sábado, abril 26, 2008

PREC

No periodo logo após o 25 de Abril, existem muitos episodios caricatos. A Reforma Agraria é um deles.

António Cipriano

34 Anos Depois

Como todos os anos também neste festejo o 25 de Abril. Longe das vozes criticas que confundem o 25 de Abril com a balbúrdia que se seguiu durante os onze anos subsequentes. Longe daqueles que dizem que o 25 de Abril falhou, que falhou o socialismo e que Portugal perdeu uma grande oportunidade, mas que felizmente acabaram os massacres em África. Longe também daqueles que dizem que o 25 de Abril foi um erro, que as coisas deveriam mudar mais lentamente. Ou também que o 25 de Abril é exclusivo da esquerda, particularmente daquela esquerda que queria substituir uma ditadura por outra.
O 25 de Abril é de todos os portugueses independentemente da sua cor politica desde que essa cor tenha a liberdade como ponto fundamental da sua filosofia e não foi um erro, foi um golpe necessário, que foi preciso fazer para pôr fim a 46 anos de Ditadura que estava mais que sedimentada. Não foram só militares em Lisboa, eles sem dúvida nenhuma começaram, mas foi o povo que lhe deu alma e que se tornou uma peça fundamental para o sucesso da operação e que a tornou numa verdadeira Revolução.
Hoje 34 anos depois vejo o 25 de Abril como algo que não devemos esquecer, não devemos esquecer o dia e muito principalmente como se vivia em Portugal até à data. Devemo-nos lembrar que não era possível criticar negativamente o governo, que ao faze-lo arriscávamo-nos a passar uns dias, ou uns anos de sofrimento nas mãos da DGS (PIDE). Que todos tinham que ser “educados” pelos moldes que vinham desde 1933, não me enganei disse educados porque instrução era só para alguns. Nos últimos treze anos do Estado Novo, começa uma guerra sem sentido, e embora eu negue todas as culpas apenas para o lado Português afirmando que infelizmente houve massacres mas que eles foram de parte a parte e tanto quanto se sabe a UPA deu o primeiro passo, tenho que dizer que era mesmo uma guerra que já não se justificava, todos os outros países europeus já tinham saído, só faltava mesmo o orgulhoso e só Portugal.
Infelizmente vejo um cenário negro do ponto de vista politico, temos assistido a um retrocesso nas conquistas de Abril, com a desculpa de tornar Portugal “competitivo” e cada vez mais igual aos restantes países europeus, esquecendo as especificidades que nos tornam um povo próprio. Vejo alguns herdeiros de partidos que participaram na democratização de Portugal a afogarem a essa mesma democracia, partidos ditos socialistas que parecem partilhar alguns pontos comuns com o Estado Novo. Surge de uma forma velada algumas “pequenas” censuras, “pequenas” manifestações de intimidação, recordando o período pré 28 de Maio de 1926, em que estas “pequenas experiências” se transformaram em grandes e monstruosos costumes. Eu julgo que o povo do meu país não se resignará, pois se um dia abdicar da vigilância que a liberdade exige, o estado volta a ser “novo”.
As minhas palavras podem estar confusas, foram escritas com emoção, como sempre que ao falo do 25 de Abril, porque me emociono sempre que recordo que quando meu povo quer faz o que é preciso para grandes conquistas e nenhuma conquista é maior que a liberdade.
Viva o 25 de Abril, Viva a LIBERDADE!

António Manuel Guimarães

quarta-feira, abril 23, 2008

Tratado de Lisboa


É hoje aprovado no Parlamento o Tratado de Lisboa, com vista a sua ratificação pelo Presidente da Republica.
Quantos de vós leram o tratado de Lisboa? Muito Poucos!! Eu li. O texto é similar em muito, ao Projecto de Constituição Europeia, com a agravante que em termos jurídicos, ao consistir num remendo de dois tratados, ser um texto pesado e complexo, não recomendável a não juristas. Mas também não me parece muito importante a leitura do texto à generalidade dos cidadãos. Em traços largos, o Tratado de Lisboa é um contributo substancial para o reforço do projecto de construção europeia, assente não na ideia errada de perda de soberania, mas sim no conceito de partilha de soberania. Com o Tratado de Lisboa, terminam as presidências rotativas, é criado o cargo de Presidente da UE e o cargo de alto representante para a política externa, ocorrendo simultaneamente um reforço das decisões que são tomadas por maioria qualificada.
É o caminho da Europa e de Portugal, deve ser o da construção Europeia? No meu entender, obviamente que sim. No mundo globalizado, cheio de ameaças e de novas potencias económicas e politicas, a Europa e Portugal apenas podem sobreviver e manter a sua importância, por via de uma cooperação intra-europeia, de reforço das posições comum, em torno do conceito de bloco político-económico.
António Cipriano

