores romances portugueses da última década.
Por conseguinte as minhas expectativas para o “Rio das Flores” eram muito elevadas. Confesso que fiquei um pouco desiludido, face às expectativas. Contudo, em abono da verdade, há que afirmar que o “Rio das Flores” é um romance interessante, construído em volta de uma família alentejana de latifundiários, de dois irmãos unidos pelo sangue, mas diferentes ao nível do modo de encarar a vida. Diogo, o intelectual, inconformista, que desespera com o Portugal do Estado Novo, e Pedro, tradicionalista, conservador, que acredita no Portugal Rural de Salazar. É inegável o trabalho de pesquisa do autor que nos permite ao longo de 600 páginas fazer uma retrospectiva do Portugal da Republica, do Estado Novo, da Guerra Civil Espanhola, do Brasil de Getúlio Vargas e o desenrolar da 2º guerra mundial.
Apesar de “Rio das Flores”, não ser formidável como o “Equador,” não dei o meu tempo por mal empregue, recomendado a sua leitura
António Cipriano

segunda-feira, dezembro 24, 2007

Boas Nataladas!

Cabe-me a mim escrever um post pseudo-natalício, em nome dos 4 cromos que escrevem neste blog (sendo eu, obviamente, um dos cromos). Na realidade, fui praticamente coagido e ameaçado para escrever isto (vá, ou então estou a exagerar um bocadiiiiinho).

E então?

Bem, bom natal para todos, com desejos de todos os lugares-comuns desta época (saúde, felicidades, prendas, coca-cola light e aquecedores).

E um 2008 ainda melhor. Esperemos que, em 2008, nomeadamente:

- O Sporting consiga qualificar-se para a taça UEFA;

- O Luís Filipe Menezes não chegue a primeiro-ministro em eleições antecipadas;

- Seja eleito um presidente dos EUA que seja mulher ou negro;

- As excentricidades do Hugo Chávez fiquem apenas pelo estabelecimento de um fuso horário único;

- Se decidam em relação ao aeroporto;

- O Manoel de Oliveira faça 100 anos;

- Paz no mundo (não, então esta foi apenas a minha veia de "candidata a Miss Universo" a falar).

Feliz Natal e Óptimo 2008!

João Pedro
António Cipriano (futuro candidato à Câmara Municipal das Caldas)
António Guimarães (perguntem-lhe datas históricas, chega a ser tenebroso, obsceno, etc)
Paulo Pinheiro (o único gajo que conheço que escreve livros com conteúdo sexual, e não estou a falar da Gina)

sábado, dezembro 22, 2007



Verdadeiro Fim do Muro e Berlim

Muitos talvez não se tenham dado conta, mas ontem dia 21 de Dezembro viveu-se um dia histórico.
O alargamento do Espaço Schengen a mais nove estados, representa uma revolução suave, que simboliza o derradeiro fim dos últimos resquícios da guerra fria. Quatrocentos milhões de Europeus, podem circular, movimentar-se, realizar trocas comerciais e culturais sem qualquer constrangimento burocrático ou fronteiriço.
O espaço Schengen, ao formalizar a efectiva liberdade de circulação, inerente ao estatuto de cidadania europeia existente deste 1992 com Maastricht, é mais uma das provas da necessidade e sucesso do projecto comunitário. Desde 1951, com a assinatura do tratado de Paris que a Europa vive sucessivamente um período de paz e prosperidade económica.
Argumentam os detractores do projecto comunitário, que a UE e o espaço Schengen representam uma diminuição da segurança interna e a perda de soberania. Mas não se esqueçam os mais incautos, que o resultado dos excessivos nacionalismos na Europa foi uma sucessão de conflitos fratricidas e intestinos, de que os Balças ainda são o melhor exemplo.

António Cipriano

terça-feira, dezembro 11, 2007

Para quando gasto zero de energia em Portugal?

Todos os dias assistimos no telejornal a novos recordes do preço do petróleo, seja derivado da instabilidade no médio oriente, seja por especulação, por causa de um déspota louco que demonstra o seu “poder” fazendo oscilar o preço do petróleo, ou devido a economias, algumas falsamente, emergentes que consumem grandes quantidades de energia nas suas indústrias, aumentando a procura para uma oferta que só diminui. Porque a verdade é que a este ritmo os combustíveis fósseis vão-se esgotando e o ritmo desse esgotamento é cada vez maior.


Alguns acham que este aumento do preço é positivo para que as pessoas gastem menos combustível. Mas o que acontece de facto é aumento do preço de todos os produtos, seja devido ao aumento do custo de produção, seja derivado ao aumento do preço do transporte, ou por ser um derivado do petróleo, caso das fibras sintéticas que vão desde o plástico comum ao poliester que está no nosso vestuário. Ou seja, o aumento do preço do petróleo influencia toda a vida do mundo ocidental, porque o preço do petróleo faz-se sentir em tudo, tornando-se cada vez mais urgente procurar novos modos de produzir energia de forma eficiente.

Claro que esta ideia não é nova e têm sido conseguidos alguns resultados que podem a vir a ser extremamente positivos num futuro muito próximo. Alguns países de forma a minimizarem a procura do petróleo, têm tido uma procura séria de sistemas energéticos renováveis que respeitam tanto o ambiente como o conforto. Sabendo que as habitações consumem 40% da energia do mundo ocidental, têm desenvolvido novos conceitos para a construção de imóveis. Edifícios que conseguem produzir a totalidade da energia que consomem e que vendem o seu excedente às redes públicas. Na Suécia, já um número considerável de edifícios foi construído a pensar neste conceito e os resultados têm sido obviamente fantásticos. Na Alemanha a procura destes sistemas tem sido também uma realidade e os edifícios de Werner Sobek recebem os maiores prémios, sendo a sua própria casa o paradigma da utilização eficiente de energia, consumindo zero da rede pública e sendo totalmente biodegradável. Ainda de referir mais dois exemplos de edifícios ecológicos, um na Índia em que a própria orientação foi planeada para ter um aproveitamento máximo ao longo do ano e que aproveita inclusivamente a água da chuva ou o caso da Coucil House em Melbourne que foi concebida para “copiar a ecologia do planeta”.

É evidente para isto funcionar têm que existir algumas condicionantes. Em primeiro lugar informação tem que ser fornecida aos consumidores e segundo a World Business Council for Sustainable Development essa é a grande falha actual. Outra condicionante é a formação dos construtores de forma a desenvolverem estas estratégias, uma mais valia certa para quem fosse pioneiro em Portugal. Depois outra condicionante e lamentavelmente em Portugal o grande entrave, os incentivos governamentais, prefere-se dar concessão para ventoinhas a grandes empresas para vender em telejornais com uma atitude ambientalista para “inglês ver”, do que dar benefícios ao cidadão comum que pretenda adoptar medidas realmente funcionais, é triste mas exemplos dos nórdicos só mesmo para o pagamento de impostos. Torna-se urgente tomar medidas reais e deixar de fazer as coisas a fingir, sob pena de mais uma vez não aproveitarmos tomar a dianteira de algo extraordinário que está em expansão. Para termos uma ideia clara do quão “desenvolvido” está este sistema em Portugal saibam que até 2007 a Soane Sierra foi o único grupo que usou este sistema, num centro comercial, o Colombo, ou seja desde 1998 até hoje existe um único edifício que produz toda a energia que consome e que consegue vender à rede pública, foi um bom principio mas manifestamente insuficiente.

António Manuel Guimarães

quarta-feira, dezembro 05, 2007



Noticia Extra

Foram conhecidos hoje, mais dois estudos sobre a problemática da localização do novo Aeroporto internacional de Lisboa.
A Associação Empresarial de Badajoz apresentou um estudo, elaborado pela insuspeito Instituto de Engenharia de Madrid, que defende a utilidade da construção do novo aeroporto de Lisboa em Badajoz. Entre as vantagens apontados, esta patente a centralidade da localização, servindo esta, de interface ibérico, e a possibilidade da redução dos custos de construção por via da criação de um consórcio de capitais ibéricos, liderado pelos empresários agrícolas espanhóis do Alqueva.
O segundo estudo, apresentado pela câmara de comércio do queijo limiano, apresenta como hipótese credível a localização da nova infra-estrutura aeroportuária no concelho de Ponte de Lima. Entre as principais vantagens estão o fomento da internacionalização da economia portuguesa por via da implementação de um cluster dos lacticínios e pelo desenvolvimento do turismo rural.

