Blog de pensamentos duvidosos por Paulo Pinheiro, António Cipriano, António Guimarães, João Pedro e André Lemos.
quinta-feira, setembro 19, 2013
quarta-feira, agosto 28, 2013
A armadilha do haircut
A dívida
pública portuguesa atingiu segundo dados do Banco de Portugal no final do 1º semestre
de 2013, os 130% do PIB. A dívida pública começa a atingir valores insustentáveis,
com a naturais consequências ao nível do serviço da dívida (pagamento de maior
encargos em juros).
Muitos
defendem simplesmente como solução o denominado “Haircut”, ou seja que tal como
aconteceu na Grécia, seja perdoado a Portugal uma percentagem significativa da
divida.
Aparentemente
este podia ser um cenário favorável. Mas as aparências iludem.
As
consequências do “Haircut” seriam as seguintes:
1º Enormes dificuldades
no acesso aos mercados financeiros.
Quem iria
emprestar dinheiro a um país que não paga a totalidade da dívida que contraiu?
Enquanto as receitas do país forem inferior às despesas, como iríamos financiar
o nosso deficit?
2º Falência
do Sistema bancário.
Nos últimos anos,
primeiro por pressão do governo de Sócrates e depois por imposição da troika os
nossos bancos foram obrigados a comprar toneladas e toneladas da dívida pública
portuguesa. Se ocorre-se um “Haircut a banca nacional iria ter de assumir prejuízos
gigantescos. Muita da banca não seria
capaz de sobreviver
3º Falência
do sistema de pensões.
Parte dos
descontos que efectuamos para a Segurança Social ou para a Caixa Geral de
Aposentações para um dia garantirem as nossas pensões, são canalizados para o
Fundo de Estabilização da Segurança Social. Numa decisão no meu ponto de vista
com enormes riscos, os governos Sócrates e agora Passos Coelho, ordenaram que
este fundo adquire-se massivamente dívida pública portuguesa. Ora se existir um
“Haircut” perdem-se grande parte das
poupanças para pagamento de pensões para as gerações futuras.
A verdade é
que estamos amarrados à dívida pública.
António
Cipriano
segunda-feira, julho 15, 2013
SUPERMAN: Man of Steel
Num momento tão difícil como aquele que vivemos, parece-me que precisamos de verdadeiros super-heróis para nos tirarem deste horrível turbilhão económico, social e politico em que estamos.
Todavia por muito que procure, não encontro nos lideres presentes, quer sejam da irmandade social democrata, da fraternidade maçónica socialista do bando centrista, ou dos gangs do BE e do PCP ninguém com carisma e capacidade para liderar “um compromisso de salvação nacional” capaz de nos trazer para o caminho da esperança e do desenvolvimento.
Como a realidade é cruel e insofismavelmente mais complexa do que qualquer ficção, procurei na sétima arte uma inspiração para este triste quotidiano. Foi ver o Homem de Aço. Confesso que o Super-Homem sempre foi o meu herói predilecto. Esta ultima adaptação não obstante ser bem melhor da realizada em 2006 (diga-se que também não era difícil), também não entusiasma por aí além. Começa bem, com constantes flashback, que nos remetem para os conflitos interiores e morais do jovem Clark Kent. Porém, a medida que a narrativa vai avançando, a história vai tornando-se demasiado obvia, cheia de clichés e banalidades. Mesmo assim para os apreciadores da personagem é um filme a ver com atenção.
António Cipriano
segunda-feira, julho 01, 2013
Big Brother”
Quase todos
os dias temos sido surpreendidos com notícias que colocam em causa o “perfil”
de defensor da democracia e da liberdade por parte dos Estados Unidos da América. Ficamos agora a saber que a NSA, encontrava-se a vigiar/espiar os seus
supostos aliados europeus – instituições comunitárias e embaixadas de países
como França, Itália ou Alemanha. Também ficamos a saber que por via do “Programa
PRISM” todos os cidadãos do planeta terra podem estar a ser vigiado e escutados
pelos serviços de inteligência dos EUA.
Tais atitudes
não são próprias de um estado democrático.
