terça-feira, novembro 27, 2007


Mais Estradas
O Primeiro Ministro José Sócrates anunciou na semana passada um investimento de 1200 milhões de Euros para o período 2008 -2011 em novas estradas.
Todos sabemos que os recursos do país são escassos, havendo a necessidade inerente de proceder a escolhas que melhor serviam o pais. Ora parece-me a mim, que o tempo de construir novas estradas de forma maciça já passou. O país já se encontram razoavelmente bem servido de estradas. È tempo de novas prioridades.
Penso que seria mais importante e estrutural se estes milhões fossem aplicados na formação e educação dos portugueses ou no apoio às PME´s.

António Cipriano




sábado, novembro 24, 2007



Portugal na Rota dos Grandes Lideres Mundiais

Com a recente visita de Hugo Chavez, com a visita em breve de Robert Mugabe e Kadafi, José Sócrates colocou Portugal na orbita dos grandes lideres mundiais.
Segundo fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros José Sócrates pretende seguidamente convidar Mahmoud Ahmadinejad, Kim Jong-il e Evo Morales.
António Cipriano

quarta-feira, novembro 21, 2007

Uniformizar ou Mutilar

Depois de dezassete anos sem ouvir falar no acordo ortográfico, eu pensava que ele tinha ficado esquecido numa gaveta qualquer em S. Bento. Mas este governo acabou por descobrir a chave da dita e acordou este monstro adormecido. E então lá voltou a conversa sobre o referido acordo.

A questão da uniformização da Língua Portuguesa é uma situação muito pesada e extremamente complexa. Pode-se dizer muita coisa em sua defesa, como que é benéfico aproximar os diferentes modos de escrever português, e que isso servirá para defender a língua face à crescente importância do inglês que advêm da globalização. Mas a verdade é que é extremamente desequilibrada e quem criou a língua leva com as maiores alterações, tudo porque é mais fácil mudar 10 milhões do que, só no Brasil, 189 milhões.

É verdade que me custa bastante ver a mutilação da Língua Portuguesa “para sua própria defesa”. Preocupa-me ver que neste acordo está presente a eliminação das letras mudas nas palavras. Tal como são eliminados alguns acentos e portanto algumas palavras são alteradas. E qual a razão? A resposta é simples, no Brasil, em 1943, ficou decidido no Formulário Ortográfico, que essas letras como não são pronunciadas deveriam ser eliminadas, foram também suprimidos alguns acentos e alterados outros. Compreendo que eles o tenham feito, eles não criaram a língua e depois da crescente utilização de estrangeirismos que utilizam não surpreendeu ninguém. Quanto à supressão das letras mudas, não venham dizer que é mais prático porque apenas se pode considerar preguiça. Muitos dos acentos foram alterados para aproximar a língua escrita da língua oral e aqui ainda lhes dou razão. Mas daí a terem a pretensão de eliminar a possibilidade da dupla acentuação dependente do país vai uma grande distância, já me estou mesmo a ver a escrever Antônio (nem quando as vacas voarem).

Obrigar os portugueses a aceitar estas mutilações da língua que criaram é absurdo. Não me importo se são 189 milhões que escrevem assim e não me vejo obrigado a mudar aquilo que será sempre a herança mais importante que jamais teremos, só porque um povo que não o meu decidiu um rumo diferente. Se vamos por essa ordem de ideias, porque não aprendermos todos mandarim? Era uma forma de encurtar caminho.

O governo antes de rectificar este acordo deveria, para variar, pensar muito bem. Se não gostam do português, ao menos, que percebam a desigualdade do tratado e vejam quem fez quase todas as concessões.

Não se trata de nacionalismo no pior sentido do termo, trata-se simplesmente de ter pais e professores conscienciosos que me fizeram gostar da nossa língua e de hoje ser eu próprio professor da língua materna.

Nada me move contra os brasileiros, cabo-verdianos, angolanos, moçambicanos, guinasses ou são-tomenses. Mas já me chateia quando eu, inconscientemente, trato mal a Língua Portuguesa, quanto mais o meu governo me obrigar a fazê-lo.

