A dívida
pública portuguesa atingiu segundo dados do Banco de Portugal no final do 1º semestre
de 2013, os 130% do PIB. A dívida pública começa a atingir valores insustentáveis,
com a naturais consequências ao nível do serviço da dívida (pagamento de maior
encargos em juros).
Muitos
defendem simplesmente como solução o denominado “Haircut”, ou seja que tal como
aconteceu na Grécia, seja perdoado a Portugal uma percentagem significativa da
divida.
Aparentemente
este podia ser um cenário favorável. Mas as aparências iludem.
As
consequências do “Haircut” seriam as seguintes:
1º Enormes dificuldades
no acesso aos mercados financeiros.
Quem iria
emprestar dinheiro a um país que não paga a totalidade da dívida que contraiu?
Enquanto as receitas do país forem inferior às despesas, como iríamos financiar
o nosso deficit?
2º Falência
do Sistema bancário.
Nos últimos anos,
primeiro por pressão do governo de Sócrates e depois por imposição da troika os
nossos bancos foram obrigados a comprar toneladas e toneladas da dívida pública
portuguesa. Se ocorre-se um “Haircut a banca nacional iria ter de assumir prejuízos
gigantescos. Muita da banca não seria
capaz de sobreviver
3º Falência
do sistema de pensões.
Parte dos
descontos que efectuamos para a Segurança Social ou para a Caixa Geral de
Aposentações para um dia garantirem as nossas pensões, são canalizados para o
Fundo de Estabilização da Segurança Social. Numa decisão no meu ponto de vista
com enormes riscos, os governos Sócrates e agora Passos Coelho, ordenaram que
este fundo adquire-se massivamente dívida pública portuguesa. Ora se existir um
“Haircut” perdem-se grande parte das
poupanças para pagamento de pensões para as gerações futuras.
A verdade é
que estamos amarrados à dívida pública.
António
Cipriano