domingo, fevereiro 25, 2007

A solução de génio

Ao contrário do que podem pensar, este governo não anda a tomar decisões erradas, pelo contrário, são ousadas. O encerramento das Urgências hospitalares está directamente ligado ao facto dos professores passarem a ter nota zero se faltarem 9 vezes. O segredo é agora revelado: as urgências vão abrir nas escolas. Quando um(a) professor(a) tiver uma doença ou tiver uma gravidez, poderá ficar a dar aulas na Escola/Urgências, os alunos recebem um cartão de acesso e podem subir e ter aulas na sala de aula/unidade de cuidados intensivos. Já estou a imaginar uma professora a dar a aula enquanto está a dar à luz ou, quem sabe, se não quiser ter esse trabalho, fazer uma IVG, ali mesmo. Imaginemos o dinheiro que se poupa só em instalações. É de ideias inovadoras como esta que vão fazer de Portugal um país grandioso.

PP


Nome de Código Sintra

Por norma sempre que se fala de ficção portuguesa fico necessariamente com o pé atrás. À verdade é que nos ultima década a ficção portuguesa tem se resumido as novelas provincianas, lamechas, de argumentos frágeis e previsíveis da TVI, ou quanto muito às Floribelas da SIC para o qual não há paciência.
Contudo, ao contrario do que seria de expectável, descobri um pouco por acaso, um serie de ficção portuguesa de excelente qualidade. Falo de serie “Nome de Código Sintra” que passa na RTP1. Trata-se de uma adaptação contemporânea do Livro “Mistérios da Estrada de Sintra” de Eça de Queiroz e Ramalho Ortigão. Toda a trama gira em torno de dois homicídios distanciados temporalmente por 200 anos, que ocorreram na mesma casa, ambos envoltos em mistério. Em cada episodio os mistérios, as traições, as revelações surgem em catadupa, não deixando ao espectador um minuto de aborrecimento.

Estranhamente a RTP, não promove a serie, mudando constantemente o horário e a dia de emissão. A única certeza e que esta passa independentemente do dia, sempre por volta da meia noite.

Se tiverem tempo não deixem de acompanhar esta serie, é claro se conseguirem desvendar o mistério do dia sem que passa na RTP

António Cipriano
O Fenómeno de Popularidade.

Nos últimos dois anos de governação pseudo-socialista, temos assistido a um fenómeno estranho. Este é um governo que vive do anúncio de grandes obras, obras que ninguém vê, nem sequer as movimentações para que surjam.
Nos dois últimos “Verões” o país assistiu às maiores vagas de incêndio de sempre, enquanto o primeiro estava de férias, em vez de estar a tomar o controlo da situação e fazer o seu trabalho e este ano quase que posso afirmar que vamos ter mais do mesmo (tomara que me engane).
Melhoras da crise nem vê-la, vemos sim é o aumento dos preços dos bens de primeira necessidade, que aumentaram em proporcionalidade com a actualização do ordenado mínimo. Aumento das propinas das universidades, aumento do preço dos combustíveis, aumento do pagamento de impostos directos ou seja, aumentos em tudo…ou quase, porque os salários não aumentaram.
Ao nível da saúde, vimos maternidades a fechar e bebés a nascer em Espanha, o que será bom para eles dentro de uns anos, altura em que podem requerer a nacionalidade espanhola por “Jus soli” e fugir do caos que Sócrates está a semear. Urgências a fechar e pessoas a morrerem por não chegarem a tempo ao primeiro posto de socorro e não me consola muito a desculpa do governo de que essas pessoas estavam num estado muito grave e que as possibilidades de salvação eram praticamente nulas, bem com distâncias de 6 horas para 200Km são mesmo nulas. Ainda no que respeita à saúde, o fim de grande parte das comparticipações, obrigando os portugueses a pagarem mais para poderem simplesmente viver.
Ao nível da educação, o governo tem estado numa luta incessante para mostrar números à U.E. O custo é o facilitismo crescente para forçar as progressões académicas e o preço será um dia pago por todos, quando estes meninos chegarem ao mercado de trabalho.
Temos ainda ao nível do trabalho, a maior taxa de desemprego desde que a democracia renasceu no nosso país, com uns fantásticos 8,2%, como lembrou o António Cipriano.
Ao nível geral este é um governo que mente, que não se preocupa com aquilo que deveria interessar mais, os cidadãos. Um governo que não cumpre uma palavra do que disse no seu programa eleitoral.
Tudo isto e muito mais é visível e o resultado é….o aumento da popularidade do governo. Bem sei que a oposição mostra pouca dinâmica. Mas a verdade é isso só por si não justifica este fenómeno de popularidade. Aquela que para mim é a “Explicação” deste fenómeno, é o facto do primeiro apenas aparecer para mostrar o que é agradável ao ouvido (porque obras feitas é impossível mostrar simplesmente porque não existem), porque nas asneiras deste governo, que são mais que muitas, nem vê-lo. Ficando os ministros a justificarem-se sozinhos, porque o primeiro fica ao largo, não se confunde com os seus serviçais e vai salvando a face perante o eleitor incauto. Esse será para mim o grande segredo deste governo e diga-se, é uma jogada política de mestre, que trará resultados amargos no futuro mas que para já salva o primeiro de ser corrido. Bastava fazer uma avaliação individual de cada ministro para vermos que certamente a popularidade não é afinal tanta e veríamos que quase todos estão mesmo ao nível da fossa das Marianas. Mas isto não interessa aos meios de comunicação e este governo ficará no poder, pelo menos até as pessoas abrirem os olhos e avaliarem se de facto estão melhores do que nos governos anteriores.