sábado, abril 19, 2008

Hora da Verdade

No PSD nos últimos anos tem vivido sob uma inércia de responsabilidade última dos seus melhores quadros. De facto as suas elites numa atitude de profundo individualismo, tem-se limitado a olhar para o umbigo dos seus interesses pessoais. Com a sábia e mais que necessária demissão de Luís Felipe Menezes, abriu-se uma janela de oportunidade para um novo projecto para o país. Ora, chegamos agora ao momento da verdade!!! O partido e o país não aceitam que Rui Rio, Marcelo, Ferreira Leite, e outros, continuem na penumbra do seu individualismo. E altura de avançar, a bem do país.
Se estes não avançarem, então que se calem para sempre.
António Cipriano


Le Roi est Mort, Vive le Roi
Nada se aplica melhor a Menezes do que o provérbio popular “Quem com ferro mata, com ferro morre”. Menezes durante meses criticou, minou, atraiçoou, cobardemente Marques Mendes. Agora caiu, provando o seu próprio veneno. Mas, para sermos justos, a sua queda deve-se a estratégia de comentadores, opositores, mas também em muito, à sua inércia, falta de estratégia, visão política e razoabilidade.

António Cipriano

domingo, abril 13, 2008

MMA

Um post um bocado diferente (aham). MMA, diminutivo para Mixed Martial Arts, é um desporto ainda recente, que tem tido um crescimento exponencial nos últimos anos. Para dar uma ideia, em 2007, nos EUA este desporto gerou pela primeira vez um total de receitas (tv, bilhetes, merchandising, publicidade, etc) superior quer ao do boxe, quer ao do wrestling. No Japão é o 2º desporto, também em termos de receitas, ficando apenas atrás do futebol.

A ideia original foi muito simples. Um praticante de judo é superior a um de greco-romana? Um karateca consegue bater um pugilista? Um kick-boxer é superior a um lutador de sumo? E por aí fora. A ideia foi colocar lutadores de diferentes disciplinas num ambiente de luta comum, com regras que permitem realmente determinar qual o melhor estilo de luta, na prática.

A conclusão que cedo surgiu é a de que nem todas as artes marciais servem em lutas reais. Artes marciais como o karaté, aikido, taekwondo ou kung fu ficam bem em filmes, mas são praticamente inúteis numa luta real.

Quando um praticante de BJJ conseguia levar um pugilista para o chão, o pugilista ficava em apuros; por outro lado, quando o pugilista conseguia manter a luta em pé tinha garantia de vitória. A evolução neste sistema, em poucos anos, foi tal que hoje falamos em lutadores híbridos. Ou seja, para sobreviver no actual panorama de MMA, os lutadores passaram a fazer cross-training nas disciplinas que são realmente eficazes num ambiente de luta: boxe, kick-boxing e muay thai em termos de striking, greco-romana/ freestyle wrestling e brazilian jiu-jitsu em termos de grappling.

Sem entrar nas regras em detalhe, os combates desenrolam-se com um esquema de rounds, sendo a vitória alcançada por KO ou KO técnico, por submissão (estrangulamentos ou torções de membros) ou por pontos (juízes).

Para dar uma ideia, seguem-se 3 vídeos. Dois são de highlights diversas e o outro refere-se ao campeão heavyweight (>93 kg), Fedor Emelianenko.







