sexta-feira, outubro 31, 2008

Feira na Cimeira Ibero-Americana

Começou mais uma cimeira Ibero-Americana e claro está que o assunto que domina toda a cimeira é a crise económica mundial. Evo Morales fala da crise, Lusa da Silva fala da crise, Zapatero fala na crise e José Sócrates? Bem, Sócrates arma-se em feirante e fala no Magalhães e oferece um a cada líder presente enquanto inventa um pregão e diz que o “Magalhães é como o Tintim pois é dos 7 aos 77 anos”. E ainda diz estilo de comédia que para vencer a crise é preciso apostar e investir na educação, é cómico porque vindo do politico que mais desinvestiu na educação em Portugal nos últimos 40 anos que agora, como se não bastasse o que partiu e desfez durante 3 anos, quer terminar com as reprovações até ao nono ano demonstrando que não basta toda a pressão para terminar com as reprovações e de ter criado os currículos alternativos onde não se reprova e que dentro de meia dúzia de anos vão ultrapassar os currículos normais, devido ao aumento que se verifica de ano para ano.

Sócrates oferece Magalhães porque durante esta legislatura este brinquedo deve ser a única coisa que o deixa orgulhoso, especialmente porque o Tintim azul sempre dá para usar o PowerPoint e mostrar os slides que Sócrates usa para mostrar o país virtual e justo que só existe na sua imaginação, porque as politicas dos socialistas só serviram para tornar o Portugal real num país mais caro, mais inseguro, com mais desemprego, mais desigual e com uma pior educação.


António Manuel Guimarães

quinta-feira, outubro 30, 2008

Go OBAMA

Confesso que não consegui verdadeiramente compreender o projecto politico de Obama. Mas Obama representa um sentimento de esperança e de confiança num mundo melhor, necessariamente diferente da visão republicana de Bush.
Nem que seja só por isso, é merecedor da minha confiança.


António Cipriano

terça-feira, outubro 28, 2008



20.000 Visitas


Esta semana ultrapassamos as 20.000 visitas.
A todos os nossos leitores, o nosso obrigado por compartilharem o vosso tempo connosco.

António Cipriano

segunda-feira, outubro 27, 2008

José Mota, um treinador ignorado até quando?

Parece fácil escrever este post agora, depois da vitória de sábado no Dragão, mas acreditem, este post era para ter sido escrito à alguns meses atrás. Falta de tempo e, confesso, muitas vezes de vontade levaram-me a não escrevê-lo antes. Vou até precisar quando queria escrever este post, no início da época passada, em que José Mota dava uma entrevista ao Jornal Reccord, sobre as dificuldades de um clube como o Paços de Ferreira e como eram feitas as suas contratações. Fiquei maravilhado pela entrevista, confesso. José Mota, pela entrevista, não embarca em contratações de video, vai ao Brasil por considerar que é um mercado ainda viável para os clubes médios portugueses, observa e contrata desconhecidos mas que apresentam qualidade. Quanto aos métodos de treino, não posso dizer pois nunca observei, mas que os jogo das equipas de José Mota apresentam qualidade futebolística, isso ninguém duvida. Para mim, a vitória de sábado no Dragão por 2-3 (só não sendo por 2-4 por um golo mal anulado) veio abrilhantar a sua carreira, embora tenha sido uma vitória sobre Jesualdo Ferreira, um dos piores senão o pior técnico de toda a SuperLiga, para isso basta relembrar o comentário de Pinto da Costa sobre Jesualdo aquando da contratação deste, para vermos a sua manifesta incompetência: "Jesualdo é um técnico que temos vindo a observar à vinte anos." Ora, se ele fosse bom, não precisava de ser observado por 20 anos, teria chegado ao Porto muito antes e teria ganho mais títulos do que os que ganhou.
PP

