domingo, dezembro 30, 2007

Feliz 2008

Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial.

Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.

Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui para diante, vai ser diferente. "
Carlos Drummond de Andrade
Desejamos a todos um ano de 2008 excelente .
António Cipriano
António Guimarães
João Pedro
Paulo Pinheiro

quinta-feira, dezembro 27, 2007



Rio das Flores

Uma nota prévia; não só um entusiasta do Miguel Sousa Tavares, comentador.
Todavia, como escritor tenho uma opinião bastante favorável. Já algum tempo tive a oportunidade de ler “O Equador”, o qual no meu ponto de vista é um romance inegavelmente bem escrito e absolutamente inebriante, sendo sem qualquer ponta de dúvida, um dos melhores romances portugueses da última década.
Por conseguinte as minhas expectativas para o “Rio das Flores” eram muito elevadas. Confesso que fiquei um pouco desiludido, face às expectativas. Contudo, em abono da verdade, há que afirmar que o “Rio das Flores” é um romance interessante, construído em volta de uma família alentejana de latifundiários, de dois irmãos unidos pelo sangue, mas diferentes ao nível do modo de encarar a vida. Diogo, o intelectual, inconformista, que desespera com o Portugal do Estado Novo, e Pedro, tradicionalista, conservador, que acredita no Portugal Rural de Salazar. É inegável o trabalho de pesquisa do autor que nos permite ao longo de 600 páginas fazer uma retrospectiva do Portugal da Republica, do Estado Novo, da Guerra Civil Espanhola, do Brasil de Getúlio Vargas e o desenrolar da 2º guerra mundial.
Apesar de “Rio das Flores”, não ser formidável como o “Equador,” não dei o meu tempo por mal empregue, recomendado a sua leitura
António Cipriano

segunda-feira, dezembro 24, 2007

Boas Nataladas!

Cabe-me a mim escrever um post pseudo-natalício, em nome dos 4 cromos que escrevem neste blog (sendo eu, obviamente, um dos cromos). Na realidade, fui praticamente coagido e ameaçado para escrever isto (vá, ou então estou a exagerar um bocadiiiiinho).

E então?

Bem, bom natal para todos, com desejos de todos os lugares-comuns desta época (saúde, felicidades, prendas, coca-cola light e aquecedores).

E um 2008 ainda melhor. Esperemos que, em 2008, nomeadamente:

- O Sporting consiga qualificar-se para a taça UEFA;

- O Luís Filipe Menezes não chegue a primeiro-ministro em eleições antecipadas;

- Seja eleito um presidente dos EUA que seja mulher ou negro;

- As excentricidades do Hugo Chávez fiquem apenas pelo estabelecimento de um fuso horário único;

- Se decidam em relação ao aeroporto;

- O Manoel de Oliveira faça 100 anos;

- Paz no mundo (não, então esta foi apenas a minha veia de "candidata a Miss Universo" a falar).

Feliz Natal e Óptimo 2008!

João Pedro
António Cipriano (futuro candidato à Câmara Municipal das Caldas)
António Guimarães (perguntem-lhe datas históricas, chega a ser tenebroso, obsceno, etc)
Paulo Pinheiro (o único gajo que conheço que escreve livros com conteúdo sexual, e não estou a falar da Gina)

sábado, dezembro 22, 2007



Verdadeiro Fim do Muro e Berlim

Muitos talvez não se tenham dado conta, mas ontem dia 21 de Dezembro viveu-se um dia histórico.
O alargamento do Espaço Schengen a mais nove estados, representa uma revolução suave, que simboliza o derradeiro fim dos últimos resquícios da guerra fria. Quatrocentos milhões de Europeus, podem circular, movimentar-se, realizar trocas comerciais e culturais sem qualquer constrangimento burocrático ou fronteiriço.
O espaço Schengen, ao formalizar a efectiva liberdade de circulação, inerente ao estatuto de cidadania europeia existente deste 1992 com Maastricht, é mais uma das provas da necessidade e sucesso do projecto comunitário. Desde 1951, com a assinatura do tratado de Paris que a Europa vive sucessivamente um período de paz e prosperidade económica.
Argumentam os detractores do projecto comunitário, que a UE e o espaço Schengen representam uma diminuição da segurança interna e a perda de soberania. Mas não se esqueçam os mais incautos, que o resultado dos excessivos nacionalismos na Europa foi uma sucessão de conflitos fratricidas e intestinos, de que os Balças ainda são o melhor exemplo.

António Cipriano

terça-feira, dezembro 11, 2007

Para quando gasto zero de energia em Portugal?

