O
Estado Social é o cimento agregador da Europa Ocidental. Este é a
matriz que permitiu a paz e o reforço das solidariedades entre os
povos europeus.
Todavia
o “Estado Social” encontra-se sob “ataque”.
O
Estado social necessita de elevados recursos financeiros. Ora. tais
recursos financeiros apenas são possíveis de obter caso exista crescimento económico. De Facto o “crescimento Económico é o
“alimento" do Estado Social.
O
problema é que de ano para ano, na Europa e em Portugal em
particular, as taxas de crescimento são cada vez menores. Isto
acontece porque a Europa deixou de ser competitiva no mundo
globalizado.
Parece-me que a globalização foi a "caixa de pandora" que libertou
todos os males para o crescimento da Europa.
Globalização
foi sinonimo de livre comércio, comércio sem barreiras. Ora, o livre comércio
apenas é uma doutrina possível de seguir caso todos os agentes
económicos estejam nas mesmas circunstancias.
Acontece, que tal não
ocorre.
Na
Europa, os trabalhadores trabalham em média 40h/semana, tem dois dias
de folga, tem apoios sociais no desemprego, na doença na velhice.
Tudo isto são ganhos civilizacionais, mas também custos, que
aumentam os custos de produção de cada produto.
Na
Ásia, na América Latina, não existe Estado Social, os
trabalhadores sujeitam-se a horários de trabalho “sem fim”, não
têm garantias de apoio na doença e na velhice. Assim os
custos do trabalho são incomensuravelmente inferiores.
Parece
evidente existir no dito “sistema de comércio livre” - dumping.
Perante
este cenário, como pode a Europa voltar a ser competitiva? Como
poderemos assegurar as taxas de crescimento necessárias à
manutenção do Estado Social?
A
solução que antevejo é o Protecionismo. A Europa e a economia
europeia tem de restabelecer um “sistema imunitário” capaz de
ultrapassar o dumping. Essa resposta passa por defendermos a nossa
Economia, com taxas alfandegarias que possibilitem uma real igualdade
de oportunidade e um real mercado de livre concorrência.
Precisamos
que voltar a construir uma industria Europeia que dê trabalho aos
europeus!!!
Reindustrializar
é urgente. Mas a industrialização apenas será possível com o
protecionismo.
Se
nada for feito, se continuarmos refém da ilusão do falso “comércio
livre” estamos condenados ao empobrecimento. E
assim não será possível manter o Estado Social.
António
Cipriano