quarta-feira, agosto 28, 2013

A armadilha do haircut



A dívida pública portuguesa atingiu segundo dados do Banco de Portugal no final do 1º semestre de 2013, os 130% do PIB. A dívida pública começa a atingir valores insustentáveis, com a naturais consequências ao nível do serviço da dívida (pagamento de maior encargos em juros).

Muitos defendem simplesmente como solução o denominado “Haircut”, ou seja que tal como aconteceu na Grécia, seja perdoado a Portugal uma percentagem significativa da divida.
Aparentemente este podia ser um cenário favorável. Mas as aparências iludem.

As consequências do “Haircut” seriam as seguintes:

1º Enormes dificuldades no acesso aos mercados financeiros.
Quem iria emprestar dinheiro a um país que não paga a totalidade da dívida que contraiu? Enquanto as receitas do país forem inferior às despesas, como iríamos financiar o nosso deficit?

2º Falência do Sistema bancário.
Nos últimos anos, primeiro por pressão do governo de Sócrates e depois por imposição da troika os nossos bancos foram obrigados a comprar toneladas e toneladas da dívida pública portuguesa. Se ocorre-se um “Haircut a banca nacional iria ter de assumir prejuízos gigantescos. Muita da banca não  seria capaz de sobreviver

3º Falência do sistema de pensões.
Parte dos descontos que efectuamos para a Segurança Social ou para a Caixa Geral de Aposentações para um dia garantirem as nossas pensões, são canalizados para o Fundo de Estabilização da Segurança Social. Numa decisão no meu ponto de vista com enormes riscos, os governos Sócrates e agora Passos Coelho, ordenaram que este fundo adquire-se massivamente dívida pública portuguesa. Ora se existir um “Haircut  perdem-se grande parte das poupanças para pagamento de pensões para as gerações futuras.

A verdade é que estamos amarrados à dívida pública.

António Cipriano


segunda-feira, julho 15, 2013

SUPERMAN: Man of Steel


Num momento tão difícil como aquele que vivemos, parece-me que precisamos de verdadeiros super-heróis para nos tirarem deste horrível turbilhão económico, social e politico em que estamos.
Todavia por muito que procure, não encontro nos lideres presentes, quer sejam da irmandade social democrata, da fraternidade maçónica socialista do bando centrista, ou dos gangs do BE e do PCP ninguém com carisma e capacidade para liderar “um compromisso de salvação nacional” capaz de nos trazer para o caminho da esperança e do desenvolvimento.
Como a realidade é cruel e insofismavelmente mais complexa do que qualquer ficção, procurei na sétima arte uma inspiração para este triste quotidiano. Foi ver o Homem de Aço. Confesso que o Super-Homem sempre foi o meu herói predilecto. Esta ultima adaptação não obstante ser bem melhor da realizada em 2006 (diga-se que também não era difícil), também não entusiasma por aí além. Começa bem, com constantes flashback, que nos remetem para os conflitos interiores e morais do jovem Clark Kent. Porém, a medida que a narrativa vai avançando, a história vai tornando-se demasiado obvia, cheia de clichés e banalidades. Mesmo assim para os apreciadores da personagem é um filme a ver com atenção.

António Cipriano


segunda-feira, julho 01, 2013

Big Brother”



Quase todos os dias temos sido surpreendidos com notícias que colocam em causa o “perfil” de defensor da democracia e da liberdade por parte dos Estados Unidos da América. Ficamos agora a saber que a NSA, encontrava-se a vigiar/espiar os seus supostos aliados europeus – instituições comunitárias e embaixadas de países como França, Itália ou Alemanha. Também ficamos a saber que por via do “Programa PRISM” todos os cidadãos do planeta terra podem estar a ser vigiado e escutados pelos serviços de inteligência dos EUA.
Tais atitudes não são próprias de um estado democrático.
 A denúncia de tais atitudes é um dever para todos aqueles que amam a liberdade, a verdade e a democracia. È por isso que os meus pensamentos com Edward Snowden. Ele é um dos heróis do nosso tempo. Alguém que teve a coragem de divulgar o “Big Brother” em que todos vivemos.
António Cipriano