António Cipriano

terça-feira, novembro 27, 2007


Mais Estradas
O Primeiro Ministro José Sócrates anunciou na semana passada um investimento de 1200 milhões de Euros para o período 2008 -2011 em novas estradas.
Todos sabemos que os recursos do país são escassos, havendo a necessidade inerente de proceder a escolhas que melhor serviam o pais. Ora parece-me a mim, que o tempo de construir novas estradas de forma maciça já passou. O país já se encontram razoavelmente bem servido de estradas. È tempo de novas prioridades.
Penso que seria mais importante e estrutural se estes milhões fossem aplicados na formação e educação dos portugueses ou no apoio às PME´s.

António Cipriano




sábado, novembro 24, 2007



Portugal na Rota dos Grandes Lideres Mundiais

Com a recente visita de Hugo Chavez, com a visita em breve de Robert Mugabe e Kadafi, José Sócrates colocou Portugal na orbita dos grandes lideres mundiais.
Segundo fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros José Sócrates pretende seguidamente convidar Mahmoud Ahmadinejad, Kim Jong-il e Evo Morales.
António Cipriano

quarta-feira, novembro 21, 2007

Uniformizar ou Mutilar

Depois de dezassete anos sem ouvir falar no acordo ortográfico, eu pensava que ele tinha ficado esquecido numa gaveta qualquer em S. Bento. Mas este governo acabou por descobrir a chave da dita e acordou este monstro adormecido. E então lá voltou a conversa sobre o referido acordo.

A questão da uniformização da Língua Portuguesa é uma situação muito pesada e extremamente complexa. Pode-se dizer muita coisa em sua defesa, como que é benéfico aproximar os diferentes modos de escrever português, e que isso servirá para defender a língua face à crescente importância do inglês que advêm da globalização. Mas a verdade é que é extremamente desequilibrada e quem criou a língua leva com as maiores alterações, tudo porque é mais fácil mudar 10 milhões do que, só no Brasil, 189 milhões.

É verdade que me custa bastante ver a mutilação da Língua Portuguesa “para sua própria defesa”. Preocupa-me ver que neste acordo está presente a eliminação das letras mudas nas palavras. Tal como são eliminados alguns acentos e portanto algumas palavras são alteradas. E qual a razão? A resposta é simples, no Brasil, em 1943, ficou decidido no Formulário Ortográfico, que essas letras como não são pronunciadas deveriam ser eliminadas, foram também suprimidos alguns acentos e alterados outros. Compreendo que eles o tenham feito, eles não criaram a língua e depois da crescente utilização de estrangeirismos que utilizam não surpreendeu ninguém. Quanto à supressão das letras mudas, não venham dizer que é mais prático porque apenas se pode considerar preguiça. Muitos dos acentos foram alterados para aproximar a língua escrita da língua oral e aqui ainda lhes dou razão. Mas daí a terem a pretensão de eliminar a possibilidade da dupla acentuação dependente do país vai uma grande distância, já me estou mesmo a ver a escrever Antônio (nem quando as vacas voarem).

Obrigar os portugueses a aceitar estas mutilações da língua que criaram é absurdo. Não me importo se são 189 milhões que escrevem assim e não me vejo obrigado a mudar aquilo que será sempre a herança mais importante que jamais teremos, só porque um povo que não o meu decidiu um rumo diferente. Se vamos por essa ordem de ideias, porque não aprendermos todos mandarim? Era uma forma de encurtar caminho.

O governo antes de rectificar este acordo deveria, para variar, pensar muito bem. Se não gostam do português, ao menos, que percebam a desigualdade do tratado e vejam quem fez quase todas as concessões.

Não se trata de nacionalismo no pior sentido do termo, trata-se simplesmente de ter pais e professores conscienciosos que me fizeram gostar da nossa língua e de hoje ser eu próprio professor da língua materna.

Nada me move contra os brasileiros, cabo-verdianos, angolanos, moçambicanos, guinasses ou são-tomenses. Mas já me chateia quando eu, inconscientemente, trato mal a Língua Portuguesa, quanto mais o meu governo me obrigar a fazê-lo.

António Manuel Guimarães

sábado, novembro 17, 2007

A fórmula de Deus

Acabei há poucos dias de ler este livro de José Rodrigues dos Santos. Pessoalmente, achei-o uma decepção. Se os Monty Pytons são os criadores do humor non-sense, então José Rodrigues dos Santos é o criador dos thrillers históricos non-sense...

PP


Estradas de Portugal

Nada tenho contra as privatizações, pelo contrário, considero que o sector privado e a iniciativa privada, devem ser a mola dinâmica de toda a economia. Todavia, isto no meu ponto de vista, não quer dizer que tudo possa, ou deva ser privatizado. Existem algumas funções e serviços que pela sua natureza e importância, me parecem que não devém deixar a orbita do estado. Um desses casos, é a estrutura rodoviária do país.
O primeiro-ministro anunciou recentemente que pretende transformar a Estradas de Portugal de Entidade Publica Empresarial, para uma Sociedade anónima de capitais públicos, que ficará com a gestão e exploração de todas as estradas nacionais, portajadas ou não, por um período de 75 anos. Qualquer pessoa inteligente compreende que ao constituir uma sociedade anónima, o estado esta a abrir a porta, para uma mais que previsível, abertura do capital da empresa aos privados, primeiro numa lógica residual, para quem sabe, num futuro próximo passar a ser controlada pelos privados.
Obviamente que a gestão privada, licitamente procurará o lucro. O lucro estará nas auto-estradas portajadas, o que levará a um maior ou menor abandono das estradas secundárias. O resultado lógico será uma omissão e uma desresponsabilização do estado, que coloca em causa os seus deveres constitucionais ao nível do princípio do estado social e da igualdade, e uma consequente descriminação acentuada das regiões interiores do país e dos mais desfavorecidos.

António Cipriano

sábado, novembro 03, 2007



A Falácia do Petróleo

Vive-se actualmente uma paranóia absolutamente irracional nos mercados petrolíferos internacionais, cujo resultado mais previsível num curto prazo, é a ultrapassagem da barreira psicológica dos 100 USD.
As causas da paranóia são de índole estrutural (aumento da procura por parte da China e Índia), mas essencialmente conjunturais e psicológicas, entre as quais: a já tradicional instabilidade geopolítica no médio oriente (Irão, Iraque, possibilidade de uma intervenção turca no Curdistão Iraquiano), tempestades tropicais no golfo do México e o expectável aumento do consumo por via da proximidade da época de inverno. Todavia, o grande responsável, tem o nome de Especulação (oportunistas que se aproveitam das falhas do sistema).
A verdade é que uma pequena economia como Portugal absolutamente dependente do fornecimento de petróleo, nada pode fazer para quebrar a onda de aumento dos preços. O resultado obvio, tem sido o sucessivo aumento dos preço da gasolina e gasóleo, e a consequente multiplicação do seu efeito, em toda a economia.
Mas será que o Petróleo tem aumentado assim tanto?

Os mais incautos ainda não se aperceberam da falácia que se vive com o preço do petróleo. A verdade é que a análise do preço do petróleo não pode ser desligado da evolução cambial do EUR/USD. De facto o petróleo é transaccionado exclusivamente em USD. No último ano o USD tem sofrido uma desvalorização bastante acentuada, que advém essencialmente das seguintes causas: excessivo deficit comercial da Economia Americana, baixa das taxas de juro pela Fed ( de 5,25% passamos para os actuais 4,5%), e o agravamento do deficit orçamental da economia americana. O resultado, é que de uma cotação cambial na ordem dos 1,30 EUR/USD passamos para os actuais 1,45 EUR/USD, ou seja uma desvalorização na casa dos 12%. Por sua vez o petróleo passou dos 70 USD para os actuais 90 USD, ou seja uma aumento de 28%. Retirando o efeito da desvalorização do USD temos uma aumento efectivo do Preço do crude de 16%. Um aumento substancial, mas não tão gravoso, como muitas vezes nos quem fazer parecer.
Por fim, não nos podemos esquecer que mais de 50% do preço de um litro de gasolina é impostos!!! No fundo o agravamento do custo de vida, e a diminuição da competitividade da estrutura de custos da economia nacional, é em grande medida, uma consequência de uma mera decisão política.

