sábado, setembro 29, 2007



Aung San Suu Kyi

Num momento de luta e sofrimento do povo da Birmânia, compartilho convosco uma citação da prémio Nobel da Paz Aung San Suu Kyi, líder da oposição democrática da Birmânia detida em prisão domiciliaria já há alguns anos.
A única verdadeira prisão é o medo, e a única verdadeira liberdade nasce da libertação do medo”.

António Cipriano

quarta-feira, setembro 26, 2007

Nórdicos

Actualmente existe uma moda nova, consiste em considerar todo o que é nórdico como positivo. Isto a todos os níveis, tecnológicos, de mentalidade, tudo.
O nosso governo também não conseguiu resistir a esta e onda e toca de começar a procurar utilizar alguns modelos nórdicos em Portugal. E assim surge a flexi-segurança, um sistema que serve para que haja mais eficiência ao nível do pagamento de impostos, um modelo que faz também com que os pagamentos sejam mais elevados, de forma a, supostamente, garantir a existência da segurança social. Ou seja, este modelo aplicado serve para que os portugueses paguem mais.
Agora o que era bom era que este governo tivesse a decência de aplicar também em Portugal os pontos que servem para aumentar a qualidade de vida dos nórdicos. Aplicando os modelos de educação, os modelos de saúde, os modelos de segurança, aqueles que faz com os nórdicos não se importem de pagar porque isso lhes garante eficácia e muita qualidade de vida. Mas claro em Portugal para pagar ao estado o governo procura o melhor modelo possível, para a qualidade de vida vamos ao velhinho desenrasca nacional e não muda nada…porque sai caro.

António Manuel Guimarães


Prós e Contras

Ontem (segunda-feira dia 17) foi dia de Prós e Contras na RTP. O tema foi a educação e as mudanças neste novo ano lectivo e a convidada de honra foi a Ministra da Educação, a Professora Doutora Maria de Lurdes Rodrigues, conhecida no meio da educação como a sinistra.
Confesso que a expectativa era baixa: não esperava que ela conseguisse mostrar alguma coisa de positivo.
Desde logo, estava pronto para a actuação fraca da ministra e não tive que esperar muito para ela mostrar que as minhas expectativas não estavam erradas.
O programa começou com imagens do início deste ano lectivo, aquelas que todos vemos na TV, em que Sócrates e a Ministra entregam portáteis nas escolas, aqueles que custam €150 mas que feitas as contas reais fora de publicidade, nunca ficam por menos de €780 para professores, isto porque além dos €150 da propaganda, exigem uma fidelização de 36 meses em que se paga €17.50. Mais um caso de publicidade do governo, para variar enganosa, mas adiante. Depois mostrou discursos bonitos e momentos de início da aula, tudo em escolas bem bonitas, aquelas escolas modelo, suponho que não estivessem nem em Caxias, nem na Amadora ou em Rabo de Peixe, mas enfim…
Depois destas imagens cor-de-rosa a ministra começou o seu discurso, afirmando que se devia “celebrar o sucesso”, falando ela da diminuição do insucesso escolar, do aumento das entradas nas universidades e da palhaçada dos computadores. Ora isto depois das imagens e dito assim, até parece que há algo a celebrar. Porém ninguém lembrou alguns pormenores à Ministra, primeiro que a baixa na taxa de retenções se deve ao facilitismo que tem vindo a crescer, sabendo todos os docentes, quais as normas que o ministério impõe para a realização de testes.
Acresce que todos sabemos o que aconteceu este ano no acesso ao ensino superior, aquela história dos testes para maiores de 23 anos, que tenham no mínimo o 3º ciclo completo, e que fazem estes testes entretanto os melhores destes entram para as vagas pré-destinadas que são organizadas pelas universidades. Uma benesse para as universidades que vão receber mais dinheiro de propinas e tapam as incómodas vagas, mas péssimo para quem entra, que muito provavelmente se encontrará desamparado. A longo prazo prevê-se que o ensino superior tenha de baixar a exigência para ter taxas de aprovação aceitáveis. Ou seja mais facilitismo.
O programa lá foi continuando e a certa altura a ministra largou uma bandeira dos socialistas, “existem professores a mais”. Ora grande parte das turmas tem uma média de 25 alunos, quando o recomendável seria nunca mais de 20 e o óptimo rondar os 15 alunos por turma. Saibam os leitores que caso esta volumetria fosse aplicada havia défice de professores. Mesmo se as turmas tivessem 20 alunos, diminuiria em milhares os desempregados, melhorando certamente a qualidade do ensino.
Entretanto no programa tivemos ainda tempo para ouvir umas coisas sobre os cursos profissionalizantes. Afirma a ministra que até agora os alunos destes cursos estavam condenados a guetos, mas que isso tinha mudado. Alguém lembre à sinistra que tanto quanto sei os Profij ainda não acabaram. Os profij são grosso modo cursos profissionalizantes que começam no segundo ciclo e vão até ao fim do terceiro ciclo. São integrados por alunos com dificuldades de aprendizagem, num sistema que subsiste com muita boa vontade de professores, mas que por muito boa vontade que exista é normalmente o primeiro passo antes dos alunos abandonarem a escola. Mas lembro ainda a Ministra que os cursos profissionalizantes de que fala com tanto apreço, foram destruídos pelos socialistas em 1995 fazendo uma reforma que levou milhares ao desastre. Eu recordo-me de colegas que tinham informática profissionalizante: numa turma de 24-26 alunos, 2 terminaram o 12ªano e nenhum seguiu o ensino superior.
Enfim, a ministra, sem surpresas, esteve mal, mostrando que daqui a uns anos vamos levar de frente com as consequências deste modelo de educação. Aí espero que os socialistas não sacudam, como é seu hábito, a água do capote e façam melhor do que a ministra, a responder no prós e contras a uma critica, que passo a citar: “nada a dizer”.