António Manuel Guimarães

sábado, novembro 17, 2007

A fórmula de Deus

Acabei há poucos dias de ler este livro de José Rodrigues dos Santos. Pessoalmente, achei-o uma decepção. Se os Monty Pytons são os criadores do humor non-sense, então José Rodrigues dos Santos é o criador dos thrillers históricos non-sense...

PP


Estradas de Portugal

Nada tenho contra as privatizações, pelo contrário, considero que o sector privado e a iniciativa privada, devem ser a mola dinâmica de toda a economia. Todavia, isto no meu ponto de vista, não quer dizer que tudo possa, ou deva ser privatizado. Existem algumas funções e serviços que pela sua natureza e importância, me parecem que não devém deixar a orbita do estado. Um desses casos, é a estrutura rodoviária do país.
O primeiro-ministro anunciou recentemente que pretende transformar a Estradas de Portugal de Entidade Publica Empresarial, para uma Sociedade anónima de capitais públicos, que ficará com a gestão e exploração de todas as estradas nacionais, portajadas ou não, por um período de 75 anos. Qualquer pessoa inteligente compreende que ao constituir uma sociedade anónima, o estado esta a abrir a porta, para uma mais que previsível, abertura do capital da empresa aos privados, primeiro numa lógica residual, para quem sabe, num futuro próximo passar a ser controlada pelos privados.
Obviamente que a gestão privada, licitamente procurará o lucro. O lucro estará nas auto-estradas portajadas, o que levará a um maior ou menor abandono das estradas secundárias. O resultado lógico será uma omissão e uma desresponsabilização do estado, que coloca em causa os seus deveres constitucionais ao nível do princípio do estado social e da igualdade, e uma consequente descriminação acentuada das regiões interiores do país e dos mais desfavorecidos.

António Cipriano

sábado, novembro 03, 2007



A Falácia do Petróleo

Vive-se actualmente uma paranóia absolutamente irracional nos mercados petrolíferos internacionais, cujo resultado mais previsível num curto prazo, é a ultrapassagem da barreira psicológica dos 100 USD.
As causas da paranóia são de índole estrutural (aumento da procura por parte da China e Índia), mas essencialmente conjunturais e psicológicas, entre as quais: a já tradicional instabilidade geopolítica no médio oriente (Irão, Iraque, possibilidade de uma intervenção turca no Curdistão Iraquiano), tempestades tropicais no golfo do México e o expectável aumento do consumo por via da proximidade da época de inverno. Todavia, o grande responsável, tem o nome de Especulação (oportunistas que se aproveitam das falhas do sistema).
A verdade é que uma pequena economia como Portugal absolutamente dependente do fornecimento de petróleo, nada pode fazer para quebrar a onda de aumento dos preços. O resultado obvio, tem sido o sucessivo aumento dos preço da gasolina e gasóleo, e a consequente multiplicação do seu efeito, em toda a economia.
Mas será que o Petróleo tem aumentado assim tanto?

Os mais incautos ainda não se aperceberam da falácia que se vive com o preço do petróleo. A verdade é que a análise do preço do petróleo não pode ser desligado da evolução cambial do EUR/USD. De facto o petróleo é transaccionado exclusivamente em USD. No último ano o USD tem sofrido uma desvalorização bastante acentuada, que advém essencialmente das seguintes causas: excessivo deficit comercial da Economia Americana, baixa das taxas de juro pela Fed ( de 5,25% passamos para os actuais 4,5%), e o agravamento do deficit orçamental da economia americana. O resultado, é que de uma cotação cambial na ordem dos 1,30 EUR/USD passamos para os actuais 1,45 EUR/USD, ou seja uma desvalorização na casa dos 12%. Por sua vez o petróleo passou dos 70 USD para os actuais 90 USD, ou seja uma aumento de 28%. Retirando o efeito da desvalorização do USD temos uma aumento efectivo do Preço do crude de 16%. Um aumento substancial, mas não tão gravoso, como muitas vezes nos quem fazer parecer.
Por fim, não nos podemos esquecer que mais de 50% do preço de um litro de gasolina é impostos!!! No fundo o agravamento do custo de vida, e a diminuição da competitividade da estrutura de custos da economia nacional, é em grande medida, uma consequência de uma mera decisão política.

António Cipriano