domingo, outubro 26, 2008

Campanha Eleitoral Governamental

Neste orçamento apresentado a 14 de Outubro de 2008 Teixeira dos Santos afirmou que o governo iria manter as “grandes obras” de investimento público, ou seja, as obras para o Aeroporto Internacional de Lisboa em Alcochete e o TGV são para manter e quem as critica é por puro ataque de cariz eleitoralista. Isto não deixa de ter piada, num orçamento apresentado a menos de um ano das eleições, sendo o primeiro desta legislatura com um aumento de salário para a função pública superior à previsão da inflação, os actos de cariz eleitoralista segundo Teixeira dos Santos são os ataques da oposição às obras faraónicas do governo. Tem piada que ele não considera que a maior subida dos salários dos últimos anos como um acto de cariz eleitoralista, bem, ele deve ser o único que pensa que ninguém percebe que é esse o objectivo.
Outro belo exemplo de campanha dos outros foi uma proposta de lei apresentada por um deputado socialista que previa o matrimónio entre homossexuais, a esquerda em bloco votou favoravelmente, o centro e o centro direita votaram contra, assim o PS votou contra, alguns deputados apresentaram uma declaração de voto dizendo que eram a favor mas votavam contra, o Manuel Alegre votou mesmo a favor nem cavaco deu e borrifou-se para a disciplina de voto que impunha que os socialistas votassem contra. Ora se o PS apresenta uma lei, dizem em peso que são a favor e depois impõem a disciplina de voto para votar contra, ena, será que votaram assim por serem conservadores? Ou será que foi para não perderem uma data de votos nas próximas eleições?
Campanha fazem os outros, lá por o PS andar para ai a distribuir computadores por todos com grande pompa e circunstancia com o primeiro e o seu séquito sempre presentes, como isto não bastava lá nasceu o Magalhães, distribuído por uma empresa que alegadamente foge ao fisco, que é muito bom para os mais pequenos e que todos podem comprar por €50, este não deve mais uma medida ser para a campanha pois surgiu um ano e uns dois meses antes das eleições, o que demonstra seriedade.
Outra medida nada eleitoralista passa pelo próximo IRS, pois será possível descontar até 50% o valor da prestação para a habitação, dizendo o condescendente governo que perderá muitos milhões, mas que os contribuintes precisam de ajuda por causa da crise.
No início desta legislatura, José Sócrates afirmou perante todos que Portugal estava numa situação delicada e que não seria possível nos próximos quatro anos recuperar, seria uma tarefa para oito anos e que no fim desta legislatura nunca iria fazer baixas para a campanha porque não seria sério.
Para terminar alerto todos para um facto, está programada uma nova lei em relação ao tempo de serviço dos professores, a lei que está feita não será apresentada nos próximos meses, mas já se sabe que prevê que a progressão será de acordo com a avaliação, não seria injusto se todos tivessem em pé de igualdade, mas infelizmente não estão, os contratados apenas podem ter bom, nunca excelente, assim os que começaram a trabalhar à menos tempo são aqueles que levam com esta perda de tempo de serviço. São estas medidas absurdas e impopulares previstas que o governo agora não apresenta, mas todos sabem que são medidas como estas que vão cair em todos os sectores se estes hipócritas voltarem a ser eleitos e se acham que não, é muito fácil perceber o que será Sócrates outra vez no poder, basta lembrarem-se dos últimos três anos e de tudo o que foi exigido sem que os portugueses tenham tido alguma melhoria nas suas condições de vida.

António Manuel Guimarães

terça-feira, outubro 21, 2008

Alteração do template do Blog "A Cumplicidade da Alma"


Já há algum tempo que os quatro elementos deste blog querem alterar o template do blog, no entanto, queríamos alterar para algo grandioso, algo que contrastasse com as pobre opiniões expressas neste blog. Pensámos então em fazer um template moderno e actual, tipo um template com o Orçamento de estado para 2009. Infelizmente, isso vai ter de esperar. A pen com o template que Teixeira dos Santos nos deveria entregar vinha vazia... ou não continha o template com os dados todos, já nem sei bem...

