sábado, novembro 28, 2009

Juros

Presentemente, com uma divida publica de cerca de 75% do PIB os juros da divida publica ascendem a 5,9 mil milhões de Euros. Valor suficiente para realizar o novo aeroporto internacional de Lisboa.
Organismos internacionais apontam que a divida publica atinja em 2011 os 91% do PIB.
Á medida que a divida aumenta, os juros representaram cada vez mais, um valor superior no orçamento geral do estado.
Presentemente, apesar de a situação ser delicada, ainda não é explosiva, isto por a taxa de juro estar em valores mínimos históricos (basta lembrar que a taxa directora do BCE está nos 1%).
Todavia, todos sabemos que já não será possível baixar mais a taxas de juros. O previsível será que a taxa de juros venha gradualmente a subir. Basta que a taxa de juro do BCE passa para 2% para que o valor dos juros da divida publica duplique.
Acresce a este cenário, que com o actual ritmo do crescimento anémico da economia e da caótica situação das contas publicas, é perfeitamente razoável considerar que pode ocorrer uma alteração do rating da republica. Ora com o agravar da taxas de juro nos mercados e com a diminuição do rating, os juros rapidamente irão passar dos 5,9 mil milhões de euros para o triplo ou mais, ou seja para valores na casa dos 20 mil milhões de euros.
O que é insustentável!!!!!!!
António Cipriano

sexta-feira, novembro 27, 2009

The Muppets: Bohemian Rhapsody

Numa altura que se comemora o aniversario da morte do vocalista dos Queen, os marretas fizeram esta divertida homenagem.

António Cipriano

sábado, novembro 21, 2009

Orçamento destrutivo

Logo em Janeiro, o orçamento geral do estado foi alvo de uma modificação, justificada pela necessidade de adaptar as contas públicas às urgências da crise económica internacional. Foi então projectado um deficit actualizado de 2,2 % do PIB para um deficit de 3% do PIB. Teixeira dos Santos em Entrevista ao telejornal da RTP1 em Janeiro, tranquilizava os portugueses afirmando categoricamente que o aumento do deficit em 0,8% seria mais do que suficiente, para debelar os efeitos negativos da crise.
Em Julho apesar das evidências o governo negava a mais do que patente, necessidade de um novo orçamento rectificativo. Em Julho o limite de endividamento público aprovado no orçamento de estado já se encontrava quase esgotado. Mesmo assim, o governo sob o pano de fundo eleitoral, “enganava” os Portugueses, negando o descontrolo da despesa publica e a necessidade de um nova revisão orçamental
Agora em Novembro, Teixeira dos Santos não pode negar mais, o evidente. As contas públicas encontram-se num caos. A receita desceu mais de 13% e a despesa corrente aumentou mais de 5,8%. Assim será expectável que o deficit orçamental fique na ordem dos 8%, havendo a necessidade de aumentar a divida publica em 2009 em cerca de 15 mil milhões de Euros, ou seja um aumento de cerca de 10% do PIB em apenas um ano.
Se não for aprovado o orçamento rectificativo, o estado não poderá contrair mais divida publica. A consequência óbvia será que não vai haver dinheiro para o 13º mês dos funcionários públicos. A oposição que não é parva, terá necessariamente que aprovar o dito orçamento.

Mas qual é o problema de aumentar a despesa publica?
Bem, à medida que a despesa pública aumenta, os credores vão exigir uma taxa de juro maior. Assim em cada exercício, o serviço da divida será mais pesado. Ou seja, em cada ano uma grande parte dos recursos do estado terá de ser canalizada para o pagamento dos juros e da amortização dos empréstimos. Ora se os recursos do estado são canalizados para o pagamento da divida, menos dinheiro estará disponível para a saúde, educação, segurança social.
È por isso que urge normalizar as contas públicas nacionais.

António Cipriano

sexta-feira, novembro 20, 2009


Está confirmado: Blatter caga no Fair-Play

PP

O que fica bem aos outros não fica bem a nós, quem não tem telhados de vidro que atire a primeira pedra ou simplesmente: As pessoas que gerem a FIFA e a UEFA são uma merda, chamem-se Blatter ou Platini


Embora fosse pequeno na altura, ainda me lembro de ver Platini jogar e bem. Como jogador foi genial, como dirigente é uma bosta absoluta. Quer promover o fair-play, mas pelos vistos não promove o fair-play no seu próprio país. Chama batoteiros aos outros e não vê o seu próprio quintal vergonhoso em termos de ajudas (pelo que vejo, a selecção Francesa é a mais protegida pelas arbitragens, sempre com erros que lhes permite chegar longe em fases finais, quando a qualidade dos jogadores é muito, mas muito fraquinha). Veja-se o último caso, a França vai à África do Sul por ter marcado um golo, em que Thierry Henry joga a bola com a mão e o árbitro em boa posição nada assinala, curiosamente na sequência do livre 2 jogadores franceses estão em fora-de-jogo, o da direita é posicional pois a bola não vai para lá, mas o outro faz-se à bola que chega a Henry e a bola vai na sua direcção e o árbitro auxiliar nem levantou a bandeirola, deve ser fraca condição física concerteza, pois o jogo aproximava-se dos 120 minutos.