António Manuel Guimarães

terça-feira, setembro 25, 2007



Força Birmânia

Por ser um democrata e um amante da liberdade, tenho uma especial amizade por todos os povos que lutam pelos seus direitos.
Myanmar, antiga Birmânia, vive desde 1988 sob o jugo de uma ditadura militar opressiva, absolutamente irracional, que limita ao máximo as liberdades individuais.

Num momento de coragem, a população civil apoiada pela monges budista, em manifestações pacificas, grita por liberdade e democracia. Os perigos são muitos, mas vida sem liberdade é uma não vida.

Neste momento difícil a minha força e solidariedade para com o povo da Birmânia.

António Cipriano

sábado, setembro 22, 2007



Kosovo

Um dos princípios fundamentais do direito internacional é o Principio do Autodenominação dos Povos, expresso no artigo 2 da carta das nações unidas. Este é o corolário de séculos de luta dos povos, pelo direito a poderem tomar em suas mãos os seus destinos, resultante da evolução política ideológica do pós segunda guerra mundial. Mas segundo a doutrina este não é um direito puro e simples, consubstanciado no preenchimento de duas condições cumulativas: a existência de um povo oprimido com um forte desejo de independência e a não existência de um estado de direito.
A Jugoslávia, enquanto herança da guerra fria, politicamente era uma federação de estados: Servia, Croácia, Eslovénia, Bósnia, Macedónia e Montenegro. Cada um deles com uma diferente raiz étnica e religiosa. Com a morte de Tito e com a queda do muro de Berlim, de forma óbvia a Jugoslávia enquanto construção política em muitos aspectos antinatural, desintegrou-se. Eslovénia. Croácia, Bósnia, Macedónia e mais recentemente o Montenegro exerceram o seu direito à autodenominação. Apesar do fim da Jugoslávia, a Servia, continuou durante toda a década de noventa sob uma pesada ditadura do senhor Milosevic. Slovodan Milosevic, numa política imperialista, tentou alimentar nos sérvios, o sonho de uma grande Servia, dominante e poderosa. Durante o período de Milosevic , muitos crimes foram perpetuados contra os outros povos dos Balcãs, inclusive contra os próprios opositores sérvios. O Kosovo é um pequeno território de cerca de 11.000 Km2, com pouco mais de 2 milhões de habitantes, de maioria albanesa, sem uma economia minimamente estável. O Kosovo não era um estado no tempo da Jugoslávia. Era somente uma região da Servia, tal como o Alentejo é uma região de Portugal. É certo que no período de Slovodan Milosevic, os habitantes kosovares foram perseguidos, e mal tratados. A NATO no cumprimento do principio de direito internacional do Direito à Ingerência para a defesa dos Direitos humanos, interveio e bem, militarmente na defesa das populações kosovares. Mas Slovodan Milosevic já era. Hoje a Servia é uma democracia, um estado de direito democrático, que num futuro próximo irá integrar a UE.
Assim sendo, no meu entender não faz sentido a Independência do Kosovo. Alias a independência do Kosovo é abrir um precedente perigoso na comunidade internacional. Se o Kosovo pode ser independente, Porque não a Independência do País Basco ou da Catalunha? Porque não a Independência da Chechénia? Porque não a independência do Curdistão, ou do território Assirio-caldeu na Turquia?
A Independência do Kosovo representa o abrir da Caixa de Pandora!!!!!

