quinta-feira, janeiro 31, 2008



Le Roi Est Mort, Vive Le Roi


O País esta aliviado!!!! O carrasco do Serviço Nacional de Saúde
deixou-nos.
Para trás ficam três penosos anos, de atropelos a um dos direitos basilares, constitucionalmente protegido – O Direito à Saúde.

Da nova ministra, nada conheço, mas será com certeza impossível fazer pior.
António Cipriano

terça-feira, janeiro 29, 2008

Em vias de Extinção

Até a bem pouco tempo os Notários nada mais eram, de que mais uma classe jurídica, que exercia as suas funções no âmbito do funcionalismo publico. O estado numa perspectiva de privatização do notariado, incentivou, estes profissionais a iniciaram funções como Notários privados. A generalidade dos Notários aceitaram o desafio. Compraram ou arrendaram espaços, contrataram pessoal, adquiriram equipamento.
Todavia de um momento para o outro, o estado que os incentivou a abandonar a função publica, resolveu tirar o tapete a este profissionais. Gradualmente vem esvaziando as funções destes, sob o argumento da simplificação administrativa. A machada final, segundo o noticiado na imprensa, esta para breve. O governo pretende acabar com a obrigatoriedade das escrituras publicas na compra de imóveis. Estas são substituídas por um documento particular devidamente certificado por um advogado ou solicitador, seguido do averbamento na conservatória do registo predial. Sem as escrituras de compra e venda, para que servem os Notários ???
Má fé e injustiça, é o mínimo que se pode dizer deste comportamento do estado.

António Cipriano

segunda-feira, janeiro 21, 2008

Boavista


Há cerca de dez anos atrás, para além dos três grandes crónicos do futebol português, havia sempre um lugar reservado à partida, nas competições europeias para o Boavista, bem como uma ou outra final da Taça de Portugal. Todos os finais de época, a equipa fazia uma venda para os grandes que permitia um encaixe financeiro significativo de modo a preparar a equipa para a época seguinte. Artur para o FC Porto, Costinha e Lemajic para o Sporting, João Pinto, Isaías e Nuno Gomes para o Benfica, entre muitos outros. De repente, veio a primeira vitória no Campeonato Nacional, com uma equipa que dava tudo em campo mas que a qualidade não abundava e, de lá para cá, sairem bons jogadores para os grandes, nem ver, assim como as idas às competições europeias. Qual o cenário actual para o Boavista? Muito mau. Em risco de despromoção na 1ª Liga e eliminado da Taça por uns concludentes 4-1 pela Naval. Financeiramente também não estão melhor, de alguns meses para cá é ver passes de jogadores a ser penhorados. Jogadores que ninguém quer, ao contrário do que passava à algumas épocas atrás. O que levou a esta mudança?
PP

domingo, janeiro 13, 2008



Os Perigos dos Nacionalismos

A história da Europa é um aglomerado de conflitos fratricidas de índole religiosa, cultural e étnica. O principal responsável pela conflitualidade endémica europeia foi em grande medida o Nacionalismo. Após séculos de conflitos, que culminaram na segunda guerra mundial, os europeus compreenderam a necessidade de colocar um travão aos nacionalismos, optando por uma estratégia de cooperação assente num processo de integração europeia que procura-se colocar sob o mesmo chapéu, os interesses de cada povo, sem colocar em causa o caldo cultural judaico-cristão que une a generalidade das nações europeias.
De 1951 até aos dias de hoje, a integração europeia trouxe paz, tranquilidade e prosperidade económica. Todavia, por estranho que parece os nacionalismos apesar de adormecidos, nunca se esvaziaram por completo. Os Balças foram o espelho do anacronismo dos nacionalismos nos anos 90. Mas a Europa não aprendeu. Assiste-se hoje a um preocupante ressurgir dos nacionalismos. Primeiro no Kosovo, em Espanha com o País Basco ou a Catalunha, e a recentemente e não mesmo preocupante, a situação Belga. O Kosovo, que incompreensivelmente se prepara para a declaração de independência, será um precedente inaceitável responsável pela abertura da caixa de Pandora de múltiplos conflitos políticos, europeus e extra-europeus.
A Bélgica, independente desde 1830., é o resultado de uma sucessão de acontecimentos históricos conturbados, sendo constituída por duas comunidades absolutamente díspares: os Flamengos e os Valões, com diferenças profundas ao nível cultural e linguístico. No momento actual vive-se um profunda crise política assente nas desconfianças entre as duas comunidades que ameaçam a própria existência do país. Será que a Europa não apreende!!!
António Cipriano

domingo, janeiro 06, 2008



Rali Lisboa - Lisboa

- Jarbas!!!! Jarbas!!!!