Senhores, deixem-se de porcarias, demitam-se e permitam o recurso às imagens televisivas para ajuizar os lances, pois se tal não fizerem estarão a matar a popularidade do futebol. As pessoas vêm este fenómeno social e desportivo como um escape para a sua realidade diária, a falta de justiça, a impotência das autoridades, etc, se vamos continuar a ver injustiças tamanhas no futebol, certamente as pessoas começaram a virar-se para desportos mais justos, com recurso a imagens televisivas e sem polémicas.

Platini, Blatter se gostam de futebol, por favor, demitam-se, as pessoas não querem que o fair-play seja apregoado pela escória do futebol.


PP

segunda-feira, novembro 16, 2009





Empreendedorismo

Num momento de desemprego e crise económica, a filosofia dominante deve ser “Não que o Estado/País pode fazer por cada cidadão, mas sim o que cada cidadão pode fazer pelo pais.
Ora, muito em virtude de um sistema de ensino que influência os mais novos para rumarem ao funcionalismo obsoleto, a dinâmica de criação de riqueza tem sido colocada à margem.
Mas o que o país precisa é de jovens capazes de assumir o risco, com ideias e desejosos de alcançar o sucesso. Só com o empreendedorismo é possível fomentar a criação de emprego indispensável ao reforço das exportações e do crescimento económico.
Ao estado compete estimular essa atitude nos jovens e dar-lhes formação para que desenvolvam as necessárias competências o mais cedo possível, ao mesmo tempo que se combate o “conformismo” e se estimula a “ousadia e a ambição”.
Mas o empreendorismo implica a necessária quebra das anacrónicas barreiras, fiscais, burocráticas e jurídicas que enquanto custo de contexto, diminuem a competitividade de todos aqueles que querem começar no caminho da criação de riqueza.

António Cipriano

segunda-feira, novembro 09, 2009

The Soloist

Confesso que o filme “Solista” de Joe Wright me passou por completo despercebido.
Mas em boa hora uma colega me chamou a atenção acerca desta película.
“O Solista” conta a estória de um dos 90.000 sem-abrigo da cidade Los Angeles. Em Los Angeles, assim como em Lisboa, muitos são os indigentes que povoam as nossas ruas. Geralmente a generalidade dos ditos “cidadãos integrados” em que eu me incluo, preferem fingir que estes não existem. Preferem acreditar que as cidades são perfeitas.
A verdade é que as cidades enquanto ecossistemas sociais, são organismos agressivos, impiedosos para com o insucesso. A sociedade expulsa, repele, todas aqueles que não se enquadram nos modelos de “normalidade”. Infelizmente muitos não aguentam, a pressão de uma rotina cada vez mais competitiva, acabando por se transformar em sombras, que povoam os locais mais sombrios das nossas cidades. A sociedade prefere adoptar uma estratégia assistencialista, em vez de uma estratégia de inclusão do cidadão, que procure integrar a pessoa numa nova vida, mais condigna com a condição humana.

Mas do filme fica uma mensagem.
Enquanto existir alguém que se preocupa com o seu semelhante, que nutre amor e amizade pelo ser humano, o mundo terá solução.
E afinal, salvar alguém é salvar o mundo.
Por ter reflectido um pouco, sob estes problemas, já valeu a pena ver o filme.
Fica aqui um palavra especial para a minha colega que chamou a atenção para este filme.

António Cipriano





sexta-feira, novembro 06, 2009

Ética e valores

Nos últimos anos tem se vindo a assistir a um conjunto de acontecimentos que têm colocado em cheque algumas das balizas do sistema democrático. Assiste-se a sucessivos escândalos de corrupção nas estruturas e empresas do estado, a desregulamentação e dessacralização do conceito de família, ao aumento da criminalidade e a uma sucessiva diminuição dos critérios de exigência no sistema escolar.
Ora, no meu ponto vista, todos este sinais preocupantes que corroem a nossa sociedade são o resultado de uma cultura social que vem marginalizando a ética e os valores judaico-cristãos que sempre foram o cimento agregador da sociedade. A ética e os valores foram substituídos por uma dinâmica de curto prazo assente no “chico espertismo”, em que os meios justificam os fins, em que os saber dos mais velhos é considerado redundante.
O resultado é um sistema social mais desigual, mais confuso, assente no individualismo. Se continuarmos neste caminho, o futuro não será promissor.
Urge voltar a colocar a família e a educação num primeiro plano. È a família e a escola que moldam o cidadão. Se assim o é, estas instituições nuclear devem ser fortificadas e apoiadas pelas estruturas públicas.
Esta é a minha visão. Talvez eu não passe de um anacrónico velho do Restelo, que ainda acredita na solidariedade e na justiça social
António Cipriano