terça-feira, junho 11, 2013

A Queda de um Anjo



Obama logo no inicio do mandato, sem que nada o justificasse foi agraciado com o prémio Nobel da Paz. Esperavam muitos que, este prémio fosse uma inspiração para a defesa da Liberdade, Paz e Justiça Mundial.
Ficamos a semana passada a saber que os E.U.A por via da agência NSA, tem em funcionamento um gigantesco sistema de vigilância e intercepção das comunicações telefónicas e electrónicas de milhões de cidadãos -  o chamado Programa PRISM da NSA. Estas não são escutas autorizadas por um tribunal, ou que resultem de uma suspeita. 
Trata-se de um sistema de escutas massificado, que viola inaceitavelmente os direitos dos cidadãos mundiais. O conceito de “Big Brother” de George Orwell é elevado ao extremo, com este sistema criado por George Bush e desenvolvido e aprovado por Obama.
Qualquer democrata, que acredita na defesa dos direitos fundamentais, na defesa da reserva da vida privada, que defenda a democracia,  não pode aceitar este sistema de escutas  sob o argumento já gasto do “terrorismo”
Obama ao aceitar o programa PRISM demonstrou a todo o planeta que afinal não é muito diferente de Bush. Enfim, assistimos tristemente “à queda de um anjo”

António Cipriano

terça-feira, junho 04, 2013

Dia da Libertação



Os norte-americanos têm o 4 de Julho, com festa nacional que celebra a independência. 
Os portugueses em 2013 têm como dia de independência o dia 4 de Junho. Mas esta celebração não se trata da independência face a qualquer potência estrangeira. Celebramos a independência face à Administração Tributária. Até 4 de Junho todos os rendimentos obtidos por cada cidadão são destinados para o pagamento de impostos.

A partir de amanhã seremos livres, livres!!!!

Bem, talvez não convenha celebrar em demasia, não vá o Ministério das Finanças se lembrar de um novo imposto.

António Cipriano

terça-feira, maio 21, 2013

Tudo ao contrário

Ninguém se engane. A reforma do estado e da administração pública é absolutamente necessária.
 Mas a reforma da administração não pode sob pena de ser contraproducente aos objectivos que deve seguir, ser apenas uma “conjunto de cortes cegos”. 
Num primeiro momento, deveria o Estado, iniciar um profundo estudo da actual estrutura da administração, de modo a conhecer a realidade existente. Num segundo momento, deveria identificar quais os serviços e missões que o Estado deve desenvolver. Num terceiro momento, fruto do estudo e do planeamento das fases anteriores, o Estado procederia à identificação de eventuais serviços da administração pública, empresas públicas, fundações, empresas municipais que não se compaginam com o novo Estado, e que deveriam ser extintos. Ora as pessoas que integram os serviços considerados excedentários ao Novo Estado, seriam preferencialmente reintegradas nos serviços que se identificassem com falta de pessoal (depois da devida formação profissional).  
 Mas também não sejamos ingénuos – todos os que não fossem recolocados seriam alvo de um processo de despedimento por extinção do posto de trabalho, com direito à respectiva indemnização e com direito a subsídio de desemprego. È certo que a reforma da administração pública teria necessariamente custos sociais, decorrentes de eventuais despedimentos. Mas também não se pode exigir ao contribuinte que esteja a custear serviços da administração pública, empresas públicas, fundações, empresas municipais, excedentárias.

Mas o que o governo esta a fazer é uma alegada reforma ao contrário. Pretende diminuir o número de funcionários públicos de forma “cega”, sem uma análise cuidada das necessidades. O resultado só pode ser serviços em que profissionais competentes e necessários foram dispensados -  e outros serviços e departamentos com funcionários a mais que deviam ter sido dispensados.
António Cipriano