António Manuel Guimarães

sexta-feira, fevereiro 23, 2007

8,2 %

8,2, o que representa? Uma nota artística? Um número místico? Uma taxa de alcoolemia?
8,2% - Taxa de desemprego apurada pelo INE no quarto trimestre de 2006, a qual representa o valor do desemprego mais elevado das ultimas décadas.
Infelizmente representa a prova cabal da incompetência de Manuel Pinho, ministro da economia em especial, e do governo em geral.
António Cipriano

sexta-feira, fevereiro 16, 2007

Lapas

Era uma vez um pequeno ser, da família dos moluscos, mais propriamente uma lapa de nome Carmonax, que apesar da intempérie, resistia, procurando por todos os meios continuar fixa à rocha do Poder.
O mar era cada vez mais revolto, as ondas e os predadores marinhos “SáFerndandus” e a raia "NogueiraPitex," aguçavam os dentes em torno do petisco. Pouco a pouco os irmãos da lapa Carmonax, a amêijoa GabriSeara e a mexilhão Fontãocarvalhex acabam por ceder, caindo no vácuo oceânico denominado de corruptunel. A esperança de Carmonax era a protecção do cherne MarquesPentex. Mas este já começava estar cansado das fraquezas de Carmonax..
Este resistia, mas até quando............
António Cipriano
Laxismo no Ensino

Existe um dito popular que nos diz que “de pequenino é que se torce o pepino”, e como usual os provérbios tem imbuindo um saber ancestral, que devem nortear a nossa sociedade.
Se de facto se desejarmos uma sociedade de cidadãos responsáveis, competentes e produtivos, então esses valores tem de ser incutidos desde cedo nas populações.
Após a família, a escola é o primeiro desafio socializante de qualquer criança. Compete ao sistema de ensino a construção de adultos responsáveis e produtivos. Isso só é possível fomentar com uma cultura de exigência e trabalho, e não de laxismo ou facilitismo. Contudo, os políticos e em especial o actual governo preferem em vez de prepararem o futuro, privilegiar o populismo do curto prazo por via do facilitismo. A introdução de provas globais e exames foi uma conquista difícil mas essencial à cultura de rigor. Todavia a actual ministra da educação resolveu eliminar as provas globais do 9º ano. Mais um tiro no sistema, infelizmente tão típico dos socialistas!!!!!
António Cipriano

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

Muda de Vida

Agora que terminou a discussão em torno do aborto é o momento dos nossos políticos mudarem de vida e começarem a discutir os verdadeiros problemas do país: Desemprego; competitividade, educação e justiça


António Cipriano

sexta-feira, fevereiro 09, 2007

Fecho das Urgências


Hoje, o Estado tem de ter um papel mais restrito, mais numa perspectiva de entidade reguladora, do que actor participante nas dinâmicas sociais e económicas. Todavia, este modelo de estado não implica a desresponsabilização social deste. O Estado continua com a missão de contribuir activamente para minorar as diferenças sociais, procurando promover a igualdade de oportunidades entre todos os cidadãos. Assim sendo, o Estado tem de continuar a assegurar um sistema de ensino e de saúde público, de acesso universal.