António Cipriano

sábado, outubro 27, 2007

Por uma vez…

Era bom que, pelo menos, por uma vez ao abrir o jornal eu não sentir vergonha ao ver naquilo que este governo socialista está a transformar a educação em Portugal. Este novo estatuto do aluno, tem pontos que são uma anedota, especialmente no que às faltas diz respeito, senão vejamos: a partir de agora o “tratamento” a dar a um aluno que tem faltas justificadas e faltas injustificadas é exactamente o mesmo, salvo uma excepção que direi adiante. Assim quando um aluno atinge o limite de faltas correspondente a duas semanas, no 1.º ciclo do ensino básico, ou ao dobro do número de tempos lectivos semanais, por disciplina nos restantes ciclos ou níveis de ensino, os pais são chamados à escola, tenha o aluno as faltas justificadas ou injustificadas, embora no caso das injustificadas sejam também chamados logo na primeira falta. Quando o aluno falta o tempo correspondente a três semanas é obrigado a fazer um teste de recuperação organizado pela escola e se faltar o tempo correspondente a quatro semanas é chamada a protecção de menores, relembro que quer as faltas sejam justificadas ou injustificadas o tratamento é o mesmo.

Assim termina a retenção por exceder o limite de faltas injustificadas, ou seja, um aluno pode faltar o tempo que entender que a única punição passa por uma prova de recuperação. Prova essa que o governo se escusa a clarificar, pois ainda ninguém soube dizer o que acontece quando um aluno não consegue passar na dita prova. Mas ficou bem claro que caso o aluno volte a atingir as faltas correspondentes a três semanas volta a repetir a mesma prova. Ou seja, caso a prova não corra bem nada como voltar a faltar para voltar a fazer a prova.

Esta nova machadada tem como objectivo reduzir ainda mais o número de retenções, aumentar o facilitismo, apenas como único propósito mostrar números à União Europeia. É a ditadura da frieza dos números para consumo externo. Mas o que é certo é que a factura aumenta, se os alunos agora nem o dever de ir à escola têm…nem quero imaginar como será daqui a uns anos, talvez recebam ordenado e se dignem a receber o professor em casa quando for conveniente.

Espero sinceramente que o Presidente da República chumbe este projecto, a bem da juventude e a bem do futuro de Portugal.

António Manuel Guimarães

sábado, outubro 20, 2007



Referendo
A democracia não é um conceito estanque se reduz a uma mero cerimonial que ocorre de X em X anos. A democracia Participativa, é crucial para a vitalidade do próprio conceito. Neste sentido, considero a inclusão no texto constitucional em 1997 do instituto do referendo, uma conquista e um reforço do processo democrático. Mas o Instituto do refendo deve ser devidamente enquadrado, sob pena de deturpar os objectivos que levaram à sua criação. Tudo isto a propósito da realização ou não do referendo ao Tratado de Lisboa. No meu ponto de vista o referendo, deve ter por objecto questões de relevante interesse nacional, aos quais os cidadãos em termos individuais compreendam o seu conteúdo. Se queriam referendar a Europa deviam ter o feito em 1986, aquando da adesão de Portugal à então CEE; ou aquando da entrada em vigor do Euro.
Agora, neste momento penso que não faz sentido. Muito menos quando a questão em análise é um tratado, complexo, cheios de termos jurídicos, incompreensível para o comum dos cidadãos. Em caso de referendo certamente 99,5% dos cidadãos, não iriam ler o tratado, decidindo o seu sentido de voto, não pelo conteúdo do mesmo, mas de acordo com factores internos, tornando-se o referendo num verdadeiro plebiscito à actividade do governo.

António Cipriano

sábado, outubro 13, 2007



Proposta de Orçamento para 2008
Numa análise superficial, poder-se-ia dizer que estamos perante uma boa proposta de orçamento de estado. Um orçamento que prevê um deficit orçamental de 2,4%, um crescimento económico de 2,2% e uma redução do desemprego para 7,6%. Todavia as análises superficiais são perigosas e bastante capciosas. Antes de mais, a actual proposta de orçamento baseia-se num pressuposto arriscado, um crescimento económico de 2,2%, quando a generalidade das instituições financeiras internacionais como o FMI, apontam para uma crescimento de 1,8%, reforçado este pessimismo com o actual contexto de valorização excessiva do euro face ao dólar, que contribui para a diminuição da competitividade das exportações nacionais. Obviamente se o crescimento for inferior à 2,2%, as receitas fiscais não serão as previstas, não sendo possível concretizar o objectivo de 2,4% de deficit. Por outro lado, a correcção do deficit mais uma vez não é feita pelo caminho mais correcto. Da diminuição de 0,6%, apenas 50% deste valor é feita pelo lado da despesa. Ao contrário do que os mais incautos podem pensar o real problema das contas do estado não é o deficit, mas sim, a estrutura rígida da despesa pública. Em termos nominais a despesa total e a despesa corrente primária apresentam uma taxa de crescimento de 4%, quebrando desta forma uma das regras cruciais dos processos de consolidação orçamental.
A nível da distribuição das verbas por ministérios, os grandes beneficiários são o ministério da Ciência e do Ensino Superior (aumento em 8,9% da dotação orçamental) e o ministério da Economia (reforço da dotação orçamental em 23,6%). Se de facto ,este incremento de verbas for um meio de auxiliar o reforço das nossas PME´s e da qualificação dos portugueses, então será uma medida acertada. Resta saber, se Manuel Pinho e Mariano Gago têm unhas para tocar esta guitarra.
No que concerne à fiscalidade, para a generalidade dos contribuintes não existe uma alteração significativa dos impostos a pagar. Todavia dois grupos sociais voltam a ser inacreditavelmente penalizados – Pensionistas e Deficientes. Estranhamente ou talvez não, o governo diminui significativamente as deduções específicas a pensionistas e deficientes. De positivo, o aumento das deduções para quem tem filhos até 3 anos e os benefícios fiscais para quem optar pela microgeração de energia.
Por fim uma nota, para dois aspectos. Um negativo - em 2008 as SCUTS vão custar aos contribuintes 704,5 milhões de euros. Um positivo - o estado reconhecendo a necessidade de reduzir os prazos de pagamento aos seus fornecedores pretende reduzir o prazo médio de pagamentos que actualmente esta em média nos 152 dias.
Em corolário, penso que se trata de um orçamento mediano de um governo mediano, em que os portugueses vão continuar a sofrer na pele as dificuldades do dia-a-dia, com a redução do poder de compra, o aumento dos juros, o aumento dos combustíveis, continuando a contribuir demasiadamente para o monstro da despesa pública. De qualquer dos modos, o meu desejo é que o país tenho um bom 2008.
António Cipriano
Populismos

Politicamente vivemos num mundo ingrato, de excessiva mediatização do espaço publico, em que as exigências dos media e dos cidadãos apostam para soluções rápidas, indolores, de resultados imediatos Ora apesar dos desejos de todos, tais soluções magicas não existem. A educação, a competitividade económica, a justiça não se coadunam com actos isolados, casuísticos de curto prazo. Quem promete aos cidadãos soluções mágicas não são intelectualmente serio. Todavia observamos no “ecossistema politico” nacional a uma viragem no caminho do denominado “populismo”. Populismo, ideologicamente, é um nada que é tudo. É uma miscelânea de remendos, cozidos aqui e ali, por oportunismos mediáticos assentes numa estratégia, de poder pelo poder. No populismo não existe uma estratégia para o país, um caminho, uma ideia a seguir, somente bandeiras momentâneas que giram ao sabor do vento. Não pensem os mais incautos que estou apenas a falar da oposição. Há “populismo” na oposição, mas mais ainda no governo. Um governo que distribui computadores em múltiplas e variadas cerimónias pelo país vendendo a imagem de um país tecnológico que não existe, o facilitismo promovido no sistema de educação, a desresponsabilização na função pública, a ausência de uma estratégia de desenvolvimento económico, etc.
Portugal precisa de um rumo, de uma estratégia de médio prazo, sob pena de cada ano que passa cair ainda mais no ranking da UE. A credibilidade, o esforço, a dedicação, o trabalho é um caminho tortuoso, de dificuldades, obstáculos, mas absolutamente necessário.

