quinta-feira, julho 31, 2008



Programa @-Lares

Depois do programa @-Escolas e do @-Escolinhas com o computador Magalhães, José Sócrates prepara-se para lançar o programa @-lares. Com este programa o governo pretende disponibilizar um computador portátil para cada idoso. Os mais velhos podem assim jogar online à sueca, efectuar marcações de consultas para o centro de saúde ou efectuar encomendas de medicamentos. Graças a esta louvável medida deste fabuloso governo, Portugal dá mais um passo para se constituir como um país virtual.

António Cipriano

terça-feira, julho 29, 2008



O Cavaleiro das Trevas

Christopher Nolan reinventou o conceito de Batman.
Tal já tinha sido visível em Batman Begins, mas agora com o Cavaleiro das Trevas as expectativas foram ultrapassadas. Ao longo de 150 minutos podemos assistir a um excelente espectáculo visual, envolto de um enredo cheio de suspense e adrenalina.
As comparações entre o Batman de Tim Burton e de Jack Nicholson e o Batman de Nolan e de Heath Ledger são obvias. Mas não tenham duvidas, o Batman de Nolan é absolutamente superior em todos os sentidos.
Quem goste de bom cinema não deixe de ver.
António Cipriano

quinta-feira, julho 24, 2008



Populismos

Luís Filipe Menezes anunciou que a Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia a que preside, a partir do inicio do próximo ano lectivo vai distribuir aos alunos do primeiro ciclo gratuitamente os livros escolares. Ou seja milionários, ricos, pobres, miseráveis, todos vão ser beneficiados por igual em Vila Nova de Gaia no que toca aos livros escolares. Menezes advoga-se assim como um benemérito, preocupado com os valores da igualdade e da educação, das criancinhas do concelho.
Nada mais errado. Todos sabem que o principio da igualdade previsto no artigo 13 da Constituição, postula que se devem tratar de forma igual, situações iguais, e de forma desigual, situações desiguais. Ora o presente caso, nada mais é do que um tratamento desigual, que configura um populismo provinciano, de alguém que procura como uma ou outra media avulsa, um protagonismo que não tem, e que não merece, a um ano de eleições autárquicas.
António Cipriano


Credito já

Segundo a DECO, em 2007 houve 1976 casos de sobreendividamento, mais 118% que no ano passado. Com as dificuldades resultantes da subida da inflação derivada da subida do preço dos combustíveis, dos alimentos, e o aumento das taxas de juro, a tendência é este cenário piorar.
O numero de famílias com mais de 3 créditos já representa 66% do total dos sobreendividados. No 1º semestre de 2008, já são 777 casos de famílias sobreendividadas. Destes, 474 têm entre três e dez créditos, e 38 famílias mais de dez créditos. Como agravante, a generalidade destes são créditos ao consumo.
O crédito é um instrumento de enorme importância económica para a vitalidade da economia. Todavia como em tudo na vida, deve de ser utilizado de forma moderada e razoável.
Ao estado compete regular, legislar, informar e evitar os abusos dos agentes económicos. Ora não me parece razoável nem aceitável, que o estado e regulador do sector financeiro (Banco de Portugal), permitam publicidade abusiva e muitas vezes excessivamente agressiva e enganosa, por parte de muitas empresas de crédito fácil.

António Cipriano

segunda-feira, julho 21, 2008

Mais uma machadada no futuro de Portugal!

Já está, o governo acabou de publicar em Diário da Republica o despacho que faz com que os professores do segundo ciclo dêem mais de uma disciplina em cada turma. A lógica demagógica que o governo apresenta é que os alunos sentem muito a diferença do primeiro para o segundo ciclo, ou seja, os alunos sentem a diferença de passar a ter sete professores em vez dos cinco no primeiro ciclo. A razão real é mais simples é poupar dinheiro, prejudicando, mais uma vez, a instrução em Portugal. A querer fazer uma aproximação, que não é necessária, então governo deveria procurar aumentar gradualmente nos quatro anos do primeiro ciclo os conteúdos e logo os professores, mas claro que assim seria mais caro. Faz lembrar aqueles otários que por terem poucos direitos sociais dizem que quem tem os deve perder, em vez de lutar para também adquirir os mesmos direitos. Claro que devem existir pessoas que concordam com esta medida, pobres complexados, recordem-se que passaram de um professor na primária para sete na preparatória, sentem-se com problemas por isso?