António Cipriano

quarta-feira, setembro 19, 2007



Debate Previsível

Numa palavra, podemos classificar o debate de ontem como “fraquinho”. Ficou bem patente que quer Mendes, quer Menezes são figuras de terceiro plano, vazias de ideias e de competência mediana. Mas eles não são os culpados. Infelizmente o PSD, vive ao nível dos seus melhores valores, um clima de excessivo calculismo, e oportunismo. Marcelo, Rui Rio, Ferreira Leite entre outros, não acreditam numa vitória em 2009. Preferem num excessivo individualismo, olhar somente para o seu umbigo, deixando o país entregue a um destino sem rumo.
Mas atenção, o futuro nem sempre é previsível. Calculismo excessivo às vezes paga-se caro.
A história esta cheia de homens vulgares, que por via dos condicionantes, e de uma grande vontade interior, se transformaram em homem invulgares, derrubando por completo o calculismo dos oportunistas. Quem sabe se Marques Mendes não será um desses homens?

António Cipriano

quarta-feira, setembro 12, 2007



Hipocrisia

O Estado Português, enquanto sujeito de direito internacional, é reconhecido pelos seus pergaminhos de paladino da defesa intransigente da dignidade da pessoa humana, e pelo respeito pelos seus dignos representantes. É neste âmbito que o governo português se prepara para receber com toda a pompa e circunstância, no próximo Dezembro o grande herói africano Robert Mugabe. E como os valores não são para colocar em causa, o governo português numa decisão digna de uma qualquer dirigente democrático norte coreano, se prepara para ignorar e repudiar, a nível oficial, a presença em Portugal do terrorista tibetano Dalai Lama. Dalai Lama é o líder do grupo separatista tibetano, responsável pelos odiosos crimes de rapto de crianças para mosteiros, e pela difamação constante do sábio e humano governo chinês.
PS: quem estiver interessado no budismo não deixe de ler Siddharta de Hermann Hesse


António Cipriano

segunda-feira, setembro 03, 2007



Esquerda Transgénica

Apesar das incertezas da comunidade internacional perante os organismos geneticamente modificados (OGM), esta é unânime no alerta às populações, dos perigos das mutações genéticas da denominada esquerda transgénica. Tal como a erva daninha, a esquerda transgénica cresce e multiplica-se nos ambientes sociais mais degradados, economicamente e culturalmente menos protegidos. Como qualquer planta, ciclicamente produz frutos, no caso amplamente venenosos, tais como: a demagogia, a irresponsabilidade, a agitação social e o anarquismo descontrolado. Venezuela, Cuba, Bolivia, são exemplos de ecossistemas absolutamente infectados por esta praga. Em Portugal ainda que com pouca expressão, a esquerda transgénica actua através das espécies “Miguell Portix”, “Fernadim Rosax” e “Francisx Louça”. Os mais recentes estudos científicos apontam como antídotos, a denúncia, a responsabilidade e o culto do trabalho.
António Cipriano

domingo, setembro 02, 2007



Onde está a oposição?

A democracia não é um sistema que se afere somente de 4 em 4 anos. É uma vivência quotidiana, visível nas múltiplas instituições do estado e da sociedade. A democracia implica diferentes visões do futuro, alicerçadas em alternativas ideológicas, que ainda que minoritárias, contribuem para a construção de soluções de governo futuros. Ora em Portugal, vive-se um falso unanimismo em torno de um governo vulgar, de ministros fracos, sem ideias, que se limita a gerir o dia-a-dia com base numa estratégia casuística de lugares comuns. Todavia, a resposta do país perante este cenário é a inércia, o baixar dos braços, como se esta fosse uma realidade inevitável. A verdade é no actual espectro político, as alternativas escasseiam. À esquerda temos um partido comunista preso a um passado que já não existe, e um bloco de esquerda demagógico e intelectualmente desonesto. A direita, um CDS descredibilizado, populista, e um PSD vitima de um guerra civil, conformado desde já a uma derrota em 2009, em que as figuras de proa, se encontram acomodados à espera da um melhor momento para avançar.
Enquanto isto país vai vivendo um quotidiano de desemprego, baixo crescimento economico, e aumento das desigualdades sociais.
António Cipriano