Acontece que o actual governo no âmbito da sua política de saúde, esta claramente a fugir às suas responsabilidades sociais, nomeadamente no que diz respeito ao acesso aos cuidados de saúde. Não é aceitável, nem razoável, que por meros critérios economicistas se fechem urgências hospitalares a torto e a direito, sem olhar as necessidades das pessoas. Se de facto existem problemas nas finanças publicas, estes devem ser corrigidos cortando nas gorduras que não são essenciais em múltiplos serviços do Estado. Agora cortar num dos valores fundamentais do Estado de direito – o acesso à saúde, não é aceitável nem socialmente justo.
Como agravante, as urgências previstas para encerrar são as localizadas maioritariamente no interior do país, onde o envelhecimento é maior. Agrava-se assim as desigualdades entre o interior e o litoral, condenando-se em especial, os mais velhos e mais necessitados de cuidados de saúde, ao esquecimento. E quem se responsabiliza por alguma morte que eventualmente possa existir por falta de cuidados de saúde? É este o modelo do estado social deste governo? Ainda por cima de um governo que se diz socialista?
Se isto é o socialismo, então mais vale o colocar de novo na gaveta!!!!!
António Cipriano

terça-feira, fevereiro 06, 2007

Estão a tirar-me o prazer todo do acto...

Para mim, sexo era um puro prazer, algo para ser desfrutado e aproveitado mas, depois de ver os mais de setenta comentários no post do mapa, confesso que só de pensar em sexo fico com náuseas pelas dúvidas que me levantam:
- Estou a fazer um acto terrorista por não ser casado e usar preservativo? Não quero ir parar ao Inferno!
- Se ela engravidar e abortar, serei um terrorista?
- Se ela engravidar, qual o impacto que eu estarei a fazer no PIB do meu país? Será que estou a aumentá-lo?
- E será que pode levar a um aumento da taxa de criminalidade?
- Quem vai ganhar o próximo Nobel da Paz?
- E o próximo Nobel da Economia?
Epá, são já perguntas a mais, não se admirem que eu da próxima vez que esteja a fazer sexo, pare o acto e telefone ao João Pedro e ao NCD a dizer que já me estragaram o dia.
Ainda não referi mas todos os tempos de antena e campanhas sobre o aborto enjoam-me. Vejo professores universitários a dizer que são "pelo NÃO pela liberdade da mulher", ora liberdade tem a ver com o direito de fazer escolhas. Qual a sua liberdade votando não? Para que não restem dúvidas, sou pelo SIM, mas esta é a primeira e única vez que abordo um tema que sempre evitei escrever. Este tema será sempre polémico e infindável, pois como dizia o Herman José "as opiniões são como as vaginas, cada um tem a sua e quem quer dá-la, dá-la!"
PP

domingo, fevereiro 04, 2007

Referendo

NÃO, se eu pudesse votar neste referendo seria essa a minha escolha. As razões são muito simples, primeiro porque sou a favor da vida, depois porque a pergunta é muito falaciosa e deveria ser algo como “É a favor da liberalização da IVG?”, porque efectivamente é isso que pretende, liberalizar a IVG.
Eu sou efectivamente contra o facto de uma mulher ser presa e felizmente em Portugal não há uma mulher presa que seja por ter abortado. Sou a favor sim, que as “abortadeiras” sejam presas, da mesma forma que todos quantos façam pressão para que uma mulher aborte. Mas uma mulher que está sobre pressão já vai sofrer para o resto da vida, devido ao peso da vida que tirou.
Termino dizendo que aqueles que justificam o seu sim dizendo que o sim é para defender a saúde pública, eu digo, estão muito confusos. Caso de saúde pública era impedir que o governo andasse a fechar maternidades. Tal como seria impedir que o governo encerrasse urgências só porque dão prejuízo. Era também impedir o roubo que são as taxas moderadoras. Mais, impedir que pudessem ter acabado com quase todas as comparticipações nos medicamentos (ver um idoso a chorar na Venézia por não poder pagar os comprimidos para o coração é muito triste). E ainda impedir que os deficientes que recebem acima de 900€ mensais pagassem impostos. Tudo medidas economicistas e de repente o governo diz que comparticipa IVG´s em clínicas privadas. O que me faz pensar que todas as medidas não servem para poupar, mas sim para pagar abortos.

António Manuel Guimarães