Incerteza
Vivemos durante anos uma vida de ilusões, de excessos, de luxos e ousadias própria de um país rico, com elevada produtividade, com níveis de desenvolvimento do norte da Europa. Cometemos muitos erros.
Sabemos que os pais esta doente. Doente por ter cedido a lobbies, por ter embarcado em fantasias megalómanas. Deixamo-nos levar por feiticeiros de opereta.
Todavia, para além de um classe dirigente irresponsável, sempre existiu um povo. Um povo que trabalha e que vive em dificuldades. E uma nova geração ausente de culpa pelos erros do passado, condenada ao desemprego, e aos recibos verdes. A viver sobrevivendo.
Todos aceitamos que o país esta doente. Que algo é preciso mudar.
Do orçamento para 2011 já sabíamos que seria muito difícil. E aceitámos essa evidência.
Mas não teremos a ir longe de mais? Não será a dose do remédio excessiva? Não morrerá o doente da cura?
A verdade é que orçamento de 2011 é absolutamente recessivo. Ora com este orçamento teremos necessariamente uma diminuição do consumo privado e publico, uma diminuição da confiança dos consumidores, uma redução do investimento. O PIB, ou seja a riqueza nacional terá necessariamente que contrair. Com a diminuição do PIB, também as receitas fiscais irão diminuir, aumentando os riscos do agravamento do deficit.
Aquilo que me assusta é não ver “luz ao fundo do túnel”. É não ver um sinal de esperança.
È não ver medidas para o crescimento da economia.
Aceito a austeridade como instrumental a uma esperança de uma economia mais competitiva, com mais emprego. Mas não aceito a austeridade pela austeridade.
Não sei o que se vai passar. Aliás, duvido que qualquer economista por mais reputado que seja, saiba se este é o caminho certo. Mas também não é menos verdade que ninguém nos indica um caminho diferente.
Portugal qual navio à deriva embarca num turbilhão para o qual não sabe se há saída.
Espero que esta seja a solução. Que a austeridade não conduza a mais austeridade.
Quero esperança!!!!!!Quero uma palavra de confiança.!!!!Mas não a encontro.
Me ajudem a encontrar essa esperança!!!!!
Se assim não for embarcamos num fado sem rota ou destino, e sem necessariamente um final feliz.......................
António Cipriano