PP

sexta-feira, outubro 17, 2008



Brincadeiras Perigosas

O cerne da actual crise financeira tem a sua génese nos denominados Bancos de Investimentos. No inicio do ano existiam 5 grandes bancos de investimento: Goldman Sachs, a Morgan Stanley, a Merrill lunch, o Leman Brothers e a Bear Stearns. Destes já só ficaram dois. - : Goldman Sachs, a Morgan Stanley.
Os Bancos de Investimento eram instituições bancárias que não captavam depósitos, e que inexplicavelmente não eram regulados pela Reserva Federal Americana. O seu core Business dividia-se em quatro áreas: Fusões e Aquisições, Corretagem; Gestão de Carteiras e Patrimónios; criação de Instrumentos Financeiros Derivados. Esta ultima área, foi durante muito tempo alvo de lucros exponenciais assentes na especulação e na pouco conhecimento dos investidores acerca destes produtos derivados.

No domínio dos Instrumentos Derivados, os CDS (Credit Default Swaps) acabaram por constituir um dos activos tóxicos. OS CDS com uma forte expansão desde os anos 90 constituíam o elo de ligação entre a Banca de Investimentos e a banca comercial.
Mas o que são os CDS?
Os CDS são títulos financeiros que qualificam o risco de credito associado a uma qualquer empresa. Por exemplo, imaginemos um qualquer banco comercial que concede um empréstimo à empresa X. O banco fica sujeito ao risco dessa empresa não pagar. A solução era transferir esse risco de credito, através da emissão de um CDS, para um investidor terceiro que acredita-se que não havia qualquer risco de ruptura da empresa X. Em teoria o negocio dos CDS agradaria a todos.. O banco comercial imunizou-se perante o risco de credito do seu cliente devedor (a empresa X). O investidor que adquiriu o CDS obteve um premio pelo o risco que assumiu. O Banco de investimento obteve um comissão em toda a transacção.
Estas transacções representavam cerca de 60 triliões de dólares (5 vezes o PIB dos EUA). Acontece que os créditos assumidos nos CDS, eram na maioria, de risco elevado por via do Subprime. Assim sendo estes CDS e outros títulos derivados transformaram-se em verdadeiras armas de destruição maciça.

Não se pode permitir que títulos que representem 5 vezes o PIB dos EUA possam estar nos mercados sem ser regulados e controlados. No fundo por ausência e incúria da administração americana foi-se criando uma verdadeira roleta russa de produtos financeiros derivados, que obviamente mais dia menos dia tinham de rebentar, com as gravosas consequencias que se conhece.

António Cipriano

quarta-feira, outubro 15, 2008

Diferença entre Actividades de Enriquecimento Curricular e Actividades Extra-Curriculares

Esta é um questão que se pode colocar e que já me foi colocada pessoalmente, quando muitas pessoas dizem que não existe nenhuma diferença entre Actividades de Enriquecimento Curricular e Actividades Extra-Curriculares que é só uma questão de semântica. Pois bem, a questão é muito diferente de ser "apenas semântica". Como o nome indica, Enriquecimento Curricular é uma melhoria do currículo, digamos em linguagem informática, um upgrade no currículo escolar. É o equivalente a um service pack para o windows. Já Actividades Extra-Curriculares, embora no fundo pretendam enriquecer o currículo escolar, não se podem considerar "upgrades", pois vão ao encontro dos interesses de cada aluno, serão mais como programas informáticos, Adobe Photoshop, Virtual DJ, Windows Movie Maker, etc., que são programas que não têm necessariamente que ser utilizados por todos, mas sim, por aqueles que têm interesse na respectiva área.
PP

sábado, outubro 11, 2008

A suposta mão visível tardia?

Para além de economista, sou Keynesiano (leia-se: economicamente de centro-esquerda). Até há bem pouco tempo, e em determinados círculos, tal afirmação quase poderia passar por heresia.

Não acredito na mão invisível de Adam Smith sem qualquer tipo de regulamentação e monitorização governamental.

As 2 maiores crises financeiras da história deveram-se a desregulamentação dos mercados, em 1929 e em 1987.

Neste momento estamos a assistir a nova "history in the making".

