
Regicídio
Em 1 de Fevereiro de 1908, O Rei D. Carlos e o Príncipe herdeiro Luiz Filipe foram assassinados em Lisboa, numa acção da republicana carbonaria. D. Carlos Subiu ao trono em 1889, num momento de especial complexidade, em que o sistema rotativista da monarquia constitucional dava sinais de cansaço, próprio da já costumeira crise económica, e da polémica em volta do mapa cor-de-rosa, que 15 dias depois da subida ao trono de D. Carlos ,vai destabilizar o já destabilizado sistema politico nacional.
Prisioneiro da história, vitima de um presente envenenado, D. Carlos apesar de ser um homem culto, nada podia fazer contra os ventos da história. A história deve ser recordada, estudada, compreendida e analisada. No meu ponto vista, faz todo o sentido a existência de exposições, mostras temáticas, conferências acerca do Regicídio.
Todavia, somos hoje uma Republica. Não me parece razoável a participação do estado, nem as forças armadas, em cerimonias evocativas do regicídio. Não me enche de orgulho, os actos do Boiça, mas sem estes, talvez a Republica não se tivesse instalado. Sou um republicano convicto. Defendo a igualdade entre todos os cidadãos. Só contra os direitos hereditários ao poder, contra a existência de aristocracia. Obviamente que repudio os actos de violência, mas muitas vezes estes são tristemente necessários. Sem o regicídio, sem a implantação da Republica teríamos hoje um país sob a tutela de D. Duarte Pio, a Isabelinha e as criancinhas!!!
Será que conseguem imaginar este cenário?
António Cipriano