Desta vez não vou falar de pontos específicos da educação como as competências que explicam como esta medida prejudica a educação em Portugal, apenas vou deixar uma pequena sugestão, porque é que o governo não aplica a medida à sua própria actividade, assim o primeiro-ministro fica com a pasta da agricultura e da educação por exemplo e o ministro das finanças fica ao mesmo tempo com a pasta da economia? E já agora aplica também esta medida à saúde, um oftalmologista bem que pode dar consultas de cardiologia? Ao fim e ao cabo são todos médicos…

Acima de tudo, o que eu lamento é que a prática de desinvestir na educação é uma prática comum de países de terceiro mundo. De países governados por tipos que não entendem que a educação é sem dúvida nenhuma o motor dinamizador da cultura.

António Manuel Guimarães

sexta-feira, julho 18, 2008

Indignado

Um dos arguídos do caso apito dourado diz que está indignado por ter sido condenado a dois anos de pena suspensa por abuso de poder.
Pois se ele está indignado por isso, então ele que saiba que a maioria das pessoas que gostam de futebol é que estão indignadas, isto porque ele foi ilibado do crime de corrupção e foi apenas condenado a uma pena suspensa em vez de pena efectiva, esta sentença é um estimulo à corrupção.


António Manuel Guimarães

quinta-feira, julho 17, 2008



Problemas endémicos da nossa economia

A nossa economia terá obviamente um vasto conjunto de problemas estruturais. Todavia, no meu ponto vista um dos principiais problemas da nossa economia é a falta de apetência dos agentes económicos pelo risco. O crescimento económico, a criação de empresas são em grande medida o reflexo de indivíduos ou organizações que se aventuram em novos negócios, que procuram inovar, sujeitando-se ao sucesso ou ao fracasso. No entanto em Portugal vive-se segunda uma mentalidade de conformismo, imobilismo, presente nomeadamente nos mais jovens. A maioria dos nossos jovens universitários tem como projecto de vida ser funcionário ou de um qualquer organismo estatal ou quadro de uma empresa. Poucos, procuram o empreendedorismo tão necessário ao desenvolvimento.
Mas também os nossos grandes empresários são avessos ao risco. Quantos dos nossos grandes empresários se dedicam à indústria? Quantos dos nossos grandes empresários se dedicam a novas tecnologias? Quantos dos nossos grandes empresários apoiam projectos de risco, de jovens empreendedores, através do denominado capital semente? Quantos dos nossos empresários actuam como Business Angels ?

António Cipriano


sexta-feira, julho 11, 2008

Hotel Lisbonense

Foi com tristeza que fiquei a saber a mais de 2000Km de distância que quando eu voltar para as Caldas da Rainha vou encontrar a minha cidade significativamente mais pobre. A zona da Rainha, particularmente a Avenida Manuel Freire da Câmara, ficou para sempre descaracterizada. Todos os caldenses detestavam as condições de ruína em que o Lisbonense se encontrava há largos anos, muitas foram as soluções procuradas durante décadas, solução que apenas o ano passado foi encontrada. A Câmara aprovou a construção do centro comercial Vivaci desde que o Hotel fosse restaurado e mantivesse a fachada, a FDO concordou. No entanto depressa começou a dizer que era difícil, era caro, limitativo, ou seja, uma série de desculpas para não cumprir o combinado. A Câmara recusou sempre qualquer alteração do plano inicial, algo que certamente espelhava a vontade dos caldenses, ou pelo menos daqueles que gostam e se orgulham do passado das Caldas da Rainha. Agora desapareceu, a FDO diz que vai reconstruir, mas…para quê? Será que foi dentro da reconstrução que esteve Ramalho Ortigão, Raul Proença, Columbano e Rafael Bordalo Pinheiro ou José Malhoa? Será que foi nessa reconstrução que a família real ficava quando vinha fazer termas para as Caldas? Será que Humberto Delgado discursou da varanda central dessa reconstrução? Será nessa reconstrução que várias gerações de caldenses desde 1870 até ao início da década 70 do século XX viveram alegrias, como ainda hoje os meus pais recordam? Claro que não! Esse edifício está irremediavelmente perdido e nada pode pagar o que a cidade perdeu, devem-se apurar as responsabilidades e obrigar os culpados a compensar a cidade por causa do que é impossível restituir.

António Manuel Guimarães

segunda-feira, julho 07, 2008

Voaram 180.000 Euros

Luís de Matos é sem duvidas um grande magico. No passado domingo conseguiu fazer desaparecer 180.000 dos cofres da câmara municipal de Alcobaça com este numero.