Custa-me perceber a seguinte lógica:

- Um governo de direita (EUA), neo-liberal e conservador em termos económicos e fiscais (moral: vamos fazer cortes de impostos para os mais ricos, que esse efeito espalhar-se-á ao resto da economia e da sociedade);

- Um governo de direita que desregulamenta o mercado e deixa-o funcionar livremente. Deixa que instrumentos financeiros cada vez mais complexos e ilíquidos (securities!) sejam a trave-mestra de algumas das mais importantes empresas financeiras do mundo. Deixa que se espalhe o crédito mal parado, sem preocupações;

- Um governo que está enredado até ao pescoço nos escândalos Enron (e venha daí Sarbanes-Oxley?!) e Halliburton;

- Um governo que decide combater a presente crise da seguinte forma: vamos usar dinheiro dos contribuintes - nomeadamente aqueles que não tiveram direito a nenhuns cortes fiscais em 8 anos - para injectar dinheiro em empresas que estão arruinadas. Vamos investir dinheiro dos cidadãos em junk bonds;

- 85 milhões de dólares americanos foram para a AIG. O que é que os dirigentes da AIG resolveram fazer logo de seguida? Um fim-de-semana de luxo, numa estância no pacífico. Esse fim-de-semana de luxo custou 440 mil dólares... aos contribuintes norte-americanos.

Ou seja, quase meio milhão de dólares de contribuintes foram para uma conta de hotel, manicures e pedicures (não estou a brincar), bebidas e SPAs.

Estamos a falar de um governo a ficar detentor de 79,9% do capital de uma empresa que perdeu 18 biliões de dólares em 9 meses. Estamos a falar da nacionalização de uma empresa falida.

Ah, a suposta superioridade moral da direita...

E nós, europeus, estamos/ vamos sofrer com uma situação da qual não somos responsáveis.

João Pedro

quarta-feira, outubro 08, 2008



Crise Financeira

Presentemente o mundo vive uma crise financeira sem precedentes desde a crise de 1929. Por comportamentos irresponsáveis e pela assunção de riscos desnecessários, variadas instituições financeiras introduziram nos mercados um vírus infecto contagioso que ameaça desfragmentar todo o equilibro orgânico do sistema financeiro. As primeiras vítimas desta situação foram as instituições financeiras. Mas em ultima análise, as verdadeiras vítimas são os cidadãos comuns dos diferentes estados. A falta de confiança no sistema bancário traduz-se no quotidiano, no agravamento das taxas de juro com o consequente aumento da dificuldade no acesso ao crédito, e na diminuição dos investimentos públicos e privados. A consequência obvia, mas absolutamente perigosa, é a transformação da crise financeira numa crise económica, que trás como sintomas agonizantes a falta de investimento, o desemprego, a inflação, a retracção do consumo e a recessão económica. Todos este sintomas infelizmente já estão a ser sentido. Mas devem os estados ficar de braços cruzados perante tal cenário? Alguns ideologicamente mais a esquerda consideram não ser aceitável que aos contribuintes seja assacado os custos de actos irresponsáveis dos administradores dos bancos. Alguns questionam o facto, de se um qualquer pequeno empresário não conseguir cumprir as suas obrigações não ter outro caminho senão encerrar as portas e declarar falência. Se o pequenos empresário não é auxiliado pelo estado, porque motivo devem as grandes instituições financeiras como os bancos serem auxiliados?

Esta é de facto uma visão dos factos, todavia considero que temos de ter uma visão mais geral do problema. Se um governo deixar um banco ir a falência o comportamento espectável de um cidadão normal, é correr para os outros bancos e pedir o resgate dos seus depósitos. Obviamente que os bancos não teriam capacidade de resposta. Assim, se o estado não intervir a falência de um banco importa o fim de todo o sistema. Pode ser pesado, difícil de aceitar para um cidadão normal que seja o erário publico a suportar as irresponsabilidades dos bancos. Mas o mundo não é perfeito é não existem soluções indolores, sem efeitos colaterais. Pode não ser a melhor solução mas é a única que existe para conservar e manter a confiança na economia, no sistema de mercado e no capitalismo.

António Cipriano