Todos os dias assistimos no telejornal a novos recordes do preço do petróleo, seja derivado da instabilidade no médio oriente, seja por especulação, por causa de um déspota louco que demonstra o seu “poder” fazendo oscilar o preço do petróleo, ou devido a economias, algumas falsamente, emergentes que consumem grandes quantidades de energia nas suas indústrias, aumentando a procura para uma oferta que só diminui. Porque a verdade é que a este ritmo os combustíveis fósseis vão-se esgotando e o ritmo desse esgotamento é cada vez maior.


Alguns acham que este aumento do preço é positivo para que as pessoas gastem menos combustível. Mas o que acontece de facto é aumento do preço de todos os produtos, seja devido ao aumento do custo de produção, seja derivado ao aumento do preço do transporte, ou por ser um derivado do petróleo, caso das fibras sintéticas que vão desde o plástico comum ao poliester que está no nosso vestuário. Ou seja, o aumento do preço do petróleo influencia toda a vida do mundo ocidental, porque o preço do petróleo faz-se sentir em tudo, tornando-se cada vez mais urgente procurar novos modos de produzir energia de forma eficiente.

Claro que esta ideia não é nova e têm sido conseguidos alguns resultados que podem a vir a ser extremamente positivos num futuro muito próximo. Alguns países de forma a minimizarem a procura do petróleo, têm tido uma procura séria de sistemas energéticos renováveis que respeitam tanto o ambiente como o conforto. Sabendo que as habitações consumem 40% da energia do mundo ocidental, têm desenvolvido novos conceitos para a construção de imóveis. Edifícios que conseguem produzir a totalidade da energia que consomem e que vendem o seu excedente às redes públicas. Na Suécia, já um número considerável de edifícios foi construído a pensar neste conceito e os resultados têm sido obviamente fantásticos. Na Alemanha a procura destes sistemas tem sido também uma realidade e os edifícios de Werner Sobek recebem os maiores prémios, sendo a sua própria casa o paradigma da utilização eficiente de energia, consumindo zero da rede pública e sendo totalmente biodegradável. Ainda de referir mais dois exemplos de edifícios ecológicos, um na Índia em que a própria orientação foi planeada para ter um aproveitamento máximo ao longo do ano e que aproveita inclusivamente a água da chuva ou o caso da Coucil House em Melbourne que foi concebida para “copiar a ecologia do planeta”.

É evidente para isto funcionar têm que existir algumas condicionantes. Em primeiro lugar informação tem que ser fornecida aos consumidores e segundo a World Business Council for Sustainable Development essa é a grande falha actual. Outra condicionante é a formação dos construtores de forma a desenvolverem estas estratégias, uma mais valia certa para quem fosse pioneiro em Portugal. Depois outra condicionante e lamentavelmente em Portugal o grande entrave, os incentivos governamentais, prefere-se dar concessão para ventoinhas a grandes empresas para vender em telejornais com uma atitude ambientalista para “inglês ver”, do que dar benefícios ao cidadão comum que pretenda adoptar medidas realmente funcionais, é triste mas exemplos dos nórdicos só mesmo para o pagamento de impostos. Torna-se urgente tomar medidas reais e deixar de fazer as coisas a fingir, sob pena de mais uma vez não aproveitarmos tomar a dianteira de algo extraordinário que está em expansão. Para termos uma ideia clara do quão “desenvolvido” está este sistema em Portugal saibam que até 2007 a Soane Sierra foi o único grupo que usou este sistema, num centro comercial, o Colombo, ou seja desde 1998 até hoje existe um único edifício que produz toda a energia que consome e que consegue vender à rede pública, foi um bom principio mas manifestamente insuficiente.

António Manuel Guimarães

quarta-feira, dezembro 05, 2007



Noticia Extra

Foram conhecidos hoje, mais dois estudos sobre a problemática da localização do novo Aeroporto internacional de Lisboa.
A Associação Empresarial de Badajoz apresentou um estudo, elaborado pela insuspeito Instituto de Engenharia de Madrid, que defende a utilidade da construção do novo aeroporto de Lisboa em Badajoz. Entre as vantagens apontados, esta patente a centralidade da localização, servindo esta, de interface ibérico, e a possibilidade da redução dos custos de construção por via da criação de um consórcio de capitais ibéricos, liderado pelos empresários agrícolas espanhóis do Alqueva.
O segundo estudo, apresentado pela câmara de comércio do queijo limiano, apresenta como hipótese credível a localização da nova infra-estrutura aeroportuária no concelho de Ponte de Lima. Entre as principais vantagens estão o fomento da internacionalização da economia portuguesa por via da implementação de um cluster dos lacticínios e pelo desenvolvimento do turismo rural.

António Cipriano