- O que foi senhor?

-Faz as malas depressa que veem ai o Bin Laden!!!

António Cipriano

sexta-feira, janeiro 04, 2008

Obama, 1 – 0

Kick-off das primárias das presidenciais norte-americanas, um longo e tortuoso processo, perfeitamente incompreensível à luz da vivência democrática europeia.

O estado de Iowa é um estado que elege pouquíssimos delegados nas presidenciais propriamente ditas. Por essa razão, os candidatos presidenciais nem costumam visitar o estado durante a campanha. Situação completamente diferente durante as primárias. Nessas primárias, Iowa continua a eleger um número negligenciável de delegados, mas a diferença é que é o primeiro estado a ter eleições (ou melhor, não são eleições, são “caucuses”, uma perfeita aberração eleitoral, principalmente do lado do Partido Democrata; mas adiante, adiante). Como é o primeiro estado isolado a ter este processo, o que é que isso pode significar? (e geralmente significa)

Candidatos com diminuta expressão eleitoral nas sondagens podem apostar neste estado (dinheiro, tempo, equipa, etc) e, se ganharem, podem beneficiar de um efeito de bola de neve (caso do John Kerry em 2004, que antes de Iowa e New Hampshire estava em 4º lugar nas sondagens nacionais – do lado Democrata). Por outro lado, candidatos muito bem colocados, à partida, se perderem Iowa podem ver-se fora da corrida (recorrendo novamente a 2004, foi o que aconteceu ao Howard Dean). Ainda é cedo? Sim, é. Antes da “Super Tuesday” é prematuro apostar decisivamente num determinado candidato.

Mas duas coisas podemos retirar do que aconteceu ontem:

- Do lado democrata há 3 candidatos com aspirações reais à nomeação: Barack Obama, Hillary Clinton e John Edwards. O 3º lugar da sra. Hillary não augura boas coisas, até porque Obama ganhou destacado e com facilidade. Prognóstico: se Obama ganhar daqui a 4 dias em New Hampshire (aí já são eleições «normais», não “caucuses”), os candidatos democratas não chamados “Edwards” ou “Clinton” começam a desistir a favor de Obama e a coisa fica composta para o senador de Illinois. Muito claramente: o Obama neste momento tornou-se um caso muito sério, não só em relação à nomeação, mas em relação à candidatura à presidência propriamente dita. Pormenor: Obama ganhou folgado num estado cuja esmagadora maioria da população é caucasiana;

- Do lado do GOP (Republicanos), a situação é mais delicada. Romney e Huckabee foram os grandes apostadores em Iowa (Romney ganhou o Iowa straw poll, uma coisa perfeitamente ridícula e arcaica), e o evangelista acabou por ganhar. Huckabee é conhecido por 2 coisas: ter perdido muito peso em pouco tempo (era obeso) e ter o apoio em peso da comunidade evangelista (pronto pronto, e em ter o apoio "precioso" do Chuck Norris). Os candidatos mais “sérios” do lado do elefante tiveram resultados modestos (John McCain, Fred Thompson, Rudy Giuliani; este último, principalmente, teve um resultado que roça o absurdo). Estes 3 continuam a ser os candidatos mais prováveis ou Huckabee acabou de se colocar em boa situação para disputar a nomeação com 2 desses 3? Difícil de ler, mas parece-me que o milionário Romney e Giuliani acabaram de ficar em péssima situação. Por cada dólar que Huckabee investiu em Iowa, Romney investiu 10.

Anotação: a "spokesperson" da campanha de Obama é a Oprah. Parece-me um bocado forçado que, como resposta, a senadora Clinton tenha ido buscar como porta-voz da sua campanha (para além da omnipresença de Bill Clinton) o Magic Johnson (para além de que se deve estar a roer pelo facto de Hollywood em peso estar a apoiar Barack Hussein Obama).

E venha New Hampshire.

(acabei de dar seca?)

João Pedro