A assinatura do acordo mundial do comércio em 2001, declarou
de forma oficial a globalização. A globalização, per si foi um processo benéfico para a humanidade, tirando das
sombras da pobreza milhões de milhões de pessoas, sobretudo no continente asiático.
Mas se milhões e milhões de asiáticos foram beneficiados pela
globalização, pela circulação livre dos capitais, com o livre comercio, com as
deslocalizações de multinacionais para o extremo oriente, com a
industrialização da China e vizinhos, na outra face da moeda, a globalização
trouxe desafios e problemas para as populações dos ditos países do ocidente. A
globalização e as consequentes deslocalizações de empresas, assente numa
desindustrialização, a concorrência (des)leal com dos países em
desenvolvimento, conduziu o ocidente, e a Europa em particular, a uma letargia
de crescimento. Anemia de crescimento, agravada com uma grave crise de envelhecimento
da população, conducente a uma perda gradual de rendimentos da dita classe
média.
A classe média europeia ou América, sentiu-se em certa medida
com vítima de um processo de globalização, em que apenas as grandes empresas e
multinacionais dos seus países, se encontravam entre os beneficiados. Este
sentimento de perda levou a que grandes franjas da população se tornassem “alvos
fáceis” para o populismo dos extremismos.
Consequência: uma nuvem de extremismos de matriz anti democrática
vem varrendo o ocidente. Extra-direita a crescer na Escandinávia, na Holanda,
na Hungria, na Polónia, na Alemanha, na França. Extra-esquerda a crescer na
Espanha (podemos), Grécia, ou em Portugal com o BE. Movimento que chegou aos
EUA com Trump.
Diante a onda de
extremismos, nacionalismos e perante o perigo de uma França em 2017 sob o signo
de Le Pen, é altura da social-democracia se levantar.
Aos partidos democráticos de herança socialista, democrática
cristal ou social democrata é altura de ouvirem os povos e apresentarem
soluções e respostas para os seus anseios, que afastem a população das sombras
dos extremismos.
Se assim não acontecer, nada de bom o futuro nos trará…….
António Cipriano