quinta-feira, maio 31, 2007



Perigos nas Américas
A América Central e do Sul, desde sempre foi uma zona do globo instável, vitima de variadas experiências politicas, assentes em ditaduras militares e fenómenos de corrupção endémica. Todavia, no pós guerra fria, assistimos a alguns desenvolvimentos positivos no Brasil, Argentina e Chile.

Contudo por omissão da comunidade internacional, excessivamente concentrada no médio oriente, as Américas, tem vindo a ser nos últimos anos, vítimas de um fenómeno preocupante de contágio de movimentos políticos de demagogia populista. Primeiramente na Venezuela, seguidos da Bolívia e da Nicarágua, optaram por modelos políticos de aproximação ideológica a Cuba, agravados por um populismo anacrónico e perigoso.
E se a situação já era preocupante, a Venezuela de Hugo Chavez, sem pudor ou receio de eventuais consequências resolveu inadvertidamente, não respeitar a Liberdade de Expressão e de Imprensa, silenciando o único órgão de comunicação da verdadeiramente livre, a RCTV.

A comunidade internacional não pode ficar quieta!!!! Se nada fizer, como numa doença infecto-contagiosa, os processos de censura e de cercear das liberdades dos povos latino americanos vão se alargar à Bolívia e Nicarágua, entre outros. A ONU, a União Europeia devem actuar, denunciando, exigindo o restabelecimento dos direitos fundamentais, não receando mesmo em impor sanções económicas e politicas que levem ao isolamento da Venezuela.

António Cipriano

quinta-feira, maio 24, 2007

Bucha e Estica

Nos idos anos do cinema, quando a consideração por esta arte ainda não era muita, surgiu uma dupla que todos reconhecem. Falo do Bucha e Estica, a dupla protagonizada brilhantemente por Oliver Hardy e Stan Laurel. Tiveram grande sucesso durante os anos 30 do século passado, devido aos seus filmes de humor. Faziam disparates, eram capazes de tornar a mais simples tarefa no cabo dos trabalhos devido às suas trapalhadas constantes. Eram indivíduos que se pode dizer que seriam perfeitos desadaptados, sendo interpretados, volto a dizer, brilhantemente por dois excelentes actores.
Infelizmente o seu brilho artístico desapareceu na década de 50 e julgava-se que eles já tinham falecido. Digo que se julgava porque está provado que eles estão vivos e bem activos, sempre com o mesmo humor e trapalhões como nunca. Outro ponto fantástico é que eles, ainda por cima, vivem em Portugal. Fantástico não? E para cúmulo final, trabalham no Governo. Mas agora chamam-se Manuel Pinho e Mário Lino. E se dúvidas restarem que eles são efectivamente os míticos Bucha e Estica, então sugiro que vejam as últimas declarações destes pândegos. Para aqueles que não possam ver essas pérolas do humor, eu faço aqui um pequeno resumo: Manuel Pinho quando questionado sobre os despedimentos da Delphi disse que: “isso não é problema porque na região estão a ser criados mais empregos...", balbuciando depois uma estranha história sobre crescimento económico e outras parvoíces que não me parece que vá dá dinheiro aos 500 novos desempregados. Vem-se depois a saber que esses novos empregos já estão ocupados vai para meio ano. Voltaram a questionar Stan, perdão ele agora gosta de ser tratado por Manuel, Mané para os amigos, dizendo que os lugares estão ocupados e ele disse então que reafirmava tudo e voltou a balbuciar tretas sobre o tal crescimento. Toda a cena foi hilariante, menos para os tais 500 desempregados, que suponho que não acharam graça nenhuma. Quanto a Oliver Hardy, que hoje é conhecido como Mário, super Mário para os amigos, veio fazer umas declarações “muita giras” para defender a Ota. Disse o mítico comediante que: “fazer um aeroporto a sul do Tejo é um disparate porque, não tem gente, não tem escolas, nem cidades e para fazer um aeroporto tem que se transportar uma cidade inteira para ali, comparando o aeroporto a sul do Tejo com um cancro do pulmão” (esta foi a pérola). No fim disse, assim a despachar, que também havia alguns problemas ambientais e coiso e tal.
Agora deixo a questão, tipos que dizem “coisas giras” como estas podem ser outros senão o Bucha e o Estica?