António Cipriano

terça-feira, outubro 09, 2007

Olha quem ele é !!!

Quem diria que alguem que falava tão mal, chegava a presidente da Comissão Europeia!!!

António Cipriano

quarta-feira, outubro 03, 2007



Requalificação Urbana

Nas últimas décadas o paradigma da nossa sociedade ao nível do modelo urbano, passou invariavelmente para construção de novos edifícios. Esta era uma exigência decorrente do acréscimo afluxo de populações do interior rural, para o mundo das cidades, conjugado com uma melhoria das condições económicas das famílias, indutor de uma procura por habitações com melhores condições de habitabilidade. Este fenómeno de democratização, associado ao desenvolvimento económico do país foi positivo, permitindo uma igualdade real ao nível das condições de vida dos cidadãos. Contudo, este crescimento das cidades não foi devidamente acompanhado por mecanismos de planeamento urbano. Os resultados foram subúrbios desordenados, feios, sem espaços verdes ou acessibilidades, com poucos ou nenhuns serviços sociais. Ao invés, os centros das grandes urbes foram sistematicamente se desertificando, sendo hoje apenas habitados por norma, por populações idosas de baixos recursos. Gradualmente um sem número de edifícios, muitos com valor histórico e arquitectónico, foram se deteriorando, contribuindo para centros urbanos envelhecidos, abandonados e degradados.Compete aos poderes públicos contribuírem para a modificação deste cenário. O paradigma deixou de ser a construção e aprovação de novos empreendimentos urbanísticos, para passar para a requalificação urbana. Num primeiro plano, os poderes públicos devem constituir equipas pluridisciplinares que “pensem a cidade” enquanto espaço de história, sentimentos e vivência humana, delineando uma estratégia de requalificação urbana assente em três eixos: requalificação dos espaços públicos (praças, monumentos), requalificação dos edifícios municipais; requalificação dos edifícios privados por via da concretização de incentivos financeiros e fiscais. Obviamente que tal estratégia implica elevados recursos financeiros, devendo a sociedade civil sensibilizar as autoridades centrais para a necessidade da promoção de politicas centrais de requalificação urbana. Os municípios, enquanto agentes políticos que melhorem compreendem os sentimentos e necessidades das nossas cidades devem sensibilizar, negociar, pressionar os governos para nova prioridade. Afinal, a valorização e requalificação das nossas cidades é economicamente um instrumento indutor do crescimento do valor acrescentado da nossa oferta turística, sendo indirectamente fonte de impostos para os poderes locais e centrais.
A competitividade das cidades quer ao nível da atracção de novos habitantes, quer ao nível da captação de turistas, implica uma estratégia sistémica de valorização de todo o quadro urbanístico e de cidade, de modo a potenciar uma proposta de valor assente na qualidade de vida e no desenvolvimento sustentado.
António Cipriano

sábado, setembro 29, 2007



Aung San Suu Kyi

Num momento de luta e sofrimento do povo da Birmânia, compartilho convosco uma citação da prémio Nobel da Paz Aung San Suu Kyi, líder da oposição democrática da Birmânia detida em prisão domiciliaria já há alguns anos.
A única verdadeira prisão é o medo, e a única verdadeira liberdade nasce da libertação do medo”.

António Cipriano

quarta-feira, setembro 26, 2007

Nórdicos

Actualmente existe uma moda nova, consiste em considerar todo o que é nórdico como positivo. Isto a todos os níveis, tecnológicos, de mentalidade, tudo.
O nosso governo também não conseguiu resistir a esta e onda e toca de começar a procurar utilizar alguns modelos nórdicos em Portugal. E assim surge a flexi-segurança, um sistema que serve para que haja mais eficiência ao nível do pagamento de impostos, um modelo que faz também com que os pagamentos sejam mais elevados, de forma a, supostamente, garantir a existência da segurança social. Ou seja, este modelo aplicado serve para que os portugueses paguem mais.
Agora o que era bom era que este governo tivesse a decência de aplicar também em Portugal os pontos que servem para aumentar a qualidade de vida dos nórdicos. Aplicando os modelos de educação, os modelos de saúde, os modelos de segurança, aqueles que faz com os nórdicos não se importem de pagar porque isso lhes garante eficácia e muita qualidade de vida. Mas claro em Portugal para pagar ao estado o governo procura o melhor modelo possível, para a qualidade de vida vamos ao velhinho desenrasca nacional e não muda nada…porque sai caro.

António Manuel Guimarães


Prós e Contras

Ontem (segunda-feira dia 17) foi dia de Prós e Contras na RTP. O tema foi a educação e as mudanças neste novo ano lectivo e a convidada de honra foi a Ministra da Educação, a Professora Doutora Maria de Lurdes Rodrigues, conhecida no meio da educação como a sinistra.
Confesso que a expectativa era baixa: não esperava que ela conseguisse mostrar alguma coisa de positivo.
Desde logo, estava pronto para a actuação fraca da ministra e não tive que esperar muito para ela mostrar que as minhas expectativas não estavam erradas.
O programa começou com imagens do início deste ano lectivo, aquelas que todos vemos na TV, em que Sócrates e a Ministra entregam portáteis nas escolas, aqueles que custam €150 mas que feitas as contas reais fora de publicidade, nunca ficam por menos de €780 para professores, isto porque além dos €150 da propaganda, exigem uma fidelização de 36 meses em que se paga €17.50. Mais um caso de publicidade do governo, para variar enganosa, mas adiante. Depois mostrou discursos bonitos e momentos de início da aula, tudo em escolas bem bonitas, aquelas escolas modelo, suponho que não estivessem nem em Caxias, nem na Amadora ou em Rabo de Peixe, mas enfim…
Depois destas imagens cor-de-rosa a ministra começou o seu discurso, afirmando que se devia “celebrar o sucesso”, falando ela da diminuição do insucesso escolar, do aumento das entradas nas universidades e da palhaçada dos computadores. Ora isto depois das imagens e dito assim, até parece que há algo a celebrar. Porém ninguém lembrou alguns pormenores à Ministra, primeiro que a baixa na taxa de retenções se deve ao facilitismo que tem vindo a crescer, sabendo todos os docentes, quais as normas que o ministério impõe para a realização de testes.
Acresce que todos sabemos o que aconteceu este ano no acesso ao ensino superior, aquela história dos testes para maiores de 23 anos, que tenham no mínimo o 3º ciclo completo, e que fazem estes testes entretanto os melhores destes entram para as vagas pré-destinadas que são organizadas pelas universidades. Uma benesse para as universidades que vão receber mais dinheiro de propinas e tapam as incómodas vagas, mas péssimo para quem entra, que muito provavelmente se encontrará desamparado. A longo prazo prevê-se que o ensino superior tenha de baixar a exigência para ter taxas de aprovação aceitáveis. Ou seja mais facilitismo.
O programa lá foi continuando e a certa altura a ministra largou uma bandeira dos socialistas, “existem professores a mais”. Ora grande parte das turmas tem uma média de 25 alunos, quando o recomendável seria nunca mais de 20 e o óptimo rondar os 15 alunos por turma. Saibam os leitores que caso esta volumetria fosse aplicada havia défice de professores. Mesmo se as turmas tivessem 20 alunos, diminuiria em milhares os desempregados, melhorando certamente a qualidade do ensino.
Entretanto no programa tivemos ainda tempo para ouvir umas coisas sobre os cursos profissionalizantes. Afirma a ministra que até agora os alunos destes cursos estavam condenados a guetos, mas que isso tinha mudado. Alguém lembre à sinistra que tanto quanto sei os Profij ainda não acabaram. Os profij são grosso modo cursos profissionalizantes que começam no segundo ciclo e vão até ao fim do terceiro ciclo. São integrados por alunos com dificuldades de aprendizagem, num sistema que subsiste com muita boa vontade de professores, mas que por muito boa vontade que exista é normalmente o primeiro passo antes dos alunos abandonarem a escola. Mas lembro ainda a Ministra que os cursos profissionalizantes de que fala com tanto apreço, foram destruídos pelos socialistas em 1995 fazendo uma reforma que levou milhares ao desastre. Eu recordo-me de colegas que tinham informática profissionalizante: numa turma de 24-26 alunos, 2 terminaram o 12ªano e nenhum seguiu o ensino superior.
Enfim, a ministra, sem surpresas, esteve mal, mostrando que daqui a uns anos vamos levar de frente com as consequências deste modelo de educação. Aí espero que os socialistas não sacudam, como é seu hábito, a água do capote e façam melhor do que a ministra, a responder no prós e contras a uma critica, que passo a citar: “nada a dizer”.