A denúncia de tais atitudes é um
dever para todos aqueles que amam a liberdade, a verdade e a democracia. È por
isso que os meus pensamentos com Edward Snowden. Ele é um dos heróis do nosso
tempo. Alguém que teve a coragem de divulgar o “Big Brother” em que todos
vivemos.
António
Cipriano
terça-feira, junho 11, 2013
A Queda de um Anjo
Obama
logo no inicio do mandato, sem que nada o justificasse foi agraciado com o
prémio Nobel da Paz. Esperavam muitos que, este prémio fosse uma inspiração
para a defesa da Liberdade, Paz e Justiça Mundial.
Ficamos a
semana passada a saber que os E.U.A por via da agência NSA, tem em
funcionamento um gigantesco sistema de vigilância e intercepção das
comunicações telefónicas e electrónicas de milhões de cidadãos - o chamado
Programa PRISM da NSA. Estas não são escutas autorizadas por um tribunal, ou
que resultem de uma suspeita.
Trata-se de um sistema de escutas massificado,
que viola inaceitavelmente os direitos dos cidadãos mundiais. O conceito de “Big
Brother” de George Orwell é elevado ao extremo, com este sistema criado por
George Bush e desenvolvido e aprovado por Obama.
Qualquer
democrata, que acredita na defesa dos direitos fundamentais, na defesa da
reserva da vida privada, que defenda a democracia, não pode aceitar este sistema de escutas sob o argumento já gasto do “terrorismo”
Obama ao
aceitar o programa PRISM demonstrou a todo o planeta que afinal não é muito
diferente de Bush. Enfim, assistimos tristemente “à queda de um anjo”
António Cipriano
terça-feira, junho 04, 2013
Dia da Libertação
Os
norte-americanos têm o 4 de Julho, com festa nacional que celebra a
independência.
Os portugueses em 2013 têm como dia de independência o dia 4 de
Junho. Mas esta celebração não se trata da independência face a qualquer potência
estrangeira. Celebramos a independência face à Administração Tributária. Até 4
de Junho todos os rendimentos obtidos por cada cidadão são destinados para o
pagamento de impostos.
A partir de
amanhã seremos livres, livres!!!!
Bem, talvez
não convenha celebrar em demasia, não vá o Ministério das Finanças se lembrar
de um novo imposto.
António
Cipriano
terça-feira, maio 21, 2013
Tudo ao contrário
Ninguém se
engane. A reforma do estado e da administração pública é absolutamente necessária.
Mas a reforma da administração não pode sob pena de ser contraproducente aos
objectivos que deve seguir, ser apenas uma “conjunto de cortes cegos”.
Num
primeiro momento, deveria o Estado, iniciar um profundo estudo da actual
estrutura da administração, de modo a conhecer a realidade existente. Num
segundo momento, deveria identificar quais os serviços e missões que o Estado
deve desenvolver. Num terceiro momento, fruto do estudo e do planeamento das
fases anteriores, o Estado procederia à identificação de eventuais serviços da
administração pública, empresas públicas, fundações, empresas municipais que
não se compaginam com o novo Estado, e que deveriam ser extintos. Ora as
pessoas que integram os serviços considerados excedentários ao Novo Estado, seriam
preferencialmente reintegradas nos serviços que se identificassem com falta de
pessoal (depois da devida formação profissional).
Mas também não sejamos ingénuos – todos os que
não fossem recolocados seriam alvo de um processo de despedimento por extinção
do posto de trabalho, com direito à respectiva indemnização e com direito a subsídio
de desemprego. È certo que a reforma da administração pública teria
necessariamente custos sociais, decorrentes de eventuais despedimentos. Mas também
não se pode exigir ao contribuinte que esteja a custear serviços da
administração pública, empresas públicas, fundações, empresas municipais, excedentárias.
Mas o que o
governo esta a fazer é uma alegada reforma ao contrário. Pretende diminuir o
número de funcionários públicos de forma “cega”, sem uma análise cuidada das
necessidades. O resultado só pode ser serviços em que profissionais competentes
e necessários foram dispensados - e outros
serviços e departamentos com funcionários a mais que deviam ter sido
dispensados.
António
Cipriano
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