João Pedro

sábado, abril 12, 2008

Stand Up Parlamentar

Quando eu soube, na altura da formação do governo socialista, que Augusto Santos Silva seria o Ministro dos Assuntos Parlamentares tive alguma esperança que esse fosse um dos ministros que iria dignificar o governo Sócrates. Estava errado, Augusto Santos Silva ao longo desta governação tem vindo a mostrar o seu carácter político. Mostra uma falta de princípios a toda a prova, uma argumentação vazia, da mais básica e reles possível, roçando, por vezes, a falta de educação.
No início não passava de ser o “espírito santo de orelha” de alguns ministros menos capazes, umas risadas, e algumas bocas menos felizes, mas ainda assim não descia muito o nivel. Mas depois da mudança do modelo parlamentar Augusto Santos Silva ganhou mais visibilidade e o que se passa é o seguinte: cada vez que a oposição questiona o governo na pessoa do seu representante, este responde quase sempre com bocas e piadas de muito mau gosto, ou seja, prefere a injuria a responder seriamente a uma questão sobre a governação em Portugal. Quando é o principal partido da oposição a questionar, então ai não falha, lá vem graçola e a culpabilização do anterior governo, até sobre as urgências é capaz de responsabilizar os outros, mas respostas sérias…nem ouvi-las.
Pena tenho que ninguém lhe dê uma resposta como Nuno Melo deu a Marcos Perestrello, representante do PS no programa da RTP1 “Corredor do Poder”. O popular depois de passar meio programa a ouvir o socialista a dizer “está enganado” fartou-se e disparou visivelmente chateado: -Eh pá, ó Marcos, eu já estou farto de cada vez que estou a falar que diga que eu estou enganado, se não tem nada inteligente para dizer deixe-me falar sem me interromper com essa conversa, que aliás, não é nada própria deste programa. O socialista enfiou a viola no saco e durante o resto do programa esteve visivelmente embaraçado e notava-se um certo ar de birra, sem conseguir fazer mais comentário nenhum. Mostrou assim que o discurso dos socialistas não passa de boquinhas e piadolas e quando alguém sério os desarma, eles ficam sem reacção, mostrando que não têm uma ideia construtiva, ou coragem para dar uma resposta seria a quem os questiona sobre os seus fracassos.
Augusto Santos Silva deveria ter também alguém que o chamasse à razão no Parlamento, que lhe dissesse para deixar de fazer da Assembleia da Republica o seu palco de Stand Up, até porque a qualidade da sua comédia é ao nível do Fernando Rocha mas sem os palavrões, mas com a mesma piada, ou seja, nenhuma.

António Manuel Guimarães

quinta-feira, abril 10, 2008



Silêncio Ensurdecedor

As presidências do Zimbabwe ocorreram já à 12 dias, contudo os resultados insistem em não sair. Todos sabemos o que o que se passa. Robert Mugabe prepara-se para mais uma vez vilipendiar o povo do Zimbabwe, com mais uma fraudulenta vitória nas eleições.
Perante este triste cenário de sofrimento e angustia do povo do Zimbabwe, a comunidade internacional pouco ou nada faz. Em especial a África do Sul, país de elevados laços históricos com o Zimbabwe que insiste em dar protecção ao execrável regime de Zimbabwe. Mas existem outros protectores de Mugabe, com as democracias Angolanas, do Gabão ou do Uganda.
Até quando África será assim?

António Cipriano

quarta-feira, abril 02, 2008



A falácia dos Biocombustíveis

Num momento em que o preço do preço do petróleo atinge valores históricos, os Biocombustíveis são vistos por muitos como a “pedra filosofal” para os problemas energéticos do mundo. Segundo estes, os Biocombustivies trazem vantagens a dois níveis. A montante, permitem a diminuição da dependência face ao petróleo. A jusante, possibilitam um aumento substancial do rendimento dos agricultores, e dos países do terceiro mundo (produtores quase exclusivamente de matérias-primas).
Todavia, este dois principais argumentos pode ser facilmente desmontados.
Quanto à questão da dependência, a área arável na Europa é imensamente escassa, o que inviabiliza a produção da quantidade de Biocombustíveis necessários para se poder erradicar o petróleo. Quanto muito, os Biocombustíveis apenas permitiam a substituição da dependência energética do médio oriente, para a América do Sul ou para África.

A um segundo nível, o aumento da procura por cereais, leva a que o preço destes aumente exponencialmente (em 2007 o preço do milho aumentou 130%). Consequentemente os agricultores vão utilizar toda a área arável para o cultivo dos Biocombustíveis, deixando de produzir os outros bens essenciais às dietas alimentares. Nos países mais pobres onde o rendimento per capita é excessivamente baixo, as populações deixam de ter capacidade económica para adquirir os cereais essenciais a sua dieta. Ora a primeira e mais gravosa consequência é a fome. Veja-se o caso do México em que grande parte da dieta alimentar se baseia na tortilha (prato típico feito à base de milho) em que já ocorrem manifestações e convulsões sociais pelo agravamento exponencial do preço do milho.

Biocombustíveis são sinónimo, de novas dependências, fome, desigualdades sociais e destruição do meio ambiente. É capaz de não ser este o caminho!!!!!
António Cipriano