António Manuel Guimarães

terça-feira, setembro 25, 2007



Força Birmânia

Por ser um democrata e um amante da liberdade, tenho uma especial amizade por todos os povos que lutam pelos seus direitos.
Myanmar, antiga Birmânia, vive desde 1988 sob o jugo de uma ditadura militar opressiva, absolutamente irracional, que limita ao máximo as liberdades individuais.

Num momento de coragem, a população civil apoiada pela monges budista, em manifestações pacificas, grita por liberdade e democracia. Os perigos são muitos, mas vida sem liberdade é uma não vida.

Neste momento difícil a minha força e solidariedade para com o povo da Birmânia.

António Cipriano

sábado, setembro 22, 2007



Kosovo

Um dos princípios fundamentais do direito internacional é o Principio do Autodenominação dos Povos, expresso no artigo 2 da carta das nações unidas. Este é o corolário de séculos de luta dos povos, pelo direito a poderem tomar em suas mãos os seus destinos, resultante da evolução política ideológica do pós segunda guerra mundial. Mas segundo a doutrina este não é um direito puro e simples, consubstanciado no preenchimento de duas condições cumulativas: a existência de um povo oprimido com um forte desejo de independência e a não existência de um estado de direito.
A Jugoslávia, enquanto herança da guerra fria, politicamente era uma federação de estados: Servia, Croácia, Eslovénia, Bósnia, Macedónia e Montenegro. Cada um deles com uma diferente raiz étnica e religiosa. Com a morte de Tito e com a queda do muro de Berlim, de forma óbvia a Jugoslávia enquanto construção política em muitos aspectos antinatural, desintegrou-se. Eslovénia. Croácia, Bósnia, Macedónia e mais recentemente o Montenegro exerceram o seu direito à autodenominação. Apesar do fim da Jugoslávia, a Servia, continuou durante toda a década de noventa sob uma pesada ditadura do senhor Milosevic. Slovodan Milosevic, numa política imperialista, tentou alimentar nos sérvios, o sonho de uma grande Servia, dominante e poderosa. Durante o período de Milosevic , muitos crimes foram perpetuados contra os outros povos dos Balcãs, inclusive contra os próprios opositores sérvios. O Kosovo é um pequeno território de cerca de 11.000 Km2, com pouco mais de 2 milhões de habitantes, de maioria albanesa, sem uma economia minimamente estável. O Kosovo não era um estado no tempo da Jugoslávia. Era somente uma região da Servia, tal como o Alentejo é uma região de Portugal. É certo que no período de Slovodan Milosevic, os habitantes kosovares foram perseguidos, e mal tratados. A NATO no cumprimento do principio de direito internacional do Direito à Ingerência para a defesa dos Direitos humanos, interveio e bem, militarmente na defesa das populações kosovares. Mas Slovodan Milosevic já era. Hoje a Servia é uma democracia, um estado de direito democrático, que num futuro próximo irá integrar a UE.
Assim sendo, no meu entender não faz sentido a Independência do Kosovo. Alias a independência do Kosovo é abrir um precedente perigoso na comunidade internacional. Se o Kosovo pode ser independente, Porque não a Independência do País Basco ou da Catalunha? Porque não a Independência da Chechénia? Porque não a independência do Curdistão, ou do território Assirio-caldeu na Turquia?
A Independência do Kosovo representa o abrir da Caixa de Pandora!!!!!

António Cipriano

quarta-feira, setembro 19, 2007



Debate Previsível

Numa palavra, podemos classificar o debate de ontem como “fraquinho”. Ficou bem patente que quer Mendes, quer Menezes são figuras de terceiro plano, vazias de ideias e de competência mediana. Mas eles não são os culpados. Infelizmente o PSD, vive ao nível dos seus melhores valores, um clima de excessivo calculismo, e oportunismo. Marcelo, Rui Rio, Ferreira Leite entre outros, não acreditam numa vitória em 2009. Preferem num excessivo individualismo, olhar somente para o seu umbigo, deixando o país entregue a um destino sem rumo.
Mas atenção, o futuro nem sempre é previsível. Calculismo excessivo às vezes paga-se caro.
A história esta cheia de homens vulgares, que por via dos condicionantes, e de uma grande vontade interior, se transformaram em homem invulgares, derrubando por completo o calculismo dos oportunistas. Quem sabe se Marques Mendes não será um desses homens?

António Cipriano

quarta-feira, setembro 12, 2007



Hipocrisia

O Estado Português, enquanto sujeito de direito internacional, é reconhecido pelos seus pergaminhos de paladino da defesa intransigente da dignidade da pessoa humana, e pelo respeito pelos seus dignos representantes. É neste âmbito que o governo português se prepara para receber com toda a pompa e circunstância, no próximo Dezembro o grande herói africano Robert Mugabe. E como os valores não são para colocar em causa, o governo português numa decisão digna de uma qualquer dirigente democrático norte coreano, se prepara para ignorar e repudiar, a nível oficial, a presença em Portugal do terrorista tibetano Dalai Lama. Dalai Lama é o líder do grupo separatista tibetano, responsável pelos odiosos crimes de rapto de crianças para mosteiros, e pela difamação constante do sábio e humano governo chinês.
PS: quem estiver interessado no budismo não deixe de ler Siddharta de Hermann Hesse


António Cipriano

segunda-feira, setembro 03, 2007



Esquerda Transgénica

Apesar das incertezas da comunidade internacional perante os organismos geneticamente modificados (OGM), esta é unânime no alerta às populações, dos perigos das mutações genéticas da denominada esquerda transgénica. Tal como a erva daninha, a esquerda transgénica cresce e multiplica-se nos ambientes sociais mais degradados, economicamente e culturalmente menos protegidos. Como qualquer planta, ciclicamente produz frutos, no caso amplamente venenosos, tais como: a demagogia, a irresponsabilidade, a agitação social e o anarquismo descontrolado. Venezuela, Cuba, Bolivia, são exemplos de ecossistemas absolutamente infectados por esta praga. Em Portugal ainda que com pouca expressão, a esquerda transgénica actua através das espécies “Miguell Portix”, “Fernadim Rosax” e “Francisx Louça”. Os mais recentes estudos científicos apontam como antídotos, a denúncia, a responsabilidade e o culto do trabalho.
António Cipriano

domingo, setembro 02, 2007



Onde está a oposição?

