segunda-feira, março 19, 2018

Censura

Sociedade podre e sem sentido, quando era miúdo lembro-me bem de ver esta imagem no meu manual de História e sem que ninguém tivesse feito um comentário que fosse ou manifestasse um constrangimento sequer. Mas hoje temos uma sociedade que se constrange com tudo e por nada, que se sente com direito de falar do que não sabe, do que não conhece e do que nem sequer entende. Falamos no Facebook, mas acontece que alguém teve que denunciar para o algoritmo censurar. Uso e gosto muito do Facebook, mas detesto a sociedade que ele está a ajudar a criar e temo pelo futuro devido a esta mentalidade que encontrou no facebook o local ideal para expor e manifestar o seu repúdio, que nada mais é do que ignorância e estupidez.

António Manuel Guimarães

quarta-feira, março 14, 2018

Os Génios não morrem!


Nasceu no dia em que fazia 300 anos da morte de Galileu Galilei, e partiu no dia em que fez 139 que nasceu Albert Einstein, além de que hoje ainda por cima se comemora o hoje dia do PI.
Stephen Hawking partiu e digo partiu porque os génios não morrem, são eternos, porque daqui a 300 ou 400 ou muito mais anos ainda se falará deste Homem extraordinário, que tanto contribuiu para a ciência e fez grande parte do seu percurso académico da forma mais difícil, preso dentro do seu próprio corpo devido à esclerose lateral amiotrófica. Até este infortúnio acabou por ser um exemplo e uma lição genial, pois mesmo partindo de uma das mais atrozes adversidade, mostrou que ao não desistir, é possível fazer grandes coisas e fazer parte do grupo dos notáveis e imortais da história.
António Manuel Guimarães

domingo, março 11, 2018

Pontos nos “Is” Académicos.




Esta semana toda vi com alguma estupefacção muita polémica sobre o convite feito a Passos Coelho para passar a integrar o ensino superior como professor catedrático convidado. Este convite pressuponha dar aulas na área da Administração Pública, pelo ISCSP e até aqui quase tudo bem, quase tudo correto e bate quase tudo certo, pois o homem quer se goste ou não, quer se concorde como ele ou não foi primeiro-ministro e esta será certamente uma área que ele conhece. A única coisa que ponho em causa é o estatuto que se pretende atribuir, catedrático parece-me manifestamente exagerado, professor auxiliar ou convidado seria muito mais condicente e certamente não levantaria nenhum tipo de celeuma. Mas agora por fim vem aqueles que, para mim, são os grandes problemas, primeiro temos que considerar os níveis em que Passos irá eventualmente leccionar, ou seja, mestrados e doutoramentos e aqui já temos um grave problema, Passos irá leccionar alunos que das duas uma, ou são tão graduados como ele, caso se trate de mestrado, ou então irá leccionar quem é mais graduado que o professor o que se torna estranho, pior só se alguém se lembrasse de convidar Passos a integrar um júri quer de mestrado, quer de doutoramento. Depois por fim vem a parte do salário auferido, percebo que Passos merece pela sua condição em especial devido ao serviço à causa pública algum salário condicente, no entanto não podemos esquecer que existe uma quantidade bem grande de investigadores e professores universitário que estão há anos e anos a trabalhar, quer a leccionar, quer na investigação de forma extremamente válida, altamente especializada e a oferecer às instituições e à humanidade conhecimento e fazem tudo isto de forma precária, com salários inferiores ao trabalho produzido e muitas vezes sem garantias nenhumas. Almejam com o seu esforço o topo do reconhecimento académico, passando para isso por todos graus, como a licenciatura, o mestrado e por fim o doutoramento, requisito essencial para a cátedra e que agora olham e vêem uma ultrapassagem justificada apenas pelo conhecimento que advém da experiência, mas sem um trabalho de investigação ou uma prova superior, ou qualquer outro acto académico que o justifique. Uma injustiça para quem contra tudo e contra todos e por menos do que merecia investiga, trabalha, publica, estuda, presta provas, ensina e vê o reconhecimento a chegar a externos por conhecimento de experiência. Embora repita que primeiro-ministro não é coisa pouca, mas que certamente deverá leccionar num grau condicente com o seu próprio grau académico e deverá ter um estatuto digno, mas não, de forma alguma, o mais elevado grau de reconhecimento académico que ele academicamente nada fez para o merecer.
António Manuel Guimarães