António Manuel Guimarães

terça-feira, maio 22, 2007



470.000

470.000 - Podia ser o número do primeiro prémio da lotaria Nacional ou mesmo número de visitantes de qualquer museu. Mas não. 470.000 é segundo o INE, o número de desempregados do País, representando uma taxa de desemprego de 8,4% (a maior dos últimos 20 anos), com o agravante que a taxa de desemprego nos jovens se situa nos 18%. Este número é um verdadeiro anátema social, que condena muitas famílias a uma existência sem esperança, numa realidade bem distante do país das maravilhas do Engenheiro Sócrates.
Contudo, numa paranóia colectiva, o país insiste em não ver o “real world”. Continuando como se de um dogma de fé se trata-se, a acreditar no caminho do profeta Sócrates e dos seus apóstolos. Obviamente que mais cedo ou mais tarde, os fieis deixaram de acreditar nos milagres do mundo socialista.
Oxalá não seja tarde de mais!
António Cipriano

sábado, maio 19, 2007



Homem Aranha

Nutro alguma simpatia pelo personagem do homem aranha, na medida em que a identidade secreta deste (Peter Parker) radica num homem jovem, magrizela, franzino, no fundo uma “fraca figura” absolutamente vulgar, permitindo facilmente, uma identificação simbólica com um homem comum como eu. Afinal quem gostaria de ser um herói? Quem não gostaria de combater as injustiças? Neste sentido lá foi ver o filme. Comparado com as duas sequelas anteriores, confesso que não traz nada de novo, limitando-se a ser o esperado. Talvez por isso não tenho gostado por ai além.
Mas sempre sai do cinema bem-disposto, preparado para ser um herói do quotidiano, capaz de lutar contra os vilões da Burocracia e da inércia da administração pública.
António Cipriano

quarta-feira, maio 16, 2007

OMG

Hmm, é favor reparar nesta notícia "interessante".

Dei-me ao trabalho de ir procurar isto noutro lado. Porquê?

- Porque sim;
- Porque tenho demasiado tempo livre nas mãos, ao que parece;
- E, acima de tudo, porque quis acreditar que a imprensa portuguesa exagera e até distorce.

Mas... eis que chega a confirmação.

Quem achar desmesuradamente ridículo pode levantar o braço (ahm... não dá para reparar, mas estou, neste momento, com o braço levantado).

João Pedro


Irresponsabilidade

A poucas semanas do início da já costumeira “época de Incêndios”, o responsável máximo pela estratégia de combate a este cancro nacional deixa o cargo, em prole de interesses partidários. É manifestamente uma irresponsabilidade, sendo um triste sintoma da excessiva partidarização da nossa democracia, em que os interesses das maquinas dos partidos se sobrepõem ao interesse nacional. Em Outubro, altura de fazer o balanço da época de incêndios, e caso as coisas corram menos bem, a responsabilidade não pode deixar de ser endereçada ao Primeiro-ministro.


António Cipriano

sexta-feira, maio 04, 2007



Turquia

A Turquia desde a sua génese sempre viveu perante um conflito interior de escolha entre ser uma nação europeia, ou optar por se assumir como uma nação asiática. O actual clima de crispação política é um reflexo dessa dupla personalidade. A Turquia das grandes cidades e metrópoles, opta claramente pela Europa, preconizando desde Ataturk, a divisão entre o estado e a igreja, o carácter laico das instituições, adoptando a democracia, e os valores da tolerância e do respeito pelos direitos humanos, desejando amplamente a integração na União Europeia como membro de pleno direito. Mas existe outra Turquia, do interior, de raiz islâmica, tradicional e conservadora, que defenda o alcorão como lei, que adopta a discriminação da mulher, dos curdos e que nega o holocausto arménio.
A Europa, consciente da importância geopolítica da Turquia enquanto tampão ao fundamentalismo islâmico, compete ajudar as forças mais cosmopolitas, no sentido de puxar a Turquia para a sua orbita de influência. Isto passa por apoiar as instituições democráticas turcas, apontando os eventuais erros, e não fechando a porta a uma eventual integração na UE. Se assim não for a Turquia não irá resistir ao fundamentalismo, ingressando nos estados párias, sendo um perigo constante para a segurança europeia.
António Cipriano