A democracia não é um sistema que se afere somente de 4 em 4 anos. É uma vivência quotidiana, visível nas múltiplas instituições do estado e da sociedade. A democracia implica diferentes visões do futuro, alicerçadas em alternativas ideológicas, que ainda que minoritárias, contribuem para a construção de soluções de governo futuros. Ora em Portugal, vive-se um falso unanimismo em torno de um governo vulgar, de ministros fracos, sem ideias, que se limita a gerir o dia-a-dia com base numa estratégia casuística de lugares comuns. Todavia, a resposta do país perante este cenário é a inércia, o baixar dos braços, como se esta fosse uma realidade inevitável. A verdade é no actual espectro político, as alternativas escasseiam. À esquerda temos um partido comunista preso a um passado que já não existe, e um bloco de esquerda demagógico e intelectualmente desonesto. A direita, um CDS descredibilizado, populista, e um PSD vitima de um guerra civil, conformado desde já a uma derrota em 2009, em que as figuras de proa, se encontram acomodados à espera da um melhor momento para avançar.
Enquanto isto país vai vivendo um quotidiano de desemprego, baixo crescimento economico, e aumento das desigualdades sociais.
António Cipriano

quarta-feira, agosto 29, 2007

Responsabilidade Civil Extracontratual


Muitas vezes nos queixamos, da baixa competitividade da nossa economia. Esta é uma consequência de múltiplas variáveis. Mas ao contrário do fatalismo nacional é uma realidade mutável, que apenas depende somente de todos os cidadãos. Ora um dos graves problemas nacionais é a endógena falta de cultura de responsabilidade. De facto “o sacudir a água do capote”, na expressão popular, esta presente nas diferentes áreas económicas e sociais do país, com uma particular incidência na administração pública. Múltiplas vezes o estado e a administração pública, comete erros ou omissões que prejudicam gravemente o cidadão. Todavia, aquando da determinação da responsabilidade material ou moral, esta morre invariavelmente solteira.
Após 30 anos de vazio legal, foi possível a assembleia da república aprovar por unanimidade a lei da responsabilidade civil extracontratual, em que se estabelece a responsabilidade face a erros e omissões do estado face ao cidadão, ficando este com a obrigação de indemnizar o cidadão. Mas a lei vai mais longe, responsabilizando o funcionário público pelos seus actos, incorporando assim na administração pública, uma verdadeira cultura de responsabilidade.
Inacreditavelmente Cavaco Silva, resolveu vetar a lei!!!! Sob o argumento que esta iria entupir os tribunais e agravar as finanças publicas. Argumentação no meu entender frágil. Primeiro, os tribunais já estão entupidos à muito, devendo por esta lógica de raciocínio, retirar-se aos cidadãos um sem numero de direitos, de modo a que este não possam recorrer aos tribunais e assim aliviar o sistema. Em segundo lugar, a sustentabilidade das finanças publicas, não é um fim em sim mesmo. Apenas um meio ao serviço do estado de direito previsto na constituição.
No meu entender Cavaco tem sido um bom Presidente, contudo, parece que este é um dos caso em que a máxima de Cavaco“Raramente me engano e nunca cometo erros” esta objectivamente furada.

António Cipriano

quinta-feira, agosto 23, 2007

Era uma vez no Algarve

No passado dia 16 deste mês foi organizada em Aljezur a “Ecotopia”, uma concentração de grupos de ecologistas. Entres os grupos organizadores estavam grupos nacionais como os GAIA e grupos internacionais como os European Youth For Action. Não foi preciso ir até lá para saber o que se estava a passar, uma data de “adolescentes na casa dos trinta” a tocar jambés, a fumar charros, a criticar tudo e em estilo festivaleiro e a fazerem conferências (workshops) que apontam o dedo para concluir as declarações sem dar uma solução.

Ora no dia 17 um tal de Movimento Verde Eufémia decidiu partir para a acção e lá foram uma centena de ecologistas em manifestação para um campo de milho trangénico em Silves. Quando chegaram lá estava a GNR à espera, como era uma manifestação pacífica, os senhores agentes da autoridade foram embora. Ora vendo a GNR a ir embora os pacíficos ambientalistas decidiram dar largas ao seu extremismo e toca a destruir um hectare de milho trangénico. Não foi de espantar que dez minutos volvidos lá estivesse a GNR outra vez, de espantar sim foi o facto de apenas virem dois guardas.

Logo apareceram em alguns sites mensagens como "O GAIA apoia a acção do Movimento Verde Eufemia, por considerar o uso de desobediência civil e acção directa não violenta uma estratégia válida na luta pelos direitos sociais e ambientais da população. " Fazendo crer que os manifestantes em Aljezur nada tiveram que ver com os incidentes, apoiavam mas não estavam lá. Sim porque Aljezur e Silves são dois distritos muito afastados. Mas curiosamente o Movimento Verde Eufémia é nacional e alguns dos que foram identificados eram estrangeiros…no mínimo estranho.

Para compor a situação e já cá faltava pensa o leitor, entra o partido do costume, todos sabemos, há arruaça, policia e vozes de revolta e há também Bloco de Esquerda. Lá estava o Euro-Deputado Miguel Portas que, por estranha coincidência deveria estar de ferias no Algarve a declarar frases hilariantes como "Eu dissociar-me-ia de acções como as de Silves se elas se tornassem sistemáticas, se eles passassem a queimar tudo quanto são campos de milho transgénico. A minha simpatia parte da convicção de que a acção foi simbólica.” Conclui-se portanto que Miguel Portas, Euro-Deputado pelo BE simpatiza com um grupo de arruaceiros que gostam de brincar aos ecologistas, que destruíram “simbolicamente” um hectare de milho, que foi feito com trabalho real e é certamente o ganha-pão do proprietário que sofreu um ataque cardiaco após a destruição do fruto do suor do seu rosto. Ou seja, o BE no seu melhor. Provavelmente Miguel Portas preferiria uma plantação de cannabis bem biológica a milho trangénico. Para depois poder fazer aquilo que ele tanto gosta, distribuir mortalhas pela malta.

Tudo isto é ridículo, esta gente se gosta da ecologia deveria lutar pelo ambiente e não praticar eco-terrorismo. O Bloco esse não tem salvação, é ridículo e pronto. Do governo nem uma palavra, nem sobre os subsídios que atribui ao GAIA, nem sobre a retirada da GNR e depois sobre a vinda de apenas 2 guardas, nem tão pouco sobre se a manifestação estava legalizada. Do GAIA é fantástico como do seu site desapareceu a afirmação transcrita numa tentativa de se desresponsabilizar. O Movimento Verde Eufémia esse nem tem rosto porque ninguém se assume como responsável. Até o tipo que fez de porta-voz teve o cuidado de deixar bem claro que não era o líder.

Itálicos transcritos de http://abrupto.blogspot.com/

António Manuel Guimarães

domingo, agosto 19, 2007

Noites de Verão

Confesso que não sou um grande entusiasta de fado. Todavia sou um apreciador de boa musica, que sabe reconhecer quando esta perante um bom interprete.
Numa noite de sábado, climatéricamente fria, num clima intimista, foi agradavelmente surpreendido pelo travo de doçura e melancolia, da voz da fadista Ana Moura.
Ana Moura, mulher de uma beleza cândida, dona de uma voz luz translúcida, demonstrou que é possível dar uma nota de modernidade clássica, despertando o mais desconfiado dos ouvintes num amante incondicional da sua musica.
Quem quiser conhecer um pouco mais desta jovem fadista, que até já gravou um musica com os Rolling Stones :
http://www.anamoura.oninet.pt/publico/default.htm

António Cipriano

quarta-feira, agosto 15, 2007



Museu Bernardo


A região Oeste e em particular, Caldas da Rainha por intermédio da sua comunidade artística, não quis ficar atrás enquanto espaço de arte contemporânea. No passado dia 25 de Julho foi inaugurado o Museu Bernardo, na Rua Eng. Duarte Pacheco nº 16, em Caldas da Rainha. O Museu Bernardo, trata-se de um projecto liderado por Pedro Bernardo que acolhe obras de pintura, desenho, escultura, vídeo, fotografia de artistas consagrados, emergentes, e de autores que ainda se encontram a terminar a sua formação artística.
Juventude, imaginação, criatividade, são as marcas do Museu Bernardo, com a vantagem de não custar nem um cêntimo ao erário publico, bem em contrario do Museu Berardo, do pseudo benemérito com o mesmo nome.
Mais informações no site http://www.museubernardo.blogspot.com
António Cipriano