António Cipriano



Nacional Chico-Espertismo

A EDP pretende pôr os cidadãos comuns, bons e regulares pagadores, a pagar as dívidas acumuladas por caloteiros clientes da EDP, num total de 12 milhões de euros e, para o efeito, a entidade reguladora está a fazer uma consulta pública que encerra em meados de Julho. Em função dos resultados desta consulta será tomada uma decisão. Esta consulta não está a ser devidamente divulgada nem foi publicitada pela EDP como bem compreendem. A DECO tem protestado, mas o processo é irreversível e o resultado desta consulta irá definir se a dívida é ou não paga pelos clientes da EDP.
Temo que este procedimento pegue e se estenda a todos os domínios da actividade económica e a outras empresas de fornecimento de serviços (EPAL, supermercados, etc.). Esta é uma atitude absolutamente inaceitável, violadora dos valores do estado de direito, e dos princípios base do funcionamento de qualquer mercado.
Obviamente que nos devemos insurgir e contestar tal atitude, que representa uma absoluto desrespeito pelos consumidores cumpridores, que actuam no seu dia a dia sob o parâmetros da boa fé. Todos devemos enviar um email para consultapublica@erse.pt contestando tal atropelo ao direitos dos consumidores tutelados e protegidos pela Constituição da republica Portuguesa e pelos Tratados da U.E.
António Cipriano

sábado, julho 05, 2008

Exames Nacionais

A ministra da educação deu ontem uma entrevista no telejornal. Foi um sublime momento com a ministra a balbuciar justificações sobre o que aconteceu em relação aos exames nacionais, tentando legitimar a melhoria dos resultados com o trabalho dos professores. Não digo que os professores não trabalhem, trabalham muito e bem, mas a verdade é que nunca seria de um ano para o outro que os resultados se alterariam tanto. Ouvi pelos meus colegas de matemática que os exames eram realmente fáceis comparativamente com os dos anos anteriores e vi na televisão que até respostas ambivalentes tinha, assim na mesma questão tanto uma resposta de sim como uma resposta de não estava correcta.
É triste ver a educação a ser usada para fins políticos na U.E, é muito mau ver o ministério da educação a agir como um menino que usa cabulas nas avaliações, para mostrar que sabe aquilo que não sabe, para tentar enganar tudo e todos.
A ministra a certa altura quase que perdeu a pouca compostura que tem pois não conseguia responder à catadupa de questões de José Rodrigues dos Santos, que lhe cortava as evasivas com uma astúcia talvez desnecessária, que aliás, não era necessário pois a ministra tentava-se justificar também como um cabula apanhado, “não fiz nada”, “isso não é meu” e outros blás desesperados.
Meus caros e pacientes leitores, a educação não importa para o governo como tal, apenas importa como uma estatística e se poder ser uma estatística que trás lucro melhor. O nosso país enfrenta já uma crise económica extremamente grave, que se prevê longa, o governo deveria pensar em modos de contenção para o futuro e um dos modos de contenção era pensar na educação de forma séria e não com tretas. O facilitismo na educação não beneficia ninguém e a continuar assim além de uma grave crise económica também poderemos contar com o agravar de forma exponencial da já existente crise social. Quando começa o facilitismo na educação as competências que se espera que os jovens adquiram na escola não são alcançadas e por conseguinte a inaptidão aumenta e a longo prazo quando estes jovens estiverem no mercado de trabalho é mais que certo que não vão saber agir em situação e todos pagaremos com isso.

António Manuel Guimarães

sexta-feira, julho 04, 2008



Negócio a Berardo

Comemora-se agora um ano sobre a abertura do museu Colecção Berardo.
Pela sua dimensão mediática, coadjuvado por uma localização nevrálgica numa zona iminentemente turística o Museu Berardo foi visitado por cerca de 500.000 Pessoas. A conclusão primeira é que trata de um sucesso do comendador Berardo e do governo nacional. Todavia os raciocínio simplistas são por norma enganadores.
Esta semana que findou, tive oportunidade de visitar o Museu Berardo. Não sou um conhecedor de arte moderna. Mas apesar de não o ser, não deixo de ser um cidadão com gosto pela arte, e com um opinião pessoal pelas obras expostas. Confesso que fiquei deveras desiludido com o museu Berardo. Não considero que a dimensão artística da colecção Berardo seja digna de um edifício monumental como o CCB. Pergunto-me mesmo, será que não era possível rentabilizar este espaço de uma forma mais proveitosa para o cidadão e para os valores culturais? Será que não era preferível que este espaço fosse uma montra rotativa de trabalhos e correntes artísticas nacionais e internacionais?
Mas se para muitos o valor e a importância da museu Berardo é discutível para o Comendador foi manifestamente um óptimo negocio. Berardo passou a ter um espaço fantástico para as suas peças, valorizando economicamente a sua colecção e a sua imagem enquanto empresário, poupando o valor do seguro, pago integralmente pelo estado, e tendo ainda a possibilidade se o desejar de vender a sua colecção ao estado por um bons milhões de Euros.
Enfim, um negócio a Berardo.
António Cipriano