domingo, agosto 05, 2007

O Mês de Agosto

O mês de Agosto é um mês onde acontecem alguns factos, no mínimo, insólitos. Claro que não falo nem do calor, nem no magnifico luar, falo sim do nascimento de algumas espécies de plantas, particularmente daquelas que nascem nos parques de estacionamento públicos. Dentro destas espécies aquela que é a mais incrível de todas é, sem dúvida, a Ignobilis Cadeirus Madeirex, cujo exemplo podemos ver na fotografia acima. O seu nome deve-se ao facto de todos aqueles que semeiam esta planta terem o nome Ignóbil, mesmo aqueles que não o têm sabem que assim são considerados por todos, sendo para eles motivo de grande honra e orgulho. Esta planta tem uma particularidade, a sua vida é breve, pois normalmente ela dura apenas até este Sousa Veloso de trazer por casa voltar, ai retira a planta e coloca no lugar o seu automóvel. Existe algumas espécies parecidas com esta, como a Idiotis Cadeirus Plasticus e a não menos importante Parvus Caixa Madeirex, que embora não consigam rivalizar com o primeiro exemplo, deixam também um belo efeito nos parques de estacionamento.
Algumas pessoas não conseguem resistir à beleza destas plantas e acabam por roubá-las, ou então desfazem estas plantas no passeio. Mas ao contrário do que se pode supor estes actos são aceitáveis, pois acredita-se, segundo a Mitologia Fasiana, que levar a planta dá grande fortuna ao possuidor e fertilidade ao semeador e desfazer a planta no passeio mais próximo trás felicidade a quem desfaz a planta e uma vida longa ao semeador. Mas o ponto alto é aquele que passa por partir a planta na cabeça do semeador com o máximo de força humanamente possível, pois isto trás a alegria suprema a quem parte a planta e um estado supremo de transe ao semeador, sendo facto comprovado que este chega mesmo a atingir o Nirvana, tendo apenas como consequência a conta que terá que pagar no Hospital. Mas este pequeno contratempo compensa, aliás é sabido que é o resultado que todos estes agricultores do asfalto pretendem....Há quem diga também que quem faz isto são bestas que julgam que lá por terem um estacionamento em frente de casa isso lhes dá direito de reclamar a sua posse e que por isso pretendem tapar um lugar que pertence a todos para seu próprio conforto, tentando ainda fazer crer que todas estas criaturas místicas que agem desta forma são bestas sem a mínima educação, incapazes de compreender o que significa viver em sociedade, mas claro que isso são apenas as más línguas de pessoas que nada percebem nem de botânica, nem de Mitologia do Burkina Faso, portanto pessoas vulgares e incultas.

António Manuel Guimarães

quinta-feira, agosto 02, 2007



Leituras de Verão

Como leitura de verão, sugiro o ultimo livro de Jonh Le Carré – “O Canto da Missão”. Ao longo de 391 paginas somos confrontados com a histórica trágica da Republica Democrática do Congo, envolta em sucessivos laços de sangue, corrupção e guerra. Com este livro, Jonh Le Carré, desperta o leitor para a crua e dura realidade da Rep. Democrática do Congo, Trata-se de um livro absolutamente oportuno, quando a Rep. Democrática do Congo, realizou no ultimo ano as primeiras eleições livres, vivendo ainda um clima de instabilidade étnica e social, sobretudo na província do Kivu, (leste do Congo, na fronteira com o Ruanda). Recentemente o arcebispo de Bukavu, D. François Xavier Rusengo, alertou a comunidade internacional para o perigo de mais uma guerra civil, estar em vias de eclodir. Os motivos são os de sempre, diamantes, ouro, petróleo, conflitos étnicos entre tutsis e hutus, bem como, a ingerências de potências estrangeiras, tentando maximizar os ganhos de um eventual conflito fratricida.
António Cipriano

segunda-feira, julho 23, 2007

Erro crasso

O ministério da educação, no âmbito da sua política de combate ao insucesso escolar na matemática, pretende introduzir a maquina de calcular no ensino básico (antiga escola primaria). Obviamente que tal medida é absolutamente inqualificável, contraproducente, indutora de um facilitismo erróneo. Introduzir a maquina de calcular no ensino básico é abdicar do desenvolvimento saudável do calculo mental, do raciocínio, e do aperfeiçoamento de competências.
O bom senso e a razoabilidade, levam-me a acreditar que a introdução da maquina de calcular no ensino básico, não passa apenas, de um boato sem fundamento. Se assim não for, é o ultimo prego do caixão do sistema de ensino em Portugal.


António Cipriano

segunda-feira, julho 16, 2007



Uma Grande Vitória

António Costa e o Partido Socialista conseguiram no dia de ontem, uma grande vitória eleitoral, com a conquista de 29% dos votos, ou seja o apoio de 11% dos eleitores recenseados. A grandiosidade do feito, é em justa medida valorizada, pelo PS ter conquistado a câmara sem o recurso a coligações, ficando António Costa com o recorde de ser o presidente eleito, com menor percentagem de votos. E esta foi uma vitória que envolveu a cidade e os lisboetas com largos festejos, com centenas e centenas de militantes socialistas, oriundos curiosamente, não de Lisboa, mas sim, dos lares de terceira idade dos concelhos do Alandroal e Cabeceira de Basto.
O PS está de parabéns!!!! Foi uma grande Vitória!!!! 29%, curiosamente menos que a soma dos dois candidatos da orbita do PSD (Carmona 16 + 15 Negrão = 31%)
Uma grande vitória!!!!!!!

António Cipriano

quarta-feira, julho 11, 2007



Eleições em Lisboa

A Comissão Nacional de Eleições, no sentido de minorar a esperada abstenção, nas eleições autárquicas intercalares ,de Lisboa do próximo dia 15 de Julho, resolveu instalar assembleias de voto, nas praia de Costa da Caparica e da costa Algarvia. Para os eleitores que votarem nos locais habituais, tem direito, em alternativa, a um bilhete de cinema, ou um cartão com uma bebida na discoteca Lux.

António Cipriano

sexta-feira, julho 06, 2007

Film lovers will love this!

A Sra. Margot Wallstrom, comissária europeia das comunicações e multimédia, com o objectivo de promover o cinema europeu, mandou elaborar um videoclip com alguns momentos de variados filmes europeus, financiados pela comissão .

Vejam o videoclip e verifiquem se o cinema europeu tem ou não qualidade?
Bem o cinema europeu não sei, mas o cinema hard core europeu, esse pelos vistos parece que vai de vento em popa.
Agora percebo porque não tenho visto muito cinema europeu!!!
Afinal não sou assinante do canal “Sexy Hot”

António Cipriano

segunda-feira, julho 02, 2007



O Bufo


Animal vertebrado da família das sanguessugas, de natureza arisca, bajulador, medroso, invejoso, intriguista e pouco inteligente, foi um espécimen que durante décadas se reproduziu na sociedade portuguesa até meados da década de setenta. Após uma purga em 1974, pensava-se que tivesse em declínio, vivendo somente em ecossistemas pantanosos e húmidos.
Todavia, talvez em consequência do aquecimento global, esse animal - “O Bufo”, encontra-se presentemente num processo de reprodução massiva, inundando os habits da “Administração Publica”, em especial, escolas, centros de saúde, direcções gerais de educação, sob a forma de uma nova variante, denominada pela comunidade cientifica de JS, ou mesmo de PS.
Esta praga tem como efeitos colaterais, a censura, o terror psicológico, o medo, podendo mesmo em casos extremos por em causa a democracia e os pressupostos do estado de direito
Como remédio, a comunidade científica advoga os fármacos, da denúncia, do inconformismo, da persistência, da rectidão e da cidadania activa.

António Cipriano

quarta-feira, junho 27, 2007

25 de Abril ao contrário!

Foi preciso ter em Portugal um governo socialista com maioria absoluta, para termos um 25 de Abril ao contrário. Esta agora do livro branco das relações laborais é o mais recente atentado do governo de Sócrates a quem trabalha. Nesta obra simplifica-se o despedimento e diminui-se as férias de 25 para 23 dias úteis, isto a juntar ao fim das progressões de carreira e congelamentos de aumentos salariais, é mais uma machadada nos direitos de quem trabalha oferecida por este governo socialista. Para quem não se recorda eram estes os tais que, supostamente defediam os direitos sociais.
Dizem, neste livro branco, que fazem a protecção do emprego através da formação, pois saibam que esta medida é de um cinismo atroz, porque o que se passa é o seguinte, um funcionário ao fazer formação é obrigado a ficar naquele emprego por mais três anos, se sair antes dos referidos três anos após a realização de formação, tem que pagar à entidade patronal a totalidade do custo da formação. O funcionário não se pode negar a fazer a formação e no caso de ser despedido tem que pagar também ao patrão. Assim, se alguém encontrar um trabalho onde lhe pagam melhor, não pode sair daquele emprego e acreditem que eu conheço pelo menos uma empresa que faz isto recorrentemente aqui em S. Miguel, um exemplo que certamente se repete por todo o país. O resultado é simples, através desta protecção, uma empresa pode segurar um funcionário indefinidamente em trabalho precário, com salários de miséria, como neste caso que eu conheço em que o funcionário recebe 450€ mensais.
Por fim e para concluir uma referência às greves que não funcionam, não só devido à ineficácia sindical que já não se sabe organizar, mas também devido ao medo de represálias que este governo favorece e pratica. Facemos um exercício simples, comparemos o que se passa hoje com o que se passava antes de 74 e veremos, certamente, que as diferenças são cada vez menos E A TODOS OS NÍVEIS.

António Manuel Guimarães

domingo, junho 24, 2007



Tratado de Freixo de Espada à Cinta

Sou um europeísta convicto, e fico satisfeito por ter sido possível ultrapassar o impasse que se vivia em termos institucionais.

Portugal fica então, com a missão de ter de elaborar o texto do futuro tratado, o qual deve ser assinado lá para Outubro.
Fica aqui uma sugestão. Se durante anos tivemos que gramar com o Tratado de Maastricht, não me parece correcto que o tratado que venha a ser assinado em Portugal, seja o Tratado de Lisboa. Por que não, Tratado de Freixo de Espada à Cinta !!!!!!!
António Cipriano

sábado, junho 23, 2007

TGV

Obviamente que a localização geográfica periférica de Portugal, deve ser combatida por via do incremento e modernização dos meios de comunicação possibilitando um encurtar das distâncias entre Portugal e o centro da Europa. É neste sentido que compreendo o Projecto do TGV. Todavia, não podemos deixar de ter em conta a dicotomia entre recursos escassos e necessidades ilimitadas. Não podemos nos por à margem do rede de alta velocidade europeia. Mas tal não quer dizer, que devemos desbaratar recursos elevadíssimos na construção de linhas e mais linhas de TGV, que certamente serão deficitárias ao nível da exploração. Faz sentido a Linha Lisboa Madrid. Agora a Linha Lisboa-Porto é um erro monumental. A Ligação Lisboa-Porto já esta devidamente acautelada, por via de auto-estrada, ligação área e pelo Alfa-Pendular. Aliás na última década foram gastos milhões, na concretização do Alfa–Pendular. Vamos agora gastar milhões e milhões para encurtar o tempo de viagem em meia dúzia de minutos? Vamos gastar um horror dinheiro apenas para contentar o lobby nortenho?
Por este andar Portugal transforma-se num cemitério de Elefantes Brancos!!!!

António Cipriano

terça-feira, junho 12, 2007

Plano Tecnológico


Após a oferta de computadores portáteis aos estudantes do 10 ano e do programa de novos oportunidades, o governo prepara-se para ir mais além no plano tecnológico.

Leitores de DVD Portáteis com DVD de técnicas de agricultura biológica para lavradores

Leitores de MP3 para imigrantes de leste com curso de português incorporado

GPS para desempregados, não se perderem na procura de uma qualquer emprego escondido

António Cipriano


terça-feira, junho 05, 2007

Assaz interessante (dã?)

Uma questão severamente delicada e que nunca pensei que fosse sequer âmbito de discussão: tentativas falhadas de execução de prisioneiros, nos death rows dos EUA. Sim, isto existe (os japoneses não têm jovens que ficam meses a fio sem sair dos quartos? os americanos têm tentativas miseravelmente erradas de tentativa de execução de homicidas e afins).

Não tenho nenhuma opinião formada sobre isto (não me pagam para formar opiniões sobre este tipo de coisas... estranhas), apenas achei irresistivelmente surreal.

http://www.cnn.com/2007/LAW/06/05/anonymous.executioners.ap/index.html

A execução do mancebo que aparece na foto levou 90 minutos e 10 tentativas falhadas. Até tiveram que o deixar fazer uma pausa para ir à casa-de-banho, durante esses 90 minutos. Sim, morrer é uma coisa, morrer com as cuecas molhadas é outra bem pior!

João Pedro


quinta-feira, maio 31, 2007



Perigos nas Américas
A América Central e do Sul, desde sempre foi uma zona do globo instável, vitima de variadas experiências politicas, assentes em ditaduras militares e fenómenos de corrupção endémica. Todavia, no pós guerra fria, assistimos a alguns desenvolvimentos positivos no Brasil, Argentina e Chile.

Contudo por omissão da comunidade internacional, excessivamente concentrada no médio oriente, as Américas, tem vindo a ser nos últimos anos, vítimas de um fenómeno preocupante de contágio de movimentos políticos de demagogia populista. Primeiramente na Venezuela, seguidos da Bolívia e da Nicarágua, optaram por modelos políticos de aproximação ideológica a Cuba, agravados por um populismo anacrónico e perigoso.
E se a situação já era preocupante, a Venezuela de Hugo Chavez, sem pudor ou receio de eventuais consequências resolveu inadvertidamente, não respeitar a Liberdade de Expressão e de Imprensa, silenciando o único órgão de comunicação da verdadeiramente livre, a RCTV.

A comunidade internacional não pode ficar quieta!!!! Se nada fizer, como numa doença infecto-contagiosa, os processos de censura e de cercear das liberdades dos povos latino americanos vão se alargar à Bolívia e Nicarágua, entre outros. A ONU, a União Europeia devem actuar, denunciando, exigindo o restabelecimento dos direitos fundamentais, não receando mesmo em impor sanções económicas e politicas que levem ao isolamento da Venezuela.

António Cipriano

quinta-feira, maio 24, 2007

Bucha e Estica

Nos idos anos do cinema, quando a consideração por esta arte ainda não era muita, surgiu uma dupla que todos reconhecem. Falo do Bucha e Estica, a dupla protagonizada brilhantemente por Oliver Hardy e Stan Laurel. Tiveram grande sucesso durante os anos 30 do século passado, devido aos seus filmes de humor. Faziam disparates, eram capazes de tornar a mais simples tarefa no cabo dos trabalhos devido às suas trapalhadas constantes. Eram indivíduos que se pode dizer que seriam perfeitos desadaptados, sendo interpretados, volto a dizer, brilhantemente por dois excelentes actores.
Infelizmente o seu brilho artístico desapareceu na década de 50 e julgava-se que eles já tinham falecido. Digo que se julgava porque está provado que eles estão vivos e bem activos, sempre com o mesmo humor e trapalhões como nunca. Outro ponto fantástico é que eles, ainda por cima, vivem em Portugal. Fantástico não? E para cúmulo final, trabalham no Governo. Mas agora chamam-se Manuel Pinho e Mário Lino. E se dúvidas restarem que eles são efectivamente os míticos Bucha e Estica, então sugiro que vejam as últimas declarações destes pândegos. Para aqueles que não possam ver essas pérolas do humor, eu faço aqui um pequeno resumo: Manuel Pinho quando questionado sobre os despedimentos da Delphi disse que: “isso não é problema porque na região estão a ser criados mais empregos...", balbuciando depois uma estranha história sobre crescimento económico e outras parvoíces que não me parece que vá dá dinheiro aos 500 novos desempregados. Vem-se depois a saber que esses novos empregos já estão ocupados vai para meio ano. Voltaram a questionar Stan, perdão ele agora gosta de ser tratado por Manuel, Mané para os amigos, dizendo que os lugares estão ocupados e ele disse então que reafirmava tudo e voltou a balbuciar tretas sobre o tal crescimento. Toda a cena foi hilariante, menos para os tais 500 desempregados, que suponho que não acharam graça nenhuma. Quanto a Oliver Hardy, que hoje é conhecido como Mário, super Mário para os amigos, veio fazer umas declarações “muita giras” para defender a Ota. Disse o mítico comediante que: “fazer um aeroporto a sul do Tejo é um disparate porque, não tem gente, não tem escolas, nem cidades e para fazer um aeroporto tem que se transportar uma cidade inteira para ali, comparando o aeroporto a sul do Tejo com um cancro do pulmão” (esta foi a pérola). No fim disse, assim a despachar, que também havia alguns problemas ambientais e coiso e tal.
Agora deixo a questão, tipos que dizem “coisas giras” como estas podem ser outros senão o Bucha e o Estica?

António Manuel Guimarães